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Bula do Imunoglobulina Anticrotálica Crotalus durissus terrificus

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 6 de Julho de 2020.

Imunoglobulina Anticrotálica Crotalus durissus terrificus, para o que é indicado e para o que serve?

O Soro Anticrotálico + Imunoglobulina Heteróloga Contra Veneno de Crotalus Durissus é indicado especificamente para o tratamento dos envenenamentos causados por picadas de serpentes sul-americanas do gênero Crotalus (cascavéis). Os anticorpos (imunoglobulinas específicas) contidos nos soros ligam-se especificamente ao veneno ainda não fixado nas células dos tecidos eletivos, neutralizando-o. As doses de antiveneno devem ser suficientemente elevadas, como recomendadas, para que o antiveneno seja encontrado com relativo excesso no meio sanguíneo circulante, dentro de um período de tempo relativamente curto. Nestas condições, quanto mais precoce for a administração do soro, maior é o seu potencial terapêutico.

É importante que a identificação da serpente responsável pela picada, quando possível, seja feita pela captura cuidadosa e segura do animal. Caso não seja possível ou haja risco no ato da captura, deve-se priorizar o transporte do paciente ao serviço médico o mais rapidamente. Neste caso, deve ser realizado o diagnóstico clínico e a orientação terapêutica baseada na presença e intensidade da sintomatologia característica do tipo envenenamento.

Quais as contraindicações do Imunoglobulina Anticrotálica Crotalus durissus terrificus?

As contraindicações praticamente não existem, porém a aplicação do Soro Anticrotálico + Imunoglobulina Heteróloga Contra Veneno de Crotalus Durissus deve ser feita em condições de estrita observação médica pelo risco de reações adversas.

Notas:

  • O Soro Anticrotálico + Imunoglobulina Heteróloga Contra Veneno de Crotalus Durissus não é contraindicado na gravidez, mas o médico deve ser informado sobre essa condição.
  • Alimentação prévia e/ou ingestão de bebidas não contraindicam o emprego do Soro Anticrotálico + Imunoglobulina Heteróloga Contra Veneno de Crotalus Durissus, mas é preciso cuidado maior devido ao risco de aspiração de vômitos.
  • Em casos de acidentes provocados por outras serpentes ou animais peçonhentos, o Soro Anticrotálico + Imunoglobulina Heteróloga Contra Veneno de Crotalus Durissus não é indicado.

Como usar o Imunoglobulina Anticrotálica Crotalus durissus terrificus?

O Soro Anticrotálico + Imunoglobulina Heteróloga Contra Veneno de Crotalus Durissus deve ser aplicado sob supervisão médica, por via intravenosa, nas doses estipuladas e raramente está indicada a administração de doses adicionais.

O soro inoculado por via intravenosa deve, preferencialmente, ser diluído em solução fisiológica a 0,9% ou solução glicosada a 5% na proporção de 1:2 a 1:5, infundindo-se na velocidade de 8 a 12 mL/min. Deve-se, observar, entretanto, a possível sobrecarga de volume em pacientes com insuficiência cardíaca. As doses do antiveneno não devem ser fracionadas. A frequência de reações à soroterapia parece ser menor quando o soro é administrado diluído.

Classificação quanto à gravidade e soroterapia recomendada para acidente crotálico:

Classificação

Manifestações clínicas

Soroterapia (nº de frascos-ampola)

Leve

Fácies miastênica e visão turva tardias Mialgia discreta ou ausente Mioglobinúria ausente

5

Moderado

Fácies miastênica e visão turva discretas Mialgia discreta Mioglobinúria pouco evidente

10

Grave

Fácies miastênica e visão turva evidentes Mialgia intensa Mioglobinúria presente Oligúria presente

20

Adaptado do Manual de Diagnóstico e Tratamento dos Acidentes por Animais Peçonhentos, Ministério da Saúde, 1998.

Os testes de coagulação auxiliam na confirmação diagnóstica e acompanhamento pós-soroterapia, porém não determinam a gravidade ou a indicação da dose de antiveneno a ser administrada. A necessidade de doses adicionais deverá ser avaliada de acordo com a evolução do quadro clínico.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Imunoglobulina Anticrotálica Crotalus durissus terrificus com outros remédios?

Nenhuma medicação concomitante constituirá contraindicação para o uso do Soro Anticrotálico + Imunoglobulina Heteróloga Contra Veneno de Crotalus Durissus (substância ativa), porém todo medicamento que esteja sendo utilizado pelo paciente deverá ser informado ao médico.

Qual a ação da substância do Imunoglobulina Anticrotálica Crotalus durissus terrificus?

Resultados de Eficácia


Não há ensaios clínicos controlados para a avaliação de eficácia do Soro Anticrotálico + Imunoglobulina Heteróloga Contra Veneno de Crotalus Durissus, que é de origem equina (heteróloga), porém a sua capacidade em neutralizar as atividades tóxicas do veneno é comprovada através de modelos animais de laboratório e pelo uso sistêmico em pacientes.

Características Farmacológicas


O Soro Anticrotálico + Imunoglobulina Heteróloga Contra Veneno de Crotalus Durissus é uma solução isotônica de imunoglobulinas específicas de origem equina (IgG), purificadas por digestão enzimática, não pirogênica. As imunoglobulinas derivam do plasma de cavalos sadios hiperimunizados com uma mistura de venenos integrais de Crotalus durissus ssp, procedentes de diferentes regiões do Brasil. A atividade biológica neutralizante da letalidade do veneno exercida pelo Soro Anticrotálico + Imunoglobulina Heteróloga Contra Veneno de Crotalus Durissus é avaliada pela proteção conferida a camundongos, após inoculação intraperitoneal de misturas de volumes diferentes de soro com quantidade fixa de veneno-referência.

O poder neutralizante do Soro Anticrotálico + Imunoglobulina Heteróloga Contra Veneno de Crotalus Durissus (substância ativa) deverá ser, no mínimo de 1,5 mg do veneno-referência de Crotalus durissus terrificus por mL de soro. O plasma equino digerido enzimaticamente pela ação da pepsina reduz o peso molecular da IgG de 160 kDa para 90 kDa ou 100 kDa, eliminando da molécula de IgG a fração Fc, responsável pela ativação do sistema complemento por via clássica. Obtém-se, desse modo, uma molécula mais pura e menos reatogênica quanto a efeitos de natureza alérgica induzidos no paciente. A atividade neutralizante dos sítios combinatórios das moléculas de anticorpos tratada pela pepsina mantêm-se inalterada e, ainda, a possibilidade de formação espontânea de agregados proteicos, responsáveis também por reações alérgicas indesejáveis, é substancialmente mais reduzida.

Apesar do elevado grau de purificação do soro, continua existindo, em potencial baixo, a possibilidade de indução a reações alérgicas em indivíduos hipersensíveis. Entre as reações indesejáveis a anafilaxia pode ocorrer pela degranulação de mastócitos ou ativação do sistema complemento, embora o choque anafilático letal seja muito raro. As ações de maior importância médica do veneno crotálico são as mostradas abaixo.

Ação neurotóxica

Produzida pela fração crotoxina que provoca bloqueio pré-sináptico da liberação de acetilcolina na junção neuromuscular e consequente paralisia motora. As manifestações surgem na face e progridem no sentido crânio-caudal, independentemente do local da picada, com ptose palpebral, distúrbios da motilidade ocular, ptose mandibular, dificuldade à deglutição e paralisia de músculos respiratórios.

Ação miotóxica

O veneno crotálico leva à rabdomiólise generalizada, ocasionando dores musculares e escurecimento da coloração da urina, consequente à mioglobinúria causada pela liberação de mioglobina das células musculares lesadas. A passagem da mioglobina pelos glóbulos renais pode favorecer a ocorrência de lesão renal aguda.

Ação coagulante

A ativação do sistema de coagulação, por conversão do fibrinogênio em fibrina, pode levar ao quadro de incoagulabilidade sanguínea e sangramentos espontâneos. O local da picada, em geral, apresenta quadro discreto, podendo haver edema de pequena intensidade, acompanhado de dor, eritema e parestesia. As manifestações do envenenamento progridem ao longo do tempo (horas) e a precocidade da aplicação do soro determina o sucesso do tratamento, evitando, inclusive, lesões secundárias graves, entre as quais a lesão renal aguda é das mais preocupantes.

Doenças relacionadas

O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 6 de Julho de 2020.

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