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Bula do Imunoglobulina Antibotrópica (Pentavalente) Bothrops jararaca

Imunoglobulina Antibotrópica (Pentavalente) Bothrops jararaca, para o que é indicado e para o que serve?

O Soro Antibotrópico (Pentavalente) + Imunoglobulina Heteróloga Contra Veneno de Bothrops sp (substância ativa) é indicado especificamente para o tratamento dos envenenamentos causados por picadas de serpentes do gênero Bothrops. Os anticorpos (imunoglobulinas específicas) contidos no soro ligam-se especificamente ao veneno ainda não fixado nas células dos tecidos eletivos, neutralizando-o. As doses de antiveneno devem ser suficientemente elevadas, como recomendadas, para que o antiveneno seja encontrado com relativo excesso no meio sanguíneo circulante, dentro de um período de tempo relativamente curto. Nestas condições, quanto mais precoce for a administração do soro, maior será o seu potencial terapêutico. É importante que a identificação da serpente responsável pela picada, quando possível, seja feita pela captura cuidadosa e segura do animal. Caso não seja possível ou haja risco no ato da captura, deve-se priorizar o transporte do paciente ao serviço médico o mais rapidamente. Nesse caso, deve ser realizado o diagnóstico clínico e a orientação terapêutica baseada na presença e intensidade da sintomatologia característica do tipo envenenamento.

Quais as contraindicações do Imunoglobulina Antibotrópica (Pentavalente) Bothrops jararaca?

As contraindicações praticamente não existem, porém a aplicação do Soro Antibotrópico (Pentavalente) + Imunoglobulina Heteróloga Contra Veneno de Bothrops sp deverá ser feita em condições de estrita observação médica pelo risco de reações alérgicas.

Notas:

  • O Soro Antibotrópico (Pentavalente) + Imunoglobulina Heteróloga Contra Veneno de Bothrops sp não é contraindicado na gravidez, mas o médico deve ser informado sobre essa condição;
  • Alimentação prévia e/ou ingestão de bebidas não contraindicam o emprego do antibotrópico (pentavalente), mas é preciso cuidado maior devido ao risco de aspiração de vômitos.

Em casos de acidentes provocados por serpentes dos gêneros Crotalus, Lachesis ou Micrurus, outros animais peçonhentos, o soro antibotrópico não é indicado.

Como usar o Imunoglobulina Antibotrópica (Pentavalente) Bothrops jararaca?

O Soro Antibotrópico (Pentavalente) + Imunoglobulina Heteróloga Contra Veneno de Bothrops sp deve ser aplicado sob supervisão médica, por via intravenosa, nas doses estipuladas. O soro inoculado por via intravenosa deve, preferencialmente, ser diluído em solução fisiológica a 0,9% ou glicosada a 5% na proporção de 1:2 a 1:5, infundindo-se na velocidade de 8 a 12 mL/min. Deve-se, observar, entretanto, a possível sobrecarga de volume em pacientes com insuficiência cardíaca.

A administração do antiveneno não deve ser fracionada. A frequência de reações à soroterapia parece ser menor quando o soro é administrado diluído.

Classificação quanto à gravidade e soroterapia recomendada para acidentes botrópicos:

Adaptado do Manual de Diagnóstico e Tratamento dos Acidentes por Animais Peçonhentos, Ministério da Saúde, 1998.

Os testes de coagulação auxiliam na confirmação diagnóstica e acompanhamento pós-soroterapia, porém não determinam a gravidade ou a indicação da quantidade de antiveneno a ser administrada. A necessidade de doses adicionais deverá ser avaliada de acordo com a evolução do quadro clínico e dos testes de coagulação. Se o sangue permanecer incoagulável 24 horas após a soroterapia, recomenda-se dose adicional de dois frascos-ampola.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Imunoglobulina Antibotrópica (Pentavalente) Bothrops jararaca com outros remédios?

Nenhuma medicação concomitante constituirá contraindicação para o uso do Soro Antibotrópico (Pentavalente) + Imunoglobulina Heteróloga Contra Veneno de Bothrops sp, porém todo medicamento que esteja sendo utilizado pelo paciente deverá ser informado ao médico.

Qual a ação da substância do Imunoglobulina Antibotrópica (Pentavalente) Bothrops jararaca?

Resultados de Eficácia


A capacidade do soro antibotrópico em neutralizar as atividades tóxicas do veneno é comprovada através de modelos animais de laboratório e pelo uso sistêmico em pacientes. A literatura nacional evidencia, por meio de estudos realizados em hospitais de referência, a eficácia do soro antibotrópico na neutralização dos efeitos sistêmicos do envenenamento em pacientes picados por serpentes do gênero Bothrops. Após 24 horas da soroterapia, espera-se a normalização dos distúrbios de coagulação, quando o antiveneno específico é administrado na dose correta (QMJ 1993;86:315-325; Trans R Soc Trop Med Hyg 1995;89:111-114; Trans R Soc Trop Med Hyg 2004;98:28-42). 

Características Farmacológicas


O Soro Antibotrópico (Pentavalente) + Imunoglobulina Heteróloga Contra Veneno de Bothrops sp (substância ativa) é uma solução isotônica de imunoglobulinas heterólogas específicas de origem equina (IgG), purificadas por digestão enzimática, não pirogênica. As imunoglobulinas derivam do plasma de cavalos sadios, hiperimunizados com uma mistura de venenos integrais de cinco espécies serpentes do gênero Bothrops procedentes de diferentes regiões do Brasil, dos quais 50% é composta por veneno de Bothrops jararaca, 12,5% B. alternatus, 12,5% B. jararacussu, 12,5% B. moojeni e 12,5% B. neuwiedi. A atividade biológica neutralizante da letalidade dos venenos, exercida pelo Soro Antibotrópico (Pentavalente) + Imunoglobulina Heteróloga Contra Veneno de Bothrops sp, é avaliada pela proteção conferida a camundongos, após inoculação intraperitoneal de misturas de volumes diferentes de soro com quantidade fixa de venenoreferência. O poder neutralizante do Soro Antibotrópico (Pentavalente) + Imunoglobulina Heteróloga Contra Veneno de Bothrops sp deverá ser de no mínimo 5 mg do veneno-referência botrópico por mL de soro.

O plasma equino digerido enzimaticamante pela ação da pepsina, reduz o peso molecular da IgG de 160 kDa para 90 kDa a 100 kDa, eliminando da molécula de IgG a fração Fc, responsável pela ativação do sistema complemento por via clássica. Obtém-se desse modo uma molécula mais pura e menos reatogênica quanto a efeitos de natureza alérgica induzidos no paciente. A atividade neutralizante dos sítios combinatórios das moléculas de imunoglobulina, tratadas pela pepsina mantêm-se inalterada e, ainda, a possibilidade de formação espontânea de agregados proteicos, responsáveis também por reações alérgicas indesejáveis, é substancialmente reduzida. Apesar do elevado grau de purificação do soro continua existindo, em potencial baixo, a possibilidade de indução a reações alérgicas em indivíduos hipersensíveis. Entre as reações indesejáveis o choque anafilático pode ocorrer pela degranulação de mastócitos ou ativação do sistema complemento, embora o choque anafilático letal seja muito raro.

As ações de maior importância médica dos venenos botrópicos são:

Ação proteolítica ou inflamatória aguda

Determina lesões locais (na região da picada) como dor, edema, bolhas e necrose, pela liberação de mediadores da resposta inflamatória e substâncias vasoativas.

Ação coagulante

Provoca ativação da cascata de coagulação, com consequente consumo de fibrinogênio, podendo ocasionar incoagulabilidade sanguínea. Alterações da função plaquetária também podem ser observadas.

Ação hemorrágica

É devida à ação de enzimas sobre o endotélio capilar, podendo causar hemorragia local ou sistêmica. As alterações na região da picada podem evoluir com necrose, podendo requerer, dependendo da intensidade, debridamento cirúrgico e, nos casos mais graves, a amputação de parte do membro acometido.

As ações sistêmicas mais graves provocadas pelos envenenamentos botrópicos são, principalmente, sangramento maciço, choque e insuficiência renal aguda (IRA). As manifestações do envenenamento são relativamente rápidas e a precocidade da aplicação da soroterapia determina o sucesso do tratamento, evitando, inclusive, lesões secundárias graves, entre as quais a Lesão Renal Aguda (LRA) é uma das mais preocupantes.

Doenças relacionadas

O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 6 de Julho de 2020.

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 6 de Julho de 2020.

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