Vepesid 50mg, caixa com 20 cápsulas gelatinosas moles
Bristol-Myers SquibbVepesid 50mg, caixa com 20 cápsulas gelatinosas moles
Bristol-Myers SquibbBranca Comum (Dispensação Sob Prescrição Médica Restrito a Hospitais)
Não pode ser partido
Temperatura ambiente
Bula do Vepesid
Este medicamento é destinado ao tratamento dos seguintes tipos de câncer:
Tumores testiculares refratários
Em combinação com outros medicamentos quimioterápicos aprovados, em pacientes com tumores testiculares refratários que já receberam tratamento cirúrgico, quimioterápico e radioterápico apropriados. Tumores anaplásicos de pequenas células do pulmão Em combinação com outros medicamentos quimioterápicos aprovados em pacientes com tumores anaplásicos de pequenas células do pulmão (Evidências preliminares demonstraram que Vepesid pode ser eficaz também em outros tipos celulares de carcinoma do pulmão).
Doença de Hodgkin
Linfomas malignos (não Hodgkin)
Especialmente da variedade histiocítica.
Leucemia aguda não-linfocítica.
Como Vepesid funciona?
O efeito predominante de Vepesid parece ser a indução à ruptura da alça dupla do DNA, destruição do DNA, como resultado de uma interação com a enzima DNA-topoisomerase II ou a formação de radicais livres.
Vepesid é contraindicado em pacientes que demonstraram hipersensibilidade (alergia) anterior ao etoposídeo ou a qualquer outro componente da formulação.
Não há estudos dos efeitos de Vepesid cápsulas administrado por vias não recomendadas (por vias que não sejam por via oral). Portanto, por segurança e eficácia (melhores resultados) desta apresentação, a administração deve ser somente pela via oral. O tempo de duração do seu tratamento deve estar de acordo com a orientação médica.
O tempo de duração do seu tratamento deve estar de acordo com a orientação médica.
Instruções para uso, manuseio e descarte
Procedimentos para o manuseio e descarte adequados das drogas anti-câncer devem ser seguidos. Para minimizar o risco de exposição dérmica, deve-se sempre utilizar luvas impermeáveis quando manusear Vepesid cápsulas. Isto se aplica para o manuseio das atividades clínicas, farmacêuticas, de armazenamento, e cuidados domésticos, incluindo esvaziamento do frasco e inspeção, transporte dentro de uma instalação, e preparação da dose e administração.
Para segurança e eficácia desta apresentação, o Vepesid cápsulas não deve ser administrado por vias não recomendadas.
A administração deve ser somente pela via oral.
Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento. Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado
Posologia
A dose oral habitual de Vepesid é de 100-200 mg/m2/dia, nos dias 1 a 5, ou 200 mg/m2/dia, nos dias 1, 3 e 5, a cada 3 a 4 semanas, em combinação com outros medicamentos aprovados para uso na doença a ser tratada.
A dose de Vepesid cápsulas está baseada na dose intravenosa recomendada, considerando-se a biodisponibilidade dependente da dose de Vepesid cápsulas. Uma dose oral de 100 mg seria comparável a uma dose de 75 mg por via intravenosa; uma dose oral de 400 mg seria comparável a uma dose de 200 mg por via intravenosa. A biodisponibilidade também varia de paciente para paciente após qualquer dose oral. Isto deve ser levado em consideração ao se prescrever este medicamento. Em vista da variabilidade intra- paciente significativa, o ajuste de dose pode ser necessário para atingir o efeito terapêutico desejado.
A dose deverá ser modificada em função dos efeitos mielodepressores de outras drogas administradas em associação ou dos efeitos de radioterapia prévia ou quimioterapia, que possam ter comprometido a reserva da medula óssea.
Um esquema posológico alternativo de Vepesid cápsulas consiste em 50 mg/m2 por dia durante 2 a 3 semanas, com a repetição dos ciclos após um intervalo de uma semana ou mediante a recuperação da mielodepressão.
Doses diárias superiores a 200 mg devem ser administradas em doses divididas (duas vezes ao dia).
As cápsulas devem ser ingeridas com o estômago vazio.
Insuficiência renal:
O ajuste de dose é recomendado para pacientes com clearence de creatinina de 50 ml/min ou menos. Em pacientes com função renal prejudicada, a seguinte modificação da dose inicial deve ser considerada, baseada na medida do clearance de creatinina:
Medida do Clearance da Creatinina |
Dose de Etoposídeo |
> 50 mL/min |
100% da dose |
15–50 mL/min |
75% da dose |
As doses subsequentes devem ser baseadas na tolerância do paciente e nos efeitos clínicos. Não há dados disponíveis em pacientes com clearance de creatinina < 15 mL/min, porém a redução adicional da dose deve ser considerada nesses pacientes.
O que devo fazer quando eu me esquecer de usar Vepesid?
Se você se esqueceu de tomar Vepesid no horário pré-estabelecido, por favor, procure seu médico.
Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico.
Vepesid deve ser administrado sob a supervisão de médicos especialistas e experientes no uso de medicamentos quimioterápicos. Pode ocorrer mielodepressão grave (redução na produção de células do sangue pela medula óssea, incluindo as células de defesa e as que controlam o sangramento) resultando em infecção ou hemorragia.
Mielodepressão fatal foi relatada após administração de etoposídeo. Os pacientes em tratamento com Vepesid devem ser observados com relação à mielodepressão cuidadosa e frequentemente durante e após o tratamento. A toxicidade mais significativa associada ao tratamento com Vepesid é a depressão da medula óssea (mielodepressão) limitante à dose. Os seguintes exames deverão ser realizados no início do tratamento e antes de cada dose subsequente de Vepesid : contagem de plaquetas, hemoglobina, contagem de leucócitos (células de defesa) totais e diferencial (neutrófilos, linfócitos, entre outros). Na ocorrência de uma contagem de plaquetas menor que 50.000/mm3 ou de uma contagem absoluta de neutrófilos menor que 500/mm3, é aconselhável interromper o tratamento até que a contagem sanguínea esteja suficientemente recuperada.
Os médicos deverão estar atentos à possível ocorrência de reação anafilática (reação alérgica) que se manifesta por calafrios, febre, taquicardia, broncoespasmo, dispnéia e hipotensão. O tratamento é sintomático. A administração de Vepesid deverá ser interrompida imediatamente, sendo seguida pela administração de agentes pressores, corticosteróides, anti-histamínicos ou expansores de volume, a critério médico.
O médico deve avaliar o benefício do medicamento ponderando o risco de reações adversas. A maioria das reações adversas é reversível se detectada no início da ocorrência. Se ocorrerem reações graves, o medicamento deverá ter sua dose reduzida ou suspensa. O reinício do tratamento com Vepesid deverá ser efetuado com cautela e considerando-se a necessidade da droga com atenção à possível recorrência da toxicidade. Pacientes com baixo nível de albumina sérica (proteína no sangue) podem ter um aumento do risco de toxicidades associadas ao etoposídeo.
Vepesid pode causar dano no feto quando administrado a mulheres grávidas. Vepesid demonstrou ser teratogênico (provoca danos ao feto) em camundongos e ratos. Entretanto, não existem estudos adequados e bem controlados em mulheres grávidas. Se a droga for usada durante a gravidez ou se a paciente engravidar durante o tratamento, ela deverá estar ciente do risco potencial sobre o feto. As mulheres com potencial de engravidar devem ser aconselhadas a não fazê-lo.
Dado o potencial mutagênico de Vepesid, a contracepção efetiva é requerida para pacientes homens e mulheres durante o tratamento e até 6 meses depois do término do tratamento. Recomenda-se consulta genética para pacientes que querem ter filhos após o término do tratamento. Como Vepesid pode diminuir a fertilidade masculina, a preservação do esperma pode ser considerada para paternidade posterior ao tratamento.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.
Uso durante a amamentação
Não se sabe se este medicamento é excretado no leite materno; no entanto, como muitos medicamentos o são e pelo potencial de Vepesid em provocar graves reações adversas em lactentes, deve-se optar por interromper a amamentação ou o medicamento, levando-se em conta a importância do medicamento para a mãe.
Carcinogênese
Os testes de carcinogenicidade com Vepesid não foram conduzidos em animais de laboratório. Dado o seu mecanismo de ação, pode ser considerado um possível carcinógeno em seres humanos. A ocorrência de leucemia aguda com ou sem fase pré-leucêmica, foi relatada raramente em pacientes tratados com Vepesid associado com outros medicamentos antineoplásicos.
Uso em crianças
A segurança e a eficácia em crianças não foram sistematicamente estudadas.
Uso em idosos
Apesar de terem sido observadas algumas diferenças nos parâmetros farmacocinéticos em pacientes com 65 anos ou mais, estas não são consideradas clinicamente significantes.
Vacinações
O uso concomitante de Vepesid com vacinas de vírus vivo pode potencializar a replicação do vírus da vacina e/ou pode aumentar a reação adversa do vírus da vacina porque os mecanismos de defesas normais podem ser suprimidos pelo Vepesid. A vacinação com vacinas vivas em uma paciente tomando Vepesid pode resultar em infecções severas. A resposta de anticorpos do paciente a vacinas pode estar diminuída.
O uso de vacinas vivas deve ser evitado e o aconselhamento individual deve ser procurado.
Interações medicamento – medicamento
Altas doses de ciclosporina, a uma concentração acima de 2.000 ng/mL administradas juntamente com etoposídeo via oral levaram a um aumento de 80% na exposição do etoposídeo (ASC), com uma diminuição de 38% no clearance corpóreo total do etoposídeo quando comparado ao etoposídeo administrado isoladamente.
O tratamento com cisplatina concomitante é associada a um reduzido clearance corpóreo total de etoposídeo. A terapia concomitante com fenitoína está associada com o clearance aumentado e eficácia reduzida de Vepesid, e outras terapias antiepiléticas podem estar associadas com o clearance aumentado e eficácia reduzida do Vepesid.
Efeito do Vepesid em outros medicamentos
A co-administração de drogas antiepiléticas e Vepesid pode levar a um decréscimo no controle das crises devido às interações famacocinéticas entre os medicamentos. A terapia concomitante com varfarina pode resultar na elevação da razão normalizada internacional (RNI). É recomendado o monitoramento de perto da RNI.
Outras interações
Resistência cruzada entre antraciclinas e etoposídeo foram reportadas em experimentos pré-clínicos. Há um risco aumentado de doenças fatais sistêmicas de vacinas com o uso concomitante de vacinas vivas. Vacinas vivas não são recomendadas para pacientes imunossuprimidos.
Informe ao seu médico se você está fazendo uso de algum outro medicamento.
Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.
Nos parágrafos abaixo, as ocorrências de reações adversas apresentadas em média percentual, são derivadas de estudos que utilizaram Vepesid como medicamento único.
Toxicidade hematológica (no sangue)
Mielodepressão fatal foi relatada após ingestão de etoposídeo.
Mielodepressão é a reação dose-limitante mais frequente, com a diminuição (medida mais baixa das células do sangue após e em decorrência da quimioterapia) de granulócitos ocorrendo entre 7 a 14 dias e a diminuição de plaquetas ocorrendo entre 9 a 16 dias, após a administração do medicamento. A recuperação da medula óssea completa-se normalmente por volta do 20º dia e não há informes de toxicidade cumulativa.
Leucopenia e leucopenia grave (menos de 1.000 leucócitos/mm3) foram observadas em 60% - 91% e em 7% - 17%, respectivamente, dos pacientes tratados com Vepesid como agente único.Trombocitopenia (redução no número de plaquetas no sangue) e trombocitopenia grave (menos de 50.000 plaquetas/mm3) foram observadas em 28% - 41% e em 4% - 20%, respectivamente, neste mesmo grupo de pacientes. A ocorrência de leucemia aguda com ou sem fase pré-leucêmica foi relatada em pacientes tratados com Vepesid em combinação com outros medicamentos contra o câncer.
Toxicidade gastrintestinal
Náuseas (enjôos) e vômitos são as toxicidades gastrintestinais mais importantes. Foram observadas em 31% - 43% dos pacientes tratados com Vepesid intravenoso. Náuseas e vômitos podem ser normalmente controlados com tratamento antiemético (que combate os vômitos). Anorexia (perda do apetite) foi observada em 10% - 13% dos pacientes e estomatites (inflamação/infecção dentro da boca) em 1% - 6% dos pacientes que receberam Vepesid por via intravenosa. Mucosite/esofagite (inflamação da mucosa da boca e do esôfago), de leve a grave, podem ocorrer. Diarreia foi observada em 1% - 13% destes pacientes.
Alopécia
Alopécia (queda de cabelo) reversível, às vezes progredindo até a calvície total, foi observada em até 66% dos pacientes.
Reações alérgicas
A ocorrência de reações de tipo anafiláticas (alergia grave) em pacientes tratados com cápsulas por via oral tem sido muito rara.
Neuropatia
Foi relatada neuropatia periférica (inflamação nos nervos) em 0,7% dos pacientes.
Outras toxicidades
Os seguintes eventos adversos têm sido raramente registrados:
Pneumonite intersticial/fibrose pulmonar (inflamação nos pulmões que pode levar ao aparecimento de cicatrizes nos pulmões dificultando a respiração), convulsões (ocasionalmente relacionada a reações alérgicas), toxicidade do sistema nervoso central (sonolência e fadiga), hepatotoxicidade (toxicidade no fígado), persistência de sabor, febre, síndrome de Stevens-Johnson (reação alérgica gravíssima com aparecimento de bolhas pelo corpo), necrólise epidérmica tóxica (um caso fatal foi relatado), erupções (feridas), pigmentação (alteração da cor da pele), prurido (coceira), urticária (coceira com aparecimento de placas avermelhadas pelo corpo), dermatite semelhante à causada por radiações, dor abdominal, constipação (prisão de ventre), disfagia (dificuldade para engolir os alimentos), astenia, indisposição, cegueira cortical temporária e neurite óptica (inflamação no nervo óptico).
Complicações metabólicas
Síndrome da lise tumoral (algumas vezes fatais) foi reportada após o uso de Vepesid em associação com outros medicamentos quimioterápicos.
A tabela a seguir mostra os eventos adversos associados ao uso de Vepesid, agrupados de acordo com a frequência, seguindo as seguintes categorias:
- Muito comum: ocorre em 10% dos pacientes que utilizam este medicamento;
- Comum (frequente): ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento;
- Incomum (infrequente):ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento;
- Rara: ocorre entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento;
- Muito rara: ocorre em menos de 0,01% dos pacientes que utilizam este medicamento;
- Não conhecida: Não pode ser estimada pelos dados disponíveis.
Classe de sistemas orgânico |
Frequência |
Eventos adverso |
Neoplasias benignas e malignas (incluindo cistos e pólipos) |
Não conhecida |
Leucemia aguda |
Desordens do sangue e sistema linfático* |
Muito comum |
Leucopenia, trombocitopenia |
Desordens do sistema imune |
Rara |
Reações do tipo anafiláticas |
Desordens metabólicas e nutricionais |
Não conhecida |
Sídrome da lise tumoral |
Desordens do sistema nervoso |
Incomum |
Neuropatia periférica |
Rara |
Convulsões**, neurite óptica, cegueira cortical temporária, neurotoxicidades (por exemplo sonolência, fadiga) |
|
Desordens respiratórias, toráxicas e mediastinais |
Rara |
Fibrose pulmonar, pneumonite intersticial |
Desordens gastrointestinais |
Muito comum |
Mucosite (incluindo estomatite e esofagite), diarreia |
Comum |
Dor abdominal, constipação, disfagia, disgeusia |
|
Desordens hepato-biliares |
Rara |
Hepatotoxicidade |
Desordens da pele e tecidos subcutâneos |
Muito comum |
Alopécia |
Rara |
Síndrome de Stevens-Johnson, necrólise epidérmica tóxica, dermatite semelhante à causada por radiações, urticária, erupção cutânea, pigmentação, prurido |
|
Desordens gerais |
Rara |
Astenia, indisposição extravasamento reação no local da injeção |
* Mielosupressão fatal foi relatada.
**Convulsão é normalmente associada a reações alérgicas.
Informe ao seu médico ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do medicamento. Informe também à empresa através do seu serviço de atendimento.
Doses totais de 2,4 g/m2 a 3,5 g/m2 administradas intravenosamente por três dias resultaram em mucosite grave e mielotoxicidade.
Acidose metabólica e casos de toxicidade hepática grave foram relatadas em pacientes que receberam doses intravenosas de etoposídeo mais altas que as recomendadas.
Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Etoposídeo não deve ser fisicamente misturado com qualquer outro fármaco. A solução deve ser inspecionada quanto à presença de partículas ou descoloração antes do uso.
A ciclosporina em altas doses, resultando em concentrações plasmáticas acima de 2.000 ng/mL, administradas com Etoposídeo oral levou a um aumento de 80% na exposição ao Etoposídeo (ASC) com uma diminuição de 38% na depuração corporal total do Etoposídeo em comparação ao Etoposídeo isoladamente.
A terapia concomitante com cisplatina está associada à redução do clearance corporal total do Etoposídeo.
A terapia concomitante com fenitoína está associada ao aumento do clearance do Etoposídeo e redução da eficácia, e outras terapias antiepilépticas indutoras de enzimas podem estar associadas ao aumento do clearance do Etoposídeo e redução da eficácia.
A administração concomitante de varfarina e Etoposídeo pode resultar no aumento da razão normalizada internacional (INR). O monitoramento próximo da INR é recomendado.
A resistência cruzada entre antraciclinas e Etoposídeo foi relatada em experimentos pré-clínicos.
Resultados de Eficácia
O tratamento com Etoposídeo como fármaco único em 307 pacientes com câncer de pulmão de pequenas células, dos quais 51% foram pré-tratados com várias drogas, induziu remissão em 38% dos pacientes, com 6% atingindo remissão completa. Estes números mostram que Etoposídeo é um dos agentes mais ativos no tratamento do câncer de pulmão de pequenas células. De 250 pacientes com Linfoma não-Hodgkin, 86% dos quais eram pré-tratados, 36% responderam ao tratamento com Etoposídeo, sendo que 6% alcançaram taxa de resposta completa. O tratamento com Etoposídeo, como único medicamento, resultou em taxa de resposta de 76%, com 38% de remissões completas em pacientes com linfoma não-Hodgkin que não receberam tratamento prévio. Entretanto, em pacientes que receberam outras linhas de quimioterapia previamente, a taxa de remissão global é de apenas 29%, com somente 2 remissões completas entre 216 tratados. Estes dados indicam que o Etoposídeo é um dos mais ativos entre os agentes utilizados no tratamento de linfoma não-Hodgkin.
Mournier et al conduziram um estudo fase 3, randomizado, paralelo e aberto para comparar o regime de doxorrubicina, bleomicina, vinblastina e dacarbazina (ABVD) com o bleomicina, Etoposídeo, doxorrubicina, ciclofosfamida, vincristina, procarbazina e regime de prednisona (BEACOPP) em 150 pacientes com Doença de Hodgkin estágios 3 a 4, de baixo risco, com um IPS de 0 a 2. 68 de 77 pacientes completaram o tratamento com ABVD e 61 de 68 concluíram o regime BEACOPP. Os resultados indicaram que a taxa de resposta completa (CR) foi de 85% para ABVD e 90% para BEACOPP. O período médio de acompanhamento foi de 5,5 anos. Foram encontradas 17 recaídas, 14 no braço ABVD versus 3 no braço BEACOPP. A sobrevida livre de eventos (EFS) aos 5 anos foi de 62% (50; 71) versus 77% (65; 85), respectivamente (HR = 0,6 [0,33; 1,06], p = 0,07). A Sobrevida Livre de Progressão (PFS) aos 5 anos foi 75% (63; 83) versus 93% (83; 97), HR = 0,3 (0,12; 0,77), p= 0,007.
Taxa de remissão de 36% em 90 pacientes com câncer testicular seminomatoso e não-seminomatoso foi relatada, sendo que todos os pacientes participantes do estudo foram pré-tratados intensivamente. Entretanto a duração média da resposta, de 3 meses, foi relativamente curta.
Bamias et al realizaram um estudo retrospectivo de longo prazo para avaliar a eficácia e segurança de 2 ciclos adjuvantes BEP em 142 pacientes com tumores fase 1 testicular não seminomatoso (NSGCT). Os pacientes receberam bleomicina, Etoposídeo e cisplatina. Os resultados demonstraram que a mediana do tempo de seguimento foi de 79 meses e o LVI foi observado em 54% (n = 77) dos pacientes que tiveram uma taxa de recaída de 1,3% (IC de 95%: 0,03-7). Houve apenas 1 recaída após um acompanhamento médio de 6,5 anos em 1 paciente.
Hansen et al realizaram um estudo de 6 anos para avaliar a eficácia do regime cisplatina/Etoposídeo/bleomicina (BEP) em 26 pacientes com neoplasia de células germinativas avançada ou recorrente após tratamento inicial com cisplatina/vinblastina/bleomicina (PVB). Os resultados demonstraram que entre os 26 pacientes, 6 atingiram resposta completa (CR) e 11 resposta parcial (PR). Oito dos 26 pacientes (31%) estavam sem doença e 7 destes (27%) ainda estavam vivos sem evidência de doença. Dezessete dos 26 pacientes (65,4%) obtiveram regressão durante a terapia e 1 paciente que obteve CR morreu por leucemia não linfocítica aguda.
A leucemia mielomonocítica aguda parece ser a mais sensível ao Etoposídeo do que outras formas de leucemias. As taxas de resposta são da ordem de 35%, com 24% de remissões completas, mas, novamente, provavelmente devido ao pré-tratamento intensivo, o tempo de duração da remissão foi curto (duração mediana de resposta = 3 meses). Ao todo, 241 pacientes com leucemia não-linfocítica aguda puderam ser avaliados, com a taxa de resposta cumulativa sendo 22% com 10% de remissão completa.
Em um ensaio randomizado multicêntrico, Zhang X avaliou 228 pacientes com leucemia mieloide aguda refratária ou recidivada que receberam regime CAG (citarabina, aclarubicina, G-CSF) de baixa dose com Etoposídeo (E-CAG) ou sem Etoposídeo (CAG). Foi avaliada a taxa completa de remissão (RC), sobrevida global (OS) e toxicidade. Os pacientes submetidos a E-CAG apresentaram maior taxa de RC (71,1% versus CAG 50,9%, p = 0,0002) e a tolerabilidade pareceu ser equivalente.
O Etoposídeo também foi associado a boas respostas em associação com outros quimioterápicos. Estudo de Noda, 2002, mostrou que regime de quimioterapia contendo Etoposídeo, cisplatina, epirrubicina, ciclofosfamida e cisplatina prolongou a sobrevida global (HR = 0,69, 95% IC 0,53-0,90, p = 0,007), a sobrevida livre de progressão (HR = 0,58 IC 95% 0,44-0,77, p <0,0001) e taxa de resposta global (RR = 1,26, IC de 95% 1,05-1,51, p = 0,01) em pacientes com carcinoma do pulmão de pequenas células. Entretanto, foi observado alto índice de toxicidade hematológica.
Referências Bibliográficas
1. H. Schmoll. Review of etoposide single-agent activity. Cancer Treatment Reviews, 1982 (9, Suppl A): 21-30.
2. Mounier N, Brice P, Bologna S, et al. ABVD (8 cycles) versus BEACOPP (4 escalated cycles > 4 baseline): Final results in stage III-IVlow-risk Hodgkin lymphoma (IPS 0-2) of the LYSA H34 randomized trial. Ann Oncol 2014;25(8):1622-8.
3. Bamias A, Aravantinos G, Kastriotis I, et al. Report of the long-term efficacy of two cycles of adjuvant bleomycin/etoposide/cisplatin in patients with stage I testicular nonseminomatous germ-cell tumors (NSGCT): A risk adapted protocol of the Hellenic Cooperative Oncology Group. Urol Oncol 2011;29(2):189-93.
4. Hansen SW, Daugaard G, Rorth M. Treatment of persistent or relapsing advanced germ cell neoplasms with cisplatin, etoposide and bleomycin. Eur J Cancer Clin Oncol 1986;22(5):595-9.
5. Zhang X, Li Y, Zhang Y, et al. Etoposide in combination with low-dose CAG (cytarabine, aclarubicin, G- CSF) for the treatment of relapsed or refractory acute myeloid leukemia: A multicenter, randomized control trial in southwest China. Leuk Res 2013;37(6):657-64.
6. Noda K, A et al. Irinotecan plus cisplatin compared with etoposide plus cisplatin for extensive small-cell lung cancer. N Engl J Med 2002; 346: 85–91.
Características Farmacológicas
Propriedades Farmacodinâmicas
O Etoposídeo é um agente antineoplásico, derivado semi-sintético da podofilotoxina.
Mecanismo de ação
O mecanismo de ação do Etoposídeo não é exatamente conhecido; no entanto, este fármaco parece produzir efeitos citotóxicos que causam alterações do DNA, inibindo assim ou alterando a síntese do DNA. O Etoposídeo parece ser dependente do ciclo celular e da fase cíclica específica, induzindo a suspensão da fase G2 e destruindo preferencialmente as células dessa fase e de fases S tardias. Foram observadas duas respostas dose-dependentes diferentes. As concentrações elevadas (≥ 10 μg/mL) causam lise das células em início de mitose. As baixas concentrações (0,3 a 10 μg/mL) inibem o início da prófase celular. Os danos induzidos ao DNA pelo Etoposídeo parecem estar relacionados com a citotoxicidade do fármaco. O Etoposídeo parece induzir, indiretamente, rupturas na fita única do DNA.
Propriedades Farmacocinéticas
Absorção
Após a administração intravenosa do Etoposídeo, os picos das concentrações plasmáticas e as curvas da concentração plasmática versus tempo (ASC) mostram uma variação interindividual significativa.
Distribuição
A distribuição do Etoposídeo nos tecidos e fluidos corporais não foi completamente caracterizada. A administração intravenosa do Etoposídeo leva a uma rápida distribuição. O volume aparente de distribuição no estado de equilíbrio é, em média, de 20 a 28% do peso corporal. Após a administração intravenosa, o Etoposídeo é minimamente distribuído no fluido pleural, tendo sido detectado na saliva, fígado, baço, rins, miométrio, tecido cerebral saudável e tecido neoplásico cerebral. Os estudos realizados sugerem uma distribuição mínima na bile. Desconhece-se se o Etoposídeo é excretado no leite materno. Os estudos em animais demonstraram que o Etoposídeo atravessa a placenta. O Etoposídeo tem pequena penetração no sistema nervoso central (SNC), com concentrações do fármaco no fluido cerebrospinal oscilando de valores indetectáveis até menos do que 5% das concentrações plasmáticas. Dados limitados sugerem que o Etoposídeo se distribui mais rapidamente no tecido neoplásico cerebral do que no tecido cerebral saudável. As concentrações de Etoposídeo se mostram mais elevadas no tecido pulmonar saudável do que em metástases pulmonares, mas aquelas detectadas nos tumores primários do miométrio foram semelhantes às encontradas no tecido saudável do miométrio. In vitro, a ligação do Etoposídeo às proteínas séricas é cerca de 94%, numa concentração de 10 μg/mL.
Metabolismo
Estudos in vitro sugerem que a ativação metabólica do Etoposídeo, por oxidação, para o derivado orto-quinona pode desempenhar um papel essencial na sua atividade contra o DNA. Aproximadamente, 66% do Etoposídeo é metabolizado.
Eliminação
Após a administração intravenosa, foi reportado um decréscimo bifásico das concentrações plasmáticas do Etoposídeo; contudo, alguns dados indicam que o fármaco pode apresentar uma eliminação trifásica com prolongamento da fase terminal. Em adultos com funções renal e hepática normais, a meia-vida média do fármaco é de 0,6 a 2 horas na fase inicial e de 5,3 a 10,8 horas na fase terminal. Em crianças com funções renal e hepática normais, a meia-vida média é de 0,6 a 1,4 horas na fase inicial e de 3 a 5,8 horas na fase terminal. Após 72 horas, 44% da dose administrada é excretada na urina, 29% como fármaco inalterado e 15% como metabólito. A eliminação nas fezes varia entre menos de 2% a 16%, num período de 72 horas. O clearance plasmático total do Etoposídeo foi relatado como variando de 19-28 mL/minuto/m2 nos adultos e 18-39 mL/minuto/m2 em crianças com funções renal e hepática normais. O clearance renal representa aproximadamente 30-40% do clearance plasmático total. Pode ser necessário um ajuste posológico em pacientes com disfunção renal ou hepática.
Dados de Segurança Pré-Clínicos
A DL50 intravenosa do Etoposídeo foi de 220, 82 e 49 mg/kg em camundongos, ratos e coelhos respectivamente. Em cães, a dose máxima não letal foi ≤ 20 mg/kg. Os principais alvos após uma dose única foram o sistema hemolinfopoiético, o trato gastrintestinal e os testículos. Sinais leves de toxicidades hepática e renal foram observados em cães.
Os efeitos tóxicos após administrações parenterais repetidas de Etoposídeo foram investigados em ratos e cães. Os principais alvos nessas espécies foram o sistema hemolinfopoiético, o trato gastrintestinal, a bexiga urinária e os órgãos reprodutivos masculinos. Ao contrário do que se observa na toxicidade subaguda, nenhum efeito grave no trato gastrintestinal foi observado após uso crônico de doses. A maioria das alterações regrediu durante o período de recuperação, com exceção daquelas detectadas no trato geniturinário.
Etoposídeo foi genotóxico em testes realizados in vitro e in vivo e tóxico aos órgãos reprodutivos masculinos. Apesar disso, a fertilidade não foi reduzida em ratos e Etoposídeo não modificou os parâmetros gestacionais em ratas e coelhas, mesmo em doses que se provaram consideravelmente tóxicas para mães e fetos em ambas espécies e causaram malformações e anormalidades em ratos. Nenhuma toxicidade de longo prazo foi observada na geração F1 e a geração F2 não pareceu ser afetada pelo tratamento. Não existem dados disponíveis de estudos em animais sobre a carcinogenicidade do fármaco, mas Etoposídeo, como outros fármacos citotóxicos, deve ser considerado potencialmente carcinogênico. O fármaco foi considerado destituído de qualquer potencial antigênico. Estudos específicos em camundongos e ratos indicam que a administração de Etoposídeo em qualquer cavidade corporal revestida por membrana serosa deve ser evitada.
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Características físicas
Vepesid apresenta-se como cápsulas de gelatina mole, oblongas, rosadas e opacas.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Reg. MS – 1.0180.0135
Responsável Técnico:
Dra. Elizabeth M. Oliveira - CRF-SP nº. 12.529
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Catalent Germany Eberbach GmbH
Gammelsbacher Strasse 2
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Via Del Murillo, km 2800
Sermoneta (Latina) – Itália
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Bristol-Myers Squibb Farmacêutica S.A
Rua Verbo Divino, 1711
Chácara Santo Antônio - São Paulo - SP
CNPJ 56.998.982/0001-07
Indústria Brasileira
Venda sob prescrição médica.
Sac: 0800 727 6160
Especificações sobre o Vepesid
Caracteristicas Principais
Fabricante:
Tipo do Medicamento:
Referência
Necessita de Receita:
Branca Comum (Dispensação Sob Prescrição Médica Restrito a Hospitais)
Principio Ativo:
Categoria do Medicamento:
Classe Terapêutica:
Especialidades:
Hematologia
Urologia
Pneumologia
Oncologia
Preço Máximo ao Consumidor:
PMC/SP R$ 1.278,91
Preço de Fábrica:
PF/SP R$ 925,11
Registro no Ministério da Saúde:
1018001350046
Código de Barras:
7896016800757
Temperatura de Armazenamento:
Temperatura ambiente
Produto Refrigerado:
Este produto não precisa ser refrigerado
Doenças Relacionadas:
Bula do Paciente:
Bula do Profissional:
Modo de Uso:
Uso oral
Pode partir:
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