Bula do Omeprazol + Cetoprofeno
Princípio Ativo: Omeprazol + Cetoprofeno
Omeprazol + Cetoprofeno, para o que é indicado e para o que serve?
Omeprazol + Cetoprofeno é indicado para o tratamento sintomático de artrite reumatoide e osteoartrite em pacientes com um histórico ou que possuem risco de desenvolvimento de úlcera gástrica, úlcera duodenal e erosões gastrintestinais relacionado ao uso de AINE, no qual a continuidade do tratamento com cetoprofeno é essencial.
Quais as contraindicações do Omeprazol + Cetoprofeno?
Omeprazol + Cetoprofeno é contraindicado nos casos abaixo:
- Pacientes com hipersensibilidade ao cetoprofeno, ao omeprazol ou a qualquer um dos excipientes;
- Pacientes com histórico de reações de hipersensibilidade como ataque asmático ou outras reações do tipo alérgica ao cetoprofeno, ácido acetilsalicílico e outros AINEs. Reações anafiláticas severas, raramente fatais, foram reportadas em tais pacientes;
- Histórico de sangramento vascular cerebral;
- Úlcera péptica ativa/hemorragia;
- Pacientes com insuficiência severa no fígado, rins ou coração;
- Terceiro trimestre da gravidez;
- Uso concomitante com nelfinavir, bem como outros inibidores de bomba de prótons.
Este medicamento é contraindicado para uso por pacientes com insuficiência cardíaca, hepática e renal severas, pacientes com histórico de reações de hipersensibilidade ao cetoprofeno, ácido acetilsalicílico e outros AINEs e pacientes com úlcera péptica ativa/hemorragia.
Como usar o Omeprazol + Cetoprofeno?
Para uso oral.
A cápsula deve ser engolida inteira nas refeições uma vez ao dia, com um copo de água.
A dose diária recomendada é de uma cápsula de 200 mg/20 mg. A dose máxima diária é de 200 mg/20 mg.
O equilíbrio entre os riscos e benefícios deve ser cuidadosamente considerado antes de iniciar o tratamento com 200 mg/20 mg ao dia, e doses mais elevadas não são recomendadas.
Este medicamento é composto por grânulos de omeprazol gastrorresistentes a fim de que o mesmo não sofra ação da degradação no estômago, sendo gradualmente absorvido durante a passagem dos microgrânulos do estômago para o intestino. Seu pico plasmático é atingido 5 horas após administração de uma dose única.
Populações Especiais
- Pacientes idosos, pacientes com insuficiência renal leve a moderada, insuficiência hepática ou insuficiência cardíaca congestiva necessitam uma dose inicial reduzida (100 mg de cetoprofeno associada com 20 mg de omeprazol).
- Pacientes com insuficiência hepática devem ser cuidadosamente monitorados e deve-se manter a menor dose eficaz diária.
- O aumento de dose deve ser feito somente sob orientação médica.
- A segurança e eficácia do uso de Omeprazol + Cetoprofeno em pacientes pediátricos não foram estabelecidas.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Omeprazol + Cetoprofeno maior do que a recomendada?
Cetoprofeno
Casos de superdose foram relatados com doses de até 2,5 g de cetoprofeno. A grande maioria dos sintomas observados foram benignos e limitados à letargia, sonolência, náusea, vômito e dor epigástrica.
Não existe nenhum antídoto específico para superdosagem ao cetoprofeno. Em caso de suspeita de superdosagem elevada, recomenda-se lavagem gástrica, devendo-se instituir tratamento sintomático e de suporte visando compensar a desidratação, monitorizar a excreção urinária e corrigir a acidose, caso necessário.
Se ocorrer insuficiência dos rins, hemodiálise pode ser útil para remover o fármaco circulante.
Omeprazol
Raros casos de superdosagem foram relatados com o uso de omeprazol em doses únicas diárias de até 2.400 mg. Sintomas incluindo náusea, vômito, tontura, dor abdominal, diarreia, cefaleia, apatia, depressão e confusão foram relatados.
Entretanto, estes sintomas foram transientes e sem sérias consequências e não é necessário tratamento específico. Os sintomas devem ser tratados, caso necessário.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Omeprazol + Cetoprofeno com outros remédios?
Associações contraindicadas
Com Omeprazol
- Nelfinavir: a administração concomitante de omeprazol com nelfinavir é contraindicada. A administração concomitante de omeprazol (40 mg uma vez ao dia) reduziu a exposição média do nelfinavir por cerca de 40% e a exposição média do metabólito farmacologicamente ativo M8 foi reduzido por cerca de 75-90%. A interação pode também envolver inibição do CYP2C19.
Associações não recomendadas
Com Cetoprofeno
- Outros anti-inflamatórios não esteroidais (incluindo inibidores seletivos da ciclo-oxigenase 2) e altas dosagens de salicilatos: aumento do risco de ulceração e sangramento gastrintestinais.
- Anticoagulantes - aumento do risco de sangramento:
- Heparina;
- Antagonistas da vitamina K (como a varfarina);
- Inibidores da agregação plaquetária (tais como ticlopidina, clopidogrel);
- Inibidores da trombina (tais como dabigatrana);
- Inibidores diretos do fator Xa (tais como apixabana, rivaroxabana, edoxabana).
- Se a administração concomitante for inevitável, os pacientes devem ser cuidadosamente monitorados.
- Lítio: risco de aumento dos níveis plasmáticos de lítio, pela diminuição da sua excreção renal, podendo atingir níveis tóxicos. Deve-se realizar, se necessário, um cuidadoso monitoramento dos níveis de lítio no plasma e ajuste posológico do mesmo durante e após tratamento com anti-inflamatórios não esteroidais.
- Metotrexato em doses maiores do que 15 mg/semana: aumento da toxicidade hematológica do metotrexato, especialmente quando administrado em altas doses (> 15 mg/semana), possivelmente relacionado ao deslocamento do metotrexato ligado à proteína e à diminuição do seu “clearance” renal.
- Álcool: risco de efeitos adversos gastrintestinais, incluindo ulceração ou hemorragia; pode aumentar o risco de toxicidade hepática.
- Outros medicamentos fotossensibilizantes: podem causar efeitos fotossensibilizantes adicionais.
- Colchicina: aumenta o risco de ulceração ou hemorragia gastrintestinal. A inibição da agregação plaquetária promovida por AINEs adicionada aos efeitos da colchicina nos mecanismos de coagulação sanguínea (a colchicina pode causar trombocitopenia em uso crônica e defeitos na coagulação, incluindo coagulação intravascular disseminada em superdose), pode aumentar o risco de sangramento em outros locais que não seja o trato gastrintestinal.
Associações que requerem precaução
Com Cetoprofeno
- Categorias terapêuticas e medicamentos que podem promover hipercalemia (tais como, sais de potássio, diuréticos poupadores de potássio, inibidores da ECA e antagonistas da angiotensina II, AINEs, heparinas (de baixo peso molecular ou não fracionada), ciclosporina, tacrolimo e trimetoprima):
- O risco de hiperpotassemia pode aumentar quando os medicamentos mencionados acima são administrados concomitantemente.
- Corticosteroides: aumento do risco de sangramento ou ulceração gastrintestinal.
- Diuréticos: pacientes utilizando diuréticos, particularmente desidratados, apresentam maior risco de desenvolvimento de insuficiência renal devido à diminuição do fluxo sanguíneo renal causada pela inibição de prostaglandina. Além disso, o efeito anti-hipertensivo do diurético é reduzido. Estes pacientes devem ser reidratados antes de se iniciar tratamento concomitante e a função renal dos mesmos deve ser monitorada quando o tratamento for iniciado.
- Inibidores da ECA (enzima conversora da angiotensina) e antagonistas da angiotensina II: em pacientes com comprometimento da função renal (ex. pacientes desidratados ou pacientes idosos), a co-administração de um inibidor da ECA / antagonista da angiotensina II e de um agente que inibe a ciclo-oxigenase pode promover a deterioração da função renal, incluindo possibilidade de insuficiência renal aguda.
- Metotrexato em doses menores do que 15 mg/semana: durante as primeiras semanas de tratamento em associação, deve-se monitorizar o hemograma semanalmente. Se houver qualquer alteração da função renal ou se o paciente é idoso, o monitoramento deve ser realizado com maior frequência.
- Pentoxifilina: aumento do risco hemorrágico. Reforçar a vigilância clínica e monitorar o tempo de sangramento com maior frequência.
- Tenofovir: a administração concomitante de fumarato de tenofovir disoproxil e AINES pode aumentar o risco de insuficiência renal.
- Nicorandilo: em pacientes recebendo concomitantemente nicorandilo e AINEs, existe um aumento no risco de complicações severas, tais como ulceração gastrointestinal, perfuração e hemorragia”.
- Glicosídeos cardíacos: a interação farmacocinética entre cetoprofeno e digoxina não foi demonstrada. Entretanto, recomenda-se cautela, em particular em pacientes com insuficiência renal, uma vez que os AINEs podem reduzir a função renal e diminuir o “clearance” renal de glicosídeos cardíacos.
- Ciclosporina: aumento do risco de nefrotoxicidade.
- Tacrolimo: aumento do risco de nefrotoxicidade.
Com Omeprazol
- Atazanavir: redução na exposição dos níveis de atazanavir: a administração concomitante de atazanavir com inibidores de bomba de prótons não é recomendada. Se a combinação de atazanavir com um inibidor de bomba de prótons é julgada inevitável, um monitoramento clínico cuidadoso (exemplo resistência viral) é recomendado em combinação com um aumento da dose de atazanavir para 400 mg com 100 mg de ritonavir; a dose de omeprazol 20 mg não deve ser excedida.
- Medicamentos metabolizados pelo citocromo P-450: o omeprazol é metabolizado no fígado pelas isoformas do citocromo P-450 (principalmente CYP2C19, S-mefenitoína hidroxilase) e inibe as enzimas da subfamília CYP2C (CYP2C19 e CYP2C9) e pode retardar a eliminação de outras substâncias metabolizadas por estas enzimas. Este fato foi observado com medicamentos como a fenitoína, varfarina e benzodiazepínicos, como o diazepam, triazolam e flurazepam. Recomenda-se o monitoramento periódico de pacientes que recebem varfarina ou fenitoína e uma redução na dose destes medicamentos pode ser necessária. Outras substâncias ativas que podem ser afetadas são: hexabarbital, citalopram, imipramina e clomipramina. Omeprazol pode inibir o metabolismo hepático do dissulfiram, foram relatados alguns casos isolados de rigidez muscular possivelmente relacionados.
- Clopidogrel: o uso concomitante de clopidogrel e inibidores fortes ou moderados do CYP2C19 (exemplo omeprazol) não é recomendado. O clopidogrel é metabolizado a seu metabólito ativo parcialmente pelo CYP2C19, o uso concomitante de drogas que inibem a atividade desta enzima deve ser considerado como resultado na redução nos níveis do metabólito ativo do clopidogrel.
- Ciclosporina: os níveis plasmáticos de ciclosporina devem ser monitorados em pacientes tratados com omeprazol, uma vez que pode ocorrer aumento dos níveis desta substância.
- Digoxina: o tratamento concomitante com omeprazol e digoxina em indivíduos saudáveis conduz a um aumento de 10% na biodisponibilidade da digoxina como consequência do aumento do pH gástrico.
Associações a serem consideradas
Com Cetoprofeno
- Agentes anti-hipertensivos (beta-bloqueadores, inibidores da ECA, diuréticos): risco de redução do efeito antihipertensivo por inibição das prostaglandinas vasodilatadoras pelos anti-inflamatórios não-esteroidais.
- Trombolíticos: aumento do risco de sangramento.
- Probenecida: a administração concomitante com probenecida pode reduzir acentuadamente o “clearance” plasmático do cetoprofeno.
- Inibidores seletivos da recaptação de serotonina: aumento do risco de sangramento gastrintestinal.
Com Omeprazol
- Cetoconazol e itraconazol: devido à acidez intragástrica diminuída, a absorção do cetoconazol ou itraconazol poderá ser reduzida durante o tratamento com omeprazol.
- Vitamina B12: o omeprazol pode reduzir a absorção oral da vitamina B12. Este fato deve ser levado em consideração em pacientes com níveis basais baixos, que são submetidos a tratamento de longa duração com omeprazol.
- Inibidores da CYP2C19 e/ou CYP3A4: visto que o omeprazol é metabolizado pela CYP2C19 e CYP3A4, substâncias ativas conhecidas que inibem a CYP2C19 ou CYP3A4 (como claritromicina e voriconazol) podem levar a um aumento nos níveis séricos do omeprazol pela diminuição do índice do metabolismo do omeprazol. O tratamento concomitante de voriconazol resultou em mais do que o dobro da exposição do omeprazol. Como altas doses de omeprazol foi bem tolerado, o ajuste da dose de omeprazol geralmente não é requerido. No entanto, o ajuste de dose deve ser considerado em pacientes com disfunção hepática severa e se o tratamento a longo prazo é indicado.
- Indutores do CYP2C19 e/ou CYP3A4: substâncias ativas conhecidas para induzir o CYP2C19 ou a CYP3A4 (como rifampicina ou erva de São João) podem levar à diminuição dos níveis séricos do omeprazol pelo aumento do índice do metabolismo do omeprazol.
Não existe evidência de interação do omeprazol com cafeína, propranolol, teofilina, metoprolol, lidocaina, quinidina, fenacetina, estradiol, amoxicilina, budesonida, diclofenaco, metronidazol, naproxeno, piroxicam ou antiácidos.
A absorção do omeprazol não é afetada pelo álcool.
Interações com exames de laboratório
Com Cetoprofeno
O uso de cetoprofeno pode interferir na determinação de albumina urinária, sais biliares, 17-cetosteróides e 17- hidroxicorticosteróides que se baseiam na precipitação ácida ou em reação colorimétrica dos grupos carbonil.
Certas substâncias ou classes terapêuticas possuem potencial de contribuírem para a ocorrência de hipercalemia: sais de potássio, diuréticos poupadores de potássio, inibidores da enzima conversora da angiotensina, anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), heparinas (de baixo peso molecular), ciclosporinas e tacrolimo, e trimetoprima. A ocorrência de hipercalemia pode estar sujeita à existência de uma combinação de fatores. O risco é aumentado pela combinação das substâncias descritas acima.
Certas substâncias ou classes terapêuticas possuem potencial de contribuírem para a ocorrência de hipercalemia:
Sais de potássio, diuréticos poupadores de potássio, inibidores da enzima conversora da angiotensina, anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), heparinas (de baixo peso molecular), ciclosporinas e tacrolimo, e trimetoprima. A ocorrência de hipercalemia pode estar sujeito à existência de uma combinação de fatores. O risco é aumentado pela combinação das substâncias descritas acima.
Com Omeprazol
Menos de 1% dos pacientes em uso de omeprazol apresentaram pancitopenia, trombocitopenia, neutropenia, anemia, leucopenia e anemia hemolítica.
Elevação da creatinina sérica foi observada de forma isolada.
Menos de 1% dos pacientes apresentaram alterações das provas de função hepática.
Qual a ação da substância do Omeprazol + Cetoprofeno?
Resultados de Eficácia
Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) + omeprazol
Estudos controlados, randomizados, duplo cego e de grupos paralelos, avaliaram a eficácia e segurança do omeprazol no tratamento e prevenção de lesões gastrintestinais induzidas por anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), incluindo o cetoprofeno. Os pacientes incluídos nos estudos apresentavam, na grande maioria das vezes, como causa determinante do uso de AINE o diagnóstico de osteoartrite ou artrite reumatoide.
Em um estudo controlado, duplo-cego, randomizado, multicêntrico, omeprazol 20 mg e 40 mg foi comparado com misoprostol 200 mcg, quatro vezes ao dia, em 921 pacientes com úlceras associadas ao uso de anti-inflamatórios não esteroidais (HAWKEY ET AL, 1998) – ao final de 8 semanas, 76% dos pacientes em uso de AINE e que apresentavam ulceras pépticas evoluíram com cicatrização da úlcera após a administração conjunta do AINE e 20 mg de omeprazol, 75% após a associação de 40 mg de omeprazol e 71% com misoprostol, não havendo diferença significativa entre os tratamentos, entretanto, os pacientes que receberam 20 mg de omeprazol apresentaram menor índice de recaída e melhor tolerabilidade do que os pacientes que receberam misoprostol.
Em um estudo controlado, duplo-cego, multicêntrico, comparando ranitidina 150 mg, duas vezes ao dia “versus” omeprazol 20 mg e 40 mg, uma vez ao dia em 529 pacientes em tratamento de úlceras associadas à AINES (YEOMANS ET AL, 1998) – ao final de 8 semanas, 80% dos pacientes que receberam AINE e 20mg de omeprazol apresentaram cicatrização da úlcera, 79% entre os que receberam 40mg de omeprazol e 63% entre os que receberam ranitidina (p≤0,001).
Em um estudo duplo-cego, dois regimes de dose de omeprazol (omeprazol 20 mg ou 40 mg ao dia) foram estudados em 156 pacientes recebendo AINES com úlcera gastroduodenal (MASSIMO CLAAR ET AL, 1998) – ao final de 8 semanas, 88% dos pacientes que receberam AINE e 20 mg de omeprazol apresentaram cicatrização da úlcera e 96,2% apresentaram cicatrização entre os que receberam 40mg de omeprazol, sendo considerado que a diferença de dosagem (20 mg ou 40 mg) não determinou diferença estatística entre os grupos. Portanto, os índices de cura entre as duas diferentes dosagens foram considerados semelhantes.
Em um estudo de prevenção de lesões gastrintestinais induzidas por AINEs, incluindo 175 pacientes recebendo terapia contínua (3 meses) de anti-inflamatórios não esteroidais (EKSTROM ET AL, 1996), uma incidência significativamente menor de aparecimento de úlcera péptica e sintomas dispépticos (4,7%) foi observada em pacientes que receberam 20 mg de omeprazol comparado àqueles que receberam placebo (16,7%).
Em um estudo duplo-cego, placebo-controlado (BIANCHI ET AL, 1998), a incidência de úlcera gastroduodenal ao final de 3 semanas foi de 1,7% nos pacientes que receberam AINE e 20 mg de omeprazol em comparação a 14% nos pacientes que receberam placebo e AINE (p<0,05).
Em um estudo primário de profilaxia para usuários de AINEs (CULLEN ET AL, 1998), a incidência de úlcera gástrica em pacientes que receberam AINE e 20 mg de omeprazol por 6 meses foi de 3,6% em comparação com 16,5% nos que receberam AINE e placebo (p<0,01).
Referências bibliográficas:
1. “Omeprazole compared with misoprostol for ulcers associated with non-steroidal anti-inflammatory drugs.”
2. “Ranitidine versus Omeprazole for NSAID associated Ulcer Treatment (ASTRONAUT) Study Group.”
3. “Omeprazole 20 or 40 mg daily for healing gastroduodenal ulcers in patients receiving non-steroidal anti-inflammatory drugs”.
4. “Prevention of peptic ulcer and dyspeptic symptoms with omeprazole in patients receiving continuous non-steroidal antiinflammatory drug therapy.”
5. “Primary gastroduodenal prophylaxis with omeprazole for non-steroidal anti-inflammatory drug users.”
6. “Why proton pump inhibition should heal and protect against non-steroidal anti-inflammatory drug ulcers”
Características Farmacológicas
Omeprazol + Cetoprofeno inclui uma forma de liberação prolongada do cetoprofeno e uma forma de liberação gastrorresistente de omeprazol, ambos adequados para uma posologia terapêutica de uma vez ao dia.
Os perfis farmacocinéticos dos componentes do cetoprofeno e omeprazol no Omeprazol + Cetoprofeno são comparáveis àqueles dos componentes cetoprofeno e omeprazol administrados separadamente.
Não há influência na farmacocinética do cetoprofeno quando administrado concomitantemente ao omeprazol, e vice-versa.
O cetoprofeno é um anti-inflamatório não esteroidal, derivado do ácido arilcarboxílico, pertencente ao grupo do ácido propiônico dos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs).
O cetoprofeno possui atividades anti-inflamatória, antipirética e apresenta atividade analgésica periférica e central. Inibe a síntese de prostaglandinas e a agregação plaquetária, no entanto, seu mecanismo de ação não está completamente elucidado.
O omeprazol é um potente inibidor de H+ / K+ enzima ATPase (inibidores de bomba de prótons) é responsável pela secreção de ácido clorídrico pelas células gástricas parietais. O omeprazol foi bem estabelecido como um inibidor altamente efetivo da secreção ácida. O fármaco possui uma duração de ação prolongada. A secreção ácida remanescente é reduzida estatística e significativamente em 21 dias após a retirada do omeprazol 20 mg/dia por 4 semanas em pacientes com úlcera duodenal. O efeito do omeprazol na secreção gástrica ácida é dose-dependente.
Absorção
Cetoprofeno
Após a administração oral, o cetoprofeno é quase completamente absorvido pelo trato gastrintestinal.
Após dose única de cetoprofeno (liberação prolongada), o Tmáx médio é de 5 horas e a concentração plasmática máxima foi atingida em cerca de 4,5 ug/mL. Seguido de doses múltiplas de cetoprofeno a cada 24 horas, o estado de equilíbrio de cetoprofeno foi alcançado dentro de 4 dias.
Quando o cetoprofeno é administrado com alimento, a biodisponibilidade total não é alterada, no entanto, o Tmáx é às vezes retardado.
Omeprazol
Omeprazol é um ácido lábil e é formulado como grânulos gastrorresistentes. A absorção ocorre no intestino delgado, com picos de concentrações plasmáticas que ocorrem dentro de 1,5 horas após a administração oral, embora exista variação marcada por pico de concentração individual. A biodisponibilidade relativa é de cerca de 40% após dose única e 65 % em estado de equilíbrio. Isto pode ser explicado pela diminuição do “clearance” hepático pela saturação da enzima CYP2C19.
Alimentos não modificam a biodisponibilidade total do omeprazol, mas retarda a absorção e uma variabilidade muita alta interpacientes foi observada.
Distribuição
Cetoprofeno
Cetoprofeno formulação de liberação prolongada fornece impregnação contínua e regular com cetoprofeno.
Cetoprofeno liga-se 99% às proteínas plasmáticas.
O volume de distribuição é de aproximadamente 0,1 L/Kg.
Cetoprofeno difunde-se no líquido sinovial, nos tecidos intra-articulares, capsulares, sinoviais e tendinosos e atravessa a barreira placentária.
Omeprazol
O volume de distribuição de omeprazol no organismo é relativamente pequeno (0,3 L / kg de peso corporal), e cerca de 95% se liga às proteínas.
Metabolismo
Cetoprofeno
A biotransformação do cetoprofeno é caracterizada por dois principais processos:
Por hidroxilação e por conjugação com o ácido glucurônico, sendo essa a via principal no homem. Uma parte do ácido glucurônico pode ser convertida ao composto original. Não existem metabólitos ativos conhecidos de cetoprofeno.
Omeprazol
O omeprazol é completa e rapidamente metabolizado, principalmente no fígado pela via do citocromo P450. A formação do metabólito primário, 5-hidroxi-omeprazol, é dependente da atividade da CYP2C19, enquanto a formação de sulfonaomeprazol é dependente da isoforma CYP3A. Os metabólitos sulfona, sulfureto e hidroxi-omeprazol são encontrados no plasma, mas não têm efeito significativo sobre a secreção ácida.
Eliminação
Cetoprofeno
O “clearance” plasmático do cetoprofeno é de aproximadamente 0,08 L/Kg/h. A meia vida de eliminação do cetoprofeno é de cerca de 7 horas seguida de uma dose oral única de cetoprofeno.
Aproximadamente 80-92% da dose administrada de cetoprofeno é excretada na urina, principalmente como um metabólito glucurônico dentro de 24 horas. Menos de 1% do cetoprofeno eliminado aparece sob a forma de substância inalterada.
Apenas ≤ 8% da dose administrada é excretada nas fezes.
Omeprazol
A meia-vida plasmática é de cerca de 1 hora. Em uma pequena porcentagem dos pacientes (metabolizadores lentos da CYP2C19) uma taxa de eliminação do omeprazol reduzida tem sido observada. Nestes casos, a meia-vida terminal de eliminação pode ser aproximadamente 3 vezes o valor normal, e a área sob a curva concentração-tempo (AUC) plasmática pode aumentar em até 10 vezes.
Mais de 80% do fármaco é recuperado na urina como metabólito inativo.
Populações Especiais
Cetoprofeno
Idosos
Existe um aumento da exposição em idosos e a eliminação é diminuída, no entanto, o acúmulo do fármaco ocorre durante a repetição da dose.
Insuficiência hepática
Não existe mudanças significativas no “clearance” plasmático e na meia-vida de eliminação, no entanto, a fração livre é aproximadamente duplicada. Uma alta variabilidade interindividual foi observada no perfil farmacocinético do cetoprofeno em pacientes com insuficiência hepática.
Insuficiência Renal
Existe uma diminuição do “clearance” renal plasmático e um aumento da meia-vida de eliminação correlacionada com a severidade da insuficiência renal.
Omeprazol
Idosos
Em pacientes idosos, o tempo de meia-vida de eliminação plasmática não difere significativamente do valor observados em indivíduos jovens.
Insuficiência hepática
Em pacientes com doença hepática crônica, a meia-vida de eliminação média é maior que em indivíduos saudáveis, mas isto não requer uma modificação da posologia recomendada.
Insuficiência renal
A farmacocinética do omeprazol em pacientes com insuficiência renal crônica não difere significativamente dos indivíduos saudáveis.
Interação Alimentícia: posso usar o Omeprazol + Cetoprofeno com alimentos?
Com Cetoprofeno
A administração concomitante de cetoprofeno com alimentos retarda a absorção do cetoprofeno, entretanto não interfere na biodisponibilidade final do cetoprofeno.
Com Omeprazol
A administração concomitante de omeprazol com alimentos retarda a absorção do omeprazol, com menor pico de concentração, mas sem afetar a sua biodisponibilidade.
Fontes consultadas
- Bula do Profissional do Medicamento Profenid Protect®.
Doenças relacionadas
O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 29 de Março de 2023.