Farmanguinhos Zidovudina 100mg, 1 frasco com 100 cápsulas gelatinosas duras
FiocruzFarmanguinhos Zidovudina 100mg, 1 frasco com 100 cápsulas gelatinosas duras
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Bula do Farmanguinhos Zidovudina
Farmanguinhos zidovudina também conhecida como AZT, é um medicamento antiviral com ação sobre alguns retrovírus como o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) associada a outros antirretrovirais. É utilizada em adultos e crianças.
Farmanguinhos zidovudina é também usado na infecção pelo HIV durante a gestação e para prevenir a transmissão materno-fetal em esquemas que incluem o uso do medicamento pela mãe antes e durante o parto e tratamento do neonato.
É indicado ainda como agente profilático, junto com outros antirretrovirais, nos casos de exposição ocupacional ao HIV pelo pessoal de saúde ou outros indivíduos.
Em alguns pacientes com infecção avançada, pelo menos transitoriamente, a zidovudina pode reverter parcialmente as disfunções neurológicas associadas com o HIV, como demência e neuropatia periférica. Estes efeitos parecem ser limitados no tempo e diminuir com o prolongamento da terapêutica.
A zidovudina, também conhecida como AZT, é um medicamento antiviral, análogo de nucleosídeo (timidina) inibidor da transcriptase reversa com ação sobre alguns retrovírus, como o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV).
A ação se inicia cerca de uma hora após a administração.
Farmanguinhos zidovudina está contraindicado a pacientes com alergia conhecida a qualquer um dos componentes da fórmula, incluindo a zidovudina.
Informe seu médico sobre qualquer medicamento que esteja usando antes do início ou durante o tratamento.
Tratamento de infecção pelo HIV
Adultos e adolescentes
600 mg por dia em doses divididas de 200 mg três vezes ao dia ou 300 mg duas vezes ao dia, a critério do seu médico.
Neonatos e crianças <90 dias
2 mg/kg, de 6 em 6 horas.
Crianças
90-180 mg/m2 de superfície corporal de 8 em 8 horas ou 135-270 mg/m2 de superfície corporal de 12 em 12 horas (dose máxima: 600 mg/dia).
Monitoramento e ajuste da dosagem
Antes do início do tratamento, deve-se fazer a contagem de células sanguíneas, dosagem de hemoglobina e volume corpuscular, para se estabelecer um valor basal, repetindo-se com frequência os exames durante o tratamento (pelo menos a cada 2 semanas). Em pacientes sob controle, estes exames podem ser realizados a cada 3 meses.
Em pacientes que desenvolvem anemia ou neutropenia, a dosagem de zidovudina deve ser modificada. Em casos de anemia importante (hemoglobina menor que 7,5 g/dl, ou redução maior que 25% do valor basal) e/ou neutropenia importante (menos leucócitos que 750 /mm3, ou redução maior que 50% do valor basal), a zidovudina deve ser suspensa e só reinicada com evidência de recuperação medular. Medidas auxiliares, como eritropoietina, podem ser necessárias.
Prevenção da transmissão perinatal
Esquema de 3 partes
100 mg, 5 vezes ao dia (ou 200 mg 3x/dia, ou 300 mg 2x/dia), a critério do seu médico. O esquema de menos doses facilita a adesão terapêutica para a gestante, com início a partir da 14ª semana, até o trabalho de parto.
Devem ser consultadas as recomendações para profilaxia da transmissão vertical do HIV e terapia antirretroviral em gestantes, do Ministério da Saúde.
Dosagem na insuficiência renal e hepática
Clearance de creatinina (mL/min)
- 10-50: 300 mg 2x/dia;
- <10: 300 mg 1x/dia.
Insuficiência hepática
200 mg 2x/dia.
Os esquemas de tratamento, associação entre as diferentes drogas, esquemas posológicos, monitoramento dos marcadores de evolução da doença e, ainda, alterações da terapêutica, bem como as ações envolvendo diagnóstico e tratamento das infecções oportunísticas, constam de diretrizes e recomendações do Ministério da Saúde, que devem ser consultadas, como base de toda ação.
Para segurança e eficácia desta apresentação, Farmanguinhos zidovudina não deve ser administrado por vias não recomendadas. A administração deve ser somente pela via oral. As cápsulas de zidovudina não devem ser administradas junto com as refeições.
Pacientes idosos
Deve ser realizado acompanhamento médico, pois pode ser necessária a redução da dose.
Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento. Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
Se você esqueceu de tomar Farmanguinhos zidovudina, tome assim que possível e depois tome a próxima dose no horário habitual. Não tome mais de uma dose de uma só vez. É importante que você não se esqueça de tomar Farmanguinhos zidovudina ou outros medicamentos anti-HIV que você esteja utilizando.
Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.
Alerta: Veja os medicamentos que não devem ser administrados com Farmanguinhos Zidovudina em "Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Farmanguinhos Zidovudina com outros remédios?".
Acidose lática (na ausência de hipoxemia) deve ser suspeitada toda vez que o paciente apresentar taquipnéia, dispneia ou redução do bicarbonato sérico de forma não explicada.
Nestes casos e quando for observado hepatomegalia, aumento de transaminases, a medicação deve ser suspensa.
A relação risco/benefício no uso da zidovudina deve ser cuidadosamente avaliada na presença de depressão da medula óssea, deficiência de ácido fólico ou de vitamina B12, de comprometimento hepático e de hipersensibilidade à zidovudina. Os efeitos da mielodepressão podem originar maior incidência de infecções microbianas, atraso na cicatrização e hemorragia gengival. Por este motivo, eventuais trabalhos odontológicos devem ser concluídos, se possível, antes do início do tratamento ou adiados até que os valores sanguíneos se normalizem.
Os pacientes devem ser instruídos para a necessidade de uma correta higiene bucal.
Durante a terapêutica, os pacientes devem ser monitorados quanto a contagem de células sanguíneas:
- Recomendam-se intervalos de 2 semanas durante as 6 primeiras semanas de tratamento a fim de detectar anemia ou granulocitopenia. Caso a zidovudina seja bem tolerada, o intervalo pode ser aumentado para 4 semanas. Em pacientes assintomáticos ou com sintomas iniciais, recomenda-se fazer as contagens semanalmente nos 3 primeiros meses e, posteriormente, a cada 3 meses, a menos que outras razões justifiquem outra conduta. Uma queda nas concentrações de hemoglobina pode ocorrer a partir de 2 a 4 semanas após o tratamento com acentuação da queda durante as primeiras 4 a 6 semanas. Granulocitopenia, em geral, ocorre após 6 a 8 semanas. Taxas de hemoglobina inferiores a 7,5 g/dl ou contagens de granulócitos inferiores a 750/mm3 podem exigir ajustes de dose, interrupção no uso do medicamento, transfusão de sangue ou tratamento com eritropoietina nos pacientes com baixa eritopoetina endógena. O tratamento com zidovudina não deve ser reiniciado até que a medula óssea demonstre recuperação. Caso esta se recupere após ajuste da dose, é válido aumentar a dose gradualmente na dependência das contagens hematológicas e da tolerância do doente.
Zidovudina é contraindicada a neonatos com hiperbilirrubinemia, que necessitam de tratamento adicional à fototerapia ou com aumento das transaminases, com valores de hemoglobina abaixo de 10 g/dL e/ou contagem de neutrofilos inferior a 1.000/mm3.
Testes de função hepática devem ser feitos periodicamente. Alterações da SGPT, SGOT e da bilirrubina sérica já foram relatadas na literatura, ainda que reversíveis.
Os pacientes sob tratamento com zidovudina devem ser acompanhados clinicamente por médicos experientes no tratamento de moléculas associadas ao HIV.
A zidovudina não cura a infecção pelo HIV e não deve ser administrada em combinação com outros medicamentos que contenham a zidovudina em sua formulação.
Pacientes tratados com zidovudina podem continuar a desenvolver complicações de AIDS, inclusive infecções oportunistas. O tratamento ou a prevenção destas infecções pode requerer o uso de outros antiinfecciosos.
Redistribuição de gordura
A redistribuição / acúmulo de gordura corporal, incluindo obesidade, aumento da gordura dorsocervical (corcunda-de-búfalo), perda de gordura periférica e na face, alargamento peitoral e “aparência cushingoide”, foram observados em pacientes que recebem terapia antirretroviral. O mecanismo e as consequências a longo prazo destes eventos são atualmente desconhecidos. Uma relação causal não foi estabelecida.
Síndrome de reconstituição imune
Em alguns pacientes com infecção avançada pelo HIV (AIDS) e histórico de infecções oportunistas, sinais e sintomas de inflamação de infecções anteriores podem ocorrer logo após o início do tratamento anti-HIV, incluindo a zidovudina. As doenças autoimunes também podem ocorrer após diversos meses do início do tratamento.
Gravidez (Categoria C)
A zidovudina tem sido usada durante a gravidez, inclusive para se evitar a transmissão vertical, mãe-filho. A zidovudina e seus metabólitos atravessam a placenta, mas a maioria dos clínicos não considera a gravidez como contraindicação ao uso da zidovudina.
Não há evidência de que a zidovudina afete a fertilidade.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.
Amamentação
Você não deve amamentar se você for HIV-positivo porque existe a possibilidade de transmitir o HIV para o seu bebê. Além disso, a zidovudina é excretada no leite humano e pode causar reações adversas ao bebê.
Medidas de higiene
Este medicamento não cura a infecção pelo HIV ou AIDS. Pacientes podem continuar a adquirir infecções oportunistas ou outras condições associadas à infecção pelo HIV. Infecções oportunistas são aquelas que se desenvolvem porque a imunidade (sistema de defesa do seu organismo) está baixa. Portanto, você deve permanecer sob contínua supervisão médica. Farmanguinhos zidovudina não reduz a possibilidade de transmitir o HIV para outras pessoas através do contato sexual, compartilhamento de agulhas, ou exposição ao seu sangue. Para a sua saúde e de outros, é importante sempre praticar sexo seguro, utilizando preservativo ou outro tipo de barreira para diminuir a chance de contato com o esperma, secreções vaginais ou sangue. Nunca use ou compartilhe seringas contaminadas.
Uso pediátrico
A zidovudina tem sido estudada em pacientes pediátricos infectados com HIV-1 após o sexto mês de vida, que tiveram relatos de sintomas associados ao HIV-1 ou aqueles assintomáticos com valores laboratoriais indicando imunossupressão significante relacionada ao HIV-1. A zidovudina tem sido estudada em neonatos perinatalmente expostos ao HIV-1.
Uso geriátrico
Estudos clínicos com a zidovudina não incluíram número suficiente de pacientes com 65 anos de idade ou mais para determinar se eles respondem diferentemente dos pacientes jovens. Ajuste devido à idade não é recomendado. Em geral, deve-se ter cuidado apropriado na administração e monitoramento do medicamento em pacientes idosos, refletindo a maior frequência nesta população da função hepática, renal ou cardíaca diminuída, de doença concomitante ou outras terapias medicamentosas.
Efeito na habilidade de dirigir máquinas
Nenhum estudo sobre efeitos na habilidade de dirigir e operar máquinas foi efetuado, quando utilizado Farmanguinhos zidovudina.
O principal efeito adverso da zidovudina é a toxicidade sobre a medula óssea, resultando em anemia e/ou neutropenia graves, podendo requerer transfusão de sangue, suspensão ou modificação da dosagem do medicamento em até 40% dos pacientes. Está geralmente relacionada a dosagem e a duração do tratamento.
Pacientes com concentrações séricas baixas de vitamina B12 ou folato têm risco aumentado de desenvolver toxicidade hematológica.
Granulocitopenia geralmente aparece depois de 4 a 6 semanas de tratamento e anemia mais cedo, em 2 a 4 semanas após o início do tratamento.
Fatores de estimulação hematopoiética e eritropoietina recombinante têm sido usados como auxiliares no tratamento destes efeitos sobre a medula óssea.
A frequência e a gravidade dos efeitos adversos associados com o uso de zidovudina em adultos são maiores em pacientes com doença avançada no início do tratamento.
Ainda não há evidência de que muitos dos sintomas e efeitos adversos observados durante o uso de zidovudina tenham efeito causal direto devido à zidovudina, podendo ser consequência das doenças intercorrentes geralmente associadas à AIDS.
A Tabela 1 mostra os eventos adversos associados ao uso de Farmanguinhos zidovudina, agrupados de acordo com a frequência, seguindo as seguintes categorias:
- Comum (frequente): ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento;
- Incomum (menos frequente): ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento;
- Rara: ocorre entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento.
Tabela 1: Frequência das reações adversas.
Classe de sistemas orgânicos |
Frequência |
Eventos adversos |
Desordens cardíacas |
Rara |
Miocardiopatia |
Desordens do sistema nervoso central |
Comum |
Insônia; cefaleia intensa |
Incomum |
Mal-estar; agitação; sonolência; fadiga |
|
Rara |
Convulsão; tremores; perda de acuidade mental; instabilidade emocional |
|
Desordens respiratórias |
Rara |
Dispnéia; epistaxe (hemorragia nasal); faringite; rinite; sinusite |
Desordens gastrointestinais |
Comum |
Náuseas |
Incomum |
Anorexia; constipação; diarreia; dispepsia; dor abdominal; vômitos |
|
Rara |
Disfagia; edema de língua; eructação; flatulência; ulcerações na boca; hemorragia retal; alterações do paladar; icterícia; acidose lática; hepatomegalia grave com esteatose; elevação das transaminases |
|
Desordens urinárias |
Rara |
Disúria; poliúria; aumento da frequência urinária |
Desordens dermatológicas |
Incomum |
Pigmentação das unhas |
Rara |
Reações de hipersensibilidade, com dispneia, febre e exantema |
|
Desordens hematológicas |
Comum |
Anemia; leucopenia; neutropenia |
Incomum |
Alteração da contagem de plaquetas |
|
Outras |
Comum | |
Rara |
Miopatia |
Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do medicamento. Informe também à empresa através do seu Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) pelo telefone 0800 024 1692.
Cápsulas de 100 mg em frascos contendo 90, 100 ou 180 cápsulas.
Uso oral.
Uso adulto e pediátrico.
Cada cápsula de Farmanguinhos zidovudina 100 mg contém:
Zidovudina |
100 mg |
Excipientes q.s.p. |
1 cápsula |
Excipientes: celulose microcristalina, amidoglicolato de sódio, estearato de magnésio, talco, cápsula gelatinosa dura nº 03 branco opaco (dióxido de titânio e gelatina).
A superdosagem aguda de zidovudina foi relatada em adultos e crianças, quando em exposição a dosagens de até 50g, com ausência de consequências fatais e com recuperação sem sequelas.
Os sintomas da superdosagem são vômitos e manifestações sobre o SNC, como fadiga, cefaleia, tontura, letargia e confusão. Não foram verificados efeitos persistentes sobre a medula óssea.
O tratamento é de suporte e sintomático. Hemodiálise ou diálise peritoneal são de pouco valor na eliminação da zidovudina, no entanto propiciam o aumento da eliminação de seu principal metabólito.
Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Você não deve tomar Farmanguinhos zidovudina se estiver utilizando os seguintes medicamentos:
- Ácido valpróico, betainterferona, dapsona, metadona e probenecida: aumentam o efeito/toxicidade de zidovudina. Evitar o uso concomitante, porém, se este for necessário, recomenda-se monitorar a função hepática e os parâmetros hematológicos.
- Anfotericina B: aumenta o risco de toxicidade hematológica.
- Citostáticos: aumentam o risco de toxicidade hematológica.
- Doxorrubicina: redução de seu efeito pela zidovudina.
- Ganciclovir: aumenta os efeitos adversos de ambas as drogas, com riscos de toxicidade hematológica. Essa associação deve ser evitada.
- Flucitosina: aumenta o risco de toxicidade hematológica.
- Interferon: aumenta as concentrações plasmáticas da zidovudina.
- Alfainterferona: pode resultar em descompensação hepática (potencialmente fatal) e toxicidade hematológica (neutropenia, anemia).
- Sulfadiazina: aumenta o risco de toxicidade hematológica.
- Sulfametoxazol trimetoprima: aumenta o risco de toxicidade hematológica.
- Fluconazol: aumenta a concentração sérica da zidovudina.
- Paracetamol: aumenta a concentração sérica da zidovudina.
- Pirimetamina: aumenta o risco de toxicidade hematológica.
- Ribavirina: redução do efeito da zidovudina.
- Nelfinavir, rifabutina, rifampicina, rifapentina e tipranavir: reduz as concentrações plasmáticas da zidovudina, reduzindo o seu efeito. Monitorar os pacientes para a diminuição da eficácia e das concentrações plasmáticas da zidovudina e reajustar a dose, se necessário.
Informe ao seu médico se você está fazendo uso de algum outro medicamento.
Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.
Resultados de Eficácia
A zidovudina mostrou diminuir o risco de transmissão perinatal do HIV em 1998, em estudo prospectivo de corte de 1.533 crianças nascidas de mulheres infectadas pelo HIV entre 1985 e 1995 em quatro cidades dos Estados Unidos, o qual avaliou o impacto do uso da zidovudina perinatal sobre o risco de transmissão perinatal do HIV, além da determinação de fatores de risco para a transmissão entre mulheres usando zidovudina perinatal. O risco de transmissão global foi de 18%. Fatores associados à transmissão incluíram a ruptura de membranas > 4 h antes do parto, a idade gestacional <37 semanas, contagem de linfócitos CD4 + materna <500 '106 células / l, peso ao nascer <2.500 g e uso da zidovudina pré-natal e neonatal. Para crianças expostas à zidovudina pré-natal e neonatal, o risco de transmissão foi de 13% no geral, mas foi significativamente menor seguido da menor duração da ruptura das membranas (7%) e de parto a termo (9%). O risco de transmissão diminuiu de 22% antes de 1992 a 11% em 1995 em associação com o aumento da utilização de zidovudina e mudanças em outros fatores de risco.
Características Farmacológicas
Farmacodinâmica
A zidovudina é um inibidor da replicação in vitro de alguns retrovírus, inclusive o HIV, também conhecido como HTLV-III ou LAV. Esta droga é um análogo da timidina, em que o grupo 3'-hidroxi (-OH) é substituído por um grupo azido (-N3). A timidinaquinase celular converte a zidovudina em monofosfato de zidovudina.
O monofosfato é, então, convertido a difosfato pela timidilatoquinase celular, e também a trifosfato por outras enzimas celulares. O trifosfato de zidovudina compete com o substrato natural, a timidina trifosfato, para incorporar-se às cadeias em crescimento da DNA polimerase RNA-dependente viral (transcriptase reversa) e, assim, inibe a replicação do DNA viral.
Uma vez incorporado, o trifosfato de zidovudina também interrompe prematuramente o crescimento da cadeia de DNA, já que o grupo 3' azido impede novas ligações do 5' a 3'-fosfodiéster. A afinidade da zidovudina pela transcriptase reversa do retrovírus é cerca de 100 a 300 vezes maior que pela DNA polimerase humana, o que permite a inibição seletiva da replicação viral sem bloquear a multiplicação celular. Os resultados da sensibilidade in vitro variam grandemente dependendo: do tempo entre a infecção virótica e o tratamento de culturas celulares com zidovudina; do ensaio específico utilizado; do tipo de célula empregado e do laboratório executante do teste. Não foi adequadamente estudado ainda o desenvolvimento de resistência à zidovudina e também é desconhecida a frequência de resistência à zidovudina na população geral. Contudo, tem-se observado sensibilidade reduzida a zidovudina in vitro, em isolados virais de indivíduos que têm recebido tratamento prolongado da droga. Verificou-se, in vitro, que a zidovudina tem atividade contra o vírus da Hepatite B e o do Epstein-Barr, entretanto, um estudo demonstrou que a zidovudina não inibe quando marcada a replicação do vírus da hepatite B quando usada isoladamente em pacientes com AIDS.
Estudos in vitro também mostram que a zidovudina em baixas concentrações inibe várias cepas de enterobactérias incluindo Shigella, Salmonella, Klebsiella,Enterobacter, Citrobacter sp. e Escherichia coli. No entanto, nestes casos, a resistência bacteriana a zidovudina aparentemente desenvolve-se rapidamente. Não se observou atividade contra Pseudomonas
aeruginosa in vitro. Em concentrações muito altas (1,9 μg/ml) demonstrou inibir a Giardia lamblia, todavia, nenhuma atividade foi observada contra outros protozoários patogênicos.
Farmacocinética
Absorção:
A zidovudina é rápida e quase completamente absorvida pelo trato gastrintestinal após administração oral; todavia, devido à rápida biotransformação de primeira passagem, a biodisponibilidade sistêmica (xarope) é de aproximadamente 65% (entre 52 e 75%). A administração conjunta com alimentos altamente gordurosos pode diminuir o índice e a extensão da absorção.
Distribuição:
A zidovudina atravessa a barreira hematoencefálica e se distribui no plasma e no líquido cefalorraquideano. A concentração no líquido cefalorraquideano, em adultos, é de aproximadamente 50 a 60% da concentração plasmática, 4 horas depois de se administrar a dose por via oral. Em crianças, a distribuição no líquido cefalorraquidiano é, em média, aproximadamente 24% da concentração plasmática. Após administração intravenosa, o clearance corpóreo médio é de 1900 mL/ minuto e o volume de distribuição aparente em adultos e crianças é de 1,4 a 1,7 litros por kg (42 a 52 litros/ m²).
Estudos demonstraram que a zidovudina atravessa a placenta e alcança níveis fetais levemente superiores aos níveis plasmáticos observados na mãe. Concentrações superiores foram observadas no líquido amniótico; contudo, a concentração da droga no tecido do SNC de um feto de 1 a 3 semanas (0,01 μmol por litro) mostrou-se abaixo das concentrações antiviróticas. A zidovudina mostra também concentrar-se no sêmen de pacientes HIV-infectados, em concentrações que variam entre 1,3 e 20,2 vezes aquelas do plasma.
Ligação a proteínas:
A ligação da zidovudina às proteínas plasmáticas é relativamente baixa, < 38%, indicando que não são previsíveis as interações da droga envolvendo deslocamento do local de ligação.
Biotransformação:
Ocorre glicuronização hepática. A zidovudina é rapidamente metabolizada ao principal metabólito inativo, 3'-azido3'deoxi-5'-O-ß-D-glucopiranuronosil-timidina (GAZT). Em crianças com mais de 30 dias de idade, foi demonstrado que o clearance e a meia-vida são comparáveis aos do adulto.
Meia-vida do trifosfato de zidovudina intracelular:
Aproximadamente 3,3 horas.
Meia-vida da zidovudina:
Adultos (oral e endovenoso):
Com função renal normal aproximadamente 1 hora (de 0,8 a 1,2 horas).
Com função renal prejudicada (clearance da creatinina < 30 mL/min):
1,4 a 2,9 horas com cirrose aproximadamente 2,4 horas.
Crianças de 1 mês a 13 anos (oral e endovenoso):
Aproximadamente de 1,0 a 1,8 horas.
Meia-vida do GAZT:
Adultos (oral e intravenoso):
Com função renal normal aproximadamente 1 hora.
Com disfunção renal aproximadamente 0,8 horas.
Com anúria de 29 a 94 horas.
Tempo para atingir a concentração sérica máxima:
A zidovudina é rapidamente absorvida e ocorrem concentrações séricas máximas entre 30 e 90 minutos.
Concentração sérica máxima:
Infusão intravenosa, 1 mg/kg durante 1 hora: 1,5 a 2,5 μmoles por litro (0,40 a 0,68 μg/mL). Infusão intravenosa contínua em crianças (de 14 meses a 12 anos), 0,5 mg/kg/h (360 mg/m²/dia): 1,9 μmoles por litro (0,51 μg/mL).
Eliminação:
Adultos:
Cerca de 14 a 18 % são excretados rapidamente na urina por filtração glomerular e secreção tubular ativa. Seu metabólico principal (GAZT) é eliminado também por via renal, sendo que 60 a 74% da dose são encontrados na urina.
De 63 a 95% (total de zidovudina e GAZT) são excretados na urina. Os dados disponíveis sugerem que a hemodiálise e a diálise peritonial têm efeito negligenciável sobre a remoção da zidovudina, todavia a hemodiálise aumenta a eliminação do GAZT.
Crianças (de 14 meses a 12 anos):
Cerca de 30% são excretados pelos rins.
GAZT aproximadamente 45% são excretados na urina.
Farmanguinhos zidovudina deve ser mantido em temperatura ambiente (entre 15 e 30ºC). Mantenha o frasco bem fechado.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas
A cápsula de 100 mg possui:
Tampa e corpo na cor branca.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
M.S. 1.1063.0048
Responsável Técnico:
Rodrigo Fonseca da Silva Ramos
CRF-RJ 10015
Registrado por:
Fundação Oswaldo Cruz
Av. Brasil, 4365
Rio de Janeiro - RJ
CNPJ: 33.781.055/0001-35
Fabricado por:
Instituto de Tecnologia em Fármacos/Farmanguinhos
Av. Comandante Guaranys, 447
Rio de Janeiro – RJ
Indústria Brasileira
Uso sob prescrição médica.
Venda proibida ao comércio.
Especificações sobre o Farmanguinhos Zidovudina
Caracteristicas Principais
Fabricante:
Tipo do Medicamento:
Similar
Necessita de Receita:
Branca Comum (Venda Sob Prescrição Médica)
Principio Ativo:
Categoria do Medicamento:
Classe Terapêutica:
Especialidades:
Infectologia
Urologia
Ginecologia
Preço Máximo ao Consumidor:
PMC/SP R$ 0,00
Preço de Fábrica:
PF/SP R$ 0,00
Registro no Ministério da Saúde:
1106300480017
Código de Barras:
7898164511387
Temperatura de Armazenamento:
Temperatura ambiente
Produto Refrigerado:
Este produto não precisa ser refrigerado
Doenças Relacionadas:
Bula do Paciente:
Bula do Profissional:
Modo de Uso:
Uso oral
Pode partir:
Esta apresentação não pode ser partida
FARMANGUINHOS ZIDOVUDINA É UM MEDICAMENTO. SEU USO PODE TRAZER RISCOS. PROCURE UM MÉDICO OU UM FARMACÊUTICO. LEIA A BULA. MEDICAMENTOS PODEM CAUSAR EFEITOS INDESEJADOS. EVITE A AUTOMEDICAÇÃO: INFORME-SE COM SEU MÉDICO OU FARMACÊUTICO.
Sobre a Fiocruz
A Fundação Oswaldo Cruz teve seu início em 1900, inicialmente para fabricar soros e vacinas contra a peste bubônica. Desde então, a instituição participa intensamente do desenvolvimento da saúde pública no país.
Sua missão é produzir, disseminar e compartilhar os conhecimentos e tecnologias para fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS), além de poder contribuir para a promoção da saúde e qualidade de vida da população brasileira.
Com mais de cem anos de história, foi responsável por grandes avanços científicos e teve uma trajetória de expansão, criando um caminho que se alimenta sempre de conquistas e desafios para defender o direito à saúde.
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