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Bula do Tecnocarb

Princípio Ativo: Carboplatina

Classe Terapêutica: Compostos Antineoplásicos De Platina

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 20 de Fevereiro de 2024.

Tecnocarb, para o que é indicado e para o que serve?

Tecnocarb é indicado no tratamento inicial de carcinoma de ovário ou no tratamento secundário, como paliativo após quimioterapias, inclusive com cisplatina. Também é indicado no tratamento de carcinoma de pequenas células de pulmão e no carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço e no tratamento de outros tipos de tumores sólidos. Foram observadas respostas signifcativas quando a carboplatina foi empregada no tratamento no carcinoma de colo uterino.

Frequentemente, Tecnocarb é utilizado em combinação com outros agentes quimioterápicos em várias indicações, como com paclitaxel no tratamento do câncer avançado de ovário.

Como o Tecnocarb funciona?

Tecnocarb é um composto de platina que apresenta propriedades antitumorais. Tecnocarb apresenta propriedades bioquímicas que produzem ligações cruzadas no DNA.

A platina da carboplatina liga-se às proteínas do sangue e é lentamente eliminada, com uma meia-vida de 5 dias. A principal via de eliminação da carboplatina é a renal.

Quais as contraindicações do Tecnocarb?

Tecnocarb é contraindicado em pacientes com histórico de reações alérgicas graves a carboplatina ou a outros compostos que contenham platina ou manitol.

Tecnocarb não deve ser utilizado por pacientes portadores de insufciência grave dos rins, pacientes com depressão grave de medula óssea e por pacientes com tumores que apresentem hemorragia.

Como usar o Tecnocarb?

Tecnocarb é um medicamento de uso restrito a hospitais e administrado unicamente por infusão intravenosa. O esquema posológico e o plano de tratamento deverão ser determinados pelo seu médico, de acordo com a necessidade do paciente. Para mais informações sobre a posologia deste medicamento, consulte seu médico ou a bula específca para profssional de saúde.

Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento.

Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.

Não use o medicamento com o prazo de validade vencido. Antes de usar observe o aspecto do medicamento.

Quais cuidados devo ter ao usar o Tecnocarb?

Tecnocarbdeve ser administrado sob a supervisão de um profssional de saúde qualifcado e experiente no uso de agentes quimioterápicos antineoplásicos.

O tratamento de Tecnocarb com antibióticos aminoglicosídeos pode provocar maior toxicidade renal e auditiva.

Em pacientes pediátricos, a combinação de Tecnocarb com outros medicamentos tóxicos ao aparelho auditivo pode provocar perda signifcativa da audição.

Doses muito elevadas de Tecnocarb poderão provocar anormalidades nas funções renal e hepática.

Você poderá apresentar náuseas e vômitos que poderão ser mais graves em pacientes previamente tratados com cisplatina.

Advertências

Seu médico pode solicitar regularmente exames para verifcação de contagens sanguíneas (hemograma), bem como testes funcionais dos rins e fígado. O tratamento poderá ser descontinuado caso ocorra depressão anormal da medula óssea ou funcionamento anormal dos rins e fígado.

Reações Alérgicas

Após a administração de Tecnocarb você poderá apresentar reações alérgicas, e estas podem ser controladas com terapia adequada. Há um maior risco de reações alérgicas, incluindo anaflaxia em pacientes anteriormente expostos à terapia com platina.

Toxicidade Sanguínea

Alterações dos componentes sanguíneos, tais como diminuição de células brancas, neutróflos e plaquetas são dependentes e limitantes da dose de Tecnocarb. De acordo com avaliação médica, poderá ser solicitado monitoramento constante do sangue periférico. Se você apresentar anemia poderá ser solicitado uma transfusão sanguínea durante o tratamento.

A gravidade da depressão da medula óssea é maior em pacientes que passaram por tratamento anterior (em particular com cisplatina) e/ou em pacientes com função renal alterada.

Toxicidade no Sistema Nervoso

Embora rara, a toxicidade no sistema nervoso é mais frequente em pacientes com mais de 65 anos de idade e/ou pacientes previamente tratados com cisplatina. Raramente pacientes com insufciência nos rins recebendo doses maiores, podem apresentar distúrbios visuais, como perda de visão, que se recuperam totalmente ou a um grau signifcativo dentro de semanas após a interrupção dessas altas doses.

Carcinogênese e Mutagênese

A carboplatina demonstrou ter potencial em provocar mutação, ou seja, uma variação brusca que ocorre em indivíduos aparentemente normais. O potencial da carboplatina em provocar câncer não foi determinado, porém compostos com mecanismos de ação e com potencial em provocar mutação estão relacionados com carcinogênicos.

Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Tecnocarb?

Alterações sanguíneas

A depressão da medula óssea é a toxicidade dose-limitante de Tecnocarb.

Você poderá apresentar diminuição de plaquetas e células brancas do sangue e a toxicidade na medula óssea poderá ser mais grave em pacientes anteriormente tratados com cisplatina e em pacientes com a função renal prejudicada.

Durante o tratamento com Tecnocarb você poderá apresentar anemia com baixa taxa de hemoglobina.

Gastrointestinais

Após a administração de Tecnocarb você poderá apresentar vômitos e náuseas, que normalmente desaparecem dentro de 24 horas após o tratamento e geralmente respondem aos medicamentos antieméticos (que detém o vômito), podendo ser também prevenidos.

Outros efeitos colaterais gastrointestinais consistem em dor, diarréia, prisão de ventre e diminuição do apetite.

Neurológicos

Pacientes que receberam Tecnocarb, poderão apresentar doenças do sistema nervoso, toxicidade no aparelho auditivo e principalmente sensação anormal dos sentidos e sensibilidade.

A frequência total dos efeitos colaterais neurológicos pode ser maior em pacientes recebendo Tecnocarb em combinação, o que deve estar relacionado com a longa exposição cumulativa.

Renais

Com a administração de Tecnocarb, você poderá apresentar redução da função dos rins, entretanto a ocorrência desta redução é pouco comum.

Eletrólitos

Você poderá apresentar diminuição dos níveis sanguíneos de sódio, potássio, cálcio e magnésio.

Hepáticas

Pacientes recebendo doses elevadas de Tecnocarb para transplante de medula óssea podem apresentar alterações signifcativas da função do fígado, porém, pacientes com valores basais normais podem, também, apresentar estas alterações.

Reações Alérgicas

Pode ocorrer hipersensibilidade ao Tecnocarb sendo caracterizada por erupções cutâneas, urticária, eritema, prurido, broncoespasmos (raramente) e diminuição da pressão arterial.

Reações do tipo anafláticas podem ocorrer minutos após a administração da droga.

Reações no Local da Injeção

Você poderá apresentar reação no local da injeção, incluindo vermelhidão, inchaço, dor e necrose associada com o extravasamento.

Outros

Poderão ocorrer efeitos adversos sobre os sistemas: respiratório, cardiovascular e genituriná-rio, da mucosa, cutâneos e musculoesqueléticos. Em baixas porcentagens, poderão ocorrer óbitos por complicações cardiovasculares, e não está claro se estas mortes estão relacionadas à quimioterapia ou a doenças concomitantes.

Poderá ocorrer aumento da pressão arterial, fadiga muscular e queda de cabelo.

População Especial do Tecnocarb

Uso durante a gravidez

Quando administrado em mulheres grávidas, a carboplatina pode causar danos fetais. A carboplatina demonstrou ser tóxica ao embrião e com potencial em provocar anomalia fetal. Durante o tratamento com Tecnocarb, as pacientes devem evitar a gravidez devido ao risco potencial para o feto.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.

Uso durante a amamentação

Devido ao potencial da carboplatina em provocar reações adversas em bebês que estejam recebendo leite materno, deve-se decidir por interromper a amamentação ou descontinuar o uso da droga, de acordo com a orientação médica e levando-se em consideração a importância da droga para a mãe.

Uso em crianças 

A segurança e a efcácia em pacientes pediátricos não foi sistematicamente estudada.

Uso em idosos

Pacientes idosos são mais suscetíveis ao desenvolvimento de alterações de células sanguíneas e toxicidade no sistema nervoso central, como a depressão da medula óssea, que neste caso pode ser mais grave.

Qual a composição do Tecnocarb?

Cada frasco de Tecnocarb 150 mg contém:

Carboplatina 150 mg
Manitol 150 mg

Cada frasco de Tecnocarb 450 mg contém:

Carboplatina 450 mg
Manitol 450 mg

 

Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Tecnocarb maior do que a recomendada?

Não há antídoto conhecido para a superdose de carboplatina. As complicações precoces de superdose podem estar relacionadas à depressão da medula óssea bem como a danos às funções dos rins e fígado.

Devido ao uso de Tecnocarb em doses maiores que as recomendadas, poderá ocorrer perda de visão.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Tecnocarb com outros remédios?

A Carboplatina é, na maioria das vezes, utilizada em combinação com fármacos antineoplásicos que possuem efeitos citotóxicos similares. Nessas circunstâncias, é provável a ocorrência de toxicidade aditiva. O uso concomitante de Carboplatina e outros agentes mielossupressores ou radioterapia pode potencializar a toxicidade hematológica.

Uma incidência aumentada de vômitos tem sido relatada quando a Carboplatina e outros fármacos emetogênicos são administrados concomitantemente ou quando a Carboplatina é administrada a pacientes recebendo terapia emetogênica prévia.

A administração concomitante de Carboplatina e aminoglicosídeos resulta em risco aumentado de nefrotoxicidade e/ou ototoxicidade, e os fármacos devem ser utilizados concomitantemente com cautela. O uso de outros fármacos nefrotóxicos resulta em potencialização dos efeitos renais pela Carboplatina.

A Carboplatina interage com o alumínio levando à formação de um precipitado preto composto por platina e com perda da potência. Kits de infusão intravenosa, agulhas, cateteres e seringas contendo alumínio não devem ser utilizados para administração.

Foi observada uma diminuição nos níveis séricos de fenitoína com a administração concomitante de Carboplatina e fenitoína/fosfenitoína. Isso pode levar à exacerbação das convulsões.

Qual a ação da substância do Tecnocarb?

Resultados de Eficácia


Oitenta e oito pacientes com câncer epitelial de ovário fase IIB – III foram randomizadas para receber em primeira linha cisplatina como agente único (100 mg/m2) mensal ou Carboplatina (400mg/m2) mensal por até 5 ciclos.

Crossover para o análogo inverso ocorreu com a progressão ou a falta de resposta. O número mediano de episódios de vômitos por ciclo com cisplatina foi 16 e com Carboplatina 2 (p < 0,001). No braço cisplatina 27/40 (67,5 %) desenvolveram toxicidade renal leve, 9/40 (22,5%) neurotoxicidade OMS grau 1 e 18/40 (45%) evidência de ototoxicidade em audiometria. No braço Carboplatina não foi observada neuro ou ototoxicidade e 1/40 (2,5%) desenvolveram toxicidade renal OMS grau 1. Mielossupressão e anemia foram mais comuns com Carboplatina, mas apenas um episódio de trombocitopenia grau IV foi visto com a primeira linha de Carboplatina. A taxa de resposta clínica (CR + PR) para a cisplatina foi de 19/40 e para Carboplatina 27/40. A sobrevida para o grupo cisplatina em 24 meses foi de 50% e para o grupo de Carboplatina 58%, sem diferença significativa. A Carboplatina parece ser menos tóxica do que a cisplatina, com taxas de sobrevida e resposta semelhantes.

Um estudo de fase III (n=637) comparou a dose convencional de paclitaxel e Carboplatina administrados a cada 3 semanas versus a administração dose-densa semanalmente de paclitaxel combinado com a administração de Carboplatina (AUC = 6) a cada 3 semanas em pacientes com câncer epitelial avançado de ovário, câncer de trompa de falópio ou câncer peritoneal primário. A mediana de Sobrevida Livre de Progressão (SLP), desfecho primário deste estudo, foi substancialmente melhorada no grupo de tratamento com dose-densa (28 vs 17,2 meses, Hazard Ratio (HR) 0.71, IC 95% 0.58-0.88, P = 0.0015). A Sobrevida Global (SG) aos 3 anos também foi maior no tratamento com dose-densa com paclitaxel (72,1%) do que no grupo de tratamento convencional (65.1%, HR 0.75, 0.57-0.98; P = 0.03). Os resultados a longo prazo em um período médio de 76,8 meses foram: A SLP mediana foi significativamente mais longa no grupo que recebeu paclitaxel dose-densa do que no regime convencional (28.2 vs 17.5 meses, Hazard Ratio (HR) 0.76; IC 95% 0.62-0.91; P = 0.0037), e a SG mediana foi de 100.5 meses no regime dose-densa versus 62.2 meses no regime convencional (HR 0.79, IC 95% 0.63-0.99, P = 0.039).

119 pacientes foram alocados para quatro ciclos de ciclofosfamida, doxorrubicina e vincristina (CAV) ou Carboplatina como agente único. Os pacientes tiveram um escore de desempenho de Karnofsky < ou = 50 e/ou um escore prognóstico indicativo de uma taxa de sobrevivência de 1 ano < ou = 15%. A neutropenia de grau 3-4 e o uso de antibióticos intravenosos foram significativamente mais comuns com o regime CAV (P <0,005). Por outro lado, a trombocitopenia de grau 3-4 foi mais comum (P <0,0009) e a transfusão de plaquetas foi mais frequente (P <0,05) com a terapia com Carboplatina. A toxicidade não hematológica foi semelhante nos dois braços de tratamento, com exceção da alopecia com o esquema CAV (P <0,0007). O alívio dos sintomas ocorreu em 48% e 41% dos pacientes nos grupos de tratamento CAV e Carboplatina, respectivamente. A dispneia melhorou em 66% e 41% dos pacientes e a tosse em 21% e 7% dos pacientes nos grupos de tratamento com CAV e Carboplatina, respectivamente. A terapia com CAV produziu uma taxa de resposta maior que a Carboplatina (38% vs. 25%), mas esta não foi estatisticamente significativa (P = 0,15). A sobrevida global mediana para os pacientes nos braços de CAV e Carboplatina foi de 17 semanas e 15.9 semanas, respectivamente, com taxas de sobrevivência de 1% a 12% e 6%.

Comparou-se a eficácia e a segurança de um regime de tratamento baseado em Carboplatina em associação ao etoposídeo (CE) vs doses divididas de cisplatina em associação ao etoposídeo (SPE) em pacientes idosos ou nos casos com prognóstico pobre naqueles com câncer de pulmão de pequenas células e doença extensa (ED-SCLC). Os critérios de elegibilidade incluíram: ED-SCLC não tratada; idade acima ou igual a 70 anos e performance (SP) 0-2, ou idade menor que 70 e performance 3. O braço CE recebeu Carboplatina IV (AUC = 5) no dia 1 e etoposídeo 80 mg/m2 IV nos dias 1-3. O braço SPE recebeu cisplatina 25 mg/m2 IV nos dias 1-3 e Etoposídeo 80 mg/m2 IV nos dias 1-3. Um total de 220 pacientes foram randomizados. A média de idade foi de 74 anos e 74% tinham SP de 0 ou 1. Eventos adversos graus 3-4 foram (%CE/%SPE): leucopenia 54/51, neutropenia 95/90, trombocitopenia 56/16, infecção 7/6. Não houve diferença significativa (CE/SPE) na taxa de resposta (73/73%) e na sobrevida global (mediana 10,6 / 9,9 mo; P = 0,54). Embora o regime de SPE ainda seja considerado como o tratamento padrão em idosos ou naqueles com prognóstico pobre com ED-SCLC, o regime CE pode ser uma alternativa para esta população considerando o risco-benefício.

Quarenta e um pacientes elegíveis com carcinoma metastático ou recorrente do colo uterino receberam 149 ciclos de Carboplatina. O fármaco foi administrado numa dosagem inicial de 400 mg/m2 IV a cada 28 dias. No geral, a resposta foi de 15% (duas respostas completas, 9 respostas parciais; 95% IC de 6-29%) e as durações das respostas foram 2.0, 2.0, 2.5 + 2.5 +, 5.25 + e 6.75 meses. Os principais efeitos tóxicos incluíram náuseas e vômitos em 48% dos ciclos, anemia em 47%, leucopenia em 38% e trombocitopenia em 22%. A atividade da Carboplatina contra o câncer de colo avançado é modesta e semelhante ao da cisplatina isoladamente, no entanto o perfil de toxicidade da Carboplatina é substancialmente melhor do que o da cisplatina.

O estudo randomizado JCOG0505 fase III avaliou os benefícios clínicos do esquema baseado em Carboplatina. As doentes elegíveis (N=253) tinham câncer de colo do útero metastático ou recorrente e tinham ≤ um tratamento contendo platina e nenhum tratamento com taxano anteriormente. As doentes foram distribuídas aleatoriamente ao esquema paclitaxel + cisplatina (TP paclitaxel 135 mg/m2 durante 24 horas no dia 1 e cisplatina 50 mg/m2 no dia 2, repetidas a cada 3 semanas) ou paclitaxel + Carboplatina (TC paclitaxel 175 mg/m2 durante 3 horas e Carboplatina AUC = 5 no dia 1, repetida a cada 3 semanas). O end-point primário foi a sobrevida global (SG). HR da SG foi de 0,994 (IC 90%, 0.79 a 1.25; não-inferioridade P = 0,032 por regressão estratificada de Cox). A SG média foi de 18,3 meses com TP versus 17,5 meses com TC. Entre os doentes que não tinham recebido cisplatina prévia a SG foi menor com TC (13,0 v 23,2 meses, HR, 1.571; IC 95%, 1.06 a 2.32). A proporção de períodos de não-hospitalização foi significativamente maior com TC (P <0,001).

Quinze pacientes com carcinoma de cabeça e pescoço recorrente, previamente tratados com quimioterapia de indução (Cisplatina e 5-FU), seguido por quimio e radioterapia foram tratados com Carboplatina (AUC=5) e paclitaxel 175 mg/m2 por via intravenosa a cada 3 semanas. Todos os pacientes foram avaliados quanto à resposta e toxicidade. Após três ciclos de quimioterapia, observou-se resposta completa (6,6%) e 7 respostas parciais (46,6%), com uma taxa de resposta geral de 53,2% (IC 95 % 26.6-78.7 %). Doença estável foi observada em 2 pacientes (13,3%) e doença progressiva foi observada em cinco pacientes (33,3 %). A toxicidade foi leve: foi registrado um caso de toxicidade grau 3 (neutropenia) e nenhum efeito colateral grau 4. Os autores concluem que a combinação de Carboplatina e paclitaxel foi bem tolerada e pode ser administrada com segurança a pacientes com carcinoma de cabeça e pescoço recorrente como tratamento de segunda linha.

Iganej et al realizou um estudo para determinar a eficácia da Carboplatina tri-semanal como agente único em 120 pacientes recentemente diagnosticados com idade mediana de 58 anos em Estágio 3 (22%) ou 4A/B (78%) com carcinoma orofaríngeo tratado com quimiorradiação definitiva. Os pacientes foram tratados com Carboplatina (AUC = 5) × 3 nos Dias 1, 22 e 43 juntamente com radioterapia convencional concomitante (n = 67) ou radioterapia de intensidade modulada (N = 53) a 70 Gy. O seguimento médio foi de 64 meses. Dos 120 pacientes, 15 (12,5%) tiveram recidiva loco-regional (LR), e um total de 9 pacientes (7,5%) recidivaram à distância. Durante ou após a quimioterapia (< 90%), apenas 26% dos pacientes necessitaram de sonda para alimentação. De 120 pacientes, 90% receberam 3 ciclos de Carboplatina e 98% uma dose planejada de radioterapia. Os três anos de controle locoregional e a sobrevida global para todo o grupo foram 88% e 82%, respectivamente; Estas taxas para 92 pacientes elegíveis para RTOG 0129 (T2N2-3, T3-4 qualquer N) foram 86% e 77%. No último seguimento, apenas 3% estavam dependentes de sonda para alimentação. Os autores concluíram que este foi o primeiro relato de Carboplatina tri-semanal com radioterapia para o carcinoma orofaríngeo localmente avançado, e este tratamento foi melhor tolerado e mais viável do que a cisplatina tri-semanal em altas doses, apresentando resultados similares/favoráveis de controle de doença e taxa de sobrevivência.

Referências Bibliográficas

1. Adams M et al. A Comparison of the Toxicity and Efficacy of Cisplatin and Carboplatin in Advanced Ovarian Cancer. Acta Oncologica 1989, Vol. 28, No. 1, Pages 57-60.
2. Katsumata N. Dose-dense approaches to ovarian cancer treatment. Curr Treat Options Oncol. 2015 May;16(5):21
3. White SC et al. Randomized phase II study of cyclophosphamide, doxorubicin, and vincristine compared with single-agent carboplatin in patients with poor prognosis small cell lung carcinoma. Cancer. 2001 Aug 1;92(3):601-8.
4. Okamoto H et al. Randomised phase III trial of carboplatin plus etoposide vs split doses of cisplatin plus etoposide in elderly or poor-risk patients with extensive disease small-cell lung cancer: JCOG 9702. Br J Cancer. 2007 Jul 16;97(2):162-9
5. Weiss, G R et al. A phase II trial of carboplatin for recurrent or metastatic squamous carcinoma of the uterine cervix: a Southwest Oncology Group study. Gynecologic Oncology 1990 39 (3) p.332-6
6. Kitagawa R. et al. Paclitaxel Plus Carboplatin Versus Paclitaxel Plus Cisplatin in Metastatic or Recurrent Cervical Cancer: The Open-Label Randomized Phase III Trial JCOG0505 J Clin Oncol. 2015 Jul 1;33(19):2129-35.
7. Ferrari D et al. Safety and efficacy of the combination carboplatin and paclitaxel in patients (pts) with recurrent head and neck squamous cell carcinoma (HNSCC). Journal of Clinical Oncology, 2006 ASCO Annual Meeting Proceedings (Post-Meeting Edition). Vol 24, No 18S (June 20 Supplement), 2006: 15534.
8. Iganej S, Buchschacher GL, Abdalla I, et al. Triweekly Carboplatin Alone as Concurrent Chemotherapy for Oropharyngeal Carcinoma Treated With Definitive Chemoradiation: Outcomes of 120 Unselected Patients and a Comparison to the RTOG 0129 Regimen Results. International Journal of Radiation Oncology Biology Physics 2013; 87(2, Suppl. S):S439.

Características Farmacológicas


Propriedades Farmacodinâmicas

Grupo farmacodinâmico

A Carboplatina é um agente antineoplásico composto de platina.

Mecanismo de ação

A Carboplatina se liga ao DNA através de ligações cruzadas nas duas cadeias, alterando a configuração da hélice e inibindo sua síntese. O efeito é provavelmente independente do ciclo.

Propriedades farmacodinâmicas

A Carboplatina é um composto de platina, cis-diamina (1,1-ciclobutanodicarboxil) platina, com efeito antineoplásico. As propriedades bioquímicas são similares às da cisplatina.

Propriedades Farmacocinéticas

Absorção

Após dose única por via intravenosa, sob infusão por 60 minutos, a concentração plasmática de platina total e platina livre (ultra filtrada) apresenta redução bifásica conforme cinética de primeira ordem. A meia-vida inicial da platina livre é da ordem de magnitude de 1 a 2 horas e a meia-vida final é de 3 a 6 horas. A platina total tem a mesma meia-vida inicial, enquanto que a meia-vida final é mais baixa (aproximadamente 24 horas). Uma relação aproximadamente linear entre a dose (na área de 300 – 500 mg/m2 ) e a AUC plasmática de platina total e livre é atingida. Repetidas doses de Carboplatina durante 4 dias consecutivos não causam acúmulos de platina no plasma. Após 24 horas da administração da dose, 85% da platina plasmática está ligada à proteínas.

Distribuição

O volume de distribuição para Carboplatina é de 16 litros.

Eliminação

A Carboplatina é excretada principalmente através da urina, na qual 30% da dose é secretada inalterada. Em pacientes com clearance de creatinina de 60 mL/min ou mais, 65% e 70% da dose é recuperada após 12 e 24 horas, respectivamente. O clearance total da Carboplatina é de 4,4 litros/hora.

Dados de segurança pré-clínicos

A DL50 da Carboplatina intravenosa é de 150 e 61 mg/kg para camundongos e ratos, respectivamente, e acima de 31,1 mg/kg para cães. Os principais órgãos atingidos após administração única foram sistema hematolinfopoiético, rins e trato gastrintestinal. Efeitos tóxicos após repetidas doses foram investigados em camundongos, ratos e cães.

Os principais órgãos atingidos foram sistema hematolinfopoiético, trato gastrintestinal, rins, fígado e órgãos reprodutivos de ambos machos e fêmeas.

O tratamento de ratos, machos e fêmeas, com Carboplatina intravenosa antes do acasalamento e até a implantação, causou aumento da letalidade fetal e diminuição de fetos vivos. O tratamento de ratas grávidas com Carboplatina intravenosa durante a organogênese (dias 7 – 17) causou retardo no desenvolvimento e crescimento fetal e crescimento pós-natal lento. O tratamento sem interrupção de ratas a partir do 17º dia de gravidez, passando pelo período de amamentação, até o desmame, não causou qualquer efeito no nascimento, na viabilidade ou no desenvolvimento da prole.

A Carboplatina apresentou-se genotóxica na maioria dos testes in vitro e in vivo que foram conduzidos.

Estudos de toxicidade demonstraram que o extravasamento da injeção causa necrose tissular.

Como devo armazenar o Tecnocarb?

O produto deve ser guardado ao abrigo da luz e umidade em temperatura ambiente (15º a 30ºC).

Quando reconstituídas ou diluídas em diluentes apropriados, as soluções são estáveis por 8 horas em temperatura ambiente a 25ºC. Caso a solução não seja usada neste período, deverá ser desprezada.

Características físicas

Tecnocarb é um produto lioflizado, estéril, apirogênico, com aparência de pó branco contido em frasco-âmbar.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

Dizeres Legais do Tecnocarb

Reg. MS –1.2214.0019

Resp. Téc .:
Alexandre Endringer Ribeiro
CRF-SP nº 43.987-SP

Fabricado por:
Eurofarma Laboratórios Ltda
Av. Vereador José Diniz, 3.465 – São Paulo – SP

Distribuído por:
Zodiac Produtos Farmacêuticos S/A.,
Sede: Rodovia Vereador Abel Fabrício Dias, 3.400
Pindamonhangaba - SP
C.N.P.J. 55.980.684/0001-27 - Indústria Brasileira
SAC: 0800-166575

Venda sob prescrição médica.

Uso restrito a hospotais.

Quer saber mais?

Consulta também a Bula do Carboplatina


O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 20 de Fevereiro de 2024.

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 20 de Fevereiro de 2024.

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