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Bula do Diazóxido

Diazóxido, para o que é indicado e para o que serve?

Diazóxido é uma solução injetável para uso exclusivo intravenoso indicado para o uso por curto prazo na redução emergencial da pressão arterial na hipertensão grave, não maligna e maligna, de pacientes adultos hospitalizados; na hipertensão aguda grave de crianças hospitalizadas e que necessitam de rápida e urgente diminuição da pressão diastólica.

O tratamento com agentes anti-hipertensivos orais somente deve ser instituído após a estabilização da pressão arterial. O uso de Diazóxido por mais de 10 dias não é recomendado.

O Diazóxido injetável não é eficaz contra a hipertensão devida ao feocromocitoma.

Quais as contraindicações do Diazóxido?

O Diazóxido não deve ser usado no tratamento da hipertensão compensatória, tal como aquela associada com a coarctação da aorta ou fístulas arteriovenosas.

Também não deve ser usado por pacientes que apresentem hipersensibilidade ao diazóxido, outras tiazidas, outros fármacos derivados sulfonamídicos ou a qualquer um dos componentes da fórmula.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.

Como usar o Diazóxido?

O Diazóxido foi inicialmente recomendado para ser administrado em bolus de 300 mg. Os estudos recentes demonstraram que a administração em minibolus, isto é, doses de 1 a 3 mg/kg, repetidas em intervalos de 5 a 15 minutos são igualmente eficazes na redução da pressão arterial. A administração em minibolus geralmente provoca uma redução mais gradual na pressão arterial e dessa forma, espera-se que reduza os riscos circulatórios e neurológicos associados com a hipotensão aguda.

O Diazóxido é administrado sem diluição, rapidamente, por via intravenosa, na concentração de 1 a 3 mg/kg até o máximo de 150 mg, em dose única. A dose pode ser repetida em intervalos de 5 a 15 minutos até que redução satisfatória na pressão arterial seja atingida (pressão diastólica abaixo de 100 mmHg).

Com o paciente deitado, a dose calculada de Diazóxido injetável é administrada intravenosamente em 30 segundos ou menos.

O Diazóxido somente deve ser aplicado em veia periférica. Não deve ser injetado por via intramuscular, subcutânea ou em cavidades do corpo. Deve ser evitado o extravasamento do fármaco para os tecidos subcutâneos.

Após o uso de Diazóxido, a pressão arterial deve ser monitorizada cuidadosamente até a estabilização. Em seguida, medidas devem ser feitas de hora em hora, durante a fase de equilíbrio, até que não se obtenha qualquer resposta não esperada. Uma diminuição na pressão arterial após 30 minutos ou mais após a injeção deve ser investigada, por motivos outros que a ação do Diazóxido.

É preferível manter o paciente na posição supina por no mínimo uma hora após a injeção. Em pacientes ambulatoriais, a pressão arterial deve também ser medida com o paciente em pé, antes do término da monitorização.

A administração repetida de Diazóxido em intervalos de 2 a 24 horas, normalmente manterá a pressão arterial abaixo dos níveis de pré-tratamento, até que possa ser instituído um regime com anti-hipertensivos orais. O intervalo entre as injeções pode ser ajustado pela duração da resposta a cada injeção. Usualmente não é necessário continuar o tratamento com Diazóxido por mais de 4 a 5 dias.

Pelo fato da administração repetida de Diazóxido poder levar à retenção de sódio e água, pode ser necessário a administração de um diurético para a redução da pressão arterial máxima e para prevenir a insuficiência congestiva.

Pacientes idosos

Inexistem informações sobre a relação entre idade e os efeitos do diazóxido parenteral nos pacientes geriátricos. Contudo, os pacientes idosos estão mais sujeitos à insuficiência renal relacionada à idade, necessitando da redução da dose de diazóxido injetável.

Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Diazóxido maior do que a recomendada?

A superdosagem de Diazóxido pode causar hipotensão indesejável. Isto pode ser controlado com a manobra de Trendelenberg. Se necessário, podem ser administrados agentes simpatomiméticos como a dopamina ou a norepinefrina. A falha no aumento da pressão arterial em resposta a tais agentes sugere que a hipotensão pode ter sido causada por outro motivo que não o diazóxido. A excessiva hiperglicemia resultante da superdosagem responderá à terapia convencional da hiperglicemia.

Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Diazóxido com outros remédios?

O diazóxido é fortemente ligado às proteínas plasmáticas. Pode ser que desloque outras substâncias também altamente ligadas à proteína, como a bilirrubina, cumarina e seus derivados, resultando em níveis sanguíneos mais altos das mesmas.

Pode ocorrer hipotensão indesejável quando o diazóxido é administrado a pacientes que receberam outra medicação anti-hipertensiva dentro de seis horas.

Em um estudo clínico, um paciente apresentou hipotensão acentuada após administração concomitante de diazóxido com hidralazina e metildopa. Um episódio de hipotensão materna e bradicardia fetal ocorreu em uma parturiente que recebeu reserpina e hidralazina antes da administração do diazóxido. Também existe relato de hiperglicemia neonatal após administração intraparto de diazóxido.

O Diazóxido não deve ser administrado dentro de seis horas da administração de:

Hidralazina, reserpina, alfaprodina, metildopa, betabloqueadores, prazosina, minoxidil, nitritos e outros compostos tipo papaverina. A administração concomitante com tiazidas ou outros diuréticos comumente usados pode potencializar os efeitos hiperuricêmicos e anti-hipertensivos do diazóxido.

Qual a ação da substância do Diazóxido?

Resultados de Eficácia


O’Brien, em 1975, publicou um estudo avaliando o efeito do diazóxido intravenoso no tratamento da hipertensão associada com infarto do miocárdio recente. Vinte pacientes (20) com pressão arterial acima de 180/110 mmHg, uma hora após a admissão em uma unidade coronariana e com infarto agudo do miocárdio recente, receberam diazóxido intravenoso em bolus de 300 mg. A pressão arterial caiu consideravelmente em todos os pacientes, sendo que seis pacientes necessitaram repetir as injeções. A queda média foi de 58 mmHg na sistólica e 40 mmHg na diastólica. Nenhum paciente ficou gravemente hipotenso.1

Pohl, em 1971, avaliou a terapia anti-hipertensiva com diazóxido em paciente hipertensos graves e resistentes. O tratamento com diazóxido intravenoso e oral foi administrado a um grupo de 39 pacientes com hipertensão grave, associada à insuficiência renal e resistente à medicamentos. O controle da hipertensão, rápido e de longo prazo foi atingido em todos os casos, sem a produção de hipotensão postural clinicamente significativa.2

Ogilvie estudou a relação concentração-resposta do diazóxido no tratamento da hipertensão com relação a farmacocinética e da resposta anti-hipertensiva de doses em bolus de diazóxido de 1 , 2 ou 4 mg/kg durante 5, 10 ou 20 segundos. Foram examinados sete pacientes com hipertensão essencial estável crônica e as médias de pressão arterial média (PAM) entre 122 e 155 milímetros Hg. As curvas de concentração-tempo individuais foram analisados para determinar o volume aparente de distribuição no steady-state, (Vdss, 178-,250 L/kg) , t 1/2 beta (32-62,5 horas), e a taxa de depuração plasmática (Clp, 2,2-5,3 mL/kg.hora-1) para o cálculo da dose de manutenção e doses destinadas a produzir concentrações de steady state a 0,5 horas. Com o uso de princípios cinéticos, o diazóxido produziu reduções graduais e previsíveis da PAM em pacientes com hipertensão acelerada, uma vez que a resposta era proporcional à concentração plasmática de diazóxido.3

Referências:

1O'Brien KP, Grigor RR, Taylor PM. Intravenous diazoxide in treatment of hypertension associated with recent myocardial infarction. Br Med J. 1975 Oct 11;4(5988):74-7.
2Pohl JE, Thurston H. Use of diazoxide in hypertension with renal failure. Med J. 1971 Oct 16;4(5780):142-5.
3Ogilvie RI, Nadeau JH, Sitar DS. Diazoxide concentration-response relation in hypertension. Hypertension. 1982 Jan-Feb;4(1):167-73.

Características Farmacológicas


Diazóxido é um derivado benzotiadiazínico anti-hipertensivo, quimicamente semelhante aos diuréticos tiazídicos, porém sem atividade diurética.

Estrutura do Diazoxido e de um diuretico benzotiadizÍdico: 

Diazóxido é um ativador de canais de potássio, o que provoca o relaxamento do músculo liso, aumentando a permeabilidade da membrana aos ions potássio, que desativa a ligação aos canais de cálcio e inibe a geração de um potencial de ação.

É um potente agente antihipertensivo de ação rápida. Liga-se extensamente a àlbumina sérica e aos tecidos vasculares.

Diazóxido é metabolizado por conjugação oxidativa e sulfídica, sendo excretado lentamente na urina por filtração glomerular de 4 a 5 mL/min ou 10 a 90%, sendo excretado como diazóxido ou metabólitos através dos rins. Diazóxido é parcialmente metabolizado no fígado, sendo que apenas pequenas quantidades são excretadas nas fezes.

O medicamento atravessa a placenta e a barreira hematoencefálica.

A meia vida do diazóxido no plasma é de aproximadamente de 21 - 48 horas em adultos com função renal normal. Porém, valores de até 60 horas foram relatados. Seu longo tempo de meia vida é devido ao fato de 90% do fármaco ligar-se à albumina.

Em crianças a meia vida pode ser menor do que em adultos. Em crianças de 4 meses a 6 anos, a meia-vida plasmática variou 9,5 - 24 horas após administração oral de longo prazo.

A meia-vida é prolongada na insuficiência renal, pois a ligação de diazoxido às proteínas séricas é diminuída. Neste caso a meia-vida sérica aumenta com a diminuição do clearance de creatinina. Pacientes com insuficiência renal geralmente requerem doses usuais de diazóxido.

A meia-vida no soro é pelo menos três vezes maior do que a sua ação hipotensora. Quando administrada em intervalos de 4 a 12 horas, a droga se acumula extensivamente no corpo. Não há nenhuma correlação entre a concentração de diazóxido no soro, na fase pós-distribuição e a intensidade da ação hipotensiva, porque este último depende da concentração inicial de droga livre nos vasos.

Diazóxido pode ser removido do corpo por diálise peritoneal ou hemodiálise, porém, em quantidade relativamente baixa, devido a grande ligação à albumina sérica.

A duração da ação após uso intravenoso ocorre dentro de cinco minutos e persiste por 4 - 12 horas. A eliminação do fármaco ocorre entre 20 - 36 horas.

Farmacologia Clínica

O diazóxido reduz rapidamente a pressão arterial no homem, por relaxamento da musculatura lisa da arteríola periférica. O débito cardíaco é aumentado e a pressão arterial é diminuída.

Os estudos em animais demonstram que o fluxo sanguíneo das coronárias é mantido, enquanto que o fluxo sanguíneo renal é aumentado após diminuição inicial.

Pode ocorrer hiperglicemia transitória na maioria dos pacientes tratados com Diazóxido, que normalmente somente requer tratamento nos pacientes com diabetes mellitus. A hiperglicemia deve responder às medidas de tratamento usuais, incluindo a insulina.

A glicemia deve ser monitorizada, especialmente nos pacientes com diabetes e naqueles que necessitam de injeções múltiplas de diazóxido. Em alguns animais que receberam doses diárias repetidas de diazóxido intravenoso, observou-se a formação de catarata.

O diazóxido causa retenção de sódio, e as injeções repetidas do produto podem precipitar edema e insuficiência cardíaca congestiva. O volume aumentado do fluido extracelular pode ser a causa da falha do tratamento em pacientes não-responsivos. O aumento no volume do fluido responde caracteristicamente aos agentes diuréticos, se existir função renal adequada. A administração concomitante de diuréticos tiazídicos pode potencializar as ações anti-hipertensiva e hiperuricêmica do diazóxido.

O diazóxido liga-se extensamente às proteínas séricas (> 90%). A meia-vida plasmática é de 28 ± 8,3 horas; contudo, a duração do seu efeito anti-hipertensivo é variável, permanecendo por não menos de 12 horas.

Fontes consultadas

  • Bula do Profissional do Medicamento Tensuril.

Doenças relacionadas

O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 12 de Junho de 2023.

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 12 de Junho de 2023.

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