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Bula do Tinidazol

Tinidazol, para o que é indicado e para o que serve?

Tinidazol é indicado nos seguintes casos:

Profilaxia

Profilaxia de infecções pós-operatórias causadas por bactérias anaeróbias, especialmente aquelas associadas às cirurgias colônicas, gastrintestinais e ginecológicas.

Tratamento das seguintes infecções

  • Infecções anaeróbias, tais como:
    • Infecções intraperitoneais: peritonite, abscessos;
    • Infecções ginecológicas: endometrite, endomiometrite, abscesso tubo-ovariano;
    • Septicemia bacteriana;
    • Infecções de cicatrizes no pós-operatório;
    • Infecções da pele e tecidos moles;
    • Infecções do trato respiratório superior e inferior, pneumonia, empiemia, abscesso pulmonar.
  • Vaginite inespecífica. Tricomoníase urogenital (masculina e feminina).
  • Giardíase.
  • Amebíase intestinal.
  • Amebíase extra intestinal, especialmente abscesso hepático amebiano.

Quais as contraindicações do Tinidazol?

O uso de Tinidazol é contraindicado a mulheres durante o primeiro trimestre da gravidez, lactantes, a pacientes portadores de distúrbios neurológicos e a pacientes com conhecida hipersensibilidade ao Tinidazol, outros derivados de 5-nitroimidazol ou a qualquer um dos componentes do produto. Assim como ocorre com outros fármacos de estruturas similares, Tinidazol também é contraindicado a pacientes que apresentam ou tenham histórico de discrasia sanguínea, embora não se tenha notado alterações hematológicas persistentes nos estudos clínicos ou em animais.

Como usar o Tinidazol?

Recomenda-se que Tinidazol oral seja administrado durante ou após as refeições.

Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.

Profilaxia

Prevenção de infecções pós-operatórias

Dose única de 2 g, cerca de 12 horas antes da cirurgia.

Tratamento

Infecções anaeróbias

Dose inicial de 2 g no primeiro dia, seguida de 1 g/dia em dose única, ou 500 mg duas vezes ao dia.

A duração do tratamento de 5 a 6 dias é geralmente adequada, no entanto, de acordo com o critério médico, a duração da terapêutica poderá variar, particularmente quando a erradicação da infecção em certas áreas for mais difícil.

A observação clínica e laboratorial regular é recomendada e considerada necessária quando a terapia durar mais de 7 dias.

Vaginite inespecífica

Vaginite inespecífica foi tratada com sucesso com dose única oral de 2 g. Maiores taxas de cura são obtidas com doses únicas diárias de 2 g durante 2 dias consecutivos (dose total de 4 g).

Tricomoníase urogenital

Quando a infecção por Trichomonas vaginalis for confirmada, é recomendado tratamento simultâneo do parceiro sexual.

Dose oral única de 2 g.

Giardíase

Dose oral única de 2 g.

Amebíase intestinal

Dose oral única diária de 2 g por 2 a 3 dias. Ocasionalmente, quando as três doses únicas diárias forem ineficientes, o tratamento pode ser continuado por até 6 dias.

Amebíase extra intestinal

Dose única diária de 2 g durante 3 dias consecutivos.

Em casos de abscesso hepático amebiano pode ser necessária a aspiração do pus, além do tratamento com Tinidazol. A dosagem total varia de 4,5 a 12 g, dependendo da virulência da Entamoeba histolytica. O tratamento deve ser iniciado com dose oral única diária de 1,5 a 2 g durante 3 dias. Ocasionalmente, quando as três doses únicas diárias forem ineficientes, o tratamento pode ser continuado por até 6 dias.

Uso na Insuficiência Renal

O ajuste da dose em pacientes com insuficiência renal geralmente não é necessário. No entanto, pelo Tinidazol ser facilmente removido por hemodiálise, os pacientes podem necessitar de uma dose adicional de Tinidazol para compensar.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Tinidazol com outros remédios?

Álcool

O uso concomitante de Tinidazol e álcool pode produzir reações do tipo dissulfiram e deve ser evitado.

Anticoagulantes

Medicamentos com estrutura química similar ao Tinidazol mostraram potencializar os efeitos dos anticoagulantes orais. O tempo de protrombina deve ser cuidadosamente monitorado e o ajuste da dose do anticoagulante deve ser feito se necessário.

Dissulfiram

Evitar o uso com dissulfiram, pois podem ocorrer efeitos confusionais e delírios.

Qual a ação da substância do Tinidazol?

Resultados de Eficácia


O Tinidazol apresenta eficácia no tratamento da amebíase causada pela Entamoeba histolytica.

O Tinidazol mostrou eficácia no tratamento de 18 de 20 pacientes com abscesso amebiano no fígado que apresentaram cura sem eventos adversos sérios.

A eficácia de Tinidazol foi demonstrada em estudos randomizados controlados por placebo no tratamento das vaginoses bacterianas.

O Tinidazol mostrou eficácia no tratamento de pacientes com giardíase em estudos comparativos com placebo.

A porcentagem de cura para vaginite inespecífica e tricomoníase urogenital é de 95%, para giardíase é de 92,8%, para amebíase intestinal é de 96,5% e para abscesso hepático amebiano é de 96%.

Referências Bibliográficas

1. Scragg, J. N.; Rubidge, C. J. & Proctor, E. M. Tinidazole in treatment of acute amoebic dysentery in children. Arch Dis Childhood, v. 51 p. 385-387, 1976.
2. Abiose, P. A.; Olupitan, S. B. & Yousuf, M. Tinidazole in the treatment of amoebic liver abscess. Curr Ther Res, v. 20 p. 32-35, 1976.
3. Carmona, O.; Silva, H. & Acosta, H. Vaginitis due to Gardnerella vaginalis treatment with tinidazole. Curr Ther Res, a v. 33 p. 898-904, 1983.
4. Ekgren, J.; Norling, B. K.; & Degre, M. Comparison of tinidazole given as a single dose and on 2 consecutive days for the treatment of nonspecific bacterial vaginosis. Gynecol Obstet Invest, v. 26 p. 313-317, 1988.
5. Masry, Nae.; Farid, Z.; & Miner, F. Treatment of giardiasis with tinidazole. Am J Trop Med Hyg, v. 27, p. 201-202, 1978.

Características Farmacológicas


Propriedades Farmacodinâmicas

O Tinidazol é um derivado de 5-nitroimidazol de um composto imidazólico substituído e possui atividade antimicrobiana contra bactérias anaeróbias e protozoários. Acredita-se que o mecanismo de ação do Tinidazol contra bactérias anaeróbias e protozoários envolve a penetração do fármaco no interior da célula do microrganismo com subsequente destruição da cadeia de DNA ou inibição de sua síntese.

O Tinidazol é ativo contra protozoários e bactérias anaeróbias obrigatórias. A atividade contra protozoários inclui Trichomonas vaginalis, Entamoeba histolytica e Giardia lamblia.

O Tinidazol é ativo contra Gardnerella vaginalis e a maioria das bactérias anaeróbias incluindo: Bacteroides fragilis, Bacteroides melaninogenicus, Bacteroides spp., Clostridium spp., Eubacterium spp., Fusobacterium spp., Peptococcus spp., Peptostreptococcus spp. e Veillonella spp.

Propriedades Farmacocinéticas

Absorção

O Tinidazol é rápida e completamente absorvido após administração oral. A absorção sistêmica da forma farmacêutica vaginal é mínima em 10% quando comparado com a administração oral. Em estudos em voluntários sadios recebendo 2 g de Tinidazol oral, foram alcançados níveis de pico plasmático de 40-51 mcg/mL dentro de 2 horas e diminuíram para 11-19 mcg/mL em 24 horas.

Voluntários sadios que receberam 800 mg e 1600 mg de Tinidazol intravenoso durante 10-15 minutos, alcançaram concentrações de picos plasmáticos entre 14 a 21 mcg/mL para a dose de 800 mg e uma média de 32 mcg/mL para a dose de 1600 mg. Após 24 horas da infusão, níveis plasmáticos de Tinidazol diminuíram para 4 a 5 mcg/mL e 8,6 mcg/mL, respectivamente, justificando a posologia de dose única diária.

Os níveis plasmáticos diminuem lentamente e o Tinidazol pode ser detectado no plasma em concentrações de 0,5 mcg/mL 72 horas após infusão e até 1 mcg/mL 72 horas após administração oral. A meia-vida de eliminação plasmática de Tinidazol está entre 12-14 horas.

Distribuição

O Tinidazol é amplamente distribuído em todos os tecidos corporais e atravessa a barreira encefálica, obtendo concentrações clinicamente eficazes em todos os tecidos. O volume aparente de distribuição é de aproximadamente 50 litros. Cerca de 12% de Tinidazol plasmático está ligado a proteínas plasmáticas.

Eliminação

O Tinidazol é excretado pelo fígado e rins. Estudos em voluntários sadios demonstraram que após 5 dias, 60 a 65% de uma dose administrada é excretada pelos rins, sendo 20 a 25% da dose excretada como fármaco inalterado. Até 5% da dose administrada é excretada nas fezes.

Estudos em pacientes com insuficiência renal (clearance de creatinina < 22 mL/min) indicam que não existe alteração estatisticamente significante nos parâmetros farmacocinéticos de Tinidazol nestes pacientes.

Dados de Segurança Pré-Clínicos

Toxicidade de dose repetida

Um estudo de toxicologia de dose repetida foi realizado em cães beagle usando dosagem oral de Tinidazol a 100 mg/kg/dia, 300 mg/kg/dia e 1000 mg/kg/dia por 28 dias. No dia 18 do estudo, a dose mais elevada foi reduzida para 600 mg/kg/dia devido a sinais clínicos graves. Os dois efeitos relacionados com o composto observados nos cães tratados com Tinidazol foram aumento da atrofia do timo em ambos os sexos a médias e altas doses, e atrofia da próstata em todas as doses nos machos. Foi determinado um nível de efeito adverso não observado (NOAEL) de 100 mg/kg/dia para as fêmeas. Não foi identificado NOAEL para os homens devido à atrofia mínima da próstata a 100 mg/kg/dia (aproximadamente 0,9 vezes a dose humana mais elevada com base nas comparações da AUC plasmáticas).

Mutagenicidade/carcinogenicidade

O Tinidazol mostrou alguma evidência de potencial mutagênico. Em um ensaio de mutagenicidade in vitro, o Tinidazol foi mutagênico em TA 100, teste de cepa S. typhimurium com e sem o sistema de ativação metabólica.

O Tinidazol foi negativo para mutagenicidade em um sistema de cultura de células de mamíferos utilizando células pulmonares de hamster chinês V79 (HGPRT sistema de teste) e negativo para genotoxicidade no ovário de hamster chinês (CHO) teste de troca de cromátides irmãs. O Tinidazol foi positivo para genotoxicidade in vivo no teste de micronúcleo do rato.

Os estudos de carcinogenicidade do Tinidazol em ratos, camundongos ou hamsters não foram relatados. No entanto, o metronidazol, um nitroimidazol quimicamente relacionado, tem sido relatado como carcinogênico em camundongos e ratos, mas não em hamsters. Em vários estudos, o metronidazol mostrou evidência de tumorigênese pulmonar, hepática e linfática em camundongos e tumores mamários e hepáticos em ratas.

Toxicidade reprodutiva

O Tinidazol não causou malformações em camundongos ou ratos. Um estudo de toxicidade de desenvolvimento embrionário-fetal em camundongas grávidas não indicou toxicidade embriofetal no nível de dose mais elevado de 2.500 mg/kg (aproximadamente 6 vezes a dose terapêutica humana mais elevada com base nas conversões da área de superfície corporal). Num estudo de toxicidade de desenvolvimento embrio-fetal em ratas grávidas, observou-se uma viabilidade embrio-fetal reduzida a 500 e 2000 mg/kg/dia e observou-se atraso de crescimento (redução do peso fetal e aumento das variações esqueléticas) a 500 mg/kg/dia (aproximadamente 2 vezes a dose terapêutica humana mais alta com base nas conversões da área de superfície corporal). Num estudo de toxicidade de desenvolvimento em ratas prenhes com doses de GD 1-21 as quais foram permitidas parir e criar sua prole, foi observada uma maior incidência de mortalidade fetal a 600 mg/kg; o NOAEL para toxicidade no desenvolvimento foi de 300 mg/kg.

Num estudo de fertilidade masculina em ratos tratados com Tinidazol, a fertilidade masculina foi reduzida para 600 mg/kg/dia. A degeneração dos túbulos seminíferos nos testículos nos testes com efeitos correspondentes nas medidas espermatogênicas foi observada nos níveis de dose de 300 e 600 mg/kg/dia. O NOAEL para efeitos testiculares e espermatogênicos foi de 100 mg/kg/dia (aproximadamente 0,5 vezes a dose terapêutica humana mais elevada com base nas conversões da área de superfície corporal). Em outro estudo de fertilidade, observouse uma redução da fertilidade em ratos a 300 mg/kg/dia e em ratas a 150 e 300 mg/kg/dia após 20 dias de administração da dose.

Fontes consultadas

Fonte: Bula do Profissional do Medicamento Pletil®.

Fonte: Bula do Profissional do Medicamento Pletil®.

Doenças relacionadas

O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 13 de Fevereiro de 2020.

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 13 de Fevereiro de 2020.

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