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Bula do Imunoglobulina Heteróloga Contra Vírus Rábico

Imunoglobulina Heteróloga Contra Vírus Rábico, para o que é indicado e para o que serve?

O Imunoglobulina Heteróloga Contra Vírus Rábico é indicado em casos de exposição grave (mordedura ou lambedura) ao vírus rábico, provocada por um animal suspeito. No Brasil, o morcego é o principal responsável pela manutenção da cadeia silvestre de transmissão do vírus rábico, embora o cão continue a ser importante fonte de infecção. A gravidade potencial da lesão está condicionada à riqueza de terminações nervosas existentes na região afetada. São consideradas lesões graves: mordeduras ou arranhaduras na face, pescoço, cabeça, mãos, polpa digital e/ou planta dos pés; ferimentos múltiplos, extensos e/ou profundos em qualquer parte do corpo; lambedura de mucosas, lambedura de pele onde já exista lesão grave, ferimento profundo causado por unha de animal suspeito, e qualquer ferimento por morcego.

Os anticorpos (imunoglobulinas específicas) contidos no soro ligam-se especificamente aos vírus ainda não fixados nas células dos tecidos eletivos, neutralizandoos. Nestas condições, quanto mais precoce for à administração do soro maior é o seu potencial terapêutico, indicando que o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível.

Não, se indica o uso de Imunoglobulina Heteróloga Contra Vírus Rábico para pacientes considerados imunizados por esquema profilático anterior, exceto nos casos de pacientes imunodeprimidos ou em caso de dúvida sobre o tratamento anterior.

Em caso de pacientes imunodeprimidos, o esquema de sorovacinação deve ser utilizado obrigatoriamente, independentemente do tipo de acidente e mesmo se o paciente tiver histórico de esquema profilático anterior.

A profilaxia pós-exposição é indicada para as pessoas que acidentalmente se expuseram ao vírus; combinando a limpeza criteriosa da lesão e a administração da vacina contra a raiva, isoladamente ou em associação com o Imunoglobulina Heteróloga Contra Vírus Rábico ou com a imunoglobulina humana antirrábica. É o único meio disponível para evitar a morte do paciente infectado, desde que adequada e oportunamente aplicada. Entretanto, a indicação desnecessária da profilaxia expõe o paciente a riscos de eventos adversos.

Quais as contraindicações do Imunoglobulina Heteróloga Contra Vírus Rábico?

As contraindicações praticamente não existem, mas nos pacientes com antecedentes alérgicos ou de sensibilidade a soros de origem equina, a aplicação do Imunoglobulina Heteróloga Contra Vírus Rábico deverá ser feita em condições de estrita observação médica.

Notas:

  • O Imunoglobulina Heteróloga Contra Vírus Rábico não é contraindicado na gravidez, mas o médico deve ser informado sobre essa condição;
  • Alimentação prévia e/ou ingestão de bebidas não contraindicam o emprego do Imunoglobulina Heteróloga Contra Vírus Rábico, mas é preciso cuidado maior devido ao risco de aspiração de vômitos.

Como usar o Imunoglobulina Heteróloga Contra Vírus Rábico?

A dose indicada é de 40 UI/kg de peso do paciente, sendo a dose máxima de 3000UI. A dose pode ser administrada em diferentes músculos simultaneamente. Deve-se infiltrar no local do ferimento a maior quantidade possível da dose do soro. Quando as lesões forem muito extensas ou múltiplas, a dose pode ser diluída, o menos possível, em soro fisiológico, para que todas as lesões sejam infiltradas. Caso a região anatômica não permita a infiltração de toda a dose, a quantidade restante, a menor possível, deve ser aplicada por via intramuscular, na região glútea. Nas crianças com idade menor de 2 anos, deve ser administrado na face lateral da coxa. Não se deve aplicar o soro na mesma região em que foi aplicada a vacina.

Quando não se dispuser do soro ou de sua dose total, aplicar a parte disponível no máximo em até 7 dias após aplicação da 1a dose de vacina de cultivo celular. Iniciar imediatamente a vacinação e administrar o restante do soro recomendado antes da aplicação da 3ª dose da vacina de cultivo celular. Após esse prazo, o soro não é mais necessário.

O uso do soro não é necessário quando o paciente recebeu esquema profilático completo. No entanto, em situações especiais, como no caso de paciente imunodeprimidos ou de dúvidas com relação ao esquema profilático anterior, se houver indicação, o soro deve ser recomendado.

Recomendações especiais:

  • Lavar imediatamente o ferimento provocado pela mordedura com água corrente em abundância e sabão ou detergente;
  • Desinfetar o ferimento com antissépticos;
  • Não é recomendado suturar as lesões, salvo indicação de sutura reparadora;
  • Não utilizar a mesma seringa para aplicação do soro e da vacina;
  • Não aplicar soro e vacina na mesma região anatômica;
  • Não administrar doses superiores de soro além das indicadas.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Imunoglobulina Heteróloga Contra Vírus Rábico com outros remédios?

Nenhuma medicação concomitante constituirá contraindicação para o uso do Imunoglobulina Heteróloga Contra Vírus Rábico, porém todo medicamento que esteja sendo utilizado pelo paciente deverá ser informado ao médico.

Qual a ação da substância do Imunoglobulina Heteróloga Contra Vírus Rábico?

Resultados de Eficácia


Não há ensaios clínicos controlados para a avaliação de eficácia do Imunoglobulina Heteróloga Contra Vírus Rábico, que é de origem equina (heteróloga), porém a sua capacidade em neutralizar as atividades tóxicas do vírus rábico é comprovada através de modelos animais de laboratório e pelo uso sistemático em pacientes.

Características Farmacológicas


O Imunoglobulina Heteróloga Contra Vírus Rábico é uma solução isotônica de imunoglobulinas específicas de origem equina (IgG), purificadas por digestão enzimática, não pirogênica. As imunoglobulinas derivam do plasma de cavalos sadios hiperimunizados com o vírus rábico fixado. A atividade biológica neutralizante da letalidade do vírus rábico, exercida pelo Imunoglobulina Heteróloga Contra Vírus Rábico, é avaliada pela proteção conferida a camundongos, após inoculação intracerebral de misturas de volumes diferentes de soro com quantidade fixa de vírus. O poder neutralizante do Imunoglobulina Heteróloga Contra Vírus Rábico deverá ser, no mínimo, de 200 UI por mL de soro.

O plasma equino digerido enzimaticamante pela ação da pepsina reduz o peso molecular da IgG de 160 kDa para 90 kDa ou 100 kDa, eliminando da molécula de IgG a fração Fc responsável pela ativação do sistema complemento por via clássica. Obtém-se desse modo, uma molécula mais pura e menos reatogênica quanto a efeitos de natureza alérgica induzidos no paciente. A atividade neutralizante dos sítios combinatórios das moléculas de anticorpos tratadas pela pepsina mantêm-se inalterada e, ainda, a possibilidade de formação espontânea de agregados proteicos, responsáveis também por reações alérgicas indesejáveis, é substancialmente reduzida.

Apesar do elevado grau de purificação do soro continua existindo em potencial baixo, a possibilidade de indução às reações alérgicas. Entre as reações indesejáveis o choque anafilático pode ser mediado por IgE ou ocorrer pela ativação do sistema complemento por via alternativa. O choque anafilático letal pode ocorrer estimativamente, em 0,002% entre os pacientes tratados com soros purificados enzimaticamente, cujas estimativas de ocorrência eram substancialmente mais elevadas quando os soros não eram tratados pela pepsina.

Fontes consultadas

Fonte: Bula do Profissional do Medicamento Soro Antirrábico Instituto Butantan.

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O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 26 de Fevereiro de 2021.

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 26 de Fevereiro de 2021.

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