Bula do Cloridrato de Prazosina
Princípio Ativo: Cloridrato de Prazosina
Medicamento de Referência: Minipress SR
Cloridrato de Prazosina, para o que é indicado e para o que serve?
Cloridrato de Prazosina cápsulas duras de liberação retardada está indicado no tratamento da hipertensão arterial essencial (primária) de todos os graus e da hipertensão arterial secundária de todos os graus, de etiologia variada.
Cloridrato de Prazosina pode ser utilizado como medicamento inicial isolado ou em esquemas associados a um diurético e/ou a outros fármacos anti-hipertensivos, conforme seja necessário, para uma resposta adequada do paciente.
Quais as contraindicações do Cloridrato de Prazosina?
Cloridrato de Prazosina é contraindicado a pacientes com hipersensibilidade conhecida às quinazolinas, Cloridrato de Prazosina ou a qualquer outro componente da fórmula.
Este medicamento é contraindicado para menores de 12 anos de idade.
Como usar o Cloridrato de Prazosina?
Há evidência de que a tolerabilidade é melhor quando se inicia o tratamento com doses menores de Cloridrato de Prazosina.
Durante a primeira semana, a dose de Cloridrato de Prazosina deve ser ajustada de acordo com a tolerabilidade individual de cada paciente. Portanto, a dose diária deve ser ajustada com base na resposta do paciente. A resposta geralmente ocorre dentro de 1 a 14 dias caso venha ocorrer com uma dose específica. Quando a resposta é observada, a terapia deve ser mantida com a mesma dose até que se obtenha um nível de resposta estabilizado, antes de aumentar novamente a dose.
Para a obtenção de um efeito máximo, pequenos aumentos na dose devem ser continuados até que o efeito desejado ou a dose diária total de 20 mg seja atingida. Um agente diurético ou um beta-bloqueador adrenérgico pode ser adicionado para aumentar a eficácia. A dose de manutenção de Cloridrato de Prazosina deve ser administrada uma vez ao dia.
Pacientes sem tratamento anti-hipertensivo prévio
- É recomendável que a terapia com Cloridrato de Prazosina seja iniciada com 1 mg antes de dormir, seguindo-se de 1 mg uma vez ao dia por 3 a 7 dias. A menos que uma baixa tolerância indique que o paciente possa apresentar problemas de sensibilidade, esta dose deverá ser aumentada para 2 mg, administrada uma vez ao dia, por mais 3 a 7 dias e, mais tarde, aumentada para 4 mg uma vez ao dia. Em seguida, baseada na resposta do paciente ao efeito hipotensor, a dose poderá ser aumentada gradativamente até uma dose diária máxima de 20 mg, administrada uma vez ao dia.
Pacientes recebendo diurético com controle inadequado da pressão arterial
- O diurético deve ser reduzido a um nível de dose de manutenção para o produto considerado e iniciar o tratamento com Cloridrato de Prazosina na dose de 1 mg à noite, seguido de doses únicas diárias de 1 mg.
- Após o período inicial de observação, aumentos gradativos na dose de Cloridrato de Prazosina devem ser adequados à resposta do paciente até a dose máxima total de 20 mg ao dia.
Pacientes recebendo outros agentes anti-hipertensivos, mas com controle inadequado da pressão arterial
- Uma vez que alguns efeitos adicionais podem ocorrer, a dose de outros agentes (por ex.: agentes bloqueadores beta-adrenérgicos, metildopa, reserpina, clonidina, etc.) deve ser reduzida e o tratamento com Cloridrato de Prazosina deve ser iniciado na dose de 1 mg à noite, seguidos de doses de 1 mg uma vez ao dia. Ajustes posteriores deverão ser realizados dependendo da resposta do paciente.
- Há evidências de que a adição de Cloridrato de Prazosina a agentes bloqueadores beta-adrenérgicos, antagonistas do cálcio ou inibidores da enzima conversora da angiotensina (ECA) pode levar a uma redução substancial da pressão arterial.
- Portanto, uma dose inicial menor é altamente recomendada.
Pacientes com disfunção renal moderada a grave
- Até o momento, as evidências mostram que Cloridrato de Prazosina não compromete a função renal quando utilizado em pacientes portadores de disfunção renal. Uma vez que alguns pacientes desta classe têm respondido a pequenas doses de Cloridrato de Prazosina, é recomendado que o tratamento seja iniciado com 1 mg de Cloridrato de Prazosina diariamente e a dose aumentada com cautela.
Uso em Crianças
- Cloridrato de Prazosina não é recomendado para o tratamento de crianças com idade inferior a 12 anos uma vez que a segurança para sua utilização nessa população ainda não foi estabelecida.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Cloridrato de Prazosina maior do que a recomendada?
A ingestão acidental de pelo menos 50 mg de Cloridrato de Prazosina por uma criança de dois anos ocasionou sonolência profunda e diminuição dos reflexos. Não se observou queda da pressão arterial. A recuperação foi sem intercorrência.
Caso a superdose conduza à hipotensão, deve ser instituída terapia de suporte, sendo as medidas cardiovasculares as mais importantes. A recuperação da pressão arterial e a normalização da frequência cardíaca podem ser conseguidas mantendo o paciente em posição supina. Caso esta medida seja insuficiente, o choque deve ser tratado inicialmente com expansores de volume. Se necessário, devem ser então utilizados vasopressores. A função renal deve ser monitorada e, se necessário, uma terapia de suporte deve ser instituída. Dados de laboratório indicam que o Cloridrato de Prazosina não é dialisável por ligar-se às proteínas plasmáticas.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Cloridrato de Prazosina com outros remédios?
O Cloridrato de Prazosina tem sido administrado clinicamente sem qualquer interação com os seguintes fármacos:
- Glicosídeos cardíacos (digitálicos e digoxina);
- Agentes hipoglicemiantes (insulina, clorpropamida, fenformina, tolazamida e tolbutamida);
- Tranquilizantes e sedativos (clordiazepóxido, diazepam, e fenobarbital);
- Agentes para o tratamento de gota (alopurinol, colchicina e probenecida);
- Agentes antiarrítmicos (procainamida, propranolol e quinidina);
- Analgésicos, antipiréticos e agentes anti-inflamatórios (propoxifeno, ácido acetilsalicílico, indometacina e fármacos da classe fenilbutazona).
A adição de um diurético ou outro fármaco anti-hipertensivo demonstrou causar efeito adicional hipotensor. Este efeito pode ser minimizado reduzindo-se a dose de cápsulas duras de liberação retardada de Cloridrato de Prazosina para 1 mg ou 2 mg em dose única diária, pela introdução cautelosa de fármacos anti-hipertensivos adicionais e consequente reajuste posológico de cápsulas duras de liberação retardada de Cloridrato de Prazosina, baseando-se na resposta clínica do paciente.
Administração concomitante de cápsulas duras de liberação retardada de Cloridrato de Prazosina com inibidores de PDE-5
- Vide item "Quais cuidados devo ter ao usar o Cloridrato de Prazosina? – Uso com inibidores da fosfodiesterase tipo 5".
Em pacientes que tenham sido tratados com Cloridrato de Prazosina podem ocorrer resultados falso-positivos nos testes de detecção de feocromocitoma (ácido vanilmandélico urinário – [VMA] e metoxiidroxifenilglicol [MHPG] metabólitos da norepinefrina presentes na urina).
Nos estudos clínicos nos quais os perfis de lípides foram acompanhados, em geral, não foram observadas alterações adversas entre os níveis de lípides pré e pós-tratamento.
Qual a ação da substância do Cloridrato de Prazosina?
Resultados de Eficácia
Cloridrato de Prazosina apresentou eficácia no controle da hipertensão arterial leve à moderada em ensaio clínico multicêntrico com 1393 pacientes.
Referências Bibliográficas
1. SPRITZER N. Anti-hypertensive efficacy and tolerability of sustained-release prazosin hydrochloride. A Brazilian multicenter study. Arq Bras Cardiol, v. 55, n. 4, p. 263-6, out. 1990.
2. FRISHMAN W.H,. KOTOB F. Alpha-adrenergic blocking drugs in clinical medicine. J Clin Pharmacol, v. 39, p. 7-16, 1999.
Características Farmacológicas
Propriedades Farmacodinâmicas
Estudos de farmacologia clínica demonstraram que o Cloridrato de Prazosina apresenta atividade broncodilatadora em voluntários asmáticos e sadios.
O Cloridrato de Prazosina causa uma redução na resistência vascular periférica total. Estudos em animais sugerem que o efeito vasodilatador do Cloridrato de Prazosina está relacionado ao bloqueio dos receptores alfa-1 adrenérgicos pós-sinápticos. Os resultados dos estudos pletismográficos realizados nos antebraços de humanos demonstraram que o efeito vasodilatador periférico é resultado do efeito balanceado tanto sobre os vasos de resistência (arteríolas) como sobre os vasos de capacitância (veias).
Ao contrário dos agentes alfa-bloqueadores adrenérgicos não seletivos, a ação anti-hipertensiva do Cloridrato de Prazosina não é acompanhada usualmente por taquicardia reflexa.
A maioria dos estudos indica que a terapêutica crônica com Cloridrato de Prazosina possui efeito muito discreto sobre a atividade da renina plasmática. Um relato sugere um aumento transitório na atividade da renina plasmática após a dose inicial assim como um aumento transitório leve com doses subsequentes.
Foram realizados estudos hemodinâmicos com pacientes hipertensos após administração única e durante a terapia de manutenção a longo prazo. Os resultados confirmaram que o efeito de uma dose terapêutica usual é uma redução na pressão arterial, a qual não está acompanhada de efeitos clinicamente significativos sobre os valores do débito cardíaco, frequência cardíaca, fluxo sanguíneo renal e taxa de filtração glomerular.
Clinicamente, acredita-se que o efeito anti-hipertensivo é resultado direto de vasodilatação periférica. Em humanos, uma redução na pressão arterial é observada na posição supina e em pé. Esse efeito é mais pronunciado na pressão arterial diastólica. Não tem sido observado desenvolvimento de tolerância durante o tratamento a longo prazo. A elevação rebote da pressão arterial não ocorre após descontinuação abrupta da terapia com Cloridrato de Prazosina.
Uma variedade de estudos epidemiológicos, bioquímicos e experimentais tem estabelecido que um nível elevado de lipoproteína de baixa densidade (LDL-colesterol) está associado a um aumento do risco de doença coronária. Uma associação ainda mais significativa é encontrada entre uma diminuição dos níveis de lipoproteína de alta densidade (HDL-colesterol) e um aumento do risco de doença coronária. Estudos clínicos têm demonstrado que o Cloridrato de Prazosina diminui os níveis de LDL e aumenta ou não produz efeitos nos níveis de HDL.
Propriedades Farmacocinéticas
Após a administração oral de cápsulas duras de liberação retardada de Cloridrato de Prazosina em voluntários normais e pacientes hipertensos, as concentrações plasmáticas alcançam pico em 3 horas, em média, com uma meia-vida plasmática de 10,8 horas. O fármaco é altamente ligado às proteínas plasmáticas. Estudos realizados em animais indicam que o Cloridrato de Prazosina é extensamente metabolizado, principalmente por desmetilação e conjugação, e é excretado principalmente pela bile e fezes. Estudos em humanos indicam metabolismo e excreção semelhantes.
Dados de segurança pré-clínicos
O Cloridrato de Prazosina não se mostrou mutagênico em testes de toxicologia genética, e não foi carcinogênico em um estudo de 18 meses realizado em ratos. Em estudos crônicos (1 ano ou mais) com Cloridrato de Prazosina conduzidos em ratos e cães, alterações nos testículos consistindo de atrofia e necrose foram observadas com dose de 25 mg/kg/dia (75 vezes a dose humana máxima usualmente recomendada), enquanto que com uma dose de 10 mg/kg/dia (30 vezes a dose humana máxima usualmente recomendada) não foram observadas tais alterações em nenhuma das espécies.
Fontes consultadas
- Bula do Profissional do Medicamento Minipress® SR.
Doenças relacionadas
O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 13 de Dezembro de 2021.