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Isento de Prescrição Médica

Branca Comum (Dispensação Sob Prescrição Médica Restrito a Hospitais)

Bula do Tecnoplatin

Cisplatina é uma droga muito eficaz sobre uma ampla variedade de tumores, levando a uma remissão a longo prazo nos tumores testiculares, ovarianos, pulmonar de pequenas células etrofoblásticas, geralmente em terapia combinada. Cisplatina pode também ser útil no tratamento de carcinomas de bexiga, cabeça e pescoço e endométrio, assim como para quimioterapia em
linfomas e algumas neoplasias da infância.

Espectro de atividade (em combinação com outras drogas)

Grande eficácia (> 70% EO, incluindo > 50% CR)

Câncer testicular, Coriocarcinoma de placenta, Câncer de ovário, Carcinoma de pulmão de pequenas células.

Eficácia considerável (> 30% EO, incluindo > 10% CR)

Câncer de bexiga, Câncer gástrico, Câncer de pulmão de células não pequenas, Câncer epidermóide, Câncer nasofaringeano, Osteossarcoma.

Eficácia moderada (2% EO)

Sarcomas de tecidos moles, Câncer de próstata, Câncer medular de tiróide, Neuroblastoma.

Ineficaz

Hematossarcomas, Leucemias, Câncer de mama, Câncer colo-retal, Melanoma.

OBS.: EO = efeito observado CR = resposta completa.

A cisplatina faz parte de inúmeros protocolos e apresenta ação sinergética com outros agentes alquilantes, antraciclinas, 5-FU entre outros.

Cisplatina está contra-indicada a pacientes que apresentem antecedentes de alergia aos derivados da platina. Cisplatina também não deverá ser utilizada durante a gravidez e lactação, nem por indivíduos com problemas auditivos e nefropatas.

Uso isolado

A dose usual recomendada de cisplatina é de 100 mg/m2, E.V., a cada 4 semanas.

Uso quimioterápico

Nestas situações a dose é reduzida para 50 mg/m2, E.V., a cada 3 semanas.

Vários esquemas posológicos têm sido sugeridos objetivando eliminar os problemas de toxicidade renal e auditiva.

Posologia

  • Hidratação e diurese com manitol, quando se utilizam doses elevadas e intermitentes de cisplatina (70 - 120 mg/m2);
  • Curso com doses super altas por 5 dias (200 mg/m2) com solução salina hipertônica a 3%;
  • Três a cinco dias com esquemas de perfusão curta e hidratação oral, para pacientes ambulatoriais;
  • Infusão contínua (5-7 dias) com 20-25 mg/m2/dia a cada 4 semanas.

Com o objetivo de se prevenir a insuficiência renal, recomenda-se a hidratação do paciente com a infusão de 1-2 litros de líquidos 8 a 12 horas antes do tratamento. O total da cisplatina é então diluído em uma solução a 5% de glicose, contendo solução salina e manitol, administrada intravenosamente por um período de 6 a 8 horas.

Recomenda-se a hidratação continuada por um período de 24 horas objetivando manter uma eliminação urinária adequada. Alguns autores recomendam a administração concomitante de 40 mg de furosemida.

Repetição de cursos de drogas não devem ser realizados até que os testes das funções renal, auditiva e hematológica estejam dentro dos limites considerados como normais.

Recomenda-se a não utilização de agulhas ou equipamentos que contenham alumínio quando da preparação ou administração da droga, pois o alumínio reage com a cisplatina, inativando-a.

A cisplatina deverá ser utilizada com os devidos cuidados naqueles pacientes com problemas renais e auditivos e com histórico anterior de alergia de um modo geral.

Recomenda-se ainda a hidratação adequada assim como o uso de antieméticos.

Uso odontológico

Os efeitos mielodepressores da cisplatina podem acarretar um aumento da incidência de infecções microbianas, atraso na cicatrização e hemorragia gengival. O tratamento odontológico deve ser concluído antes de iniciar a terapia ou adiado se possível, até que os valores hematológicos voltem aos seus limites normais.

Insuficiência renal

Está relacionada com a concentração de platina no ultrafiltrado glomerular de maneira dose-relacionada. A insuficiência renal geralmente instala-se durante a segunda semana de tratamento e pode ser irreversível quando forem administradas altas doses ou tratamentos repetidos. Este quadro também pode estar associado a hipovolemia às vezes comuns nestes pacientes e à má hidratação.

O manitol diminui o risco de lesão renal aguda, pela indução da diurese osmótica. A toxicidade cumulativa da CDDP não pode ser prevista, mas está relacionada com o número de ciclos de tratamento e à quantidade de droga administrada; muitos pacientes com cursos múltiplos de CDDP apresentam uma redução significativa de 30 a 60% do clearance de creatinina.

Distúrbios eletrolíticos

Hipomagnesemia, hipocalcemia, hipopotassemia e hipofosfatemia têm sido relatadas e parecem ser devidas às lesões tubulares, agudas ou crônicas.

Neurotoxicidade

É observada em todos os pacientes em grau subclínico após cursos repetidos, tornando-se significativa nos regimes em altas doses.

Ototoxicidade

Está relacionada com lesão neuronal no órgão de Corti, ocorrendo com mais frequência nos pacientes idosos e com lesões auditivas prévias. Manifestase por zumbidos e perda da audição para as faixas de alta-frequência (4000-8000 Hz), podendo ser uni ou bilateral. É geralmente irreversível.

Hematológicas

Esquemas intermitentes têm apresentado alguma toxicidade sobre os leucócitos e plaquetas (graus WHO) ao redor dos 14 dias, mas de grau leve e reversível.

As doses cumulativas influenciam o desenvolvimento de anemia, devida provavelmente a um mecanismo de envenenamento enzimático por metal pesado.

Náuseas e vômitos

Ocorrem em quase todos os pacientes.

Outras

Alergia, anemia hemolítica, exantema cutâneo, hiper-uricemia, convulsões e distúrbios cardíacos têm sido referidas com o uso da cisplatina. Reações do tipo anafiláticas caracterizadas por edema facial, broncoconstrição, taquicardia e hipotensão podem ocorrer dentro de minutos após a administração e devem ser tratadas com epinefrina intravenosa e corticóide ou anti-histamínicos.

Carcinogenicidade

Os processos malignos secundários são possivelmente efeitos retardados de muitos antineoplásicos, embora ainda não esteja claro se este efeito está relacionado com a ação mutagênica ou imunossupressora. Também não se conhece o efeito da dose e da duração do tratamento, embora pareça aumentar o risco com o tratamento a longo prazo. Embora as informações ainda sejam escassas, os dados disponíveis parecem indicar que os riscos de carcinogenicidade são maiores com os agentes alquilantes.

Mutagenicidade

A cisplatina é mutagênica em bactérias e se tem demonstrado que produz alterações cromossômicas em culturas de tecidos de célula de animais.

Teratogenicidade

A cisplatina tem se mostrado embriotóxica e teratogênica em animais. A cisplatina pode aumentar os valores séricos do ácido úrico, uréia e creatinina, devido à sua nefrotoxicidade. Pode também acarretar uma diminuição do clearance de creatinina e das concentrações séricas de cálcio, magnésio, fosfato e potássio. Pode acarretar ainda uma leucopenia e trombocitopenia.

Uso na gravidez

A cisplatina pode ser tóxica para o trato urogenital fetal. Recomendase de um modo geral evitar, se possível, o uso de agentes antineoplásicos sobretudo durante o primeiro trimestre da gravidez, principalmente quando utiliza-se a terapia combinada. Portanto, devido à escassez de dados quanto à sua utilização durante a gravidez, o médico quimioterapeuta deve avaliar os riscos e benefícios de sua utilização, levando em consideração o potencial mutagênico, teratogênico e carcinogênico destes medicamentos.

Lactação

Ainda não se dispõe de informações suficientes referentes à excreção de antineoplásicos no leite materno, portanto não se recomenda a lactação durante o uso de cisplatina devido aos possíveis riscos para o lactente.

Uso pediátrico

Os efeitos ototóxicos de cisplatina podem ser mais graves nas crianças.

Cada mL de solução injetável contém:

Cisplatina 0,5 mg
Veículo q.s.p 1 mL

A utilização de infusão contínua, infusão prolongada, doses pequenas repetidas e boa hidratação, bem como o manitol, têm sido sugeridos com o intuito de se minimizar a insuficiência renal proveniente de superdoses.

Os níveis plasmáticos de anticonvulsivantes podem tornar-se subterapêuticos durante a terapia com cisplatina. Em um ensaio randomizado no câncer avançado de ovário, a duração da resposta foi negativamente afetada quando do uso de piridoxina com altretamina (hexametilmelanina) e cisplatina. Os efeitos nefrotóxicos e ototóxicos da cisplatina podem ser potencializados por medicamentos nefro ou ototóxicos (aminoglicosídeos, diuréticos de alça).

O efeito dos anticonvulsivantes pode ser diminuído se usados durante o tratamento com cisplatina. Álcool e ácido acetilsalicílico devem ser evitados durante o tratamento com cisplatina, devido ao aumento do risco de hemorragias gastrintestinais. Vacinas de vírus vivos não devem ser utilizadas durante o tratamento com cisplatina.

A estabilidade da cisplatina é adversamente afetada na presença de bissulfito, metabissulfito, bicarbonato de sódio e fluoruracila.

Resultados de Eficácia


Tumores metastáticos do testículo

Popadiuk et al. (2006) analisaram um estudo multicêntrico realizado desde 1998 envolvendo 31 meninos de um mês a 18 anos de idade (média de 14 anos) com tumores testiculares malignos. Quatro desses pacientes foram excluídos da análise, uma vez que três já haviam sido tratados e um morreu no segundo dia de hospitalização. Vinte e sete meninos foram submetidos à cirurgia (orquiectomia), nas quais 26 foram primárias (81% completas) e três secundárias (100% completas). Do total dos pacientes 33% não receberam quimioterapia após a cirurgia, em 41% foi administrado o protocolo de tratamento vimblastina, bleomicina e cisplatina e em 26% o protocolo de tratamento etoposídeo, ifosfamida e cisplatina. Dois pacientes também receberam o protocolo adriamicina, bleomicina e carboplatina. Dentre as 26 crianças com tumores de células germinativas, 25 (96%) permaneceram vivas e 23 (88%) apresentaram primeira remissão após o término do tratamento. Uma criança faleceu devido à metástase do sistema nervoso central.

Duas crianças tiveram reincidência local tratadas com quimioterapia ou cirurgia com bons resultados. A média de acompanhamento foi de 45 meses. A eficácia e toxicidade de terapia utilizando etoposídeo e cisplatina em pacientes com tumores metastáticos de células germinativas foram investigadas por Shintaku et al. (2002). O estudo envolveu 18 pacientes com tumores metastáticos de células germinativas (seis seminomas e 12 não seminomas, estágio II 8, estágio IIIA 2, estágio IIIB 6, estágio IIIC 2) tratados com três a cinco ciclos de indução com regime etoposídeo e cisplatina. Foram administrados 100 mg/m2 de etoposídeo e 20 mg/m2 de cisplatina nos dias 1 a 5 e repetido a partir do dia 21. Depois da obtenção de níveis normais dos marcadores tumorais, foram realizados um ou dois ciclos adicionais de etoposídeo e cisplatina. Ao final do tratamento, quatro dos 18 pacientes (22%) alcançaram remissão completa e 14 pacientes (78%), remissão parcial. Destes últimos, sete foram tratados com excisão dos tumores residuais e alcançaram remissão completa; outros quatro pacientes que alcançaram remissão parcial seguiram sem excisão cirúrgica e não demonstraram evidências de progressão da doença; e outros três pacientes que receberam quimioterapia de resgate, com ou sem cirurgia adjuvante, resultaram em remissão completa de dois pacientes e remissão parcial de um paciente.

Ao final do estudo, 13 pacientes (72%) que alcançaram remissão completa permaneceram vivos e livres da doença, e cinco pacientes (28%) apresentaram remissão parcial e permaneceram vivos com marcadores tumorais negativos sem evidência de recidiva. Loehrer et al. (1998) estudaram a efetividade da combinação de vimblastina, ifosfamida e cisplatina em tratamento de segunda linha de pacientes com tumores de células germinativas. Foram avaliados 135 pacientes com doença progressiva após terapia baseada na combinação cisplatina e etoposídeo. Dos pacientes avaliados 67 (49,6%) apresentaram-se livres da doença após o tratamento. Foi concluído que esse esquema é capaz de produzir respostas duráveis nesses pacientes. González et al. (1995) analisaram um estudo clínico para avaliar a eficácia de fármacos quimioterápicos para as neoplasias de células germinativas. O protocolo utilizou cisplatina, bleomicina, vincristina e etoposídeo em doses semanais por seis ciclos. Foi estabelecida uma eficácia de 71% após quimioterapia, com 86% de respostas completas, 14% de respostas parciais e uma média de recaídas de 28%.

Foi observada uma tolerância adequada com toxicidade mínima, estatisticamente significativa, apenas para leucócitos e eritrócitos, pois esse protocolo demonstrou ser menos tóxico e mais seguro que outros esquemas, requerendo menor hospitalização (média de dois dias por ciclo), com redução de custos. Em uma análise retrospectiva de 229 pacientes com tumores disseminados de células germinativas recebendo o regime de cisplatina, vimblastina e bleomicina com ou sem doxorrubicina, Roth et al. (1988) observaram resposta completa em 175 pacientes (76,4%) que utilizaram apenas quimioterapia ou que foram submetidos à cirurgia adjuvante. Em uma média de 102,3 meses de acompanhamento (73 a 144 meses), 147 pacientes (64,2%) permaneceram vivos, e 146 ficaram livres da doença. A probabilidade estimada de sobrevida em 12 anos foi de 65% e a probabilidade estimada de sobrevida livre de recidiva, para os pacientes que obtiveram respostas completas, foi de 83,5%.

Williams et al. (1987) observaram em um estudo com 244 homens com tumor disseminado de células germinativas avançado que o regime cisplatina, etoposídeo e bleomicina foi mais eficaz que o regime cisplatina, vimblastina e bleomicina, além de apresentar menos toxicidade neuromuscular. O esquema utilizado consistiu de cisplatina 20 mg/m2 por cinco dias, bleomicina 30 unidades nos dias 2, 9 e 16 e vimblastina 0,15 mg/kg nos dias 1 e 2 ou etoposídeo 100 mg/m2 nos dias 1 a 5. Todos os pacientes receberam quatro ciclos em intervalos de três semanas.

Verificou-se que 74% dos pacientes que receberam o regime cisplatina, vimblastina e bleomicina e 83% que receberam o regime cisplatina, etoposídeo e bleomicina permaneceram livres da doença, com ou sem cirurgia subsequente. Protocolos com doses reduzidas de vimblastina (0,2 a 0,4 mg/kg/dose) associada à cisplatina com bleomicina promoveram bons índices de respostas (remissões completas de 71% a 97%) e com baixa toxicidade, segundo observações de Pizzocaro et al. (1986) e Stoter et al. (1986). Pizzocaro et al. (1985) verificaram em um estudo clínico utilizando o esquema cisplatina, etoposídeo e bleomicina, com ou sem cirurgia, remissão completa em 37 dos 40 pacientes (92,5%) com tumores testiculares de células germinativas. Os pacientes receberam cisplatina 20 mg/m2 nos dias 1 a 5, etoposídeo 100 mg/m2 nos dias 1 a 5 e bleomicina 18 mg/m2 nos dias 2, 9 e 16, sendo que os ciclos foram repetidos em intervalos de quatro semanas e nenhum dos pacientes recebeu quimioterapia ou radioterapia anteriormente. O regime cisplatina, etoposídeo e bleomicina produziu remissão completa em 25 dos 40 pacientes (62,5%). A cirurgia produziu resposta completa em outros 12 pacientes (30%), atingindo um índice de resposta completa global de 92,5%.

Tumores metastáticos do ovário

Brandão et al. (1991) avaliaram 25 casos de pacientes com tumor germinativo de ovário tratados com quimioterapia à base de cisplatina. Para avaliação da sobrevida, os casos foram separados em grupos de sete pacientes com estádio I, sendo que cinco delas estavam livres de doença e em observação de 16 a 86 meses; grupo de cinco pacientes com disgerminoma avançado, estando três em remissão completa, dez a 54 meses após o tratamento; grupo de 13 pacientes com tumor que não o disgerminoma e com doença residual após a primeira cirurgia. De 26 a 91 meses após o término da quimioterapia, sete pacientes obtiveram respostas objetivas e quatro permaneceram vivas e bem.

De nove casos com doença muito avançada, duas permaneceram vivas e bem. Os resultados sugerem que pacientes com estádio clínico I, com doenças residuais após a primeira cirurgia menores que 5 cm e com histologia de disgerminoma obtiveram melhora de prognóstico. Em um estudo fase II realizado entre 1981 e 1986, Gershenson et al. (1987) analisaram oito pacientes com tumores do estroma ovariano metastáticos para determinar a eficácia do regime quimioterápico combinando cisplatina, doxorrubicina e ciclofosfamida. As pacientes receberam cisplatina 40-50 mg/m2 intravenosa (IV), doxorrubicina 40-50 mg/m2 IV e ciclofosfamida 400-500 mg/m2 IV, todos no dia 1 a cada 28 dias, com média de seis ciclos (faixa de quatro a 14). A idade média era de 43 anos (faixa de 24 a 65 anos).

Três pacientes (38%) obtiveram resposta completa e duas pacientes (25%) resposta parcial, sendo o índice de resposta global de 63%. A toxicidade foi mínima. Quatro pacientes permaneceram livres da doença em um período de avaliação de 13 a 48 meses, uma paciente permaneceu viva com a doença aos seis meses, e três pacientes tiveram óbito devido ao tumor em quatro, 17 e 36 meses, a partir do início da quimioterapia.

Carcinoma avançado da bexiga

Merrin (1978), em um estudo piloto com 19 pacientes com câncer de bexiga, analisou a eficácia da cisplatina como agente único para o tratamento de carcinoma de células transicionais. Dos pacientes envolvidos, 14 tinham lesões estágio D, três em estágio C e dois pacientes tinham tumores em estágio B. Os pacientes receberam cisplatina 1 mg/kg misturado com 2.000 cc de dextrose a 5% em um terço de solução salina normal; 37,5 mg de manitol e 40 mEq de cloreto de potássio em uma infusão lenta durante seis a oito horas por semana nas primeiras seis semanas e depois a cada três semanas. Nos pacientes com a doença em estágio D foram observadas uma remissão clínica completa, sete remissões clínicas parciais, uma resposta objetiva mínima e uma resposta subjetiva, sendo que quatro pacientes não responderam ao tratamento. Não foram observadas respostas nos três pacientes em estágio C. Nos pacientes em estágio B foi observada uma remissão parcial e uma resposta objetiva mínima. Dos 19 pacientes envolvidos no estudo foi observado um total de nove pacientes (47%) com respostas objetivas (remissão completa e remissão parcial). A duração das respostas variou de dois a dez meses (média de 4,8 meses). Foi concluído que a cisplatina tem um alto grau de eficácia contra o carcinoma de células transicionais da bexiga.

Carcinomas espinocelulares de cabeça e pescoço

Um estudo utilizando a combinação de vários fármacos para o tratamento de pacientes com carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço metastático ou em recidiva foi analisado por Chang et al. (2008). Foram envolvidos 28 pacientes, que receberam: cisplatina 40 mg/m2/d em infusão contínua durante 24 horas no dia 1; alta dose de fluoruracila 2000 mg/m2/d e ácido folínico 100 mg/m2/d em infusão contínua durante 48 horas nos dias 1 e 2; metotrexato 40 mg/m2/d em infusão em bolus quatro horas antes da fluoruracila e do ácido folínico no dia 1. O tratamento foi repetido a cada duas semanas em um ciclo. O índice de resposta global foi de 25%, sendo que 14% dos pacientes apresentaram doença estável. Análise do subgrupo demonstrou significativa melhora da sobrevida global (12,0 meses versus 5,3 meses, p<0,001). Kim et al. (2005) avaliaram a eficácia e segurança do uso simultâneo de radioterapia com capecitabina e cisplatina em pacientes com carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço localmente avançado.

No total, 37 pacientes em estágios III ou IV foram envolvidos no estudo. A quimioterapia consistiu de dois ciclos de cisplatina intravenosa de 80 mg/m2 no dia 1 e capecitabina oral de 825 mg/m2 duas vezes ao dia, do dia 1 ao 14 em intervalos de três semanas. A radioterapia (1,8 a 2,0 Gy1 fração/d para uma dose total de 70 a 70,2 Gy) foi aplicada no sítio tumoral e no pescoço. Após a quimioradioterapia, foram confirmadas 29 respostas completas (78,4%) e seis respostas parciais (16,2%). Em uma duração média de acompanhamento de 19,8 meses, os índices estimados de sobrevida global e de sobrevida livre de progressão em dois anos foram de 76,8% e 57,9%, respectivamente. Shin et al. (1998) observaram em estudo clínico com 53 pacientes com carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço, recorrente ou metastático um índice de resposta global de 58%, sendo 17% de resposta completa e 40% parcial, mediante esquema terapêutico combinado de paclitaxel, ifosfamida e cisplatina.

O regime foi administrado com paclitaxel 175 mg/m2 e cisplatina 60 mg/m2 no dia 1, e ifosfamida 1000 mg/m2 nos dias 1 a 3; este ciclo foi repetido a cada três ou quatro semanas. As respostas completas duraram em média 4,9 meses. Entre os pacientes que apresentaram metástase à distância, com ou sem recidiva loco-regional, o índice de resposta foi significativamente superior em comparação aos pacientes só com recidiva loco-regional (p = 0,003). A média de sobrevida foi de oito meses, com 42,1% dos pacientes vivos em um ano e 17,9% vivos em dois anos. Gebbia et al. (1997) analisaram estudo fase II envolvendo 60 pacientes, a maioria (78%) com doença estádio IV, com carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço localmente avançado irressecáveis, não tratados previamente. Os pacientes receberam cisplatina 80 mg/m2 no dia 1, fluoruracila 600 mg/m2 nos dias 2 a 5, e vinorelbina 25 mg/m2 nos dias 2 e 8. Cada paciente recebeu uma média de 3,86 ciclos.

O índice de resposta global foi de 88%, com uma taxa de resposta completa 23% e 65% de resposta parcial. A doença foi estabilizada em 10% dos pacientes e a taxa de progressão foi de 2%. Os pacientes com doença N0-1 obtiveram respostas completas com mais frequência em relação aos pacientes com doença N2-3 (p = 0,037). Após tratamento loco-regional (radioterapia e/ou cirurgia), 58% dos pacientes estavam clinicamente livres da doença. A média de sobrevida livre da doença foi de 16 meses e a sobrevida global de 23 meses.

Em um estudo clínico, Gasparini et al. (1991) verificaram que o índice de resposta global de 100% foi alcançado em 35 pacientes (resposta completa de 75%) com câncer de cabeça e pescoço localmente avançado ou inoperável. O esquema utilizado foi cisplatina 80 mg/m2 seguida de radioterapia 60 a 70 Gy. As reações adversas mais comuns foram toxicidade gastrintestinal e hematológica. Segundo Dreyfuss et al. (1990), a administração de terapia combinada com ácido folínico, fluoruracila e cisplatina no tratamento dos estágios III e IV de carcinoma escamoso avançado de cabeça e pescoço produziu um índice de resposta clínica de 80%, com 23 dos 35 pacientes (66%) apresentando resposta completa. O esquema posológico usado foi cisplatina 25 mg/m2 nos dias 1 a 5; fluoruracila 800 mg/m2 nos dias 2 a 6; e ácido folínico 500 mg/m2 nos dias 1 a 6. O ciclo foi repetido a cada 28 dias e, dependendo da resposta, os pacientes receberam dois ou três ciclos de tratamento. Vokes et al. (1990) estudaram 31 pacientes com câncer de cabeça e pescoço avançado (estágio III e IV) que não haviam recebido tratamento prévio. O uso concomitante de cisplatina (100 mg/m2 no dia 1), fluoruracila (cinco dias de infusão contínua a 1000 mg/m2/d) e alta dose de ácido folínico oral (100 mg a cada quatro horas durante o período de infusão) resultou em 29% de índice de resposta completa, sendo o índice de resposta global de 84%.

Características Farmacológicas


A cisplatina é um complexo de metal pesado que contém um átomo central de platina, ligado a dois átomos de cloro e duas moléculas de amônia na posição cis, cujo peso molecular é 300,06.

Farmacodinâmica

A cisplatina é um medicamento antineoplásico com propriedades bioquímicas similares as dos agentes alquilantes bifuncionais. A cisplatina inibe a síntese do DNA pela produção de ligações cruzadas interfitas e intrafitas no DNA. As sínteses de proteínas e RNA também são inibidas, porém em menor extensão. Aparentemente não é específico do ciclo celular.

Farmacocinética

Após injeção em bolus ou infusão intravenosa de duas a sete horas, com doses variando de 50 a 100 mg/m2, a meia-vida plasmática da cisplatina é de aproximadamente 30 minutos. A razão entre a cisplatina e a platina total livre no plasma varia de 0,5 a 1,1 após uma dose de 100 mg/m2. A cisplatina não se liga de forma reversível às proteínas plasmáticas. Todavia, a platina presente na composição da cisplatina mantém-se ligada às proteínas plasmáticas. Estes complexos são lentamente eliminados, com uma meia-vida de cinco dias ou mais. Com doses de 20 a 120 mg/m2 de cisplatina, as concentrações de platina são mais altas no fígado, próstata, rins; um pouco mais baixas na bexiga, músculos, testículos, pâncreas e baço; e mais baixas nos intestinos, adrenais, coração, pulmões, cérebro e cerebelo. A platina permanece nos tecidos por até 180 dias após a última administração. Com exceção de tumores intracerebrais, as concentrações de platina nos tumores são geralmente mais baixas que as concentrações no órgão onde o tumor está localizado.

Diferentes sítios metastáticos no mesmo paciente podem ter diferentes concentrações de platina. Metástases hepáticas apresentam a mais alta concentração de platina, mas esta concentração é similar à concentração de platina no fígado normal. Após uma variação de doses administradas por injeção em bolus ou infusão até 24 horas aproximadamente, 10 a 40% da platina é eliminada pela urina em 24 horas. Recuperações urinárias médias de platina de forma semelhante são encontradas após administração diária por cinco dias consecutivos. A cisplatina inalterada constitui-se na maior parte da platina eliminada pela urina, após uma hora da administração. O clearance renal da cisplatina excede o clearance da creatinina.

O clearance renal da platina livre também excede o clearance da creatinina, não sendo linear e dependente da dose, da taxa de fluxo urinário e da variação individual da secreção tubular de absorção. Não existe relação entre o clearance renal da platina livre ou da cisplatina e o clearance da creatinina. Existe um potencial para o acúmulo da platina livre no plasma quando a cisplatina é administrada diariamente, mas isto não ocorre quando a administração é intermitente. Embora pequenas quantidades de platina estejam presentes na bile e no intestino delgado após a administração da cisplatina, a eliminação fecal da platina parece ser insignificante.

Conservar o produto em temperatura ambiente (15º - 30ºC) e ao abrigo da luz.

Prazo de validade: 24 meses (vide embalagem externa do produto).

Nunca use medicamento com prazo de validade vencido.

Reg. MS- 1.2214.0022

Resp. Téc.:
Maria Rita Maniezi
CRF-SP nº 9.960

Fabricado por:
Eurofarma Laboratórios Ltda.
Av. Vereador José Diniz, 3465 - Campo Belo - São Paulo - SP

Distribuído por:
Zodiac Produtos Farmacêuticos S/A.,
Sede: Rodovia Vereador Abel Fabrício Dias, 3.400
Pindamonhangaba - SP
C.N.P.J. 55.980.684/0001-27 - Indústria Brasileira
SAC: 0800 -166575

Venda sob prescrição médica.

Uso restrito a hospitais.


Especificações sobre o Tecnoplatin

Caracteristicas Principais

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Necessita de Receita:

Branca Comum (Dispensação Sob Prescrição Médica Restrito a Hospitais)

Principio Ativo:

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Especialidades:

Oncologia

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TECNOPLATIN É UM MEDICAMENTO. SEU USO PODE TRAZER RISCOS. PROCURE UM MÉDICO OU UM FARMACÊUTICO. LEIA A BULA. MEDICAMENTOS PODEM CAUSAR EFEITOS INDESEJADOS. EVITE A AUTOMEDICAÇÃO: INFORME-SE COM SEU MÉDICO OU FARMACÊUTICO.


Sobre a Zodiac

Desde 1991, a Zodiac Produtos Farmacêuticos se compromete com o bem-estar dos pacientes e em prestar apoio à eficácia da prática médica.

A empresa investe fortemente em pesquisa, com o objetivo de promover o acesso à saúde com excelência nos produtos comercializados e serviços prestados. Esse objetivo é cumprido com a ajuda de seu time forte, cuidadosamente selecionado e treinado.

A Zodiac vem crescendo para, cada vez mais, apresentar soluções inovadoras ao mercado. Atua em diversas áreas, como a de Oncologia, Dor, Urologia e Ginecologia. Em todas elas, possui credibilidade ímpar, devido a postura adotada: todos os seus profissionais são especialistas no que fazem.

Fonte: http://www.zodiac.com.br

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Registro Anvisa

1221400220025

1221400220017

Precisa de receita

Sim, precisa receita

Sim, precisa receita

Tipo da Receita

Branca Comum (Dispensação Sob Prescrição Médica Restrito a Hospitais)

Branca Comum (Dispensação Sob Prescrição Médica Restrito a Hospitais)

Código de Barras

7892953202234

7892953202227

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