Piracetam + Mesilato de Di-Hidroergocristina
(1)Preço
Tipo de receita
- Branca Comum (Venda Sob Prescrição Médica)
Classe terapêutica
- Vasoterapêuticos Cerebrais E Periféricos, Excluindo Antoagonistas De Cálcio Com Ação Cerebral
Forma farmacêutica
- Comprimido
Categoria
- Antivertiginosos
- Medicamentos
Dosagem
- 400mg + 1mg
Fabricante
- Aché
Princípio ativo
- Piracetam + Mesilato de Di-Hidroergocristina
Tipo do medicamento
- Similar
Quantidade
- 20 Unidades
Isketam 400mg + 1mg, caixa contendo 20 comprimidos
Aché
Piracetam + Mesilato de Di-Hidroergocristina
Bula do Piracetam + Mesilato de Di-Hidroergocristina
Piracetam + Mesilato de Di-Hidroergocristina, para o que é indicado e para o que serve?
Piracetam + Mesilato de Di-Hidroergocristina é indicado para os casos de vertigens de diversas etiologias e para o tratamento de doenças cerebrovasculares crônicas, atuando em sintomas como: alterações de memória, déficit de atenção e sintomas comportamentais.
Quais as contraindicações do Piracetam + Mesilato de Di-Hidroergocristina?
Piracetam + Mesilato de Di-Hidroergocristina é contraindicado em pacientes que apresentem hipersensibilidade a quaisquer dos componentes de sua fórmula, a outros derivados do ergot ou a derivados de pirrolidona.
Piracetam + Mesilato de Di-Hidroergocristina é contraindicado também em pacientes portadores de Coreia de Huntington, pacientes com hemorragia cerebral ou com doença renal em estágio avançado.
Piracetam + Mesilato de Di-Hidroergocristina não deve ser utilizado em pacientes com psicoses agudas ou crônicas.
Tipo de receita
Como usar o Piracetam + Mesilato de Di-Hidroergocristina?
Um comprimido a cada 8 horas, com duração do tratamento a critério médico.
Em pacientes com insuficiência renal ou hepática a dose deve ser ajustada, levando-se em consideração o grau de disfunção dos órgãos.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Piracetam + Mesilato de Di-Hidroergocristina com outros remédios?
Piracetam
Gravidade moderada
Varfarina e acenocumarol:
Aumento do risco de sangramento quando o piracetam for associado a estes medicamentos.
Gravidade não especificada
Hormônios tiroideanos (T3 + T4):
Foram relatados confusão, irritabilidade e alteração do sono durante tratamento com piracetam e hormônios tiroideanos (T3 + T4).
Mesilato de di-hidroergocristina
Gravidade não especificada
Inibidores potentes do CYP3A4:
Como antirretrovirais (inibidores de protease e de transcriptase reversa), antibióticos macrolídeos, antifúngicos e fluoxetina, entre outros, podem elevar a concentração de di-hidroergocristina no sangue, aumentando o risco de intoxicação.
Triptanos e alcaloides do ergot:
Pode resultar em prolongamento das reações vasoespásticas e, portanto, um mínimo de 24 horas devem separar a administração das 2 classes de drogas.
Dopamina:
A administração concomitante da dopamina e este medicamento pode ocasionar isquemia periférica e gangrena.
Qual a ação da substância do Piracetam + Mesilato de Di-Hidroergocristina?
Resultados de Eficácia
Em estudo comparativo, 120 participantes portadores de labirintopatias de diversas etiologias foram randomizados para receber 400 mg de piracetam e 1 mg de di-hidroergocristina ou cinarizina 75 mg, a cada 8 horas, durante 40 dias. Ao final do estudo, aproximadamente 47% dos pacientes que receberam a associação se apresentavam assintomáticos, enquanto uma melhora da sintomatologia foi observada em 32,4% destes pacientes. No grupo que recebeu a cinarizina, 34,6% dos pacientes ficaram assintomáticos e 34,6% apresentaram melhora ao final do estudo. Não foi evidenciada diferença significativa em relação à eficácia entre os dois grupos. Em relação à tolerabilidade, a cinarizina se mostrou inferior à associação, uma vez que foram relatados 88 eventos adversos com a cinarizina e apenas 2 com a associação.
Outro estudo realizado, 55 participantes com vertigem de diversas etiologias foram selecionados para receber a associação de 1600 mg de piracetam e 3 mg de di-hidroergocristina duas vezes ao dia durante 3 meses. Ao final do estudo, a vertigem havia remitido por completo em 74% dos pacientes e havia melhorado parcialmente em 18% dos indivíduos estudados. A melhora dos sintomas associados também foi significativa: cerca de 60% dos pacientes que apresentavam zumbido ficaram assintomáticos e 30% apresentaram melhora do sintoma.
O achado eletronistagmográfico também mostrou resultados positivos em cerca de 70% dos pacientes. Em uma avaliação global, foi encontrada eficácia satisfatória em 88,8% dos casos de vertigens labirínticas, 72,2% dos casos de vertigens retrolabirínticas, 100% das vertigens posicionais benignas e 95% das vertigens cervicais.
A associação de piracetam e di-hidroergocristina também foi avaliada em 20 pacientes ambulatoriais, com idade acima de 65 anos, portadores de insuficiência vascular cerebral crônica. Estes participantes foram randomizados para receber placebo ou a associação a cada 8 horas por 60 dias. Foram realizados exames clínicos e avaliação psicológica antes do tratamento, na 4a e na 8a semana de tratamento. Cinco participantes abandonaram o tratamento por causas desconhecidas, 3 no grupo que recebeu placebo e 2 no grupo que recebeu a associação.
Apesar da casuística pequena, foi possível observar uma nítida melhora na evolução clínica dos pacientes que receberam a associação, sendo que 75% deles apresentaram evolução boa ou excelente, enquanto apenas um participante que recebeu placebo apresentou evolução boa. Quanto à avaliação psicológica, ao final do tratamento, 75% dos participantes que receberam a associação apresentaram resultados excelentes ou bons, o que não ocorreu com nenhum participante que recebeu placebo.
Características Farmacológicas
O piracetam é um agente nootrópico, derivado cíclico do ácido gama-aminobutírico (GABA), descoberto por acaso durante as pesquisas de novos agentes hipnóticos. Em estudos com animais, foram observados os efeitos do piracetam em facilitar o aprendizado e o armazenamento da memória de informações adquiridas, melhorar a transferência inter- hemisférica de informações através do corpo caloso e proteger o cérebro contra estímulos nocivos físicos ou químicos, incluindo a prevenção da amnésia retrógrada induzida por hipóxia.
Esses efeitos são obtidos através do aumento dos níveis da adenosina trifosfato (ATP) no cérebro, estimulando a transformação do ADP em ATP, tanto em situações de oxigenação normal quanto em hipóxia. Outra ação que justifica os efeitos benéficos na formação da memória com o uso do piracetam é o aumento da liberação de dopamina na fenda sináptica. O piracetam também apresenta ação na transmissão colinérgica, por meio do aumento da liberação de acetilcolina.
Esse é um importante mecanismo de ação, que explica o aumento da capacidade de memorização, principalmente nos casos de doenças degenerativas, em que ocorre a morte gradativa de neurônios colinérgicos. O piracetam não possui ação sedativa, analéptica, analgésica ou tranquilizante, segundo vários estudos de farmacodinâmica.
Administrado por via oral, o piracetam é completa e rapidamente absorvido, atingindo o pico de concentração plasmática em indivíduos em jejum em aproximadamente 30 minutos. O piracetam atravessa as barreiras hematoencefálica e placentária, sendo encontrado em todos os tecidos, exceto no tecido adiposo.
A concentração do piracetam no tecido cerebral é alta, sendo as concentrações no córtex cerebral e no bulbo olfatório mais elevadas que a concentração plasmática. Não há metabolização do piracetam no corpo humano. Até o momento não foram encontrados metabólitos desta droga. Sua excreção é principalmente renal e cerca de 1 a 2% do total ingerido são encontrados nas fezes. A meia-vida de eliminação é de 5 a 6 horas. Nos pacientes com insuficiência renal crônica e irreversível, a meia- vida biológica é de 48 a 50 horas.
O mesilato de di-hidroergocristina é um derivado semissintético dos alcaloides do ergot. Trata-se de um alcaloide di- hidrogenado derivado dos alcaloides naturais do esporão do centeio e se diferencia do ergot por possuir dois átomos de hidrogênio a mais, saturando uma das uniões do ácido lisérgico. Essa diferença na estrutura química apresenta uma notável importância clínica, já que foi demonstrado que a administração do produto di-hidroderivado leva a uma vasodilatação ativa e redução da pressão arterial, efeito esse que não foi notado com a administração dos alcaloides naturais.
A di-hidroergocristina apresenta alta afinidade por receptores α-adrenérgicos (α1 e α2), dopaminérgicos (D1 e D2) e serotoninérgicos, agindo como antagonista dos receptores adrenérgicos e como agonista parcial e antagonista dos receptores dopaminérgicos e serotoninérgicos, respectivamente.
Em estudos experimentais, a atividade vasodilatadora central consiste na inibição do tônus vascular e estímulo do centro vasodilatador. A ação adrenosimpaticolítica periférica da di-hidroergocristina também se mostrou superior à dos alcalóides naturais. Seu efeito no sistema nervoso central depende da resistência cerebrovascular inicial e não parece relacionado com a ação de bloqueio dos receptores alfa-adrenérgicos.
A di-hidroergocristina exerce um efeito inibitório na glicólise anaeróbica e no processo de oxidação aeróbico, interferindo tanto no sistema adenilciclásico, como no sistema fosfodiesterásico. O mesilato de di-hidroergocristina aumenta o fluxo sanguíneo cerebral e o consumo de oxigênio pelo cérebro. Por essa razão, os alcalóides di- hidrogenados são indicados no tratamento dos distúrbios de irrigação centrais ou periféricos, especialmente os de origem vasoespástica e em todos os estados patológicos originados por alteração da regulação vegetativa.
Após administração oral, a absorção do mesilato de di-hidroergocristina pelo trato gastrintestinal é rápida, mas incompleta. Em estudo com voluntários sadios, a média do pico de concentração plasmática (Cmax) foi de 0,28 μg/l ocorrendo em 0,46 horas (Tmax). Para o seu principal metabólito, a 8-hidroxidihidroergocristina, os valores foram 5,63 μg/l e 1,04 horas, respectivamente. Os di-hidroergopeptídeos são submetidos a extenso metabolismo de primeira passagem no fígado e menos de 50% da dose absorvida chega a circulação sanguínea. A biodisponibilidade da di- hidroergocristina em termos de AUC (área sob a curva) foi de 15,7 μg/lh quando determinada pela soma dos valores encontrados para a di-hidroergocristina (0,48μg/lh) e para a 8-hidroxidiidroergocristina (15,22 μg/lh).
Em estudo realizado com voluntários sadios, foi observado um grande volume de distribuição de 30772,99 L (+/- 5534,83). Isto é um sinal de distribuição uniforme da substância ativa em todos os tecidos, inclusive no cérebro. A meia-vida de distribuição encontrada foi de 2.797 horas (+/- 1.237). A meia-vida de eliminação encontrada foi de 3,5 horas para a di- hidroergocristina e 3,9 horas para a 8-hidroxidihidroergocristina.
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