Bula do Reboxetina
Princípio Ativo: Reboxetina
Reboxetina, para o que é indicado e para o que serve?
Reboxetina é indicado para o tratamento agudo do transtorno depressivo grave ou muito grave e para a manutenção da melhora clínica em pacientes responsivos ao tratamento inicial.
A remissão da fase aguda da doença depressiva está associada à melhora da qualidade de vida do paciente, em termos de adaptação social. O efeito clínico é observado, geralmente, após 14 dias do início do tratamento.
Quais as contraindicações do Reboxetina?
Reboxetina é contraindicado a pacientes que apresentam hipersensibilidade à reboxetina ou a qualquer outro componente da fórmula.
Este medicamento é contraindicado para menores de 18 anos.
Como usar o Reboxetina?
Reboxetina deve ser administrado por via oral.
Os efeitos clínicos do tratamento iniciam-se, geralmente, após 14 dias do início do tratamento.
Uso em adultos
A dose terapêutica recomendada é de 4 mg, 2 vezes ao dia (8 mg/dia), por via oral. Após 3 semanas, pode-se aumentar essa dose para 10 mg/dia, caso a resposta clínica seja incompleta.
Uso em idosos (acima de 65 anos)
A dose terapêutica recomendada é de 2 mg, duas vezes ao dia (4 mg/dia), por via oral. Após 3 semanas, pode-se aumentar essa dose para 6 mg/dia, caso a resposta clínica seja incompleta.
Uso em crianças
Não há dados disponíveis sobre o uso de Reboxetina em crianças.
Reboxetina não deve ser usado em pacientes menores de 18 anos de idade.
Uso em pacientes com insuficiência renal ou hepática
A dose inicial em pacientes com insuficiência renal ou insuficiência hepática moderada a grave deve ser de 2 mg duas vezes ao dia e pode ser aumentada de acordo com a tolerabilidade do paciente.
Dose omitida
Caso o paciente se esqueça de utilizar Reboxetina no horário estabelecido, deve fazê-lo assim que lembrar. Entretanto, se já estiver perto do horário de administrar a próxima dose, deve desconsiderar a dose esquecida e utilizar a próxima. Neste caso, o paciente não deve utilizar a dose duplicada para compensar doses esquecidas. O esquecimento de dose pode comprometer a eficácia do tratamento.
Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Reboxetina maior do que a recomendada?
Em alguns casos foram administradas doses maiores que as recomendadas (12 a 20 mg/dia) por um período que variou de alguns dias a algumas semanas durante os estudos clínicos. Os eventos adversos relatados incluíram hipotensão ortostática, ansiedade e hipertensão.
Foram relatados dois casos de autointoxicação com doses de até 52 mg de Reboxetina por paciente. Não se observaram eventos adversos importantes. No caso de doses tóxicas recomenda-se monitoração da função cardíaca e dos sinais vitais.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Reboxetina com outros remédios?
Estudos in vitro e in vivo mostraram que o Reboxetina não é metabolizado pelo citocromo P450 2D6. Portanto, não são necessárias precauções especiais no caso de pacientes que apresentem deficiência desta enzima. Da mesma forma, é improvável que inibidores dessa enzima, como a fluoxetina e a paroxetina, afetem a farmacocinética do Reboxetina.
Estudos in vitro mostraram que a reboxetina não inibe a atividade das seguintes isoenzimas do citocromo P450 (CYP):
- CYP1A2, CYP2C9, CYP2C19 e CYP2E1. Em concentrações altas, a reboxetina inibe a CYP2D6, mas não se conhece o significado clínico dessa observação. Estudos in vitro indicam que a reboxetina é um inibidor muito fraco de CYP3A4.
Estudos in vitro indicam que a reboxetina é metabolizada, principalmente, por CYP3A4. A reboxetina não é metabolizada por CYP2D6. Portanto, espera-se que compostos que diminuam a atividade do CYP3A4 aumentem as concentrações plasmáticas de reboxetina. Em um estudo com voluntários sadios, demonstrou-se que o cetoconazol, um inibidor potente da CYP3A4, aumentou as concentrações plasmáticas dos enantiômeros de reboxetina em aproximadamente 50%.
Baixos níveis séricos de reboxetina foram relatados com a administração concomitante de indutores da CYP3A4 tais como fenobarbital e carbamazepina.
Não se observou interação farmacocinética recíproca significativa entre reboxetina e lorazepam.
Em um estudo in vivo de múltiplas doses realizado em voluntários saudáveis, não foi observada interação clinicamente significativa entre a fluoxetina e reboxetina. Em voluntários saudáveis, a reboxetina não parece potencializar o efeito do álcool sobre as funções cognitivas.
O uso concomitante de reboxetina com outros antidepressivos (tricíclicos, IMAOs, incluindo linezolida – um antibiótico que é um IMAO não seletivo reversível – e azul de metileno, inibidores seletivos da recaptação da serotonina [ISRSs] e lítio) não foi avaliado durante os estudos clínicos.
A extensão da absorção da reboxetina não é influenciada significativamente pela ingestão concomitante de alimentos.
Qual a ação da substância do Reboxetina?
Resultados de Eficácia
Reboxetina é um inibidor seletivo da recaptação de noradrenalina que apresenta eficácia comparável aos outros agentes antidepressivos no tratamento do transtorno depressivo (Versiani et al, 1999).
Reboxetina assim como os inibidores seletivos da recaptação de serotonina apresenta menos efeitos colaterais e maior segurança quando comparado aos antidepressivos tricíclicos (Scates et al, 2000).
Referências Bibliográficas:
Versiani M, Mehilane L, Gaszner P, Arnaud-Castiglioni R. Reboxetine, a unique selective NRI, prevents relapse and recurrence in long-term treatment of major depressive disorder. J Clin Psychiatry. 1999 Jun;60(6):400-6.
Scates AC, Doraiswamy PM. Reboxetine: a selective norepinephrine reuptake inhibitor for the treatment of depression. Ann Pharmacother. 2000 Nov;34(11):1302-12.
Características Farmacológicas
Propriedades Farmacodinâmicas
A reboxetina é um inibidor seletivo da recaptação de noradrenalina (ISRN), que inibe fracamente a serotonina, diminui a atividade da dopamina e não tem afinidade significativa por receptores adrenérgicos, histaminérgicos ou colinérgicos. Através da inibição da recaptação da noradrenalina, a reboxina causa um aumento agudo das concentrações sinápticas de noradrenalina, seguido de uma regulação baixa e dessensibilização de receptores β- e α2- juntamente com um aumento na sensibilidade dos receptores α1 pós-sinápticos. É através desta modificação do sistema noradrenérgico que se acredita que reboxetina exerça sua atividade antidepressiva.
Foi conduzida uma meta-análise que avaliou reboxetina versus placebo em estudos controlados ativos incluindo mais de 5000 pacientes. A taxa de resposta foi definida como uma redução de pelo menos 50% com base na escala de Hamilton para taxa de depressão total, em relação à ultima visita médica. Comparado ao placebo, uma resposta com significância estatística maior foi observada com reboxetina (51,2% vs 43,6%).
A taxa de resposta da reboxetina não foi maior que de outros antidepressivos (imipramina, fluoxetina, paroxetina, citalopram, dotiepina e venlafaxina), embora a diferença não tenha sido estatisticamente significante (59,7% vs 62,3%).
A eficácia e segurança da reboxetina no tratamento de depressão maior foram demonstradas nesses estudos, nos quais a maioria dos pacientes envolvidos foi diagnosticada com níveis de depressão grave ou muito grave.
Propriedades Farmacocinéticas
A Reboxetina é bem absorvida no trato gastrintestinal com pico dos níveis plasmáticos após 2 horas. A ligação às proteínas plasmáticas é aproximadamente 97% (92% em pacientes idosos). Dados indicam que a biodisponibilidade absoluta é de, no mínimo, 90%. Estudos in vitro indicam que a Reboxetina é metabolizada por CYP3A4; a principal via metabólica identificada é a desalquilação, hidroxilação, e oxidação seguida de conjugação com glicuronídeo ou sulfato. A excreção ocorre principalmente através da urina (78%) sendo que 10% na forma de droga inalterada. A meia-vida de eliminação é de 13 horas. Observaram-se condições de estado de equilíbrio (steady-state) num prazo de 5 dias. Dados de estudos com animais indicam que a Reboxetina atravessa a placenta e é distribuída no leite materno.
Dados de Segurança Pré-Clínicos
Estudos de segurança pré-clínicos da reboxetina indicam ampla margem de segurança em humanos, bem como ausência de potencial teratogênico, genotóxico ou carcinogênico.
A reboxetina não induz mutações genéticas em células bacterianas ou de mamíferos in vitro mas induz aberrações cromossômicas em linfócitos humanos in vitro. A reboxetina não causa dano ao DNA em leveduras ou hepatócitos de ratos in vitro. A reboxetina não causou dano cromossômico em testes in vivo com micronúcleos de camundongos e não aumentou a incidência de tumores em testes de carcinogenicidade em camundongos ou ratos.
A hemossiderose foi relatada apenas em estudos de toxicidade em ratos.
Estudos em animais não demonstraram quaisquer efeitos teratogênicos ou quaisquer efeitos dos compostos no desempenho reprodutivo global. Em estudos de fertilidade em ratos, a reboxetina não alterou o comportamento de acasalamento, a fertilidade ou o desempenho reprodutivo geral em doses orais de até 90 mg/kg/dia. Dosagens que produzem concentrações plasmáticas dentro da faixa terapêutica para humanos induziram dano ao crescimento, desenvolvimento e mudanças comportamentais de longa duração na prole de ratos. Em ratos a reboxetina é excretada no leite.
Fontes consultadas
- Bula do Profissional do Medicamento Prolift®.
Doenças relacionadas
O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 20 de Março de 2023.