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Bula do Pirimetamina

Pirimetamina, para o que é indicado e para o que serve?

Pirimetamina em combinação com outros medicamentos, é indicado na prevenção e tratamento da malária, causada por cepas sensíveis de Plasmodium falciparum, e no tratamento da toxoplasmose congênita ou adquirida, causada pelo Toxoplasma gondii.

Quais as contraindicações do Pirimetamina?

  • Anemia megaloblástica secundária por deficiência de folato;
  • Hipersensibilidade à Pirimetamina ou à qualquer outro componente da formulação.

Como usar o Pirimetamina?

Os comprimidos de Pirimetamina podem ser tomados com líquido (aproximadamente meio a um copo), independentemente da hora da refeição. Em caso de desconforto no estomâgo,os comprimidos podem ser tomados após a ingestão de um alimento.

Posologia do Pirimetamina


Profilaxia da malária

Adultos e crianças com mais de 10 anos

Um comprimido de Pirimetamina a cada semana.

Crianças com menos de 10 anos

  • 5 a 10 anos: meio comprimido a cada semana;
  • Com menos de 5 anos: um quarto de comprimido a cada semana.

A profilaxia deve começar no dia ou pouco antes da chegada a uma área endêmica e continuar uma vez por semana. No retorno a uma área isenta de malária, a dose deve ser mantida por mais quatro semanas.

Tratamento da malária

Pirimetamina deve ser administrado juntamente com sulfadiazina ou outra sulfonamida adequada.

Adultos, incluindo idosos, e jovens com mais de 14 anos

Dois ou três comprimidos de Pirimetamina juntamente com 1.000 a 1.500 mg de sulfadiazina em dose única.

Crianças com menos de 14 anos - em dose única

  • 9 a 14 anos: dois comprimidos de Pirimetamina com 1000 mg de sulfadiazina;
  • 4 a 8 anos: um comprimido de Pirimetamina com 500 mg de sulfadiazina;
  • Menos de 4 anos: meio comprimido de Pirimetamina com 250 mg de sulfadiazina.

Toxoplasmose

Pirimetamina deve ser administrado concomitantemente com sulfadiazina ou outra sulfonamida adequada.

Observação: O uso de uma sulfonamida alternativa pode requerer um ajuste da dose.

O tratamento deve ser administrado entre três e seis semanas.

Se for indicado um tratamento adicional, deve haver um intervalo de duas semanas entre os tratamentos.

Adultos e crianças com mais de 6 anos

Pirimetamina - uma dose inicial de 100 mg (quatro comprimidos), seguida de 25-50 mg (um ou dois comprimidos) diariamente. sulfadiazina - 150 mg/kg de peso corporal (máximo de 4 g) diários, divididos em quatro doses.

Crianças com menos de 6 anos

  • Entre 2 e 6 anos de idade devem receber uma dose inicial de 2 mg de Pirimetamina/kg de peso corporal (até um máximo de 50 mg), seguidos de 1 mg/kg/dia (até um máximo de 25 mg);
  • Crianças menores devem receber 1 mg/kg/dia.
Usando-se uma dosagem com base em peso corporal, as doses recomendadas de Pirimetamina para crianças com menos de 6 anos de idade, até o mais próximo de um quarto de comprimido, são como se segue:
  • Crianças entre 2 e 6 anos: Pirimetamina - uma dose inicial de um comprimido, seguida de meio comprimido diariamente. sulfadiazina - 150 mg/kg de peso corporal (máximo de 2 g) diariamente, divididos em quatro doses;
  • Crianças entre 10 meses e 2 anos: Pirimetamina - meio comprimido diariamente. sulfadiazina - 150 mg/kg de peso corporal (máximo de 1,5 g) diariamente, divididos em quatro doses;
  • Crianças entre 3 e 9 meses: Pirimetamina - um quarto de comprimido diariamente. sulfadiazina - 100 mg/kg de peso corporal (máximo de 1 g) diariamente, divididos em quatro doses;
  • Recém-nascidos com menos de 3 meses: Pirimetamina - um quarto de comprimido em dias alternados. sulfadiazina - 100 mg/kg de peso corporal (máximo de 750 mg) em dias alternados, divididos em quatro doses.

Os riscos de se administrar sulfadiazina ou outras sulfonamidas a recém-nascidos devem ser pesados contra seu benefício terapêutico.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Pirimetamina com outros remédios?

Interação medicamento-medicamento

Medicamento

Interação Comentários
Dapsona 

Efeitos aditivos indesejáveis sobre os elementos do sangue (glóbulos vermelhos e brancos). Não há efeitos clinicamente importantes sobre a absorção, distribuição, metabolismo e excreção da Pirimetamina

Monitorar, com frequência maior que a usual, os efeitos hematológicos adversos do tratamento através de hemogramas completos

Antagonistas do ácido fólico (p.ex., sulfonamida, cotrimoxazol e trimetoprima)

A Pirimetamina e as sulfonamidas interferem com a síntese de ácido fólico em organismos sensíveis. Há um possível sinergismo entre estes medicamentos usados com sucesso no tratamento da toxoplasmose. Também têm sido usados com vantagens terapêuticas na prevenção e tratamento da malária. Há um aumento no risco de supressão da medula óssea (redução importante na produção de células e plaquetas do sangue) se usados com outros antagonistas do ácido fólico

A Pirimetamina é usada em associação com a sulfadiazina para tratamento da toxoplasmose. A Pirimetamina tem sido usada também junto à sulfadoxina para prevenção e tratamento da malária. Caso se desenvolvam sinais de deficiência de folato, a administração de Pirimetamina deverá ser suspensa e o tratamento com ácido folínico instituído até que a produção normal de sangue seja restaurada
Metotrexato, proguanil, zidovudina Pode aumentar o risco de supressão da medula óssea

O tratamento deve ser feito com precaução. Suspender a pirimetamina se surgirem sinais de deficiência de folato e iniciar tratamento com ácido folínico até que se restabeleça a hematopoiese normal

Fenitoína 

Pode aumentar o risco de diminuição dos níveis sanguíneos de ácido fólico e suas consequências

Uso com precaução
Lorazepam 

Pode haver efeito tóxico sobre o fígado (hepatotoxicidade) quando a Pirimetamina e o lorazepam são usados concomitantemente

Exames de função do fígado deverão ser realizados regularmente para detectar possível hepatotoxicidade

Ocorreram convulsões após a administração concomitante de metotrexato e Pirimetamina a crianças com leucemia do sistema nervoso central, e casos de aplasia fatal da medula óssea (produção insuficiente de células do sangue) foram associados à administração de daunorubicina, arabinosídeo, citosina e Pirimetamina a indivíduos com leucemia mieloide aguda.

A alta ligação às proteínas do plasma demonstrada pela Pirimetamina pode impedir essa ligação por outros compostos. Isto poderá ser relevante quando o nível de fármaco não ligado (por exemplo, quinina ou varfarina), administrado concomitantemente, afetar a sua eficácia ou toxicidade.

Qual a ação da substância do Pirimetamina?

Resultados de Eficácia


A Pirimetamina é eficaz no tratamento da malária causada por cepas sensíveis de Plasmodium falciparum quando usada em combinação com uma sulfonamida, sendo útil também em certas regiões para quimioprofilaxia da malária, quando administrada em combinação com outros antimaláricos. Contudo, temse observado um crescente desenvolvimento de resistência do Plasmodium falciparum à droga, o que tem limitado o seu uso no tratamento da malária por este Plasmodium. Todavia, ela permanece útil para terapia preventiva intermitente para malária na gravidez (IPTp) e terapia preventiva intermitente na infância (IPTi). Mais recentemente, foi usada em regiões onde a resistência da DHFR não é ainda um grande problema, em combinação com compostos da artemesinina. No tratamento da toxoplasmose, a Pirimetamina permanece sendo o medicamento chave, sempre em combinação com a sulfonamida. (1)

Malária

Dados reunidos por Aponte JJ e colaboradores do Centro de Investigação em Saúde Internacional de Barcelona (CRESIB), Espanha, de seis estudos duplo-cegos, randomizados e controlados por placebo, realizados na Tanzânia, Moçambique, Gabão e Gana, que avaliaram a eficácia da IPTi com Pirimetamina/sulfadoxina, em sete mil novecentas e trinta crianças que se submetiam, na época, a um programa de vacinação de rotina da OMS (IPTi, n=3958; placebo, n=3972), mostraram que a IPTi com Pirimetamina/sulfadoxina foi segura e eficaz em vários contextos de transmissão de malária, sugerindo que esta intervenção seja uma contribuição útil no controle da malária. (2)

Em um estudo realizado em Uganda para comparar a eficácia a curto e a longo prazo de três regimes antimaláricos, crianças saudáveis, com idades de 6 meses a 5 anos, foram randomicamente alocadas para receber 1,25 mg/kg de Pirimetamina e 25 mg/kg de sulfadoxina, mais placebo ou 25 mg/kg de amodiaquina ou 12 mg/kg de artesunato. Os participantes foram acompanhados por até um ano e receberam o mesmo tratamento previamente atribuído para cada episódio de malária não complicada, diagnosticado durante o acompanhamento. Infecções recrudescentes e novas foram distinguidas por comparação do polimorfismo na proteína 2 de superfície do merozoíta (MSP2). O desfecho primário foi o número total de tratamento para malária por tempo em risco. As análises foram feitas por protocolo. Cento e oitenta e três (61%) dos trezentos e dezesseis participantes foram diagnosticados com pelo menos um episódio de malária não complicada.

Quinhentos e setenta e sete episódios de malária não complicada por P. falciparum foram tratados com as drogas do estudo. Todos os regimes foram seguros e bem tolerados. A falha no tratamento clínico após quatorze dias foi significativamente mais frequente no grupo Pirimetamina+sufadoxina (trinta e oito de duzentos e quinze, 18%), comparada à do grupo Pirimetamina + sulfadoxina mais amodiaquina (dois de cento e sessenta e quatro, 1%) ou à do grupo Pirimetamina + sulfadoxina mais artesunato (um de cento e noventa e oito, 1%; p < 0,0001). Após vinte e oito e quarenta e oito dias, os pacientes no grupo Pirimetamina + sulfadoxina mais amodiaquina apresentavam, significativamente, menor probabilidade de desenvolver malária do que aqueles dos outros dois grupos. Globalmente, o tratamento com Pirimetamina + sulfadoxina mais amodiaquina reduziu a taxa de tratamentos subsequentes para malária em 54% (IC de 95% 36-66, p < 0,0001), comparado com tratamento com Pirimetamina+sufadoxina e em 37% (12-54, p=0,007) comparado com Pirimetamina + sulfadoxina mais artesunato. A análise mostrou que a Pirimetamina + sulfadoxina mais amodiaquina pode ser usada como um regime barato para diminuir os episódios subsequentes de malária. (3)

Toxoplasmose na gravidez

Uma revisão baseada em evidência de artigos pesquisados na The Cochrane Library e Medline sobre toxoplasmose na gravidez gerou uma série de recomendações, dentre elas: que uma combinação de Pirimetamina, sulfadiazina e ácido folínico deve ser oferecida como tratamento a mulheres nas quais a infecção fetal tenha sido confirmada ou altamente suspeita (geralmente por uma PCR positiva no líquido amniótico) para reduzir o risco de grave doença neurológica e ocular, bem como anormalidades cardíacas e cerebrais. (4)

Toxoplasmose congênita

Um amplo estudo colaborativo para avaliar a eficácia da Pirimetamina com sulfadiazina mais ácido folínico durante o primeiro ano de vida em crianças com toxoplasmose congênita, Mc Auley et al. (1994), claramente demonstrou o valor deste tratamento. Regressão das lesões retinianas, melhora da função intelectual, redução do uso de anticonvulsivantes e redução dos efeitos auditivos foram associadas à farmacoterapia agressiva. (5)

Toxoplasmose adquirida

A combinação Pirimetamina/sulfadiazina tem se mostrado altamente eficaz no tratamento de complicações da infecção adquirida, inclusive neurotoxoplasmose, sendo o tratamento a longo prazo necessário para prevenir recidivas em pacientes imunodeficientes, como demonstrado por vários artigos publicados e outras publicações específicas. (6,7,8)

Referências Bibliográficas

1. Looke D: Pyrimethamine. In Kucers’ The Use of Antibiotics Sixth Edition: A Clinical Review of Antibacterial, Antifungal and Antiviral Drugs, CRC Press, 2010,Volume 1, 1150-1163.
2. Aponte JJ et al: Efficacy and safety of intermittent preventive treatment with sulfadoxine-pyrimethamina for malaria in African infants: a pooled analysis of six randomized, placebo-controlled trials. Lancet, 2009 Oct 31;374(9700):1533-42.
3. Dorsey G et al. Sulfadoxine/pyrimethamine alone or with amodiaquine or artesunate for treatment of uncomplicated malaria: a longitudinal randomised trial. Lancet. 2002 Dec 21-28;360(9350):2031-8.
4. Paquet C, Yudin MH. Toxoplasmosis in pregnancy: prevention, screening, and treatment. J Obst Gynaecol Can. 2013 Jan;35(1):79-9.
5. McAuley J, Boyer K, Patel D et al. Early and longitudinal evaluation of treated infants and children and untreated historical patients with congenital toxoplasmosis: the Chicago collaborative treatment trial. Clin Infect Dis. 1994, 18:38
6. Leport C et al. Treatment of central nervous system toxoplasmosis with pyrimethamine/sulfadiazine combination in 35 patients with the acquired immunodeficiency syndrome. Efficacy of long-term continuous therapy. The American Journal of Medicine, 1988, 84(1):94-100.
7. Dannemann B et al. Treatment of Toxoplasmic Encephalitis in Patients with AIDS: A Randomized Trial Comparing Pyrimethamine plus Clindamycin to Pyrimethamine plus Sulfadiazine. Ann Intern Med. 1992;116(1):33-43.
8. Ministério da Saúde, Brasília, DF. Toxoplasmose. In Doenças Infecciosas e Parasitárias Guia de Bolso, 8ª Ed. Revisada, 2010: 394-397.

Características Farmacológicas 


A Pirimetamina, ou 5-(4-clorofenil)-6-etilpirimidina-2,4-diamina, é um antagonista do ácido fólico com atividade contra protozoários, usado como antimalárico e como medicamento chave para tratamento da toxoplasmose, associado a uma sulfonamida.

Farmacodinâmica

Seu mecanismo de ação implica na redução da síntese de ácidos nucleicos (ARN e ADN) pela competição com o di-hidrofolato e inibição da enzima di-hidrofolato redutase (DHFR), que participa da transformação de di-hidrofolato em tetraidrofolato, precursor de ARN e ADN. Sua afinidade pela DHFR do parasita é cerca de cem vezes maior do que pela DHFR humana. A inibição da DHFR no plasmódio manifesta-se pela falha na divisão celular no momento da formação do esquizonte nos eritrócitos e no fígado do hospedeiro (Ferone, 1984). Similarmente, a Pirimetamina inibe a DHFR no Toxoplasma gondii e Pneumocystis jirovecii, embora essa enzima, nestes dois organismos, tenha características moleculares diferentes (Kovacs et al., 1990).

Farmacocinética

Após administração oral, a Pirimetamina é totalmente absorvida (biodisponibilidade de 100%), com início de ação em aproximadamente uma hora e com níveis plasmáticos máximos alcançados em torno de quatro a seis horas (1,5-8 horas). Apresenta taxas de ligação às proteínas plasmáticas de 80-87%. Distribui-se amplamente no corpo, principalmente nas hemácias, rins, pulmões e baço. Atravessa a barreira hematoencefálica e a placenta e aparece também no leite materno. Apresenta uma relação de concentração sangue/plasma de 0,98 +/- 0,16 e um volume de distribuição de 2,3 ± 0,6 L/kg. É metabolizada no fígado e eliminada lentamente do corpo, com meia-vida de eliminação de cerca de 80-95 h. Sua excreção é renal e estimada em 65% (20%- 30% como droga não alterada), com uma depuração de 0,41 +/- 0,06 (ml/(kg*min)).

Interação Alimentícia: posso usar o Pirimetamina com alimentos?

Não se dispõe até o momento de informação sobre possível interferência negativa de alimentos na absorção da Pirimetamina.

Fontes consultadas

Fonte: Bula do Profissional do Medicamento Daraprim®.

Doenças relacionadas

O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 13 de Fevereiro de 2020.

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 13 de Fevereiro de 2020.

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