Bula do Spectrila
Princípio Ativo: Alfassebelipase
Classe Terapêutica: Todos Os Outros Antineoplásicos
Spectrila, para o que é indicado e para o que serve?
Spectrila® é utilizado para tratar crianças com leucemia linfoblástica aguda (LLA), que é uma forma de câncer do sangue. Spectrila® é utilizado como parte de uma terapia combinada.
Como o Spectrila funciona?
Spectrila® contém asparaginase, uma enzima que interfere nas substâncias naturais necessárias para o crescimento de células cancerosas. Todas as células precisam de um aminoácido chamado asparagina para continuarem vivas. Células normais podem produzir asparagina sozinhas, enquanto algumas células cancerosas não conseguem. A asparaginase diminuiu o nível de asparagina em células cancerosas do sangue e impede o crescimento do câncer.
Quais as contraindicações do Spectrila?
Spectrila® não deve ser utilizado:
- Se você for alérgico a asparaginase ou qualquer um dos outros componentes deste medicamento;
- Se você tem ou teve anteriormente inflamação do pâncreas (pancreatite);
- Se você tem problemas graves da função do fígado;
- Se você tem algum distúrbio de coagulação do sangue (como hemofilia);
- Se você teve sangramento grave (hemorragia) ou coagulação sanguínea grave (trombose) sob tratamento prévio com asparaginase.
Categoria “D” de risco na gravidez.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.
Atenção: Este medicamento contém Açúcar, portanto, deve ser usado com cautela em portadores de Diabetes.
Como usar o Spectrila?
Spectrila® é preparado e administrado por profissionais da saúde. Seu médico decide sobre a dose que você recebe. A dose depende de sua área de superfície corporal (ASC), que é calculada com seu peso e altura.
Spectrila® é administrado por via intravenosa. É geralmente administrado com outros medicamentos contra o câncer. A duração do tratamento depende do protocolo quimioterápico específico utilizado para tratar sua doença.
Precauções especiais de eliminação e manuseamento
Para dissolver o pó, injete cuidadosamente 3,7 mL de água para preparações injetáveis contra a parede interior do frasco para injetáveis com uma seringa para injeção (não esguiche a água diretamente sobre ou no interior do pó). A dissolução do conteúdo é efetuada rodando lentamente (evita a formação de espuma causada por agitação). A solução reconstituída pode apresentar uma ligeira opalescência.
A quantidade calculada de asparaginase é novamente dissolvida em 50 mL a 250 mL de solução para perfusão de cloreto de sódio a 9 mg/mL (0,9%). Qualquer medicamento não utilizado ou resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais.
Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento. Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.
O que devo fazer quando me esquecer de usar o Spectrila?
Seu médico saberá quando deverá ser administrada a próxima dose de Spectrila®.
Em caso de dúvidas procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.
Quais cuidados devo ter ao usar o Spectrila?
Converse com seu médico ou enfermeiro antes de administrar Spectrila®.
As seguintes situações de ameaça à vida podem surgir durante o tratamento com Spectrila®:
- Inflamação grave do pâncreas (pancreatite aguda);
- Problemas de fígado;
- Reação alérgica séria que causa dificuldade de respiração ou tontura;
- Distúrbios de coagulação do sangue (sangramento ou formação de coágulos de sangue);
- Aumento das taxas de açúcar no sangue.
Antes e durante o tratamento com Spectrila®, seu médico fará exames de sangue.
O tratamento com Spectrila® deve ser interrompido imediatamente caso ocorram problemas graves do fígado.
A infusão intravenosa de Spectrila® deve ser descontinuada imediatamente caso ocorram sintomas alérgicos. Você pode ter que administrar medicamentos antialérgicos e, se necessário, medicamentos para estabilizar a circulação. Na maioria dos casos, o tratamento pode ser continuado ao mudar para outros medicamentos que contêm formas diferentes de asparaginase.
Distúrbios de coagulação do sangue podem fazer com que você receba plasma fresco ou um determinado tipo de proteína (antitrombina III) para reduzir o risco de sangramento ou formação de coágulos de sangue (trombose).
Altos níveis de açúcar no sangue podem exigir tratamento com fluidos intravenosos e/ou insulina.
Atenção: Este medicamento contém Açúcar, portanto, deve ser usado com cautela em portadores de Diabetes.
Síndrome de leucoencefalopatia posterior reversível (caracterizada por dor de cabeça, confusão, convulsões e perda visual) pode exigir medicamentos para diminuição de pressão sanguínea e, em casos de convulsão, tratamento antiepilético.
Gravidez e amamentação
Não há dados sobre o uso de asparaginase em mulheres grávidas. Spectrila® não deve ser utilizado durante a gravidez, a menos que a condição clínica das mulheres exija tratamento com asparaginase.
Não se sabe se asparaginase está presente no leite humano. Portanto, Spectrila® não deve ser utilizado durante a amamentação.
Se você está grávida ou amamentando, acha que pode estar grávida ou está planejando ter um bebê, peça a seu médico aconselhamento antes de utilizar este medicamento.
Se você está em idade fértil, deve utilizar contraceptivos ou evitar ter relações sexuais durante a quimioterapia e por até 3 meses após o final do tratamento. Visto que uma interação indireta entre os componentes da contracepção oral e a asparaginase não pode ser excluída, contraceptivos orais não são considerados suficientemente seguros. Deve ser utilizado um método além de contraceptivos orais em mulheres em idade fértil.
Categoria “D” de risco na gravidez.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.
Capacidade de dirigir veículos e operar máquinas
Não dirija ou opere máquinas ao tomar este medicamento, pois ele pode fazer com que você se sinta sonolento, cansado ou confuso.
Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Spectrila?
Igualmente a todos os medicamentos, este pode causar efeitos colaterais, embora nem todas as pessoas os tenham.
Conte para seu médico imediatamente e pare de administrar Spectrila® se apresentar:
- Inflamação do pâncreas, que causa dor grave no abdômen e costas;
- Anormalidades graves da função hepática (determinadas por exames laboratoriais);
- Reações alérgicas, incluindo reação alérgica grave (choque anafilático), rubor, erupção cutânea, pressão sanguínea baixa, inchaço do rosto e garganta, urticárias, falta de respiração;
- Distúrbios de coagulação do sangue, tais como sangramento, coagulação intravascular disseminada (CID) ou formação de coágulos de sangue (trombose);
- Nível alto de açúcar no sangue (hiperglicemia).
Abaixo segue uma lista de todas as reações adversas de acordo com sua frequência:
Reação muito comum (ocorre em mais de 10% dos pacientes que utilizam este medicamento)
- Enjoo (náusea), vômito, dor no estômago ou fezes aquosas (diarreia);
- Acúmulo de fluidos (edema);
- Sensação de cansaço;
- Exames laboratoriais anormais, incluindo alterações dos níveis proteicos no sangue, alterações na gordura sanguínea ou dos valores de enzimas hepáticas, ou nível alto de ureia no sangue.
Reação comum (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento)
- Redução leve à moderada em todas as contagens de células sanguíneas;
- Reações alérgicas, incluindo chiado (broncoespasmo) ou dificuldade de respirar;
- Baixo nível de açúcar no sangue (hipoglicemia);
- Perda de apetite ou perda de peso;
- Depressão, alucinação ou confusão;
- Nervosismo (agitação) ou sonolência (sono);
- Alterações no eletroencefalograma (sinal da atividade elétrica do cérebro);
- Altos níveis sanguíneos de amilase e lipase;
- Dor (dor nas costas, dor nas articulações, dor no estômago).
Reação incomum (ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento)
- Altos níveis sanguíneos de ácido úrico (hiperuricemia);
- Altos níveis sanguíneos de amônia (hiperamonemia);
- Dor de cabeça.
Reação rara (ocorre entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento)
- Cetoacidose diabética (complicação em decorrência de açúcar no sangue descontrolado);
- Convulsões, comprometimento grave de consciência, incluindo coma e derrame;
- Síndrome de leucoencefalopatia posterior reversível (condição caraterizada por dor de cabeça, confusão, convulsões e perda da visão);
- Inflamação das glândulas salivares (parotidite);
- Colestase (fluxo bloqueado da bile do fígado);
- Icterícia;
- Destruição de células do fígado (necrose de células hepáticas);
- Insuficiência hepática, podendo levar à morte.
Reação muito rara (ocorre em menos de 0,01% dos pacientes que utilizam este medicamento)
- Diminuição da função da glândula tireoide ou das glândulas paratireoides;
- Tremor leve dos dedos;
- Pseudocistos do pâncreas (coletas de fluido após a inflamação aguda do pâncreas).
Reação desconhecida (a frequência não pode ser estimada a partir dos dados disponíveis)
- Infecções;
- Fígado gorduroso.
Atenção: este produto é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, informe seu médico ou cirurgião-dentista.
Apresentações do Spectrila
Pó Liofilizado para Solução Injetável 10,000 U por frasco
Embalagem contendo 01 e 05 frascos-ampola.
Via intravenosa.
Uso pediátrico.
Qual a composição do Spectrila?
Cada frasco contém:
10,000 U de asparaginase.
Excipientes: sacarose.
Cada frasco contém 10,000 unidades de asparaginase*.
Uma unidade (U) é definida como a quantidade de enzima necessária para liberar um μmol de amônia por minuto a pH 7,3 e 37°C.
Um frasco-ampola contém 10,000 unidades de asparaginase. Após a reconstituição, cada mL de solução contém 2.500 unidades de asparaginase. Este medicamento também contém sacarose.
*Produzido em células Escherichia coli por tecnologia de DNA recombinante.
Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Spectrila maior do que a recomendada?
Se você acha que recebeu Spectrila® demais, fale sobre isso com seu médico ou enfermeiro assim que possível.
Até o momento não é conhecido que uma overdose com asparaginase leva a quaisquer sinais de uma overdose. Se necessário, o médico irá tratar seus sintomas e lhe fornecerá tratamento de apoio.
Caso tenha outras perguntas sobre o uso deste medicamento, pergunte a seu médico ou enfermeiro.
Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Spectrila com outros remédios?
Diga para seu médico se está utilizando, utilizou recentemente ou poderá utilizar outros medicamentos. Isto é importante porque Spectrila® pode aumentar os efeitos colaterais de outros medicamentos através de seu efeito no fígado, que exerce uma função importante na remoção de medicamentos do corpo.
Além disso, é principalmente importante dizer para seu médico se você também está utilizando algum dos seguintes medicamentos:
- Vincistrina (utilizada para tratar alguns tipos de câncer), já que o uso simultâneo de vincistrina e asparaginase pode aumentar o risco de alguns efeitos colaterais. Para evitar isso, a vincistrina é geralmente administrada de 3 a 24 horas antes da asparaginase;
- Glicocorticoides (medicamentos anti-inflamatórios que amortecem o sistema imunológico), já que o uso simultâneo de glicocorticoides e asparaginase pode aumentar a formação de coágulos de sangue (trombose);
- Medicamentos que reduzem a capacidade do sangue de coagular, como anticoagulantes (por exemplo, warfarina e heparina), dipiridamol, ácido acetilsalicílico ou medicamentos para tratar dor e inflamação, já que o uso destes medicamentos com asparaginase pode aumentar o risco de sangramento;
- Medicamentos metabolizados no fígado, porque o risco de efeitos colaterais pode aumentar;
- Asparaginase pode influenciar a eficácia de metotrexato ou citarabina (utilizados para tratar alguns tipos de câncer):
- Se a asparaginase for administrada após estes agentes, seu efeito pode ser aumentado;
- Se a asparaginase for administrada antes destes agentes, seu efeito pode ser enfraquecido.
- Medicamentos que podem ter efeito negativo na função do fígado, já que estes efeitos negativos podem ser piorados pelo tratamento concomitante com asparaginase;
- Medicamentos que podem suprimir a função da medula óssea, já que estes efeitos podem ser elevados pelo uso concomitante da asparaginase. Você pode ficar mais suscetível a infecções;
- Outros medicamentos anticancerígenos, já que podem contribuir com a liberação de muito ácido úrico quando células tumorais são destruídas pela asparaginase.
Vacinação
A vacinação simultânea com vacinas vivas pode aumentar o risco de infecção séria. Portanto, você não deve receber vacinação com vacinas vivas até pelo menos 3 meses após o fim do tratamento com Spectrila®.
Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento.
Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.
Qual a ação da substância do Spectrila?
Resultados de Eficácia
Lactentes que apresentam deficiência de LAL
O LAL-CL03 foi um estudo multicêntrico, aberto e de braço único de Alfassebelipase em 9 pacientes com deficiência de LAL com falha no crescimento ou outros indícios de doença rapidamente progressiva antes dos 6 meses de idade. Os pacientes apresentavam também doença hepática rapidamente progressiva e hepatoesplenomegalia grave. A faixa etária para admissão no estudo era de 1-6 meses. Os pacientes receberam Alfassebelipase a 0,35 mg/kg uma vez por semana durante as primeiras 2 semanas e depois 1 mg/kg uma vez por semana. Com base na resposta clínica, o aumento progressivo da dose para 3 mg/kg uma vez por semana verificou-se logo ao fim de 1 mês e até 20 meses após o início do tratamento a 1 mg/kg. Foi permitido um aumento adicional progressivo da dose para 5 mg/kg uma vez por semana. A eficácia foi avaliada comparando a experiência de sobrevida de pacientes tratados com Alfassebelipase que sobreviveram por mais de 12 meses de idade no LAL-CL03 com um grupo histórico de lactentes não tratados que apresentavam deficiência de LAL com características clínicas semelhantes.
No LAL-CL03, 6 de 9 lactentes tratados com Alfassebelipase sobreviveram mais de 12 meses (67% de sobrevivência aos 12 meses, IC 95%: 30% a 93%). Com o tratamento continuado por mais de 12 meses de idade, 1 paciente adicional faleceu aos 15 meses de idade. No grupo histórico, 0 de 21 pacientes sobreviveu mais de 8 meses de idade (0% de sobrevivência aos 12 meses, IC 95%: 0% a 16%). Alfassebelipase em doses até 1 mg/kg uma vez por semana resultou em melhorias dos níveis de alanina aminotransferase (ALT) e aspartato aminotransferase (AST) e aumento de peso nas primeiras semanas de tratamento. Da linha basal até à semana 48, as reduções médias de ALT e AST foram -34,0 U/l e -44,5 U/l, respetivamente. O aumento progressivo da dose para 3 mg/kg uma vez por semana foi associado a melhorias adicionais no aumento de peso, linfadenopatia e albumina sérica. Da linha basal até à semana 48, o percentil de peso médio para a idade melhorou de 12,74% para 29,83% e os níveis médios de albumina sérica aumentaram de 26,7 g/l para 38,7 g/l. Um lactente foi tratado com 5 mg/kg uma vez por semana no LAL-CL03; não foram notificadas reações adversas novas com esta dose. Na ausência de mais dados clínicos, esta dose não é recomendada.
Crianças e adultos com deficiência de LAL
O LAL-CL02 foi um estudo multicêntrico, duplo cego e controlado por placebo em 66 crianças e adultos com deficiência de LAL. Os pacientes foram aleatorizados para receberem Alfassebelipase a uma dose de 1 mg/kg (n=36) ou placebo (n=30) uma vez de duas em duas semanas durante 20 semanas no período duplo cego. A faixa etária no momento da randomização era dos 4 aos 58 anos de idade (71% tinham < 18 anos de idade). Para a admissão no estudo, os pacientes tinham de apresentar níveis de ALT ≥1,5 vezes o limite superior do normal (LSN). A maioria dos pacientes (58%) tinha colesterol LDL > 190 mg/dl no momento da admissão no estudo e 24% dos pacientes com colesterol LDL > 190 mg/dl estavam tomando medicamentos para baixar os lípidos. Dos 32 pacientes que fizeram uma biópsia de fígado no momento da admissão no estudo, 100% tinham fibrose e 31% tinham cirrose. A faixa etária dos pacientes com indícios de cirrose na biópsia era dos 4 aos 21 anos de idade.
Foram avaliados os seguintes parâmetros de avaliação final:
Formalização da ALT, diminuição do colesterol LDL, diminuição do colesterol não HDL, normalização da AST, diminuição dos triglicérides, aumento do colesterol HDL, diminuição do teor de gordura no fígado avaliado por imagem por ressonância magnética - eco de gradiente multi-eco (MEGE-MRI) e melhoria da esteatose hepática medida por morfometria. Observou-se uma melhoria estatisticamente significativa em vários parâmetros de avaliação final no grupo tratado com Alfassebelipase em comparação com o grupo de placebo na conclusão do período de 20 semanas de duplo cego do estudo, como apresentado na Tabela 3. A redução absoluta do nível médio de ALT foi de - 57,9 U/l (-53%) no grupo tratado com Alfassebelipase e -6,7 U/l (-6%) no grupo de placebo.
Tabela 3: Parâmetros de avaliação final primários e secundários de eficácia no LALCL02
a Proporção de pacientes que atingiram a normalização definida como 34 ou 43 U/l, em função da idade e do sexo.
b Proporção de pacientes que atingiram a normalização definida como 34-59 U/l, em função da idade e do sexo. Avaliada em pacientes com valores anormais na linha basal (n=36 para o Alfassebelipase; n=29 para o placebo).
c Avaliado em pacientes com avaliações efetuadas por MEGE-MRI (n=32 para o Alfassebelipase; n=25 para o placebo).
d Os valores de P são do teste exato de Fisher para os parâmetros de avaliação final de normalização e do teste de soma de postos Wilcoxon para todos os outros parâmetros de avaliação final.
Estiveram disponíveis biópsias de fígado emparelhadas na linha basal e na semana 20 num subgrupo de pacientes (n=26). Dos pacientes com biópsias de fígado emparelhadas, 63% (10/16) dos pacientes tratados com Alfassebelipase melhoraram da esteatose hepática (pelo menos ≥ 5% de redução) medida por morfometria em comparação com 40% (4/10) dos pacientes a receber placebo. Esta diferença não foi estatisticamente significativa. Período aberto Sessenta e cinco de 66 pacientes entraram no período aberto (até 130 semanas) com uma dose de Alfassebelipase de 1 mg/kg uma vez de duas em duas semanas.
Nos pacientes que tinham recebido Alfassebelipase durante o período de duplo cego, as reduções dos níveis de ALT durante as primeiras 20 semanas de tratamento mantiveram-se e observaram-se melhorias adicionais nos parâmetros dos lípidos incluindo os níveis de colesterol LDL e de colesterol HDL. Quatro (4) de 65 pacientes no período aberto tiveram um aumento progressivo da dose para 3 mg/kg uma vez de duas em duas semanas com base na resposta clínica. Os pacientes que receberam placebo apresentaram níveis séricos persistentemente elevados de transaminases e níveis séricos anormais de lípidos durante o período de duplo cego. Consistente com o que foi observado nos pacientes tratados com Alfassebelipase durante o período de duplo cego, o início do tratamento com Alfassebelipase durante o período aberto produziu melhorias rápidas nos níveis de ALT e nos parâmetros dos lípidos incluindo os níveis de colesterol LDL e de colesterol HDL. Num estudo aberto separado (LAL-CL01/LAL-CL04) em pacientes adultos com deficiência de LAL, as melhorias nos níveis séricos de transaminases e lípidos foram sustentadas durante o período de tratamento de 104 semanas.
População pediátrica
Cinquenta e seis de 84 pacientes (67%) que receberam Alfassebelipase durante os estudos clínicos (LAL-CL01/LAL-CL04, LAL-CL02 e LAL-CL03) pertenciam à faixa etária pediátrica e adolescente (1 mês até 18 anos de idade).
Características Farmacológicas
Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: Outros produtos do trato alimentar e metabolismo, enzimas; código ATC: A16AB14.
Deficiência de lipase ácida lisossomal (LAL)
A deficiência de LAL é uma doença rara associada a morbidade e mortalidade significativas, que afeta indivíduos desde a infância até à idade adulta. A deficiência de LAL nos lactentes é uma emergência médica com rápida progressão da doença ao longo de um período de semanas, tipicamente fatal nos primeiros 6 meses de vida. A deficiência de LAL é uma doença autossômica recessiva de armazenamento lisossomal caracterizada por um defeito genético que resulta numa diminuição acentuada ou perda de atividade da enzima lipase ácida lisossomal (LAL). A atividade deficiente da enzima LAL resulta no acúmulo lisossomal de ésteres do colesterol e triglicérides.
No fígado, este acúmulo conduz a hepatomegalia, teor de gordura no fígado aumentado, elevação das transaminases indicativo de lesão crônica do fígado e progressão para fibrose, cirrose e complicações de doença hepática em fase terminal. No baço, a deficiência de LAL resulta em esplenomegalia, anemia e trombocitopenia. O acúmlo de lípidos na parede do intestino conduz a má absorção e falha no crescimento. A dislipidemia é frequente com o LDL e os triglicérides elevados e o HDL baixo, associados ao teor de gordura aumentado no fígado e às elevações das transaminases. Além da doença hepática, os pacientes com deficiência de LAL têm um risco aumentado de doença cardiovascular e aterosclerose acelerada.
Mecanismo de ação
A Alfassebelipase é uma lipase ácida lisossomal humana recombinante (rhLAL). A Alfassebelipase liga-se aos recetores da superfície celular através de glicanos expressos na proteína e é subsequentemente internalizada nos lisossomas. A Alfassebelipase catalisa a hidrólise lisossomal dos ésteres do colesterol e triglicérides para colesterol livre, glicerol e ácidos graxos livres. A substituição da atividade da enzima LAL conduz a reduções do teor de gordura no fígado e das transaminases, e ativa o metabolismo dos ésteres do colesterol e triglicérides no lisossoma, conduzindo a reduções do colesterol de lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e do colesterol de lipoproteínas não de alta densidade, triglicérides e aumentos do colesterol HDL. A melhoria do crescimento ocorre em resultado da redução de substratos no intestino.
Propriedades farmacocinéticas
Crianças e adultos
A farmacocinética da Alfassebelipase em crianças e adultos foi determinada utilizando uma análise farmacocinética da população de 65 pacientes com deficiência de LAL que receberam infusões intravenosas de Alfassebelipase a 1 mg/kg uma vez de duas em duas semanas no LAL-CL02. Vinte e quatro pacientes tinham idades compreendidas entre os 4 e os 11 anos, 23 tinham idades compreendidas entre os 12 e os 17 anos, e 18 tinham idade ≥ 18 anos (Tabela 4). Com base numa análise não compartimental de dados de adultos (LAL-CL01/LAL-CL-04), a farmacocinética da Alfassebelipase pareceu ser não linear com um aumento da exposição mais acentuado do que o proporcional à dose observado entre as doses de 1 e 3 mg/kg. Não se observou acúmulo a 1 mg/kg (uma vez por semana ou uma vez de duas em duas semanas) ou 3 mg/kg uma vez por semana.
Tabela 4: Parâmetros farmacocinéticos médios da população
* Semana 22 para os pacientes a receber placebo reinicializada para Semana 0, isto é, primeira semana de tratamento ativo.
AUCss = Área sob a curva de concentração plasmática-tempo em estado estacionário.
Cmax = Concentração máxima.
Tmax = Tempo até à concentração máxima.
CL = Depuração.
Vc = Volume central de distribuição.
T½ = Semivida.
Lactentes (< 6 meses de idade)
No LAL-CL03, a Alfassebelipase foi eliminada da circulação sistêmica com um T½ mediana de 0,1 h (intervalo: 0,1-0,2) à dose de 3 mg/kg uma vez por semana (n = 4). A diferença em exposições à Alfassebelipase entre os grupos que receberam 0,35 mg/kg e 3 mg/kg uma vez por semana foi mais do que proporcional à dose, com um aumento de 8,6 vezes da dose, resultando num aumento de 9,6 vezes da exposição para a AUC e um aumento de 10,0 vezes para a Cmax.
Linearidade/não linearidade
Com base nestes dados, a farmacocinética da Alfassebelipase pareceu ser não linear com um aumento da exposição mais acentuado do que o proporcional à dose observado entre as doses de 1 e 3 mg/kg.
Populações especiais
Durante a análise de covariáveis do modelo de farmacocinética da população para a Alfassebelipase, constatou-se que a idade, o peso corporal e o sexo não tinham uma influência significativa na CL e no Vc da Alfassebelipase. A Alfassebelipase não foi investigada em pacientes com idades compreendidas entre os 2 e os 4 anos ou em pacientes com idade igual ou superior a 65 anos. As informações sobre a farmacocinética da Alfassebelipase em grupos étnicos não caucasianos são limitadas. A Alfassebelipase é uma proteína e prevê-se que seja metabolicamente degradada através de hidrólise péptica. Consequentemente, não se prevê que a função hepática comprometida afete a farmacocinética da Alfassebelipase.
Para os pacientes com comprometimento hepático grave existe falta de dados. A eliminação renal da Alfassebelipase é considerada uma via menor para a depuração. Para os pacientes com comprometimento renal existe falta de dados. As informações sobre o impacto de anticorpos antifármaco na farmacocinética da Alfassebelipase são limitadas.
Como devo armazenar o Spectrila?
Conservar sob refrigeração (temperatura entre 2 e 8º C). Proteger da luz.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Uso imediato após a reconstituição e diluição.
Características do medicamento
- Pó branco.
- A solução reconstituída pode apresentar uma ligeira opalescência.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Mensagens de Alerta do Spectrila
Leia atentamente esta bula antes de começar a tomar este medicamento, pois ela contém informações importantes para você.
- Guarde esta bula. Você pode precisar ler novamente;
- Se você tiver qualquer dúvida, pergunte ao seu médico ou farmacêutico;
- Se você tiver quaisquer efeitos indesejáveis, fale com seu médico ou farmacêutico. Isso inclui os possíveis efeitos indesejáveis não mencionados nesta bula.
Dizeres Legais do Spectrila
MS 1.5626.0031
Farmacêutico Responsável:
Juliana Vescovi de Freitas Aguiar
CRF-ES 5187
Fabricado por:
Lyocontract GmbH
Pulverwiese, 38871, Ilsenburg, Alemanha
Embalado por:
Medac Gesellschaft für klinische Spezialpräparate m.b.H
Theaterstraße 6, 22880, Wedel, Alemanha
Registrado e Importado por:
Laboratórios Bagó do Brasil S.A.
Rod. ES - 357, KM 66, S/N°, Baunilha – Colatina/ ES
CNPJ nº 04.748.181/0009-47
Indústria Brasileira
Uso restrito a hospitais.
Venda sob prescrição médica.
Quer saber mais?
Consulta também a Bula do Alfassebelipase
O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 10 de Julho de 2024.
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