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Bula do Cloridrato de Epinastina

Princípio Ativo: Cloridrato de Epinastina

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 18 de Fevereiro de 2021.

Cloridrato de Epinastina, para o que é indicado e para o que serve?

Cloridrato de Epinastina é indicado para o tratamento e/ou prevenção de sinais e sintomas de conjuntivite alérgica sazonal.

Quais as contraindicações do Cloridrato de Epinastina?

Cloridrato de Epinastina é contraindicado em pacientes com conhecida hipersensibilidade a epinastina, cloreto de benzalcônio ou a qualquer um dos componentes do produto.

Este medicamento é contraindicado para menores de 3 anos de idade.

Como usar o Cloridrato de Epinastina?

A solução já vem pronta para uso. Este medicamento é de uso tópico oftálmico. Pacientes devem ser instruídos a não encostar a ponta do frasco nos olhos, nos dedos e nem em outra superfície qualquer, para evitar contaminação do frasco e do colírio.

A dose recomendada para pacientes pediátricos, adultos e idosos é de 1 gota no saco conjuntival do(s) olho(s) afetado(s) 2 vezes ao dia, ou a critério médico.

Quando mais de um medicamento tópico oftálmico estiver sendo utilizando pelo paciente, deve ser respeitado o intervalo de pelo menos 10 minutos entre a administração dos medicamentos.

O tratamento deve ser mantido até desaparecimento completo dos sintomas, ou durante o período de exposição (até que a estação alergênica tenha passado ou até que a exposição ao agente alergênico tenha terminado). Não há experiência de estudos clínicos com o uso de Cloridrato de Epinastina por mais de oito semanas.

Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Cloridrato de Epinastina maior do que a recomendada?

Após instilação de epinastina 0,3% em solução oftálmica três vezes ao dia, que corresponde a 9 vezes a dose diária recomendada para Cloridrato de Epinastina, foi observada miose, sem influência sobre a acuidade visual ou outros parâmetros oculares. Não há relatos de superdose decorrente de uso tópico da solução de epinastina a 0,05%. É pouco provável a ocorrência de superdosagem já que um frasco de 5 ml de Cloridrato de Epinastina contém 2,5 mg de epinastina, que é uma quantidade significativamente menor que a dose diária indicada para a epinastina administrada por via oral. Portanto não é provável a ocorrência de intoxicação após ingestão oral, mesmo se todo o conteúdo do frasco for ingerido.

Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Cloridrato de Epinastina com outros remédios?

Não há estudos realizados para avaliar a interação medicamentosa específica com Cloridrato de Epinastina.

Não são previstas interações entre a epinastina e outras drogas em humanos uma vez que as concentrações sistêmicas de epinastina são extremamente baixas após administração tópica ocular.

Além disso, a epinastina é excretada principalmente sob a forma inalterada em humanos indicando um baixo nível de metabolismo.

Qual a ação da substância do Cloridrato de Epinastina?

Resultados de Eficácia


O programa de desenvolvimento de Fases II e III incluiu estudos clínicos de modelo de alergia.

Ao todo foram realizados 13 estudos clínicos, sendo dois em voluntários sadios adultos; um em indivíduos pediátricos; e os outros, em pacientes com conjuntivite alérgica sazonal. Um estudo foi de provocação alergênica conjuntival, quatro foram realizados em câmara de provocação de Viena e cinco foram estudos ambientais de campo.

Ao todo foram estudados 710 indivíduos tratados com cloridrato de epinastina a 0,05% em solução oftálmica. Foram realizados estudos comparativos com placebo (veículo) e com a levocabastina, outro anti-histamínico de uso tópico ocular aprovado para o tratamento da conjuntivite alérgica. 1

A solução de cloridrato de epinastina a 0,05% foi eficaz no tratamento dos sintomas da conjuntivite alérgica sazonal, sendo que a concentração escolhida proporcionou o melhor equilíbrio entre eficácia e tolerabilidade. A análise em separado dos sintomas de conjuntivite alérgica mostrou que a epinastina 0,05% (n=118) foi superior ao veículo (n=62) e não inferior a levocabastina 0,05% (n=118) na redução do escore do pior prurido do dia (p < 0,05) e que tanto a epinastina quanto a levocabastina reduziram a hiperemia ocular (p=0,126). Em um estudo a epinastina (n=168) se mostrou superior a levocabastina (n=85) na redução dos sintomas de prurido (p=0,048) e na soma dos escores de prurido, lacrimejamento e sensação de corpo estranho nos olhos (p=0,01) nos pacientes com conjuntivite alérgica durante as seis semanas de duração do estudo. De acordo com a avaliação de eficácia global feita pelo pesquisador, em um dos estudos, a epinastina (n=68) foi mais eficaz do que o placebo (n=264) [epinastina - 63% versus placebo - 44% (p < 0,05)] e, em outro estudo, a epinastina (n=168) não foi inferior à levocabastina (n=85) [epinastina - 68% versus levocabastina - 60% (p=0,012)].2

Referências Bibliográficas:

1 Allergan, Inc. CSR 198027-001: A Single-Center, Double-Masket, Randomized, Vehicle-Controlled Study of the Efficacy and Safety of Epinatine Hydrochloride 0,05% Ophthalmic Solution Used as a Single Dose on Two Occasions in the Conjunctival Antígen Challenge Model in Patient with History of Allergic Conjunctivitis (2001).
2 Allergan, Inc. CSR 198027-003: A Multicenter, Double-Masket, Randomized, Parallel-Group Study Evaluating the Efficacy and Safety of Epinatine Hydrochloride 0,05% Ophthalmic Solution Compared to Vehicle of Epinastine or to Levocabastine 0,05% Ophthalmic Suspension Used Twice Daily for 8 Weeks in an Environemntal Study in Adult and Pediatric Patients with Seasonal Allergic Conjunctivitis (2001).

Características Farmacológicas


Farmacodinâmica

Cloridrato de Epinastina, solução oftálmica, apresenta como princípio ativo o cloridrato de epinastina, que é uma substância com potente atividade antialérgica.

É um antagonista direto dos receptores H1 com elevada afinidade de ligação para os receptores H1 e também tem provado afinidade para os receptores H2 da histamina. Além disso, apresenta também afinidade para os receptores adrenérgicos α1-, α2- e HT2. Sua afinidade para os receptores colinérgicos, dopaminérgicos e vários outros, é baixa. A epinastina não atravessa a barreira hemoliquórica e, portanto não induz o aparecimento de efeitos secundários no sistema nervoso central, isto é, não é sedativa.

Além da atividade anti-histamínica, a epinastina apresenta um efeito sobre as células inflamatórias, inibindo a degranulação dos mastócitos e reduzindo o acúmulo de neutrófilos inflamatórios; apresenta uma atividade estabilizadora sobre os mastócitos, efeito este atribuído à inibição da incorporação de cálcio nos mastócitos, à inibição da liberação de cálcio dos reservatórios intracelulares de cálcio e à inibição da liberação de mediadores inflamatórios. Estudos experimentais mostraram que a epinastina não apresenta propriedades pró-arrítmicas, já que não produz efeitos eletrofisiológicos ao nível do intervalo QT, mesmo em doses até três mil vezes superiores à dose preconizada para uso tópico oftálmico e que não influencia a função renal. A epinastina não induziu taquifilaxia em tratamentos contínuos por até seis semanas, e foi bem tolerada.

Após administração oral em humanos, a epinastina apresentou efeitos anti-histamínicos e antialérgicos na reação de rubor e urticária induzidos por histamina, bem como no induzido por histamina e antígeno. O cloridrato de epinastina exerce apenas pequenos efeitos anticolinérgicos, mesmo, com uma dose única oral de 100 mg. A função psicomotora não foi afetada por doses orais únicas de até 40 mg.

Farmacocinética

A cinética ocular e distribuição de epinastina marcada radiativamente ( 14C) foram estudadas após aplicação tópica em coelhos albinos e não albinos. Os tecidos com maiores níveis de radioatividade foram observados na córnea, conjuntiva, membrana nictitante, esclerótica, corpo ciliar da íris e coroide, sendo a radioatividade indiscutivelmente mais baixa no humor aquoso, retina, cristalino, humor vítreo e plasma.

Nessas estruturas o Tmax experimental foi de 0,5 horas, exceto para o humor aquoso no qual foi de 1 hora, e corpo ciliar, cristalino e coroide que foi de 4 horas. Após administração única ocular em coelhos, a biodisponibilidade absoluta da epinastina na circulação sistêmica é de aproximadamente 5%.

A concentração plasmática máxima em coelhos após administração de dose única de 50 µl (0,3%) é de 5 ng/ml e ocorre dentro de 5 minutos após a dose.

A absorção sistêmica provavelmente ocorre através da via trabecular.

Em humanos, após administração ocular da solução oftálmica a 0,05%, a concentração sistêmica de epinastina é menor que 1 ng/ml. Após administração sistêmica em ratos, a epinastina e seus metabólitos atravessaram a barreira placentária produzindo exposição fetal. A epinastina marcada radiativamente também foi excretada no leite.

A ligação às proteínas plasmáticas é da ordem de 64% em humanos na concentração de 20 mg/ml. O volume de distribuição no estado de equilíbrio foi de 417,3 l.

O metabolismo em humanos é mínimo porque a epinastina inalterada foi o principal componente encontrado na urina (81% da dose total). A meia vida de eliminação plasmática terminal foi de cerca de 8 horas após administração oral e intravenosa em humanos. A depuração sistêmica e renal foi de 55,7 e 30-32 l/hora respectivamente, indicando que a excreção renal é a principal via de eliminação. A farmacocinética da epinastina é linear dentro de uma variação de dose oral de 10 a 40 mg/dia.

Carcinogenicidade e Mutagenicidade

Os dados dos estudos pré-clínicos mostraram que não existem riscos específicos para o uso em humanos, com base nos estudos convencionais de segurança, farmacologia, toxicidade de doses repetidas, genotoxicidade, potencial carcinogênico e toxicidade reprodutiva.

Os estudos de mutagenicidade evidenciaram uma resposta negativa nos testes de Ames / Salmonella e em estudos atogenéticos em linfócitos humanos.

A epinastina foi negativa nos outros estudos in vitro de determinação uvrA em E. coli WP2, na avaliação de transformação celular em células de embrião de hamster sírio, e foi negativa nos estudos in vivo e in vitro (avaliação da síntese de DNA não planejada em hepatócitos de ratos). A epinastina foi negativa nos estudos citogenéticos in vivo de avaliação micronuclear em camundongos, e avaliação citogenética da medula óssea em hamster chinês.

Um estudo de 18 meses ou 2 anos de administração da epinastina por via oral em camundongos ou ratos, respectivamente, mostrou que a epinastina não é carcinogênica em doses acima de 40 mg/kg, que é 40 mil vezes maior do que a dose ocular máxima recomendada prevista para uso em humanos.

Fontes consultadas

  • Bula do Profissional do Medicamento Relestat®.

Doenças relacionadas

O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 18 de Fevereiro de 2021.

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 18 de Fevereiro de 2021.

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