Bula do Tartarato de Metoprolol
Princípio Ativo: Tartarato de Metoprolol
Tartarato de Metoprolol, para o que é indicado e para o que serve?
Tartarato de Metoprolol é indicado para:
Hipertensão arterial
Redução da pressão arterial, da morbidade e do risco de mortalidade de origem cardiovascular e coronária, incluindo morte súbita; alterações do ritmo cardíaco (incluindo especialmente taquicardia supraventricular); angina do peito; tratamento de manutenção após infarto do miocárdio; tratamento sintomático em hipertireoidismo; alterações cardíacas funcionais com palpitações e profilaxia da enxaqueca.
Quais as contraindicações do Tartarato de Metoprolol?
Tartarato de Tartarato de Metoprolol comprimidos é contraindicado em pacientes com hipersensibilidade ao Tartarato de Metoprolol, aos demais componentes da fórmula ou a outros betabloqueadores.
Na presença das seguintes patologias deve ser evitada a administração do Tartarato de Metoprolol:
Bloqueio atrioventricular de grau II ou de grau III, insuficiência cardíaca não compensada instável (edema pulmonar, hipoperfusão ou hipotensão), e pacientes com terapia inotrópica contínua ou intermitente, agindo através de agonista do beta receptor, síndrome do nó sino-atrial (a não ser que um marcapasso permanente esteja em uso), choque cardiogênico, bradicardia sinusal clinicamente relevante e arteriopatia periférica grave.
O Tartarato de Metoprolol não deve ser administrado em pacientes com suspeita de infarto agudo do miocárdio enquanto a frequência cardíaca for < 45 batimentos/minuto, o intervalo PQ for > 0,24 segundos ou a pressão sistólica for < 100 mmHg.
Como usar o Tartarato de Metoprolol?
Os comprimidos devem ser ingeridos por via oral, com o estômago vazio.
Posologia do Tartarato de Metoprolol
Recomenda-se individualizar a dose.
As seguintes doses devem ser consideradas como um guia:
Hipertensão
A dose recomendada em pacientes com hipertensão é de 100 a 200 mg diários, em dose única pela manhã ou doses divididas (manhã e noite). Se necessário, pode ser adicionado outro fármaco anti-hipertensivo. O tratamento anti-hipertensivo de longa duração com doses diárias de 100 – 200 mg de Tartarato de Metoprolol tem demonstrado reduzir a mortalidade total, incluindo morte cardiovascular súbita, AVC e problemas coronarianos em pacientes hipertensos.
Angina do peito
Adose recomendada é de 100 a 200 mg diários, em doses divididas (manhã e noite). Se necessário, pode ser adicionado outro fármaco antianginoso.
Arritmias cardíacas
A dose recomendada é de 100-200 mg diários, em doses divididas (manhã e noite). Se necessário, pode ser adicionado outro fármaco antiarrítmico.
Tratamento de manutenção após infarto do miocárdio
O tratamento oral de longa duração com Tartarato de Metoprolol 200 mg diários, administrados em doses divididas (manhã e noite), tem mostrado reduzir o risco de mortalidade (incluindo morte súbita) e reduzir o risco de reinfarto (também em pacientes com diabetes mellitus).
Hipertireoidismo
A dose recomendada é de 150-200 mg diários, divididos em 3 a 4 doses. Se necessário, a dose pode ser aumentada.
Alterações cardíacas funcionais com palpitações
A dose recomendada é 100 mg diariamente em dose única pela manhã. Se necessário, a dose pode ser aumentada para 200 mg.
Profilaxia da enxaqueca
A dose recomendada é de 100-200 mg diários, administrados em doses divididas (manhã e noite).
Insuficiência renal
Não é necessário ajuste de dose em pacientes com insuficiência renal. Insuficiência hepática Normalmente não é necessário ajuste de dose em pacientes com cirrose hepática, visto que o Tartarato de Metoprolol tem uma baixa taxa de ligação proteica (5-10%). Quando há sinais de sério comprometimento da função hepática (por exemplo, pacientes submetidos à cirurgia de derivação), deve-se considerar uma redução da dose.
Idosos
Não é necessário ajuste de dose.
Crianças
Há experiência limitada do tratamento de crianças com Tartarato de Metoprolol.
Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Tartarato de Metoprolol com outros remédios?
O Tartarato de Metoprolol é um substrato metabólico para o citocromo P450 isoenzima CYP2D6. Fármacos indutores ou inibidores enzimáticos podem exercer uma influência nos níveis plasmáticos do Tartarato de Metoprolol. Os níveis plasmáticos do Tartarato de Metoprolol podem ser aumentados pela coadministração de compostos metabolizados pela CYP2D6, ex.: antiarrítmicos, anti-histamínicos, antagonistas dos receptores de histamina-2, antidepressivos, antipsicóticos e inibidores da COX-2. A concentração plasmática do Tartarato de Metoprolol é diminuída pela rifampicina e pode ser aumentada pelo álcool e hidralazina.
Recomenda-se cuidado especial quando associar Tartarato de Metoprolol a bloqueadores ganglionares simpáticos, inibidores da MAO (monoaminoxidase) ou outros betabloqueadores (ex.: colírio).
Se o tratamento concomitante com clonidina for descontinuado, a medicação betabloqueadora deve ser retirada vários dias antes da clonidina.
Pode ocorrer aumento dos efeitos negativos sobre o inotropismo e cronotropismo quando Tartarato de Metoprolol for administrado junto com antagonistas do cálcio pela via intravenosa (particularmente do tipo verapamil e diltiazem), sendo assim não devem ser administrados em conjunto.
Os betabloqueadores podem aumentar os efeitos negativos sobre o inotropismo e dromotropismo cardíacos de antiarrítmicos (do tipo da quinidina e amiodarona).
A associação de digitálicos glicosídeos e betabloqueadores pode aumentar o tempo de condução atrioventricular e pode induzir a bradicardia.
Em pacientes recebendo terapia com betabloqueador, os anestésicos inalatórios aumentam o efeito cardiodepressor.
O tratamento concomitante com indometacina ou outros fármacos inibidores da prostaglandina sintetase pode diminuir o efeito anti-hipertensivo dos betabloqueadores.
Sob certas condições, quando a epinefrina é administrada em pacientes tratados com betabloqueadores, os betabloqueadores cardiosseletivos interferem em menor grau com o controle da pressão sanguínea que os não-seletivos.
Pode ser necessário um ajuste da dose de hipoglicemiantes orais em pacientes sob tratamento com betabloqueadores.
Tartarato de Metoprolol pode reduzir a velocidade de depuração plasmática de outros fármacos (ex.: lidocaína).
Qual a ação da substância do Tartarato de Metoprolol?
Resultados de Eficácia
Efeitos na hipertensão
O Tartarato de Metoprolol reduz a pressão arterial elevada tanto em pacientes na posição supina quanto na ortostática. Pode ser observado aumento na resistência periférica após a instituição do tratamento com Tartarato de Metoprolol, mas com curta duração (poucas horas) e clinicamente insignificante. O tratamento prolongado com Tartarato de Metoprolol demonstrou reduzir a resistência periférica total devido à reversão da hipertrofia na resistência arterial dos vasos. Também foi demonstrado que o tratamento anti-hipertensivo a longo prazo com o Tartarato de Metoprolol reduz a hipertrofia ventricular esquerda e melhora a função diastólica ventricular esquerda e o enchimento ventricular esquerdo.
Em homens com hipertensão arterial leve a moderada o Tartarato de Metoprolol demonstrou reduzir o risco de morte por doença cardiovascular, principalmente por reduzir o risco de morte cardiovascular súbita, infarto do miocárdio fatal e não-fatal e acidente vascular cerebral.
Efeitos na angina do peito
Em pacientes com angina do peito o Tartarato de Metoprolol demonstrou reduzir a frequência, a duração e a gravidade tanto das crises de angina, quanto dos episódios de isquemia silenciosa e demonstrou aumentar a capacidade física de trabalho.
Efeitos no ritmo cardíaco
O Tartarato de Metoprolol demonstrou reduzir a frequência ventricular e as extrassístoles ventriculares em casos de taquicardia supraventricular ou fibrilação atrial e na presença de extrassístoles.
Efeitos no infarto do miocárdio
Em pacientes com suspeita ou infarto do miocárdio confirmado, o Tartarato de Metoprolol reduziu a mortalidade principalmente devido à redução do risco de morte súbita. Presume-se que este efeito seja em parte devido à prevenção da fibrilação ventricular.
O efeito antifibrilatório pode ser devido a um mecanismo duplo: um efeito vagal na barreira hematoencefálica influenciando de maneira benéfica a estabilidade elétrica do coração e um efeito antiisquêmico cardíaco simpático direto influenciando de maneira benéfica a contractilidade, a frequência cardíaca e a pressão arterial. Tanto na intervenção precoce, como na intervenção tardia, a redução da mortalidade também foi observada em pacientes de alto risco com doença cardiovascular prévia e em pacientes com diabetes mellitus.
O Tartarato de Metoprolol demonstrou também reduzir o risco de reinfarto do miocárdio não-fatal.
Efeitos nas desordens do coração com palpitações e enxaqueca
O Tartarato de Metoprolol demonstrou ser adequado para o tratamento de desordens cardíacas funcionais com palpitações.
Efeitos em enxaqueca
O Tartarato de Metoprolol demonstrou ser adequado para o tratamento profilático da enxaqueca.
Efeitos no hipertireoidismo
O Tartarato de Metoprolol demonstrou reduzir as manifestações clínicas em hipertireoidismo podendo assim, ser administrado como medicação suplementar.
Características Farmacológicas
Propriedades Farmacodinâmicas
O Tartarato de Metoprolol é um bloqueador beta-1 seletivo, isto é, bloqueia os receptores beta-1 em doses muito menores que as necessárias para bloquear os receptores beta-2.
O Tartarato de Metoprolol possui um insignificante efeito estabilizador de membrana e não apresenta atividade agonista parcial.
O Tartarato de Metoprolol reduz ou inibe o efeito agonista das catecolaminas no coração (as quais são liberadas durante o estresse físico e mental). Isto significa que o aumento usual da frequência cardíaca, do débito cardíaco, da contractilidade cardíaca e da pressão arterial, produzido pelo aumento agudo das catecolaminas, é reduzido pelo Tartarato de Metoprolol. Quando os níveis endógenos de adrenalina estão aumentados, o Tartarato de Metoprolol interfere muito menos no controle da pressão arterial do que os betabloqueadores não-seletivos.
Quando necessário, pode-se administrar Tartarato de Metoprolol em associação com um agonista beta-2 em pacientes com sintomas de doença pulmonar obstrutiva. Quando administrado junto com um agonista beta-2, o Tartarato de Metoprolol, nas doses terapêuticas, interfere menos na broncodilatação causada pelo agonista beta-2 do que os betabloqueadores não-seletivos.
O Tartarato de Metoprolol interfere menos na liberação de insulina e no metabolismo dos carboidratos do que os betabloqueadores não-seletivos.
O Tartarato de Metoprolol interfere muito menos na resposta cardiovascular para hipoglicemia do que os betabloqueadores não-seletivos.
O mecanismo de ação de agentes betabloqueadores não está totalmente elucidado.
Entretanto, diversos mecanismos têm sido propostos:
- Antagonismo competitivo de catecolamina nos sítios adrenérgicos nos neurônios periféricos (especialmente cardíacos), induzindo um decréscimo no débito cardíaco;
- Um efeito central levando a uma redução da atividade simpática na periferia;
- Supressão da atividade de renina.
Em geral, o início do efeito é observado em algumas horas, mesmo em baixas doses de Tartarato de Metoprolol. O efeito anti-hipertensivo máximo de qualquer faixa de dose de Tartarato de Metoprolol será atingido após uma semana de terapia.
Estudos de curto prazo demonstraram que o Tartarato de Metoprolol pode causar um discreto aumento nos triglicérides e uma redução nos ácidos graxos livres no sangue. Em alguns casos, foi observada uma pequena redução na fração de lipoproteínas de alta densidade (HDL), embora em uma proporção menor do que a observada após a administração de betabloqueadores não-seletivos. Entretanto, foi demonstrada uma redução significativa nos níveis séricos totais de colesterol após tratamento com o Tartarato de Metoprolol em um estudo realizado durante vários anos.
A qualidade de vida é mantida inalterada ou é melhorada durante o tratamento com Tartarato de Metoprolol.
Foi observada uma melhora na qualidade de vida após tratamento com Tartarato de Metoprolol em pacientes após infarto do miocárdio.
Propriedades Farmacocinéticas
Absorção e distribuição
O Tartarato de Metoprolol é completamente absorvido após administração oral. Dentro da faixa de dose terapêutica, as concentrações plasmáticas se elevam linearmente em relação à dose. Os picos de concentrações plasmáticas são atingidos após aproximadamente 1,5 - 2 horas. Embora os perfis plasmáticos exibam uma ampla variabilidade interindividual, eles mostram boa reprodutibilidade em cada indivíduo.
Devido ao extenso metabolismo de primeira passagem, a biodisponibilidade sistêmica do Tartarato de Metoprolol em uma dose única oral é de aproximadamente 50%. Em administrações repetidas, a porção da dose disponível sistemicamente aumenta para aproximadamente 70%. A ingestão concomitante com alimentos pode aumentar a disponibilidade sistêmica da dose oral em aproximadamente 30-40%. A ligação do Tartarato de Metoprolol às proteínas plasmáticas é baixa, aproximadamente 5-10%.
Metabolismo e eliminação
O Tartarato de Metoprolol sofre metabolismo oxidativo no fígado primariamente pela isoenzima CYP2D6. Três principais metabólitos foram identificados, entretanto nenhum deles tem efeito betabloqueador de importância clínica.
Mais de 95% da dose oral pode ser recuperada na urina. Aproximadamente 5% da dose administrada é excretada na urina como fármaco inalterado, podendo aumentar para até 30% em casos isolados. A meiavida de eliminação do Tartarato de Metoprolol no plasma é em média de 3,5 horas (valores extremos em: 1 e 9 horas). A velocidade de depuração total é de aproximadamente 1 L/min.
Os pacientes idosos não apresentam alterações significativas na farmacocinética do Tartarato de Metoprolol em comparação com pessoas jovens. A biodisponibilidade sistêmica e eliminação do Tartarato de Metoprolol não são alteradas em pacientes com função renal reduzida. Entretanto, a excreção dos metabólitos é reduzida. Foi observado um acúmulo significativo dos metabólitos em pacientes com uma taxa de filtração glomerular inferior a 5 mL/min. Esse acúmulo de metabólitos, entretanto, não aumenta o efeito betabloqueador.
A farmacocinética do Tartarato de Metoprolol é pouco afetada pela diminuição da função hepática. Entretanto, em pacientes com cirrose hepática grave e derivação porto-cava, a biodisponibilidade do Tartarato de Metoprolol pode aumentar e a depuração total pode ser reduzida. Os pacientes com anastomose porto-cava apresentaram uma depuração total de aproximadamente 0,3 L/min e valores da área sob a curva de concentração plasmática versus tempo (AUC) até 6 vezes maiores do que em indivíduos sadios.
Dados de segurança pré-clínica
Não há achados relevantes.
Fontes consultadas
Fonte: Bula do Profissional do Medicamento Seloken.
Doenças relacionadas
O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 13 de Fevereiro de 2020.