Bula do Palmitato de Retinol + Colecalciferol + Acetato de Racealfatocoferol
Princípio Ativo: Palmitato de Retinol + Colecalciferol + Acetato de Racealfatocoferol
Palmitato de Retinol + Colecalciferol + Acetato de Racealfatocoferol, para o que é indicado e para o que serve?
Prevenção e tratamento dos estados de carência das vitaminas A, D e E em crianças e adultos.
Quais as contraindicações do Palmitato de Retinol + Colecalciferol + Acetato de Racealfatocoferol?
Palmitato de Retinol + Colecalciferol + Acetato de Racealfatocoferol está contra-indicado nas hipervitaminoses A, D e E, nos casos de hipersensibilidade a qualquer componente da sua fórmula, na insufciência renal e na osteodistrofa com hiperfosfatemia.
Como usar o Palmitato de Retinol + Colecalciferol + Acetato de Racealfatocoferol?
Palmitato de Retinol + Colecalciferol + Acetato de Racealfatocoferol solução e Palmitato de Retinol + Colecalciferol + Acetato de Racealfatocoferol solução oleosa são administrados exclusivamente por via oral.
O prazo de validade é de 24 meses para Palmitato de Retinol + Colecalciferol + Acetato de Racealfatocoferol solução oleosa oral e de 24 meses para a Palmitato de Retinol + Colecalciferol + Acetato de Racealfatocoferol solução oral. Seu prazo de validade após o frasco ou a ampola abertos é o mesmo de quando fechados, permanecendo inalterados os cuidados de armazenagem necessários.
Posologia do Palmitato de Retinol + Colecalciferol + Acetato de Racealfatocoferol
O tempo de uso deve ser determinado por critério médico.
Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Palmitato de Retinol + Colecalciferol + Acetato de Racealfatocoferol com outros remédios?
Palmitato de retinol (vitamina A)
- Antiácidos com hidróxido de alumínio diminuem a absorção do retinol, por precipitação dos ácidos biliares no duodeno;
- Devem ser evitadas doses elevadas de retinol na vigência do uso de anticoagulantes cumarínicos, para evitar a ocorrência de hipoprotrombinemia;
- A colestiramina e o colestipol administrados por via oral podem interferir na absorção do retinol e as necessidades dessa vitamina podem aumentar em pacientes que receberem estes medicamentos;
- A administração simultânea de retinol com óleo mineral, neomicina, sucralfato e isotretinoína dá lugar a efeitos tóxicos aditivos (recomenda-se administrar o colecalciferol pela manhã e o óleo mineral à noite);
- A administração simultânea com a vitamina E pode facilitar a absorção, armazenamento hepático e utilização do retinol, reduzindo a sua toxicidade;
- Doses elevadas desta vitamina podem consumir as reservas de vitamina A;
- Anticoncepcionais orais podem aumentar as concentrações plasmáticas de retinol;
- O tabaco diminui a absorção de vitamina A (fumantes podem necessitar de doses suplementares);
- Alcoolismo crônico interfere na habilidade do organismo de transportar e metabolizar a vitamina A.
Colecalciferol (vitamina D3)
- Antiácidos com alumínio diminuem a absorção de vitamina D;
- Os diuréticos tiazídicos e medicamentos contendo altas doses de cálcio, se co-administrados com colecalciferol em pacientes hipoparatireoidianos, podem conduzir à hipercalcemia;
- Colestiramina, colestipol e óleo mineral alteram a absorção de vitamina D, podendo ser necessárias doses suplementares (recomenda-se administrar o colecalciferol pela manhã e o óleo mineral à noite);
- Digitálicos aumentam o risco de arritmias;
- Medicamentos contendo fosfato aumentam os riscos de elevar os níveis de fosfato no plasma;
- A vitamina D pode antagonizar o efeito da calcitonina no tratamento da hipercalcemia;
- Derivados de vitamina D, tais como calciferol, calcitrol, dihidrotaquisterol e ergocalciferol, quando administrados conjuntamente, aumentam o potencial de toxicidade por efeito aditivo;
- Alcoolismo crônico causa depleção nos níveis hepáticos de vitamina D.
Acetato de racealfatocoferol (vitamina E)
- Antiácidos (hidróxido de alumínio) podem precipitar os ácidos biliares no intestino delgado e assim diminuir absorção da vitamina E;
- Não utilizar anticoagulantes com grandes doses de tocoferol, pela possibilidade de ocorrer hipoprotrombinemia;
- A colestiramina, o colestipol, o óleo mineral e o sucralfato podem diminuir a absorção da vitamina E (recomenda-se administrar o colecalciferol pela manhã e o óleo mineral à noite);
- O tocoferol pode facilitar a absorção, armazenamento e utilização da vitamina A, reduzindo o potencial de toxicidade do retinol;
- Doses excessivas de vitamina E causam depleção de vitamina A;
- Suplementos de ferro podem prejudicar a absorção de vitamina E, e a vitamina E diminui o efeito do suplemento de ferro;
- O tabaco diminui a absorção de vitamina E (fumantes podem necessitar de doses suplementares de vitamina E);
- Alcoolismo crônico causa depleção nos níveis hepáticos de vitamina E.
Qual a ação da substância do Palmitato de Retinol + Colecalciferol + Acetato de Racealfatocoferol?
Características Farmacológicas
O palmitato de retinol (vitamina A) tem várias funções importantes no organismo, desempenhando papel essencial na função retiniana, crescimento e diferenciação do tecido epitelial, crescimento ósseo, reprodução e desenvolvimento embrionário. Participa como cofator em diversas reações bioquímicas, tais como a síntese de mucopolissacarídeos, colesterol e RNA, desidrogenação de hidroxiesteróides, ativação de sulfatos, e desmetilação e hidroxilação microssomal hepática de drogas.
Os sinais de hipovitaminoses A se manifestam por alterações oculares, diminuição do crescimento e baixa resistência a infecções. O palmitato de retinol é prontamente absorvido pelo trato gastrointestinal normal, em processo mediado por um transportador. O retinol é parcialmente conjugado para formar um b-glicuronídio, que passa pela circulação êntero-hepática e é oxidado em retinal e ácido retinóico. A meia-vida do retinol é de cerca de 50 a 100 dias; assim os sinais de defciência só se manifestam após um período prolongado de ingestão inadequada. Normalmente, menos de 5% dos retinóides totais no sangue estão presentes como éster de retinil, que está associado a lipoproteínas.
O retinal, o ácido retinóico e vários outros metabólitos hidrossolúveis são excretados pela urina e pelas fezes. Normalmente, não se pode recuperar qualquer quantidade de retinol inalterado na urina. Quando a quantidade ingerida ocorre dentro das necessidades orgânicas, a absorção é completa; entretanto quando se ingere uma quantidade excessiva, parte do retinol é eliminado pelas fezes. Uma fração signifcativa do retinol é armazenada no fígado, principalmente nos hepatócitos, como éster palmítico.
Existem reservas de várias formas de ésteres de retinil no fígado, uma das quais é constituída pelo retinol recém-absorvido e a que supre outros tecidos preferencialmente. Até que ocorra saturação hepática, a administração do retinol leva principalmente a seu acúmulo no fígado, e não no sangue. Outras estruturas tais como os rins, pulmões, glândulas supra-renais e tecido adiposo intraperitoneal, contêm cerca de 1 mg de retinóides por grama de tecido, enquanto que o epitélio pigmentar da retina contém cerca de 10 vezes essa concentração.
Antes de passar do fígado para a circulação, os ésteres de retinil hepáticos são hidrolisados, e 50 a 90% do retinol associam-se a uma a-globulina, que tem um único sítio de ligação para a vitamina. Essa Proteína de Ligação do Retinol (PLR) é secretada pelo fígado, circulando no sangue após formar complexo com a Proteína de Ligação da Tiroxina, que a estabiliza. A formação desse complexo protege a PLR circulante do metabolismo e da fltração glomerular. Quando as reservas hepáticas da vitamina e o sistema transportador da PLR fcam saturados devido à excessiva ingestão de retinol ou a lesões, até 65% dos retinóides plasmáticos podem estar presentes como ésteres de retinil associados a lipoproteínas.
O colecalciferol (vitamina D3) atua regulando a homeostásia do cálcio. O colecalciferol é rápida e completamente absorvido pelo intestino delgado.
A bile é essencial para essa absorção, sendo o ácido desoxicólico o constituinte mais importante da bile quanto a este aspecto. A maior parte da vitamina aparece inicialmente na linfa, sobretudo na fração dos quilomícrons, como complexo lipoprotéico. A vitamina D absorvida circula no sangue associada à sua proteína de ligação, que é uma a-globulina específca.
O fígado é o local de conversão da vitamina D em seu derivado 25-hidroxi, que também circula associado à proteína de ligação da vitamina D e apresenta uma meia-vida biológica de 19 dias. A vitamina D é armazenada por períodos prolongados, aparentemente no tecido adiposo. Cerca de 40% da dose administrada é excretada dentro de 10 dias, sendo a bile a principal via de excreção, e apenas uma pequena porcentagem da dose administrada aparece na urina.
O metabolismo do fosfato é afetado pela vitamina D de modo paralelo ao do cálcio. A vitamina D mantém os íons cálcio e fosfato em concentrações plasmáticas que são essenciais para a atividade neuromuscular normal, a mineralização e outras funções dependentes do cálcio.
A vitamina D regula a secreção do paratormônio, a transmissão do impulso nervoso e aumenta a síntese de RNA. A sua carência se manifesta por fragilidade óssea e irritabilidade neural. Há evidências de que as necessidades aumentam durante a lactação.
O acetato de racealfatocoferol participa da formação de todos os tecidos de origem mesodérmica (substância fundamental amorfa, fbras colágenas e elásticas do tecido conjuntivo, musculatura lisa e estriada, vasos, etc) e da manutenção de suas funções, especialmente nos indivíduos jovens. Anula a formação de espécies reativas do oxigênio, prejudiciais para o organismo.
Protege as membranas celulares contra agressões por radicais livres, atua sobre o epitélio genital e favorece o armazenamento de vitamina A. A absorção efciente pelo trato gastrointestinal requer a presença de sais biliares em dietas de conteúdo lipídico e função pancreática normal. Liga-se às b-lipoproteínas no sangue e seu armazenamento ocorre em todos os tecidos, especialmente no adiposo.
Seu metabolismo é hepático, sendo eliminado pelas vias biliar e renal. Sua carência se manifesta por diversos efeitos, principalmente sobre os sistemas reprodutores, muscular, cardiovascular e hematopoiético.
Doenças relacionadas
O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 21 de Outubro de 2020.