Bula do Dinoprostona
Princípio Ativo: Dinoprostona
Dinoprostona, para o que é indicado e para o que serve?
Dinoprostona é indicado para o início e/ou continuação da maturação do colo uterino em gestantes a termo (a partir de 37 semanas completas de gestação), com Índice de Bishop igual ou inferior a 6, feto único em situação longitudinal e apresentação cefálica, em que a indução do trabalho de parto estiver indicada e quando não houver contraindicações fetais ou maternas.
Quais as contraindicações do Dinoprostona?
Dinoprostonanão deve ser utilizado ou deixado no local de administração:
- Quando já tiver iniciado o trabalho de parto.
- Quando drogas uterotônicas e/ou outros agentes de indução de trabalho de parto estiverem sendo administrados.
- Quando a contração uterina forte e prolongada for inadequada, como em pacientes:
- Que tenham sido submetidas anteriormente a grandes cirurgias uterinas, por exemplo, cesariana, miomectomia, etc.;
- Que tenham sido submetidas anteriormente a cirurgias maiores no colo do útero (como exemplo outras que não biópsias e abrasão cervical) ou ruptura do colo uterino;
- Que tenham desproporção cefalopélvica;
- Com apresentação fetal anômala;
- Com suspeita ou evidência de sofrimento fetal;
- Com histórico de partos difíceis ou traumáticos.
- Quando há histórico ou presença de doença inflamatória pélvica atual, a menos que tenha sido instituído tratamento prévio adequado.
- Quando houver hipersensibilidade a dinoprostona ou qualquer um de seus excipientes.
- Quando houver placenta prévia ou sangramento vaginal inexplicado durante a gestação atual.
Como usar o Dinoprostona?
Dinoprostona deve ser utilizado por via vaginal. Dinoprostona só deve ser administrado por profissional de saúde qualificado em hospitais e clínicas com unidades obstétricas com instalações para monitoramentos fetal e uterino contínuos.
Após a inserção, a atividade uterina e a condição fetal devem ser monitoradas cuidadosamente e regularmente.
Administração
Dinoprostona deve ser retirado do freezer logo antes da inserção. Não é necessário descongelar antes de usar.
- Ao retirar Dinoprostona da embalagem, rasgar o sachê na “marca de rasgo”, na parte superior. Não utilizar tesouras ou objetos cortantes para abrir o sachê para não cortar o sistema de recuperação e danificar o produto. Utilize o sistema de remoção (fita de remoção) para retirar o produto cuidadosamente do sachê.
- Segurar o pessário entre os dedos da mão examinadora e inserir Dinoprostona profundamente no fundo de saco vaginal posterior, atrás do colo uterino, usando apenas pequenas quantidades de lubrificantes hidrossolúveis.
- Para assegurar que o pessário permaneça in situ, deve ser virado 90o ; assim ele ficará em posição transversal ao fundo vaginal posterior, atrás do colo uterino.
- Permitir que uma porção suficiente de fita permaneça do lado de fora da vagina para possibilitar a remoção.
- Após a inserção, assegure que a paciente permaneça deitada por 20 ou 30 minutos, tempo suficiente para que o pessário se intumesça. A dinoprostona será liberada de forma contínua durante 24 horas, portanto é importante a monitorização das contrações uterinas e da condição fetal, em intervalos regulares.
Remoção
O pessário pode ser removido de forma rápida e fácil, puxando suavemente a fita de remoção.
Após a remoção, assegurar-se de que todo o produto (sistema de liberação vaginal e sistema de remoção) foi removido da vagina.
É necessário remover o sistema de liberação vaginal para terminar a administração da droga quando a maturação cervical for julgada completa ou na vigência das seguintes circunstâncias:
- Início do trabalho de parto. Para os propósitos da indução de trabalho de parto com Dinoprostona o início do mesmo é definido como a presença de contrações uterinas dolorosas regulares ocorrendo a cada 3 minutos, independentemente de qualquer modificação cervical. Há dois pontos importantes a serem observados:
- Uma vez estabelecidas as contrações dolorosas regulares com Dinoprostona , estas não serão reduzidas, em termos de frequência ou intensidade, durante todo o tempo em que Dinoprostona permanecer in situ porque a dinoprostona ainda estará sendo administrada;
- As pacientes, principalmente aquelas com antecedentes de gestações múltiplas, podem desenvolver contrações dolorosas regulares sem qualquer modificação aparente do colo uterino. Esvaecimento e dilatação do colo podem não ocorrer até que a atividade uterina esteja estabelecida. Por isso, uma vez instalada a atividade uterina dolorosa regular através do Dinoprostona , o pessário deve ser removido, independentemente do estado cervical, para evitar a possibilidade de hiperestimulação uterina.
- Ruptura espontânea ou artificial das membranas ou amniotomia.
- Qualquer indício de hiperestimulação uterina ou contrações uterinas hipertônicas.
- Evidência de sofrimento fetal.
- Evidência de efeitos adversos sistêmicos maternos à dinoprostona, tais como náusea, vômito, hipotensão ou taquicardia.
- Pelo menos 30 minutos antes de iniciar uma infusão intravenosa de agentes uterotônicos.
O sistema de recuperação do pessário, constituído por uma bolsa de poliéster e uma fita de remoção, possui uma abertura que é necessária para a inserção do pessário em seu interior durante o processo de fabricação. NUNCA retire o pessário de dentro de seu sistema de recuperação.
Devido à remoção do produto da vagina, o pessário estará intumescido de 2 a 3 vezes em relação ao seu tamanho original e deverá estar maleável.
Posologia do Dinoprostona
Deve ser utilizado um único pessário. Esta é, normalmente, a quantidade suficiente para obtenção da maturação cervical.
O pessário deve ser removido após 24 horas, independentemente de ter sido atingida a maturação cervical. Um intervalo de no mínimo 30 minutos é recomendado para uso sequencial de agentes uterotônicos, após a remoção do pessário vaginal.
População pediátrica
A segurança e eficácia de Dinoprostona em mulheres grávidas com idade inferior a 18 anos não foi estabelecida. Não existem dados disponíveis.
Este medicamento não deve ser cortado.
A segurança e eficácia de Dinoprostona em mulheres grávidas com idade inferior a 18 anos não foi estabelecida. Não existem dados disponíveis.
Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Dinoprostona maior do que a recomendada?
A superdosagem pode levar à hiperestimulação da musculatura uterina com ou sem desconforto fetal. Se ocorrer sofrimento fetal, remova Dinoprostona imediatamente e a paciente deve ser tratada de acordo com o protocolo local.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Dinoprostona com outros remédios?
Não foram realizados estudos dedicados de interação com Dinoprostona.
As prostaglandinas potencializam o efeito de agentes uterotônicos. Portanto, não é recomendado o uso concomitante de Dinoprostona e agentes uterotônicos.
A administração de drogas anti-inflamatórias não-esteroidais, incluindo ácido acetilsalicílico, deve ser interrompida antes do uso de dinoprostona.
Qual a ação da substância do Dinoprostona?
Resultados de Eficácia
Estudos comprovam que:
As prostaglandinas têm sido utilizadas na indução de trabalho de parto desde 1960. Foram realizados estudos comparando formulações de prostaglandinas vaginais com o objetivo de determinar os efeitos e eficácia da prostaglandina E2 para a maturação cervical no terceiro trimestre. Em uma meta-análise concluiu-se que o uso da prostaglandina E2 por via vaginal ocasionou melhora significativa da maturação cervical num período compreendido entre 24-48 horas, refletindo assim, uma taxa de natalidade maior dentro das 24 horas sem a necessidade de parto por cirurgia cesárea.1
Outro estudo demonstrou que, nos Estados Unidos da América, o uso de prostaglandinas na indução de trabalho de parto vem sendo intensamente analisado como um meio de reduzir custos associados com partos cesáreas, pois, com o uso do pessário vaginal de liberação controlada, há uma taxa de falha de tratamento muito baixa e satisfatória indução de trabalho de parto; além do importante fato de os efeitos adversos maternos serem raros.2
Devido a estes pontos o pessário vaginal mostra-se uma alternativa terapêutica benéfica.2
Referências:
1 Kelly A.J., Kavanag J., Thomas J. Vaginal prostaglandin (PGE2 and PGF2) for induction of labour at term. The Cochrane Library, issue 3, 2003.
2 Rayburn W.F. Clinical experience with a controlled-release, prostaglandin E2, intravaginal insert in the USA. British Journal of Obstetrics and Gynaecology, 1997.
Características Farmacológicas
Propriedades farmacodinâmicas
Dinoprostona contém dinoprostona que é uma prostaglandina E2. As prostaglandinas são substâncias naturalmente presentes em baixas concentrações em muitos tecidos humanos e atuam como hormônios locais. A prostaglandina E2 tem um papel importante nas alterações dos complexos bioquímicos e estruturais envolvidos na maturação cervical. A maturação cervical envolve uma transformação da matriz celular do colo uterino, transformando-se de uma estrutura rígida e grossa para uma configuração suave e dilatada, permitindo a passagem do feto pelo canal de parto. Este processo envolve a ativação da enzima colagenase, que é responsável pela quebra do colágeno.
Os efeitos farmacológicos das prostaglandinas, particularmente a PGE2, têm sido amplamente investigados nos últimos anos no controle da maturação cervical e indução do parto, uma vez que além de modificarem o colo uterino também podem induzir contrações uterinas. Porém a ação deste medicamento não é indicada para mulheres em cesariana ou que já passaram anteriormente por esse tipo de parto.
Estudos pré-clínicos demonstraram que a dinoprostona é uma substância de ação local que é rapidamente inativada e, portanto, não há evidências de toxicidade sistêmica significativa.
Os polímeros de hidrogel e poliéster são componentes inertes com boa tolerabilidade local.
Toxicidade reprodutiva e efeitos genotóxicos ou carcinogênicos dos polímeros não têm sido investigados, porém a exposição sistêmica é insignificante.
Propriedades farmacocinéticas
É sabido que as prostaglandinas agem como hormônios locais e são primariamente metabolizadas em seu local de síntese. Qualquer prostaglandina que escape da inativação local é rapidamente retirada da circulação sanguínea com meia-vida estimada de 1 a 3 minutos.
Nenhuma correlação pode ser estabelecida entre a liberação de PGE2 e concentrações plasmáticas de seu metabólito, PGEm. Também não pode ser determinada a contribuição relativa da liberação de PGE2 de fontes endógenas e exógenas para o nível plasmático do metabólito PGEm.
O reservatório de 10 mg de dinoprostona serve para manter a liberação constante e controlada. A taxa de liberação é de aproximadamente 0,3 mg por hora durante 24 horas, em mulheres com membranas intactas. Em mulheres com ruptura prematura de membranas, a liberação é maior e mais variável. Dinoprostona libera dinoprostona no tecido cervical continuamente a uma taxa que permite que a maturação cervical progrida até seu estágio completo, com a facilidade de remoção da fonte de dinoprostona quando o médico determinar que a maturação cervical está completa ou o parto iniciado, momento a partir do qual a dinoprostona não é mais necessária.
Fontes consultadas
- Bula do Profissional do Medicamento Propess®.
Doenças relacionadas
O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 15 de Março de 2023.