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Bula do Diatrizoato de Sódio + Diatrizoato de Meglumina

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 21 de Outubro de 2020.

Diatrizoato de Sódio + Diatrizoato de Meglumina, para o que é indicado e para o que serve?

Urografia intravenosa e retrógrada.

Exames angiográficos bem como artrografia, colangiografia intraoperatória, fistulografia, histerossalpingografia, colangiopancreatografia endoscópica retrógrada (CPER), sialografia e outras.

Diatrizoato de Sódio + Diatrizoato de Meglumina não deve ser utilizada em mielografia, ventriculografia ou cisternografia devido à possibilidade de provocar sintomas neurotóxicos nestes procedimentos.

Quais as contraindicações do Diatrizoato de Sódio + Diatrizoato de Meglumina?

Hipertiroidismo manifesto; insuficiência cardíaca descompensada.

Durante a gravidez ou na presença de processos inflamatórios pélvicos agudos, não se deve realizar histerossalpingografia.

Em pacientes com pancreatite aguda, a realização de colangiopancreatografia endoscópica retrógrada (CPER) é contraindicada.

Diatrizoato de Sódio + Diatrizoato de Meglumina não deve ser usada em mielografia, ventriculografia ou cisternografia devido à possibilidade de provocar sintomas neurotóxicos, como dor, convulsões, coma, frequentemente com resultados letais, nestes tipos de exames.

Como usar o Diatrizoato de Sódio + Diatrizoato de Meglumina?

Orientações gerais

Instruções para uso/manuseio

Inspeção

Meios de contraste não devem ser usados em caso de coloração acentuada, presença de material particulado ou apresentar algum defeito no frasco.

Manuseio

Meios de contraste devem somente ser transferidos para a seringa imediatamente antes da realização do exame.

A tampa de borracha não deve ser perfurada mais do que uma vez, a fim de evitar que uma grande quantidade de micropartículas entre na solução. Recomenda-se o uso de cânulas com bisel longo e diâmetro máximo de 18 G para perfurar a tampa de borracha e retirar a solução (cânulas de uso exclusivo com orifício lateral são particularmente adequadas).

Após uma sessão, deve-se descartar a solução não utilizada do meio de contraste.

Sugestões de dieta

Nas angiografias da região abdominal e nas urografias, obtêm-se melhores imagens radiológicas quando o intestino está livre de material fecal e gases. Por isto, nos dois dias anteriores ao exame, devem ser evitados alimentos flatulentos, em particular ervilha, feijão e lentilha, saladas, frutas, pão integral ou fresco, assim como todo tipo de verduras cruas. Na véspera do exame, deve-se evitar comer após às 18 horas. Além disso, pode ser conveniente administrar um laxante à noite. Contudo, administração de laxante antes do exame e jejum prolongado são contraindicados em recém-nascidos, lactentes e crianças pequenas.

Hidratação

Deve ser assegurada adequada hidratação antes e após a administração do meio de contraste. Esta observação aplica-se especialmente a pacientes com mieloma múltiplo, diabete melito com nefropatia, poliúria, oligúria, hiperuricemia, assim como para recémnascidos, lactentes, crianças pequenas e idosos. Alterações no equilíbrio hídrico e eletrolítico devem ser corrigidas antes do exame.

Recém-nascidos (< 1 mês) e lactentes (1 mês – 2 anos)

Lactentes com menos de 1 ano de idade e especialmente recém-nascidos são susceptíveis ao desequilíbrio eletrolítico e alterações hemodinâmicas. Portanto, deve-se ter precaução com a dose administrada do meio de contraste, o desempenho técnico do procedimento radiológico e a condição do paciente.

Ansiedade

Estados pronunciados de excitação, ansiedade e dor podem aumentar o risco de ocorrência de reações adversas ou intensificar as reações relacionadas ao meio de contraste. Para estes pacientes, pode-se administrar um sedativo.

Aquecimento antes do uso

O meio de contraste, quando aquecido à temperatura corpórea antes de sua administração, é melhor tolerado e pode ser mais facilmente injetado devido à redução da viscosidade.

Usando um incubador, aqueça a 37ºC apenas o número de frascos necessários para um dia de exame. Não se verificou qualquer alteração na pureza química do produto quando os frascos, aquecidos por período prolongado, permaneceram protegidos da luz. Todavia, nestes casos, o período de armazenamento não deve exceder 3 meses.

Pré-teste

A realização de teste de sensibilidade com uma pequena dose do meio de contraste não é recomendável e não apresenta valor de prognóstico. Além disso, o próprio teste de sensibilidade provocou em alguns casos reações de hipersensibilidade graves e até mesmo fatais.

Dose para o uso intravascular

A administração intravascular de meios de contraste deve ser efetuada, se possível, com o paciente deitado. Após administração, o paciente deve permanecer em observação por, pelo menos, 30 minutos, uma vez que a maioria das reações ocorre neste período.

A dose pode variar dependendo da idade, peso, débito cardíaco e estado geral do paciente.

Em pacientes portadores de insuficiência cardiovascular ou renal acentuadas, assim como nos pacientes debilitados, a dose do meio de contraste deve ser a menor possível. Nestes pacientes, é aconselhável monitorar a função renal por, pelo menos, 3 dias após o exame.

No caso de mais de uma injeção, deve-se dar tempo suficiente ao corpo para que o influxo do fluído intersticial normalize a osmolalidade sérica aumentada. Em pacientes adequadamente hidratados, esse período é alcançado em 10 - 15 minutos. Se, em circunstâncias especiais, for necessário aumentar a dose total de 300 a 350 mL em adultos deve-se administrar mais água e, possivelmente, eletrólitos.

Posologia

Urografia intravenosa

Injeção

De modo geral, a velocidade de injeção é de 20 mL/min.

Se for administrado 100 mL ou mais em pacientes com insuficiência cardíaca, recomenda-se um tempo de injeção de, pelo menos, 20 a 30 minutos.

Adultos:

A dose é de 50 mL de Urografina 292. A dose pode ser novamente aumentada se for considerado necessário em indicações especiais.

Tempo de realização das radiografias

O parênquima renal é melhor evidenciado quando se tira a radiografia logo após o término da administração do meio de contraste.

Para visualização da pelve renal e do trato urinário, tira-se a primeira radiografia 3 a 5 minutos e a segunda 10 a 12 minutos após a administração do meio de contraste. Tempos menores devem ser escolhidos para pacientes mais jovens e tempos maiores para os mais idosos.

Contraste insuficiente pode requerer radiografias posteriores.

Angiografia

Diatrizoato de Sódio + Diatrizoato de Meglumina também é adequada para exames de angiografia.

A dose depende do quadro clínico, técnica de exame e natureza e volume da região vascular a ser examinada.

Administração em cavidades corpóreas

Urografia retrógrada

Diatrizoato de Sódio + Diatrizoato de Meglumina 292 pode ser utilizada para exames especiais caso seja necessária uma maior opacificação. Sinais de irritação observados são extremamente raros apesar da alta concentração.

É aconselhado aquecer o meio de contraste à temperatura corpórea a fim de evitar estímulos de baixa temperatura e espasmos ureterais resultantes.

Outras cavidades corpóreas

Durante a artrografia, histerossalpingografia e especialmente em CPER, as injeções de meio de contraste devem ser monitoradas por fluoroscopia.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Diatrizoato de Sódio + Diatrizoato de Meglumina com outros remédios?

A prevalência de reações tardias (por exemplo, febre, erupções cutâneas, sintomas do tipo gripal, dor articular e prurido) após o uso de meios de contraste é mais elevada em pacientes tratados com interleucina.

Interferência em testes diagnósticos

Após a administração do meio de contraste iodado, a capacidade do tecido tiroidiano em captar isótopos radioativos empregados no diagnóstico de afecções tiroidianas fica reduzida por até 2 semanas e, às vezes, até por períodos maiores em casos isolados.

Qual a ação da substância do Diatrizoato de Sódio + Diatrizoato de Meglumina?

Resultados de Eficácia

Com base em testes pré-clínicos de tolerância e também em dados clínicos publicados, demonstrou-se que o meio de contraste iônico monomérico para radiografia, Diatrizoato de Sódio + Diatrizoato de Meglumina, pode ser usado com segurança, eficácia e custo-efetividade para a visualização de cavidades corpóreas. A Diatrizoato de Sódio + Diatrizoato de Meglumina, contendo 292 mg iodo/ml, é utilizada para a colangiografia retrógrada e a pancreatografia retrógrada – na maioria das vezes executadas juntamente como colangiopancreatografia endoscópica retrógrada – assim também como para a colangiografia intraoperatória, a sialografia, a urografia retrógrada (uretrografia, ureterografia e pielografia) e a fistulografia.

Características Farmacológicas

Propriedades farmacodinâmicas

As substâncias contrastantes presentes em Diatrizoato de Sódio + Diatrizoato de Meglumina são sais do ácido diatrizoico, nos quais o iodo, responsável pela absorção de raios X, está presente em ligações químicas estáveis. As características físico-químicas das soluções injetáveis de Diatrizoato de Sódio + Diatrizoato de Meglumina encontram-se descritas em forma de tabela no item “Dados Físico-Químicos Importantes”.

As características físico-quimicas da solução injetável de Diatrizoato de Sódio + Diatrizoato de Meglumina estão listadas abaixo:

Diatrizoato de Sódio + Diatrizoato de Meglumina

292

Concentração de iodo (mg/mL)

292

Osmolalidade (osm/kg de H2O) a 37 °C

1,50

Viscosidade (mPa.s) a 20 °C a 37 °C

7,2

4,0

Densidade (g/mL) a 20 °C a 37 °C

1,330

1,323

Valor de pH

6,0 – 7,0

Propriedades farmacocinéticas

Distribuição

A quantidade ligada à proteína plasmática após injeção intravenosa é inferior a 10%.

Uma concentração correspondente a 2-3 g de iodo/litro de plasma pode ser atingida 5 minutos após uma injeção intravenosa em bolo de 1 mL de Diatrizoato de Sódio + Diatrizoato de Meglumina 292/kg peso corpóreo. Após um período de 3 horas, o nível sanguíneo diminui de forma relativamente rápida nos primeiros 30 minutos, com uma meia-vida de 1-2 horas.

O ácido diatrizoico não penetra nos eritrócitos, sendo rapidamente distribuído no espaço extracelular após administração intravascular, porém não é capaz de atravessar a barreira hematoencefálica intacta. É encontrado apenas em pequenas quantidades no leite materno.

Metabolização e eliminação

Em doses diagnósticas, o ácido diatrizoico sofre filtração glomerular. Trinta minutos após a injeção de Diatrizoato de Sódio + Diatrizoato de Meglumina, cerca de 15% da dose é eliminada na urina na forma inalterada e mais de 50% da dose é eliminada dentro de 3 horas. A presença de metabólitos não pôde ser demonstrada.

As cinéticas observadas na distribuição e eliminação de Diatrizoato de Sódio + Diatrizoato de Meglumina não estão relacionadas à dose dentro do intervalo clínico relevante. Isto significa que dobrando ou dividindo a dose pela metade, os níveis sanguíneos e a quantidade eliminada de meio de contraste em gramas/unidade de tempo dobram ou reduzem-se pela metade.

Entretanto, devido ao aumento da diurese osmótica quando duplicada a dose administrada, a concentração urinária do meio de contraste não aumenta na mesma proporção.

Características no paciente

No caso de insuficiência renal, o diatrizoato pode ser eliminado por via hepática, embora a uma taxa claramente reduzida. O meio de contraste renal pode ser eliminado facilmente do organismo por meio de hemodiálise extracorpórea. A eliminação completa do produto, inclusive dos tecidos, ocorre dentro de um curto período de tempo, indiferentemente do local de aplicação.

Dados de segurança pré-clínicos

Toxicidade sistêmica

Resultados de estudos de toxicidade aguda em animais mostram que não há risco de intoxicação aguda após o uso de Diatrizoato de Sódio + Diatrizoato de Meglumina.

Estudos experimentais de tolerância sistêmica com diatrizoato de sódio ou de meglumina com administrações intravenosas diárias repetidas não resultaram em achados que se opõem a uma única administração de diagnóstico para humanos.

Potencial genotóxico, tumorigenicidade

Estudos sobre os efeitos genotóxicos do diatrizoato in vivo e in vitro não indicaram nenhum potencial mutagênico.

Não foram conduzidos estudos de tumorigenicidade.

Devido à ausência de efeitos genotóxicos e considerando a estabilidade metabólica, a farmacocinéticas e a ausência de sinais de efeitos tóxicos do diatrizoato nos tecidos de crescimento rápido, bem como o fato das formulações de Diatrizoato de Sódio + Diatrizoato de Meglumina apenas serem administradas uma vez, não há risco evidente de efeitos tumorigênicos em humanos.

Tolerância local e potencial sensibilização por contato

Estudos experimentais investigativos de tolerância local com Diatrizoato de Sódio + Diatrizoato de Meglumina não foram conduzidos. Entretanto, estudos de tolerância local após aplicação paravenosa, intraperitoneal e intravenosa bem como aplicação no oviduto foram conduzidos com diatrizoato de meglumina. Além disso, em estudos de tolerância sistêmica os locais de aplicação foram analisados após administrações intravenosas repetidas de diatrizoato de meglumina ou sódio. Os resultados desses estudos são considerados representativos para Diatrizoato de Sódio + Diatrizoato de Meglumina.

Estes estudos não indicaram que os efeitos adversos locais são esperados nos vasos sanguíneos, nas mucosas ou nas membranas serosas dos seres humanos. Após administração paravascular inadvertida leves reações de intolerância podem ocorrer.

Os estudos em animais, incluindo a investigação sobre o efeito de sensibilização por contato, não indicaram potencial sensibilizante do diatrizoato.

Interação Alimentícia: posso usar o Diatrizoato de Sódio + Diatrizoato de Meglumina com alimentos?

Alcoolismo

O alcoolismo crônico ou agudo pode aumentar a permeabilidade da barreira hematoencefálica. Isto facilita a passagem de meio de contraste para dentro do tecido cerebral, levando possivelmente a reações do sistema nervoso central. Recomenda-se precaução nos exames a serem realizados em alcoólatras e adictos de drogas, devido à possibilidade de redução do limiar de excitabilidade nestes pacientes.

Doenças relacionadas

O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 21 de Outubro de 2020.

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 21 de Outubro de 2020.

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