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Bula do Fosfato Dissódico de Dexametasona

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 6 de Setembro de 2023.

Fosfato Dissódico de Dexametasona, para o que é indicado e para o que serve?

Fosfato Dissódico de Dexametasona injetável é destinado ao tratamento de condições nas quais os efeitos anti-inflamatórios e imunossupressores dos corticosteroides são desejados, especialmente para tratamento intensivo durante períodos mais curtos.

Indicações específicas

Por injeção intravenosa ou intramuscular, quando não seja viável a terapia oral

  • Insuficiência adrenocortical primária: Fosfato Dissódico de Dexametasona injetável possui atividade predominantemente glicocorticoide, com baixa atividade mineralocorticoide. Por isso, não constitui terapia completa de substituição e seu uso deve ser suplementado com sal e/ou desoxicorticosterona. Quando assim suplementado, Fosfato Dissódico de Dexametasona injetável é indicado na deficiência de toda atividade adrenocortical, como na insuficiência adrenocortical primária (doença de Addison) ou após adrenalectomia bilateral, que requer substituição da atividade glicocorticoide e mineralocorticoide.
  • Insuficiência adrenocortical relativa: na insuficiência adrenocortical relativa, que pode ocorrer após a cessação da terapia prolongada com doses supressivas de hormônios adrenocorticais, a secreção mineralocorticoide pode estar inalterada. A substituição por hormônio que atue predominantemente como glicocorticoide pode ser suficiente para restabelecer a função adrenocortical. Quando é imperativo instituir-se imediata proteção, Fosfato Dissódico de Dexametasona injetável pode ser eficaz dentro de minutos após a aplicação e constituir medida capaz de salvar a vida.
  • Proteção pré e pós-operatória: pacientes submetidos à adrenalectomia bilateral ou hipofisectomia ou a qualquer outro procedimento cirúrgico, em que a reserva adrenocortical for duvidosa e no choque pós-operatório refratário à terapia convencional.
  • Tireoidite subaguda.
  • Choque: Fosfato Dissódico de Dexametasona injetável é recomendado para o tratamento auxiliar do choque, quando se necessitam altas doses (farmacológicas) de corticosteroides como, por exemplo, no choque grave de origem hemorrágica, traumática ou cirúrgica. O tratamento com Fosfato Dissódico de Dexametasona injetável é auxiliar e não substituto das medidas específicas ou de apoio que o paciente possa requerer.
  • Distúrbios reumáticos: como terapia auxiliar na administração a curto prazo (durante episódio agudo ou exacerbação) em espondilose pós-traumática, sinovite da espondilose, artrite reumatoide, incluindo artrite reumatoide juvenil (casos selecionados podem requerer terapia de manutenção com baixas doses), bursite aguda e subaguda, epicondilite, tenossinovite aguda inespecífica, artrite gotosa aguda, artrite psoriática e espondilite anquilosante.
  • Doença do colágeno: durante exacerbação ou terapia de manutenção em casos selecionados de lúpus eritematoso disseminado (sistêmico) e cardite reumática aguda não especificada.
  • Doenças dermatológicas: pênfigo não especificado, eritema polimorfo grave (eritema multiforme), dermatite esfoliativa, dermatite herpetiforme bolhosa, dermatite seborreica grave não especificada, psoríase grave e micose fungoide.
  • Estados alérgicos: controle de afecções alérgicas graves ou incapacitantes, intratáveis com tentativas adequadas de tratamento convencional, asma brônquica, dermatite de contato não especificada, dermatite atópica não especificada, outras reações do soro, rinites alérgicas perenes ou sazonais, reações de hipersensibilidade a drogas, reações urticariformes por transfusão, edema da laringe não infeccioso agudo e choque anafilático não especificado (epinefrina é o medicamento de primeira escolha).
  • Oftalmopatias: graves processos alérgicos e inflamatórios, agudos e crônicos envolvendo os olhos e seus anexos, tais como conjuntivite alérgica, ceratite não especificada, úlceras de córnea marginais alérgicas, herpes zóster oftálmico, irite e iridociclite não especificada, coriorretinite, uveíte posterior e coroidite difusas, neurite óptica, oftalmia simpática e inflamação do segmento anterior do olho.
  • Doenças gastrintestinais: para apoiar o tratamento durante o período crítico da doença em colite ulcerativa (terapia sistêmica) e doença de Crohn [enterite regional] (terapia sistêmica).
  • Doenças respiratórias: sarcoidose não especificada do pulmão sintomática, eosinofilia pulmonar, não classificada em outra parte (síndrome de Loeffler) não controlável por outros meios, beriliose, tuberculose pulmonar fulminante ou disseminada, quando simultaneamente acompanhada de quimioterapia antituberculosa adequada e pneumonite devida a alimento ou vômito.
  • Distúrbios hematológicos: anemia hemolítica adquirida auto-imune, púrpura trombocitopênica idiopática em adultos (administração somente intravenosa; é contraindicada a via intramuscular), trombocitopenia secundária em adultos, aplasia pura da série vermelha adquirida (eritroblastopenia - anemia por deficiência de hemácias) e anemia hipoplástica constitucional (eritroide).
  • Doenças neoplásicas: no tratamento paliativo de distúrbios do metabolismo do cálcio associada ao câncer, leucemias e linfomas do adulto e leucemia aguda da infância.
  • Estados edematosos: para induzir diurese ou remissão da proteinúria na síndrome nefrótica sem uremia, do tipo idiopático ou devido ao lúpus eritematoso.
  • Edema cerebral: Fosfato Dissódico de Dexametasona injetável pode ser usado para tratar pacientes com edema cerebral de várias causas: a) associado com tumores cerebrais primários ou metastáticos; b) associado com neurocirurgia; c) associado com lesão craniana ou pseudotumor cerebral; d) associado com acidente vascular cerebral (íctus cerebral), exceto hemorragia intracerebral. Também pode ser utilizado no pré-operatório de pacientes com hipertensão intracraniana secundária a tumores cerebrais ou como medida paliativa em pacientes com neoplasias cerebrais inoperáveis ou recidivantes. O uso de Fosfato Dissódico de Dexametasona injetável no edema cerebral não constitui substituto de cuidadosa avaliação neurológica e tratamento definitivo, tal como neurocirurgia ou outros tratamentos específicos.
  • Várias: meningite tuberculosa com bloqueio subaracnoide ou bloqueio iminente, quando simultaneamente acompanhado por adequada quimioterapia antituberculosa, triquinose com comprometimento neurológico ou miocárdico.
  • Prova diagnóstica da hiperfunção adrenocortical.
  • Síndrome da angústia respiratória do recém-nascido: profilaxia pré-natal. O uso de Fosfato Dissódico de Dexametasona injetável em mães com alto risco de parto prematuro mostrou reduzir a incidência da síndrome da angústia respiratória do recém-nascido.

Por injeção intra-articular ou nos tecidos moles

  • Como terapia auxiliar para administração a curto prazo (para apoio do paciente durante episódio agudo ou exacerbação) em sinovite da osteoartrite, artrite reumatoide não especificada, bursite aguda e subaguda, artrite gotosa aguda, epicondilite, tenossinovite aguda inespecífica, osteoartrite pós-traumática.

Por injeção intralesional

  • Cicatriz queloides, lesões inflamatórias localizadas hipertróficas, infiltradas de líquen plano, psoríase vulgar em placas, granuloma anular e líquen simples crônico (neurodermatite), lúpus eritematoso discoide, Necrobiosis lipoidica diabeticorum, alopecia areata. Pode também ser útil em tumores císticos de aponeurose ou tendão (gânglios).

Por injeção intravenosa

  • Pacientes com Covid-19 grave (saturação de oxigênio < 90% em ar ambiente, sinais de pneumonia, sinais de desconforto respiratório grave) ou crítica (necessidade de tratamento de manutenção da vida, síndrome do desconforto respiratório agudo, sepse, choque séptico).

Informações além da bula: Fosfato Dissódico de Dexametasona

Quais as contraindicações do Fosfato Dissódico de Dexametasona?

Fosfato Dissódico de Dexametasona injetável é contraindicado em infecções fúngicas sistêmicas. Hipersensibilidade a sulfitos ou qualquer outro componente desta medicação. Administração de vacina de vírus vivo.

Como usar o Fosfato Dissódico de Dexametasona?

Fosfato Dissódico de Dexametasona injetável é apresentado nas seguintes concentrações

Fosfato Dissódico de Dexametasona injetável 4 mg - cada mL contém 4 mg de Fosfato Dissódico de Dexametasona ácido fosfórico (igual a 3,33 mg de Fosfato Dissódico de Dexametasona ou cerca de 100 mg de hidrocortisona); Fosfato Dissódico de Dexametasona injetável 2 mg - cada mL contém 2 mg de Fosfato Dissódico de Dexametasona ácido fosfórico. Estes produtos, como muitas outras preparações contendo esteroides, são sensíveis ao calor. Portanto, quando se deseja esterilizar externamente a ampola, não se deve autoclavá-la. Proteger contra o congelamento. Esta preparação pode ser retirada diretamente da ampola para aplicação, sem necessidade de mistura ou diluição. Ou se preferido, pode ser adicionada a solução fisiológica ou glicosada, sem perda de potência, e administrado gota a gota por via intravenosa. Soluções utilizadas para administração intravenosa, ou diluição posterior deste produto, não devem conter preservativos quando usadas no neonato, especialmente na criança prematura. Quando Fosfato Dissódico de Dexametasona injetável é adicionado à solução de infusão intravenosa, a mistura deve ser utilizada dentro de 24 horas, pois soluções de infusão não contém conservantes. Devem observar-se as técnicas de assepsia usualmente indicadas para injeções.

A segurança e eficácia de Fosfato Dissódico de Dexametasona injetável somente é garantida na administração pelas vias intravenosa, intramuscular, intra-articular, intralesional ou nos tecidos moles.

Injeção intravenosa e intramuscular

A posologia inicial de Fosfato Dissódico de Dexametasona injetável usualmente utilizada pode variar de 0,5 a 20 mg por dia, dependendo da doença específica a ser tratada. Geralmente, a faixa posológica parenteral é um terço ou a metade da dose oral, dada a cada 12 horas. Entretanto, em certas situações agudas, desesperadoras, com risco de vida, foram administradas doses maiores do que as recomendadas. Nestas circunstâncias, deve-se ter em mente que a absorção é mais lenta pela via intramuscular.

Deve ser ressaltado que as exigências posológicas são variáveis e devem ser individualizadas com base na doença a ser tratada e na resposta do paciente.

Se o uso do medicamento tiver que ser suspenso depois de administrado durante alguns dias, recomenda-se fazê-lo gradual e não subitamente. Em emergências, a dose usual de Fosfato Dissódico de Dexametasona injetável para injeção intravenosa (IV) ou intramuscular (IM) é de 1 a 5 mL (4 a 20 mg): no choque deve ser utilizada apenas a via IV. Esta dose pode ser repetida até observar-se resposta adequada. Após melhora inicial, doses únicas de 0,5 a 1,0 mL (2 a 4 mg) devem ser repetidas segundo as necessidades. A posologia total diária geralmente não precisa exceder 20 mL (80 mg), ainda que se trate de afecção grave. Quando se deseja efeito máximo e constante, a posologia deve ser repetida com intervalos de três a quatro horas, ou mantidas gota a gota por via IV lenta. As injeções intravenosas e intramusculares são aconselhadas nas doenças agudas. Uma vez superada a fase aguda, e tão logo seja possível, substitui-se as injeções pela terapia esteroide por via oral.

Choque (de origem hemorrágica, traumática ou cirúrgica)

A dose usual é de 2 a 6 mg/kg de peso corpóreo, dada de uma só vez, em injeção intravenosa. Pode ser repetida após 2 a 6 horas, se o choque persistir. Como alternativa administram-se de uma só vez 2 a 6 mg/kg de peso corpóreo de Fosfato Dissódico de Dexametasona injetável em injeção intravenosa, seguida imediatamente pela mesma dose em gotejamento intravenoso. A terapia com Fosfato Dissódico de Dexametasona injetável é auxiliar e não substituta da terapia convencional. A administração de terapia corticosteroide em altas doses deve ser continuada apenas até que a condição do paciente tenha se estabilizado, o que usualmente não vai além de 48 a 72 horas.

Edema cerebral

Associado com tumor cerebral primário ou metastático, neurocirurgia, trauma craniano, pseudotumor cerebral ou no pré-operatório de pacientes com aumento da pressão intracraniana secundária a tumor cerebral:

Inicialmente 10 mg (2,5 mL) de Fosfato Dissódico de Dexametasona injetável pela via intravenosa, seguidos de 4 mg (1 mL) pela via intramuscular a cada 6 horas, até cederem os sintomas do edema cerebral. Usualmente, nota-se a resposta dentro de 12 a 24 horas; após 2 a 4 dias pode-se reduzir gradualmente a posologia até cessar a administração no período de 5 a 7 dias. Altas doses de Fosfato Dissódico de Dexametasona injetável são recomendadas para iniciar terapia intensiva a curto prazo do edema cerebral agudo, com risco de vida. Após o esquema posológico "de ataque" do primeiro dia de tratamento, a posologia é reduzida gradualmente durante o período de 7 a 10 dias, e a seguir, reduzida a zero nos próximos 7 a 10 dias. Quando se requer terapia de manutenção, deve-se passar para Fosfato Dissódico de Dexametasona oral, tão logo seja possível.

Sugestão de esquema posológico em altas doses no edema cerebral (vide quadro abaixo).

Esquema proposto de altas doses para edema cerebral:

--- Adultos Crianças (35 kg ou mais) Crianças (menos de 35 kg)
Dose inicial 50 mg IV 25mg IV 20mg IV
1° dia 8 mg IV a cada 2 horas 4 mg IV a cada 2 horas 4 mg IV a cada 3 horas
2° dia 8 mg IV a cada 2 horas 4 mg IV a cada 2 horas 4 mg IV a cada 3 horas
3° dia 8 mg IV a cada 2 horas 4 mg IV a cada 2 horas 4 mg IV a cada 3 horas
4° dia 4 mg IV a cada 2 horas 4 mg IV a cada 4 horas 4 mg IV a cada 6 horas
5° ao 8° dia 4 mg IV a cada 4 horas 4 mg IV a cada 6 horas 2 mg IV a cada 6 horas
Após este período Reduzir 4 mg diariamente Reduzir 2 mg diariamente Reduzir 1 mg diariamente

No controle paliativo de pacientes com tumores cerebrais recidivantes ou inoperáveis:

  • O tratamento de manutenção deve ser individualizado com Fosfato Dissódico de Dexametasona injetável, Fosfato Dissódico de Dexametasona comprimidos ou Fosfato Dissódico de Dexametasona elixir. A posologia de 2 mg, 2 a 3 vezes por dia, pode ser eficaz.

Associado com acidente vascular cerebral agudo (excluindo hemorragia intracerebral):

  • Inicialmente 10 mg (2,5 mLl) de Fosfato Dissódico de Dexametasona injetável pela via intravenosa, seguidos de 4 mg pela via intramuscular a cada 6 horas, durante 10 dias. Nos 7 dias subsequentes, as doses devem ser gradualmente ajustadas até chegar a zero.

Deve-se utilizar a menor posologia necessária para o edema cerebral. 

Por injeção intravenosa

Para pacientes como Covid-19 grave (saturação de oxigênio < 90% em ar ambiente, sinais de pneumonia, sinais de desconforto respiratório grave) ou crítica (necessidade de tratamento de manutenção da vida, síndrome do desconforto respiratório agudo, sepse, choque séptico), deve ser administrado Fosfato Dissódico de Dexametasona Injetável na dose de 6 mg/dia, por 7 a 10 dias.

Terapia combinada

Nos distúrbios alérgicos agudos autolimitados ou nos surtos agudos dos distúrbios alérgicos crônicos (por exemplo: rinites alérgicas agudas, acessos de asma brônquica alérgica sazonal, urticária medicamentosa e dermatose de contato), sugere-se o seguinte esquema posológico combinando as terapias parenteral e oral:

  Posologia total diária
1º dia Injeção intramuscular de 1 ou 2mL (4 ou 8mg) de Fosfato Dissódico de Dexametasona 4 ou 8mg
2º dia 2 comprimidos de 0,5mg de Fosfato Dissódico de Dexametasona, duas vezes por dia 4 comprimidos
3º dia 2 comprimidos de 0,5mg de Fosfato Dissódico de Dexametasona, duas vezes por dia 4 comprimidos
4º dia 1 comprimido de 0,5mg de Fosfato Dissódico de Dexametasona, duas vezes por dia

2 comprimidos

5º dia 1 comprimido de 0,5mg de Fosfato Dissódico de Dexametasona, duas vezes por dia 2 comprimidos
6º dia 1 comprimido de 0,5mg de Fosfato Dissódico de Dexametasona, por dia 1 comprimido
7º dia 1 comprimido de 0,5mg de Fosfato Dissódico de Dexametasona, por dia 1 comprimido
8º dia Exame clínico de controle ---

Injeções intra-articulares, intralesionais e nos tecidos moles

As injeções intra-articulares, intralesionais e nos tecidos moles geralmente são utilizadas quando as articulações ou áreas afetadas limitam-se a um ou dois locais.

Eis algumas das doses únicas usuais:

Local da injeção Volume da Injeção (mL) Quantidade de fosfato de dexametasona (mg)
Grandes articulações (por exemplo, joelho) 0,5 a 1 2 a 4
Pequenas articulações (por exemplo, interfalangeanas, temporomandibular) 0,2 a 0,25 0,8 a 1
Bolsas sinoviais 0,5 a 0,75 2 a 3
Bainhas tendinosas 0,1 a 0,25 0,4 a 1
Infiltração nos tecidos 0,5 a 1,5 2 a 6
Gânglios (cistos) 0,25 a 0,5 1 a 2

A frequência da injeção varia desde uma vez, cada 3 a 5 dias, até uma vez, cada 2 a 3 semanas, dependendo da resposta ao tratamento.

Síndrome da angústia respiratória do recém-nascido

Profilaxia pré-natal

A posologia recomendada de Fosfato Dissódico de Dexametasona injetável é de 5 mg (1,25 mL), administrado por via intramuscular na mãe a cada 12 horas até o total de quatro doses. A administração deve ser iniciada de preferência entre 24 horas a sete dias antes da data estimada do parto.

Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Fosfato Dissódico de Dexametasona maior do que a recomendada?

São raros os relatos de toxicidade aguda e/ou morte por superdose de glicocorticoides. Para a eventualidade de ocorrer superdose não há antídoto específico, o tratamento é de suporte e sintomático.

A DL 50 oral de Fosfato Dissódico de Dexametasona em camundongos fêmeas foi de 6,5 g/kg.

A DL 50 intravenosa de fosfato dissódico de Fosfato Dissódico de Dexametasona em camundongos fêmeas foi de 794 mg/kg.

Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações sobre como proceder.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Fosfato Dissódico de Dexametasona com outros remédios?

Interações medicamentosas relacionadas ao Fosfato Dissódico de Dexametasona

Interação medicamento-medicamento

Gravidade maior
Efeito da interação Medicamento
Redução da eficácia antitumor Aldesleucina
Redução do limiar de convulsão Bupropiona
Redução das concentrações plasmáticas do outro medicamento Darunavir, dasatinibe, etaverina, fosamprenavir, imatinibe, ixabepilona, lapatinibe, nilotinibe, praziquantel, quetiapina, romidepsina, sunitinibe, tensirolimo
Aumento do risco de infecção pelo microrganismo da vacina’ Vacina de rotavírus vivo
Aumento do risco de desenvolver necrólise epidermoide bolhosa Talidomida
 Gravidade moderada
Efeito da interação Medicamento
Aumento do risco de sangramento e/ou redução do efeito do outro medicamento Acenocumarol, dicumarol, femprocumona, fluindiona, varfarina
Aumento do risco de ruptura de tendão Alatrofloxacino, balofloxacino, cinoxacino, ciprofloxacino, clinafloxacino, enoxacino, esparfloxacino, fleroxacino, flumequina, gemifloxacino, grepafloxacino, levofloxacino, lomefloxacino, mesilato de trovafloxacino, moxifloxacino, norfloxacino, ofloxacino, pefloxacino, prulifloxacino, rosoxacino, rufloxacino, temafloxacino, tosufloxacino
Redução do efeito do outro medicamento, fraqueza muscular e miopatia prolongada Alcurônio, atracúrio, cisatracúrio, doxacúrio, galamina, hexaflurônio, metocurine, mivacúrio, pancurônio, pipecurônio, rocurônio, tubocurarina, vecurônio
Redução da eficácia do Fosfato Dissódico de Dexametasona Aminoglutetimida, carbamazepina, equinácea, fenitoína, fosfenitoína, Ma Huang, primidona, rifampicina, rifapentina
Prolongamento do efeito do Fosfato Dissódico de Dexametasona Acetato de medroxiprogesterona, cipionato de estradiol, desogestrel, diacetato de etinodiol, dienogeste, drospirenona, etinilestradiol, etonogestrel, levonorgestrel, mestranol, norelgestromina, noretindrona, norgestimato, norgestrel, valerato de estradiol, Saiboku-To
Aumento do risco de hipocalemia Anfotericina B lipossomal
Redução das concentrações plasmáticas do outro medicamento Amprenavir, caspofungina, indinavir, mifepristona, sorafenibe
Resposta imunológica inadequada Vacina adsorvida de antrax, vacina do bacilo vivo de Calmette - Guérin, vacina adsorvida do toxoide diftérico, vacina de Haemophilus B, vacina inativada de hepatite A, vacina do vírus da influenza, vacina da doença de Lyme (OspA recombinante), vacina de vírus vivo do sarampo, vacina meningocócica, vacina de vírus vivo da caxumba, vacina da coqueluche, vacina conjugada difteria e pneumocócica, vacina pneumocócica polivalente, vacina do vírus vivo da poliomielite, vacina da raiva, vacina do vírus vivo da rubéola, vacina da varíola, toxoide tetânico, vacina tifoide, vacina do vírus da varicela, vacina do vírus da febre amarela
Aumento da exposição sistêmica ao Fosfato Dissódico de Dexametasona Aprepitanto, fosaprepitanto
Aumento do risco de ulceração gastrintestinal e concentrações séricas de aspirina subterapêuticas Aspirina
Redução da eficácia do outro medicamento Delavirdina, everolimo, mifepristona, saquinavir, tretinoína
Aumento do risco de linfocitopenia e/ou hiperglicemia Irinotecano
Aumento da concentração plasmática do Fosfato Dissódico de Dexametasona e aumento do risco de seus efeitos adversos (miopatia, intolerância à glicose, síndrome de Cushing) Itraconazol, licorice, ritonavir
Aumento dos efeitos mieloproliferáticos do sargramostim Sargramostim
Gravidade menor
Efeito da interação Medicamento
Aumento do risco de eventos adversos do albendazol Albendazol
Redução da reatividade à tuberculina. Tuberculina

 Interação medicamento-exame laboratorial

Gravidade menor
Efeito da interação Medicamento
Falso aumento dos níveis séricos de digoxina Dosagem sérica de digoxina
Redução da retenção de I131 e da concentração de iodeto ligado à proteína Cintilografia tireoidiana diagnóstica e de controle para tireoidites
Resultado falso-negativo Teste de nitrotetrazólio azul e testes dermatológicos

 A literatura cita ainda as seguintes interações, apesar de não possuírem significância clínica relatada:

  • O ácido acetilsalicílico deve ser usado com cautela em conjunto com corticosteroides em hipoprotrombinemia;
  • Fenitoína, fenobarbital, efedrina e rifampicina podem acentuar a depuração metabólica dos corticosteroides, resultando em níveis sanguíneos diminuídos e atividade fisiológica diminuída, requerendo, portanto, ajuste na posologia de corticosteroide;
  • Em pacientes que simultaneamente recebem corticosteroides e anticoagulantes cumarínicos, deve-se verificar frequentemente o tempo de protrombina pois há referências ao fato de os corticosteroides alterarem a resposta a estes anticoagulantes. Quando os corticosteroides são ministrados simultaneamente com diuréticos depletores de potássio, os pacientes devem ser estreitamente observados quanto ao desenvolvimento de hipocalemia;
  • Pela ação hiperglicemiante do Fosfato Dissódico de Dexametasona injetável, o uso com hipoglicemiantes orais e insulina necessita ajuste da dose de uma ou ambas as drogas.

Qual a ação da substância do Fosfato Dissódico de Dexametasona?

Resultados de Eficácia


Em um estudo duplo-cego foram randomizadas 123 crianças com suspeita de artrite bacteriana hematogênica que receberam Fosfato Dissódico de Dexametasona ou soro, por 4 dias. A terapia principal do agente etiológico com antibiótico foi adaptada de acordo com a idade e patógeno estabelecido. Das 123 crianças participantes, 61 foram designadas no grupo do Fosfato Dissódico de Dexametasona e 62 no grupo placebo. Concluiu-se que um período curto de Fosfato Dissódico de Dexametasona reduziu a disfunção residual e encurtou significativamente a duração dos sintomas nas crianças com comprovada artrite séptica hematogênica. Estes resultados sugerem que com 4 dias de uso de Fosfato Dissódico de Dexametasona em baixas doses administradas precocemente, beneficia crianças com artrite séptica hematogênica.

Em um estudo retrospectivo analítico o curso puerperal de 43 mulheres com síndrome HELLP pós-parto (hemólise, elevação das enzimas hepáticas e trombocitopenia) que foram tratadas com Fosfato Dissódico de Dexametasona, foram comparados com àqueles de 237 pacientes similares que não receberam corticosteroides. O Fosfato Dissódico de Dexametasona 10 mg por via intravenosa a cada 12 horas foi administrada até que a remissão da doença foi observada nos pacientes tratados, momento em que até duas doses adicionais de 5 mg por via intravenosa, foi administrada em intervalos de 12 horas. Concluiu-se que pacientes que receberam o Fosfato Dissódico de Dexametasona na síndrome HELLP pós-parto, tiveram um menor curso da doença, recuperação mais rápida, menor morbidade e menor necessidade de outra terapia intervencionista, quando comparado a pacientes com síndrome HELLP que não receberam o Fosfato Dissódico de Dexametasona.

Em estudo clínico controlado e aberto comparando uma gama de tratamentos possíveis em pacientes que foram hospitalizados com Covid-19, os pacientes foram aleatoriamente designados para receber Fosfato Dissódico de Dexametasona oral ou intravenosa (em uma dose de 6 mg uma vez ao dia) por até 10 dias ou para receber cuidados habituais isolados. O desfecho primário foi a mortalidade em 28 dias.

Um total de 2.104 pacientes foram designados para receber Fosfato Dissódico de Dexametasona e 4321 para receber os cuidados habituais. Na avaliação geral, 482 pacientes (22,9%) no grupo de Fosfato Dissódico de Dexametasona e 1110 pacientes (25,7%) no grupo de tratamento usual morreram dentro de 28 dias após a randomização (razão da taxa ajustada para idade, 0,83; intervalo de confiança de 95% [IC], 0,75 a 0,93;P <0,001). As diferenças proporcionais e absolutas, de mortalidade entre os grupos variou consideravelmente de acordo com o nível de suporte respiratório que os pacientes estavam recebendo no momento da randomização. No grupo de Fosfato Dissódico de Dexametasona, a incidência de morte foi menor do que no grupo de tratamento usual entre os pacientes que receberam ventilação mecânica invasiva (29,3% vs. 41,4%; taxa de razão, 0,64; IC de 95%, 0,51 a 0,81) e entre aqueles que recebem oxigênio sem ventilação mecânica invasiva (23,3% vs. 26,2%; razão de taxa, 0,82; IC 95%, 0,72 a 0,94), mas não entre aqueles que não estavam recebendo suporte respiratório na randomização (17,8% vs. 14,0%; razão de taxas,1,19; IC de 95%, 0,91 a 1,55).

Referências Bibliográficas:

Odio Carla M., et al. Double blind, randomized, placebo-controlled study of dexamethasone therapy for hematogenous septic arthritis in children. Pediatr Infect Dis J, 2003; 22:883-8.
Martin J.N., et al. Better maternal outcomes are achieved with dexamethasone therapy for postpartum HELLP (hemolysis, elevated liver enzymes, and thrombocytopenia) syndrome. Am J Obstet Gynecol, 1997;177:1011-7.
RECOVERY COLLABORATIVE GROUP. Dexamethasone in hospitalized patients with Covid-19—Preliminary report. New England Journal of Medicine, 2020.

Características Farmacológicas


Propriedades farmacodinâmicas

Fosfato Dissódico de Dexametasona injetável é um corticosteroide potente, altamente eficaz e versátil, que por ser uma verdadeira solução, pode ser administrado pela via intravenosa, intramuscular, intra-articular ou intrabursal. É um dos mais ativos glicocorticoides, sendo aproximadamente 25 a 30 vezes mais potente do que a hidrocortisona. Em doses anti-inflamatórias equipotentes o Fosfato Dissódico de Dexametasona é quase completamente isenta da propriedade retentora de sódio da hidrocortisona e dos seus derivados intimamente relacionados a ela.

Propriedades farmacocinéticas

O volume de distribuição do Fosfato Dissódico de Dexametasona é de 2 L/kg. O metabolismo do Fosfato Dissódico de Dexametasona ocorre, em certa extensão, no fígado. A excreção ocorre em larga extensão nos rins e em menor extensão, na bile. A meia-vida de eliminação é de 1,88 a 2,23 horas. O tempo médio estimado para início da ação terapêutica, em casos de reações alérgicas com a injeção intramuscular de Fosfato Dissódico de Dexametasona injetável é de 8 a 24 horas.

Fontes consultadas

  • Bula do Profissional do Medicamento Decadron Injetável.

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O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 6 de Setembro de 2023.

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 6 de Setembro de 2023.

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