Sulfato de Atropina
(9)Preço
Tipo de receita
- Branca Comum (Venda Sob Prescrição Médica)
Classe terapêutica
- Antiespasmódicos e Anticolinérgicos Puros
Forma farmacêutica
- Solução injetável
Categoria
- Medicamentos
- Sistema Nervoso Central
- Sistema Cardiovascular (Circulação)
- Aparelho Digestivo
- Aparelho Respiratório
- Doenças dos Olhos
- Arritmia
- Produtos Hospitalares
Dosagem
- 0.25mg/mL
- 0.5mg/mL
Fabricante
- Halex Istar
- Blau
- Hypofarma
- Farmace
- Hipolabor
Princípio ativo
- Sulfato de Atropina
Tipo do medicamento
- Similar
- Genérico
Quantidade
- 1 mL
Bula do Sulfato de Atropina
Sulfato de Atropina, para o que é indicado e para o que serve?
Sulfato de Atropina é indicado para o bloqueio temporário de efeitos muscarínicos graves ou potencialmente letais, por exemplo, como um antisialogogo, um agente antivagal, um antídoto para intoxicação por organofosforados, carbamatos ou cogumelos muscarínicos, e para tratar bradicardia sintomática.
Informações além da bula: Sulfato de Atropina
Quais as contraindicações do Sulfato de Atropina?
Seu uso é contraindicado em casos de alergia ao medicamento ou a qualquer componente da formulação. Contraindicado em pacientes com asma, glaucoma ou tendência ao glaucoma, adesão entre íris e o cristalino, taquicardia, estado cardiovascular instável em hemorragia aguda, isquemia do miocárdio, enfermidades obstrutivas gastrintestinais e geniturinárias, íleo paralítico, atonia intestinal em pacientes geriátricos ou debilitados, colite ulcerativa severa, megacólon tóxico associado à colite ulcerativa, enfermidades hepáticas e renais severas, miastenia grave.
Tipo de receita
Como usar o Sulfato de Atropina?
O profissional da saúde deverá inspecionar, antes de sua utilização, se a solução no interior da ampola está na forma líquida, livre de fragmentos ou de alguma substância que possa comprometer a eficácia e a segurança do medicamento. O profissional não deverá utilizar o produto ao verificar qualquer alteração que possa prejudicar o paciente.
Deve ser administrado por profissionais experientes e em locais onde contenham os equipamentos necessários para emergências.
Administração
O Sulfato de Atropina é apresentado em ampolas de 1 mL contendo 0,25 mg ou 0,50 mg de sulfato de Sulfato de Atropina, para administração parenteral (IV, IM ou por via subcutânea).
A administração desse medicamento somente deve ser realizada por profissionais da saúde experientes e em ambiente hospitalar.
Conservação depois de aberto
O eventual conteúdo remanescente na ampola, após a definição da posologia, deve ser desprezado.
Em geral, a administração intravenosa é preferida, mas a administração subcutânea, intramuscular, endotraqueal e intraóssea é possível.
A posologia deve ser estabelecida a critério médico.
A injeção intravenosa deve ser feita lentamente, de modo geral, recomenda-se:
Posologia em adultos
Tabela 1: Dosagem recomendada em pacientes adultos
Uso |
Dose inicial | Tratamento continuado | |
Antisialogogo ou outra atividade antivagal (pré-anestesia e durante cirurgia) | 0,5 a 1 mg IV/IM/SC | Repita conforme a necessidade a cada 4-6 horas | |
30 a 60 minutos pré-operatório |
Dose total máxima: 3 mg |
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Envenenamento por organofosforados, carbamatos ou cogumelos muscarínicos | 1 a 6 mg IV/IM/ET dependendo da gravidade dos sintomas |
Repita conforme a necessidade a cada 3 a 5 minutos |
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A dose pode ser dobrada a cada administração até obtenção da resposta (redução do broncoespasmo, oxigenação melhorada e secagem das secreções pulmonares) |
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Dose de manutenção: Administrar 10% a 20% da dose de ataque necessária para obtenção da resposta, em infusão contínua por hora e faça titulação. |
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Dose total máxima: não há dose total máxima |
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Bradicardia sintomática* | 0,5 mg IV/IM ou 1 a 2 mg ET diluindo em não mais que 10 mL de água estéril para injeção ou cloreto de sódio a 0,9% |
Conforme a necessidade a cada 3 a 5 minutos |
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Dose total máxima: 3 mg |
IV=intravenoso;
IM=intramuscular;
SC=subcutâneo;
ET=endotraqueal.
*Não confie no Sulfato de Atropina no bloqueio AV tipo II de segundo grau ou de terceiro grau com complexos QRS largos, pois essas bradiarritmias provavelmente não respondem à reversão dos efeitos colinérgicos pelo Sulfato de Atropina. O Sulfato de Atropina não tem efeito sobre a bradicardia em pacientes com corações transplantados.
Posologia em pacientes pediátricos
Tabela 2: Dosagem recomendada em pacientes pediátricos
Uso | Dose inicial |
Tratamento continuado |
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Antisialogogo ou outra atividade antivagal (pré-anestesia e durante a cirurgia)* | 0,02 mg/kg IV/IM/SC |
Repita conforme a necessidade a cada 4-6 horas |
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30-60 minutos no pré-operatório |
Dose única máxima: |
Dose total máxima: |
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Menos de 12 anos de idade | 0,5 mg | Menos de 12 anos de idade |
1 mg |
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12 anos ou mais | 1 mg | 12 anos ou mais |
2 mg |
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Envenenamento por organofosforado, carbamato ou cogumelos muscarínico | 0,02 a 0,06 mg/Kg IV/IM/IO/ET | Repita conforme a necessidade a cada 5 minutos. A dose pode ser dobrada a cada administração até a obtenção da resposta (redução do broncoespasmo, oxigenação melhorada e secagem das secreções pulmonares) | |||||
Dose de manutenção |
Administrar 10% a 20% da dose de ataque necessária para obtenção da resposta, em infusão contínua por hora e titular conforme a necessidade |
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Dose total máxima |
Não há dose total máxima |
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Bradicardia sintomática devido ao aumento do tom vagal ou bloqueio de condução AV primário (não secundário a hipóxia)** | 0,02 mg/Kg IV/IO ou 0,04 a 0,06 mg/Kg via tubo endotraqueal seguida de 1 a 5 mL de lavado com solução salina normal seguido por 5 ventilações |
Repita conforme a necessidade a cada 5 minutos |
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Dose única máxima |
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Menos de 12 anos de idade |
0,5 mg |
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12 anos ou mais |
1 mg |
IV=intravenoso;
IM=intramuscular;
SC=subcutâneo;
IO=intraósseo;
ET=endotraqueal.
*Evidências disponíveis não apoiam o uso rotineiro de Sulfato de Atropina na intubação de emergência de bebês e crianças gravemente doentes, exceto em intubações de emergência específicas quando há maior risco de bradicardia.
**O Sulfato de Atropina não tem efeito sobre a bradicardia em pacientes com corações transplantados.
Dosagem em pacientes com cardiopatia isquêmica
Limite a dose total de Sulfato de Atropina a 0,03 a 0,04 mg/Kg.
Nunca devem ser administradas duas doses ao mesmo tempo.
Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Sulfato de Atropina maior do que a recomendada?
A dosagem excessiva pode causar palpitações, pupilas dilatadas, dificuldade para engolir, pele seca e quente, sede, tontura, agitação, tremores, fadiga e ataxia. Doses tóxicas levam a inquietação e excitação, alucinações, delírio e coma. Depressão e colapso circulatório ocorrem apenas com intoxicação grave. Nesses casos, a pressão arterial diminui e a morte por insuficiência respiratória pode ocorrer após paralisia e coma.
A dose fatal de atropina para adultos não é conhecida. Em populações pediátricas, 10 mg ou menos podem ser fatais.
No caso de superdosagem tóxica, pode ser administrado um barbitúrico de ação curta ou diazepam, conforme necessário, para controlar a excitação acentuada e as convulsões. Doses elevadas para sedação devem ser evitadas, pois a ação depressora central pode coincidir com a depressão que ocorre tardiamente no envenenamento por atropina.
Estimulantes do sistema nervoso central não são recomendados.
A fisostigmina, administrada como antídoto de atropina por injeção intravenosa lenta de 1 a 4 mg (0,5 a 1 mg em populações pediátricas), elimina rapidamente o delírio e o coma causados por grandes doses de atropina. Visto que a fisostigmina é rapidamente destruída, o paciente pode voltar a entrar em coma após uma ou duas horas, e doses repetidas podem ser necessárias.
Respiração artificial com oxigênio pode ser necessária. Sacos de gelo e esponjas de álcool ajudam a reduzir a febre, especialmente em populações pediátricas.
A atropina não é removida por diálise.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Sulfato de Atropina com outros remédios?
A administração subsequente pode intensificar os efeitos dos medicamentos de ação antimuscarínica, como os antidepressivos tricíclicos, os IMAO, a amantadina e os anti-histamínicos.
Pode ocorrer interação com o ciclopropano, ocasionando arritmias ventriculares.
O Sulfato de Atropina pode diminuir a absorção do cetoconazol; recomenda-se administrar Sulfato de Atropina somente após 2 horas, em pacientes que fazem o uso de cetoconazol.
Pode ocorrer interferência com a ação antiglaucomatosa do carbacol, pilocarpina ou outros medicamentos oftálmicos do tipo inibidores da colinesterase. O atenolol pode ter seus efeitos aumentados quando usado simultaneamente com anticolinérgicos.
Interferência a exames laboratoriais
Os antimuscarínicos podem antagonizar o efeito da pentagastrina e da histamina na avaliação da função secretória ácida gástrica. Não se recomenda o seu uso pelo menos durante as 24 horas anteriores à avaliação.
O Sulfato de Atropina utiliza o mesmo mecanismo tubular renal de secreção da fenossulfoftaleína, produzindo diminuição da excreção urinária desta.
Pacientes submetidos à avaliação nefrológica não devem tomar Sulfato de Atropina simultaneamente.
Mexiletina
A injeção de Sulfato de Atropina diminuiu a taxa de absorção da mexiletina sem alterar a biodisponibilidade oral relativa; esse atraso na absorção de mexiletina foi revertido pela combinação de Sulfato de Atropina e metoclopramida intravenosa durante o pré-tratamento para anestesia.
Qual a ação da substância do Sulfato de Atropina?
Resultados de Eficácia
A atropina é eficaz como pré anestesia por inibir as secreções e ressecar as vias respiratórias e as mucosas reduzindo também a secreção gástrica.
A secreção durante as fases cefálicas e de jejum é reduzida acentuadamente por esse fármaco1,2.
Possui eficácia na alteração da frequência cardíaca sendo considerada como o tratamento inicial em pacientes com infarto agudo do miocárdio, restabelecendo a frequência cardíaca em um nível suficiente para manter um status hemodinâmico apropriado3 .
A atropina em doses suficientes antagoniza efetivamente as ações nos locais de ligação dos receptores muscarínicos, sendo eficaz como antídoto na intoxicação por inseticidas organofosforados3,4.
Referências Bibliográficas
1. Souza, J. A.; Souza, J.; Fahl, A. A. Redução do fluxo salivar em cirurgia buco maxilo-facial / Reduction of salivation in bucomaxilofacial surgery, RGO (Porto Alegre); 1989; 37(2):87-90.
2. Gallimore D. Understanding the drugs used during cardiac arrest response. Nurs Times; 2006;102(23):24-6.
3. Balali-mood, M.; Shariat, M. Treatment of organophosphate poisoning. Experience of nerve agents and acute pesticide poisoning on the effects of oximes. J Physiol Paris. 1998; 92(5-6):375-8.
4. Joan, H. B.; Palmer, T. Agonistas e antagonistas dos receptores muscarínicos. c.7, p.119-131. apud Hardman, J. G.; Limbird L. E.; Gilman, A. G.; Goodman & Gilman, As bases farmacológicas da terapêutica. 10° ed. RJ, 2003.
Características Farmacológicas
Características Gerais
O sulfato de atropina, USP, é quimicamente designado 1α H, 5α H-Tropan-3-α-ol (±)-tropato (éster), sulfato (2:1) (sal) monoidrato, (C17H23NO3)2. H2SO4 · H2O, cristais incolores ou pó branco cristalino muito solúvel em água. Ele possui a seguinte fórmula estrutural:
A atropina, um alcaloide da beladona que ocorre naturalmente, é uma mistura racêmica de partes iguais de d- e 1-hioscinamina, cuja atividade se deve quase inteiramente ao isômero levogiro do fármaco.
Mecanismo de ação
A atropina é um agente antimuscarínico, uma vez que antagoniza as ações semelhantes à muscarina da acetilcolina e outros ésteres de colina.
A atropina inibe as ações muscarínicas da acetilcolina nas estruturas inervadas pelos nervos colinérgicos pós-ganglionares e nos músculos lisos que respondem à acetilcolina endógena, mas não são tão inervados. Como com outros agentes antimuscarínicos, a principal ação da atropina é um antagonismo competitivo ou superável, que pode ser superada aumentando a concentração de acetilcolina nos locais receptores do orgão efetor (por exemplo, usando agentes anticolinesterásicos que inibem a destruição enzimática da acetilcolina). Os receptores antagonizados pela atropina são as estruturas periféricas que são estimuladas ou inibidas pela muscarina (isto é, glândulas exócrinas e músculo liso e cardíaco). As respostas à estimulação nervosa colinérgica pós-ganglionar também podem ser inibidas pela atropina, mas isso ocorre com menos facilidade do que com respostas a ésteres de colina injetados (exógenos).
Farmacodinâmica
A inibição parassimpática induzida pela atropina pode ser precedida por uma fase transitória da estimulação, especialmente no coração, onde pequenas doses primeiro retardam a frequência antes que a taquicardia característica se desenvolva devido à paralisia do controle vagal. A atropina exerce um efeito mais potente e prolongado no coração, intestino e músculo brônquico do que a escopolamina, mas sua ação na íris, corpo ciliar e certas glândulas secretoras é mais fraca do que a da escopolamina. Diferentemente da última, a atropina em doses clínicas não deprime o sistema nervoso central, mas pode estimular a medula e os centros cerebrais superiores.
Embora uma excitação vagal leve ocorra, a frequência respiratória aumentada e (às vezes) a profundidade aumentada da respiração produzida pela atropina são mais provavelmente o resultado da dilatação bronquiolar.
Consequentemente, a atropina é um estimulante respiratório não confiável e doses grandes ou repetidas podem deprimir a respiração.
Doses adequadas de atropina abolem vários tipos de desaceleração cardíaca reflexa vagal ou assistolia. O fármaco também previne ou abole bradicardia ou assistolia produzidas pela injeção de ésteres de colina, agentes anticolinesterásicos ou outras drogas parassimpaticomiméticas, e parada cardíaca produzida pela estimulação do vago. A atropina também pode diminuir o grau de bloqueio parcial do coração quando a atividade vagal é um fator etiológico. Em alguns pacientes com bloqueio cardíaco completo, a frequência idioventricular pode ser acelerada pela atropina; em outros, a frequência é estabilizada. Ocasionalmente, uma dose grande pode causar bloqueio atrioventricular (A-V) e ritmo nodal.
A atropina em doses clínicas neutraliza a dilatação periférica e a diminuição abrupta da pressão arterial produzida por ésteres de colina. No entanto, quando administrada isoladamente, a atropina não exerce um efeito marcante ou uniforme nos vasos sanguíneos ou na pressão sanguínea.
Doses sistêmicas elevam levemente as pressões sistólica e diastólica mais baixa e podem produzir hipotensão postural significativa. Essas doses também aumentam ligeiramente o débito cardíaco e diminuem a pressão venosa central. Ocasionalmente, doses terapêuticas dilatam os vasos sanguíneos cutâneos, especialmente na área de “blush” (rubor de atropina), e podem causar “febre” por atropina devido à supressão da atividade da glândula sudorípara em lactentes e crianças pequenas.
Os efeitos da atropina intravenosa sobre a frequência cardíaca (frequência cardíaca máxima) e fluxo salivar (fluxo mínimo) após a administração IV (infusão rápida e constante ao longo de 3 min.) são atrasados em 7 a 8 minutos após a administração da droga e ambos os efeitos são não lineares em relação à quantidade de fármaco no compartimento periférico. Alterações nos níveis plasmáticos de atropina após administração intramuscular (doses de 0,5 a 4 mg) e na frequência cardíaca estão intimamente sobrepostas, mas o curso temporal das alterações nos níveis de atropina e comprometimento comportamental indica que a farmacocinética não é o principal mecanismo limitante de taxa do efeito da atropina no sistema nervoso central.
Farmacocinética
Absorção
Após administração intramuscular, a atropina é absorvida com pico de concentração ocorrendo 30 min após a injeção.
Efeitos do exercício:
O exercício após a administração intramuscular de atropina aumenta significativamente a absorção de atropina devido ao aumento da perfusão no músculo, com um aumento na ASC de aproximadamente 20% e uma Cmáx de aproximadamente 80%.
Distribuição
A atropina é distribuída por todo o corpo. A ligação às proteínas plasmáticas da atropina é de cerca de 44% e saturável no intervalo de concentração de 2 a 20 mcg/ml.
Eliminação
A farmacocinética da atropina é não linear após administração intravenosa de 0,5 a 4 mg. A atropina desaparece do sangue após a injeção com uma meia-vida plasmática de cerca de 2-4 horas. Grande parte do fármaco é destruída pela hidrólise enzimática, particularmente no fígado, com 13% a 50% sendo excretada inalterada na urina.
Metabolismo
Os principais metabólitos da atropina são noratropina, atropina-n-óxido, tropina e ácido trópico. O metabolismo da atropina é inibido por pesticidas organofosforados.
Pacientes pediátricos e geriátricos
A meia-vida de eliminação da atropina é mais do que duplicada em crianças menores de dois anos e em idosos (>65 anos) em comparação com outros grupos etários.
Fontes consultadas
- Bula do Profissional do Medicamento Atropion®.
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