Bula do Betaferon
Princípio Ativo: Alfassebelipase
Classe Terapêutica: Produtos para Esclerose Múltipla
Betaferon, para o que é indicado e para o que serve?
Betaferon® é indicado para:
- Pacientes com um único evento clínico sugestivo de Esclerose Múltipla (Síndrome Clinicamente Isolada) - para retardar a progressão à Esclerose Múltipla definida.
- Esclerose Múltipla Recorrente-Remitente (EMRR), aquela em que há surtos e depois diminuição da intensidade da doença (remissões).
- Redução da frequência e gravidade das exacerbações clínicas em pacientes ambulatoriais (p. ex., pacientes que podem andar por seus próprios meios) portadores de Esclerose Múltipla por surtos de exacerbação-remissão, caracterizada pela ocorrência de, pelo menos, dois episódios de disfunção neurológica durante o período precedente de 2 anos, seguidos de recuperação completa ou incompleta.
- Esclerose Múltipla Secundária Progressiva (EMSP).
- Redução da frequência e gravidade das exacerbações clínicas e diminuição da progressão da doença.
Como o Betaferon funciona?
A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença do Sistema Nervoso Central (SNC) (i.e. cérebro e medula espinhal) e a sua causa exata é desconhecida. É suposto que uma resposta anormal do sistema imune desempenha um importante papel no processo que danifica o SNC.
Foi demonstrado que a betainterferona 1b modifica a resposta do sistema imune.
O tratamento com Betaferon® (betainterferona 1b) deve ser realizado com a supervisão de um médico experiente no tratamento da Esclerose Múltipla. Siga cuidadosamente as orientações do seu médico. Qualquer reação inesperada deve ser comunicada imediatamente ao médico.
Quais as contraindicações do Betaferon?
Betaferon® (betainterferona 1b) é contraindicado em pacientes com história de hipersensibilidade (alergia) à betainterferona natural ou recombinante ou a qualquer excipiente do produto.
Como usar o Betaferon?
A aplicação do produto pode ser feita pelo médico, por um assistente, ou pelo próprio paciente, desde que este tenha sido cuidadosa e suficientemente orientado e treinado.
Para a autoadministração de Betaferon® (betainterferona 1b), siga as instruções detalhadas, em anexo, para a preparação da solução e para a autoinjeção subcutânea.
Instruções de uso
Incompatibilidade
Na ausência de estudos de incompatibilidade, a solução de Betaferon® (betainterferona 1b) não deve ser misturada com outros medicamentos.
Reconstituição
Para reconstituição do liofilizado, injetar 1,2 mL do diluente fornecido (cloreto de sódio 0,54%) no frasco-ampola de Betaferon® (betainterferona 1b). Dissolver completamente o liofilizado sem agitar.
Inspeção antes do uso
Não utilize frascos-ampola que apresentarem rachaduras. Inspecionar visualmente a solução antes do uso. Se apresentar material particulado ou alteração de cor, a solução deve ser descartada.
Instrução para autoadministração
Estas instruções destinam-se a explicar como preparar Betaferon® (betainterferona 1b) para a administração e como proceder para injetá-lo em si próprio(a). Leia as instruções cuidadosamente e siga-as passo a passo. Seu médico(a) ou o(a) assistente devem instruí-lo(a) e auxiliá-lo(a) na aprendizagem do procedimento e da técnica de autoadministração. Não tente fazer a autoadministração antes de se certificar de ter entendido corretamente como preparar a solução injetável e como injetá-la em si mesmo(a).
As instruções incluem as seguintes etapas principais:
- Como usar Betaferon® (betainterferona 1b);
- Preparação para aplicação;
- Processo de reconstituição, passo a passo;
- Preparação da injeção;
- Revisão do processo;
- Escolha e preparação do local para a injeção e administração da solução de Betaferon® (betainterferona 1b) (1 mL) por via subcutânea (debaixo da pele);
- Rotação dos locais de aplicação;
- Registro de aplicação de Betaferon® (betainterferona 1b).
Como usar Betaferon® (betainterferona 1b)
Passos para aplicação de Betaferon® (betainterferona 1b)
- Reconstituição de Betaferon® (betainterferona 1b) com o diluente;
- Escolha do local de injeção;
- Preparação da injeção;
- Injeção da solução de Betaferon® (betainterferona 1b).
Dentro de poucas semanas, a terapia irá tornar-se parte natural da sua rotina. Assim que iniciada, siga as seguintes recomendações:
- Manter o produto armazenado sempre no mesmo local de maneira adequada, fora do alcance das crianças. Assim, Betaferon® (betainterferona 1b) e os demais itens necessários estarão sempre fáceis de encontrar (para detalhes da condição de armazenagem ver “Como devo armazenar o Betaferon?”).
- Tentar administrar a injeção sempre no mesmo horário. Isso facilitará lembrar e programar um período de tempo em que você não será interrompido.
- Preparar cada dose apenas quando você estiver pronto para a injeção. Após reconstituir Betaferon® (betainterferona 1b), deve-se administrar a injeção imediatamente. Se Betaferon® (betainterferona 1b) não for utilizado imediatamente, ver “Como devo armazenar o Betaferon?”.
Dicas importantes:
- Utilizar Betaferon® (betainterferona 1b) conforme orientação de seu médico. Verificar sempre a dosagem.
- Manter as seringas e o descarte de seringa fora do alcance de crianças; manter o acesso restrito, se possível.
- Nunca reutilizar seringas e agulhas.
- Utilizar sempre as técnicas descritas para assepsia.
- Descartar as seringas usadas somente em unidades de descarte apropriado.
Preparação para aplicação
Escolha do local de aplicação
Decidir o local de aplicação que será usado antes de preparar a injeção. Betaferon® (betainterferona 1b) deve ser injetado na camada gordurosa entre a pele e o músculo (ou seja, por via subcutânea, aproximadamente 8 a 12 mm abaixo da pele). Os melhores locais de injeção são onde a pele é frouxa e macia, e afastado das articulações, nervos, ossos e outras estruturas importantes ou sensíveis.
O local de aplicação deve ser trocado a cada injeção. Se algumas áreas forem muito difíceis de alcançar, você pode precisar de alguém para ajudá-lo com as aplicações. Seguindo a sequência descrita no esquema abaixo, você irá voltar ao primeiro local de injeção após 8 aplicações (16 dias). Isso dará chance de recuperação completa da área de aplicação antes de receber a próxima injeção.
Consultar o esquema de rotação apresentado no diagrama abaixo para aprender como escolher o local de aplicação.
Medicação
Você vai precisar de:
- 1 frasco de Betaferon® (betainterferona 1b) (com pó liofilizado);
- 1 seringa preenchida com diluente (solução de cloreto de sódio 0,54% (p/v)) para Betaferon® (betainterferona 1b); (certifique-se que o protetor da agulha está firmemente preso à seringa diluente);
- 1 adaptador de frasco com uma agulha acoplada;
- 2 envelopes com lenço com álcool para limpeza da pele e frasco.
Adicionalmente você irá precisar de uma unidade de descarte para as seringas e agulhas utilizadas.
Processo de reconstituição, passo a passo
- Lave cuidadosamente as mãos com água e sabão antes de começar.
- Abra o frasco de Betaferon® (betainterferona 1b) e coloque-o sobre a mesa. É melhor não utilizar suas unhas, pois elas podem quebrar – use os dedos.
- Limpe o topo do frasco com o lenço com álcool, movendo o lenço apenas em uma direção e deixe-o no topo do frasco.
- Abra a embalagem do adaptador de frasco, sem retirá-lo de dentro da embalagem. Não remova o adaptador do frasco de dentro da embalagem. Tenha cuidado para não tocar no adaptador do frasco. Isto é importante para mantê-lo estéril.
- Apoie o frasco numa superfície plana enquanto o adaptador é acoplado.
- Remova o lenço com álcool de cima do frasco de Betaferon® (betainterferona 1b). Coloque a embalagem contendo o adaptador de frasco, em cima do frasco. Pressione com o polegar e o indicador ou a palma da mão até que se perceba que o adaptador foi encaixado.
- Remova a embalagem do adaptador, segurando-a pelas laterais. Agora pode acoplar a seringa preenchida com diluente ao adaptador.
- Pegue a seringa. Remova a tampa laranja da seringa preenchida, girando-a. Descarte a tampa.
- Conecte a seringa na abertura lateral do adaptador inserindo a ponta da seringa e apertando cuidadosamente, girando-a no sentido horário (ver a seta) para encaixar a seringa no adaptador.
- Segure a seringa montada por baixo do frasco. Pressione lentamente o êmbolo de toda a seringa para transferir todo o diluente ao frasco. Solte o êmbolo. O êmbolo deve retornar à sua posição original.
- Com a seringa ainda encaixada, movimente o frasco gentilmente para dissolver completamente o pó liofilizado de Betaferon® (betainterferona 1b). Não agite o frasco.
- Examine a solução cuidadosamente. Deve ser límpida e não deve conter partículas. Se a solução contiver partículas ou apresentar alteração de cor, descarte-a e inicie novamente o processo com uma nova seringa e um novo frasco retirados da embalagem. Se o frasco apresentar espuma, o que pode acontecer se for agitado ou misturado vigorosamente, deixe-o em repouso até que a espuma desapareça.
Preparação da Injeção
- No caso do êmbolo voltar à sua posição original, pressione-o novamente e mantenha-o assim. Para preparar a injeção, vire o conjunto seringaadaptador-frasco de forma que o frasco fique em cima. Isso faz com que a solução flua para dentro da seringa. Mantenha a seringa na horizontal. Puxe lentamente o êmbolo para trás, a fim de encher a seringa com a solução.
- Vire a seringa de forma que a agulha aponte para cima. Isso faz com que as bolhas de ar subam ao topo da solução.
- Remova as bolhas de ar batendo gentilmente na seringa e empurrando o êmbolo até a marca de 1 mL, ou o volume receitado pelo seu médico. Se a solução for expelida para dentro do frasco junto com as bolhas de ar, puxe o êmbolo um pouco para trás para voltar a solução do frasco para dentro da seringa. Faça isso até que as bolhas sumam e contenha 1 mL de solução na seringa, ou o volume prescrito por seu médico.
Importante: retorne a seringa encaixada à posição horizontal com o frasco no topo quando for retirar a solução novamente.
- Então, segure o adaptador azul do frasco e remova-o da seringa girando-o na direção de seu corpo e puxando-o no sentido contrário da seringa. Segure apenas o adaptador plástico azul para remover. Mantenha a seringa na posição horizontal com o frasco abaixo da seringa.
- A remoção do frasco e do adaptador da seringa garante que a solução fluirá pela agulha quando for aplicada.
- Agora a solução de Betaferon® (betainterferona 1b) está pronta para ser aplicada. Se por alguma razão você não aplicar Betaferon® (betainterferona 1b) imediatamente, você pode manter sob refrigeração a solução reconstituída na seringa por até 3 horas antes do uso. Tenha certeza que o protetor da agulha está adequadamente fixado enquanto a seringa é armazenada na geladeira. Não congele a solução e não espere mais de 3 horas para aplicá-la. Se passar mais de 3 horas, descarte a medicação e prepare uma nova injeção. É melhor aquecer em suas mãos antes de aplicá-la para evitar dor.
Revisão do processo
- Retirar os materiais de dentro da embalagem;
- Encaixar o adaptador ao frasco;
- Encaixar a seringa ao adaptador do frasco;
- Pressionar o êmbolo da seringa para transferir o diluente;
- Virar a seringa encaixada, então puxar o êmbolo;
- Remover o frasco da seringa – a solução de Betaferon® (betainterferona 1b) está pronta para a aplicação;
Nota: A injeção deve ser administrada imediatamente após a mistura (se houver demora, a solução deve ser mantida sob refrigeração e injetada dentro do intervalo máximo de 3 horas). A solução não deve ser congelada.
Escolha e preparação do local de injeção e aplicação da solução de Betaferon® (betainterferona 1b) (1,0 mL) por via subcutânea (debaixo da pele)
- Escolha um local para aplicação (ver diagrama abaixo).
Importante: Não aplique em áreas que apresentem inchaços, protuberâncias, nódulos sólidos, dor, alteração de cor, depressões, formação de crostas ou rachaduras. Converse com seu médico(a) ou o(a) profissional de saúde sobre estas ou qualquer outra anormalidade encontrada. - Use um lenço com álcool para limpar a pele no local da aplicação. Deixe secar. Descarte o lenço.
- Retire o protetor da agulha: puxe-o, não torça.
- Suavemente, aperte entre os dedos a pele ao redor do local desinfetado (para levantá-la um pouco).
- Introduza a agulha na pele em um ângulo de 90°, com um gesto rápido e firme. Segure a seringa como se fosse um lápis ou um dardo.
- Injete o produto, pressionando o êmbolo lenta e continuamente, até a seringa ficar vazia.
- Descarte a seringa em uma unidade de descarte.
Rotação dos locais de aplicação (veja o desenho abaixo)
A mudança dos locais ajuda a prevenir infecções, pois assim o local tem tempo para recuperar-se da última injeção. É conveniente saber, antes da preparação da sua seringa, qual será o local da aplicação. O esquema apresentado no diagrama abaixo irá auxiliá-lo a variar os locais adequadamente. Por exemplo, se você administrar a primeira aplicação no lado direito do abdômen, escolha o lado esquerdo do abdômen para a segunda aplicação, alterne para a coxa direita para a terceira aplicação e assim por diante, de acordo com o esquema, até que todas as possíveis áreas adequadas do corpo tenham sido utilizadas. Mantenha um registro de quando e onde você aplicou cada injeção. Uma maneira de realizar esta operação é anotar essas informações em um calendário.
Seguindo este esquema, você retornará à primeira área utilizada (por exemplo, o lado direito do abdômen) após 8 aplicações (16 dias). Isso é chamado de um Ciclo de Rotação. No exemplo de esquema abaixo cada área é dividida novamente em 6 locais de aplicação (todos juntos totalizam 48 locais de aplicação), parte esquerda, direita, superior, central e inferior da respectiva área. Se você voltar para uma área depois de um Ciclo de Rotação, escolha a área de aplicação mais distante da anteriormente utilizada. Se alguma área começar a ficar sensível, fale com o seu médico ou enfermeira sobre escolher outro local de aplicação.
Esquema de Rotação
Para ajudá-lo a alternar o local de aplicação, recomendamos que você mantenha um registro da data e local da sua aplicação.
Você pode usar o esquema de rotação a seguir:
- Ciclo de Rotação 1: as primeiras 8 aplicações devem seguir a sequência da área 1 para a área 8, utilizando apenas a seção esquerda superior de cada área.
- Ciclo de Rotação 2: as próximas 8 aplicações devem iniciar novamente na área 1 mas devem ser aplicadas na seção direita inferior de cada área.
- Ciclo de Rotação 3: as seguintes 8 aplicações das próximas séries devem iniciar na área 1 e alternar para o centro esquerdo de cada área.
Seguindo esta sequência, cada área terá a oportunidade de se recuperar totalmente antes de receber uma nova aplicação.
Registro das aplicações de Betaferon® (betainterferona 1b)
Instruções para manter registro dos locais e datas de aplicação
Comece com a primeira aplicação (ou a última se você já for usuário de Betaferon® (betainterferona 1b)).
Selecione a área de aplicação. Se você já está utilizando Betaferon® (betainterferona 1b) comece com a área que não foi utilizada durante o último Ciclo de Rotação (por exemplo, nos últimos 16 dias).
Depois da aplicação, preencha em seu registro de medicação a área utilizada e a data (ver exemplo de registro das aplicações de Betaferon® (betainterferona 1b)).
Locais de aplicação:
Exemplo de registro das aplicações de Betaferon® (betainterferona 1b):
Posologia do Betaferon
O tratamento com Betaferon® (betainterferona 1b) deve ser iniciado com a supervisão de um médico experiente no tratamento da Esclerose Múltipla.
A dose recomendada de Betaferon® (betainterferona 1b) é de 0,25 mg (8 milhões de UI), contida em 1 mL da solução reconstituída (ver, em anexo, instruções detalhadas para preparação e administração), devendo ser injetada por via subcutânea, em dias alternados.
Geralmente, recomenda-se ajuste da dose no início do tratamento.
Deve-se iniciar o tratamento com 0,0625 mg (0,25 mL), por via subcutânea, em dias alternados, e aumentar a dose gradualmente para 0,25 mg (1,0 mL), em dias alternados. O período de ajuste tem duração de acordo com a tolerabilidade individual.
No estudo em pacientes com um único evento clínico, a dose foi aumentada como mostra a Tabela A.
Tabela A: Esquema posológico de ajuste da dose*
Dia de Tratamento | Dose |
Volume |
1, 3, 5 | 0,0625 mg | 0,25 mL |
7, 9, 11 | 0,125 mg | 0,5 mL |
13, 15, 17 | 0,1875 mg | 0,75 mL |
≥ 19 | 0,25 mg | 1,0 mL |
* Esquema de ajuste da dose como usado no estudo em pacientes com um único evento clínico sugestivo de Esclerose Múltipla. O período de ajuste pode ser modificado de acordo com a tolerabilidade de cada paciente.
Dose máxima diária recomendada: 0,25 mg.
Duração do Tratamento
Até o momento, não se sabe por quanto tempo o tratamento com Betaferon® (betainterferona 1b) deve durar. A eficácia do tratamento para períodos de até 3 anos foi demonstrada em um ensaio clínico controlado. Existem dados de acompanhamento de estudos clínicos realizados sob condições controladas em pacientes com Esclerose Múltipla recorrente-remitente de até 5 anos e em pacientes com Esclerose Múltipla secundária progressiva de até 3 anos. Existem dados de acompanhamento não-controlado de pacientes com Esclerose Múltipla secundária progressiva de até 4,5 anos.
Para Esclerose Múltipla recorrente-remitente, os dados disponíveis de até 5 anos sugerem que a eficácia é mantida durante todo o período de tratamento com Betaferon® (betainterferona 1b).
Para Esclerose Múltipla secundária progressiva, a eficácia do tratamento durante um período de 2 anos, com dados limitados para um período de até 3 anos de tratamento, foi demonstrada em estudos clínicos sob condições controladas.
Em pacientes com um único evento clínico sugestivo de Esclerose Múltipla, a eficácia foi demonstrada por um período de 5 anos.
A duração do tratamento será decidida por seu médico.
Crianças e adolescentes
Não foram conduzidos estudos clínicos randomizados controlados em crianças e adolescentes com idade inferior a 18 anos. Portanto, Betaferon® (betainterferona 1b) não deve ser administrado a este grupo etário.
Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento. Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.
O que devo fazer quando me esquecer de usar o Betaferon?
Se ocorrer esquecimento da aplicação de uma injeção, deve-se aplicá-la tão logo o fato seja lembrado. A injeção seguinte deve ser administrada 48 horas mais tarde.
Não administre uma dose dobrada para compensar doses individuais esquecidas.
Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.
Quais cuidados devo ter ao usar o Betaferon?
Distúrbios psiquiátricos
Podem ocorrer distúrbios depressivos e ideias suicidas como efeitos secundários do tratamento, devendo-se comunicar imediatamente ao médico a ocorrência desses sintomas. Em casos raros, esses sintomas podem resultar em tentativa de suicídio.
Como não se pode excluir, mesmo através de estudos clínicos, que o tratamento com Betaferon® (betainterferona 1b) possa estar associado à ocorrência de depressão e ideias suicidas em determinados pacientes, o medicamento deve ser administrado com cuidado caso você possua histórico ou diagnóstico de distúrbios depressivos ou com ideias suicidas. Deve-se considerar a interrupção do tratamento com Betaferon® (betainterferona 1b) se esses eventos se desenvolverem durante a terapia.
Este produto contém albumina humana (derivado do sangue humano) e, portanto, existe um risco extremamente remoto de transmissão de doenças virais. O risco teórico para a transmissão da doença de Creutzfeld-Jacob (demência rapidamente progressiva e fatal) é considerado também extremamente remoto. Nenhum caso de transmissão de doença viral ou doença de Creutzfeld-Jacob foi identificado para a albumina.
Betaferon® (betainterferona 1b) deve ser administrado com cautela se você possui histórico de convulsões.
Testes laboratoriais
Seu médico pode solicitar, além dos exames de laboratório requeridos normalmente para o monitoramento da Esclerose Múltipla, a realização dos seguintes exames antes do início do tratamento, no período durante o tratamento em intervalos regulares e depois periodicamente na ausência de sintomas:
- Hemograma completo e leucograma diferencial, contagem de plaquetas e bioquímica do sangue, incluindo testes de função hepática (para mais informações, consulte seu médico).
Caso você possua histórico de disfunção da tireoide ou com indicação clínica, seu médico pode solicitar testes periódicos da função tireoidiana.
Se você está com anemia, trombocitopenia (diminuição das plaquetas no sangue), leucopenia (diminuição dos glóbulos brancos no sangue) isolada ou em conjunto com outras alterações,seu médico pode requerer monitoramento mais intenso da contagem diferencial de células sanguíneas e da contagem de plaquetas.
Distúrbios hepatobiliares
Existem casos muito frequentes de elevações assintomáticas de transaminases no sangue, na maior parte das vezes leve e transitória, em pacientes tratados com Betaferon® (betainterferona 1b).
Assim como para outras betainterferonas, foram relatados casos de lesão hepática grave, incluindo falência hepática. Os eventos mais graves frequentemente ocorreram em pacientes que utilizavam outros medicamentos ou substâncias que comprometem as funções do fígado ou na presença de doenças clínicas graves simultâneas (p. ex.: doença maligna com metástase, abuso de bebidas alcoólicas, infecção grave e septicemia).
O seu médico deve monitorá-lo quanto aos sinais de lesão no fígado. A ocorrência de elevação dos níveis de transaminases no sangue deve ser investigada e monitorada minuciosamente pelo seu médico. Se os níveis se tornarem significativamente elevados ou se existirem sintomas clínicos associados, como desenvolvimento de icterícia, o seu médico deve considerar a interrupção do tratamento com Betaferon® (betainterferona 1b). Na ausência de evidência clínica de lesão no fígado e após a normalização das enzimas do fígado, seu médico pode considerar a reintrodução do tratamento com acompanhamento apropriado da função do fígado.
Distúrbios cardíacos
Este medicamento deve ser utilizado com cuidado se você possui doenças do coração preexistentes, como insuficiência cardíaca congestiva, doença coronária arterial ou arritmias. Enquanto não há evidência de que Betaferon® (betainterferona 1b) compromete diretamente o coração, seu médico deve monitorá-lo em relação ao agravamento de suas condições cardíacas. Isso se aplica no início do tratamento com Betaferon® (betainterferona 1b), quando sintomas parecidos com os da gripe, geralmente associados às betainterferonas, demandam maior esforço do coração por meio de febre, calafrios e aceleração da frequência cardíaca. Isto pode agravar os sintomas cardíacos em pacientes que possuem doenças do coração preexistentes.
Durante o período de pós-comercialização, foram recebidos relatos muito raros sobre o agravamento das condições cardíacas em pacientes com doenças cardíacas significativas preexistentes, temporariamente associados ao início da terapia com Betaferon® (betainterferona 1b).
Foram relatados casos de cardiomiopatia (doença do músculo cardíaco):
- Caso isto ocorra e haja suspeita de que esteja relacionado com o uso de Betaferon® (betainterferona 1b), o tratamento deve ser interrompido.
Distúrbios gastrintestinais
Foram relatados casos de inflamação do pâncreas, frequentemente associada ao aumento de triglicerídeos no sangue, com o uso de Betaferon® (betainterferona 1b).
Investigações / Imunogenicidade
Consulte seu médico para mais esclarecimentos.
Distúrbios no sistema imunológico
A administração de citocinas aos pacientes com gamopatia monoclonal (doença do grupo do mieloma múltiplo, um câncer que se desenvolve na medula óssea) preexistente associou-se ao desenvolvimento de síndrome de extravasamento capilar sistêmico, com sintomas que se assemelham ao choque (colapso cardiovascular) e desfecho fatal.
Distúrbios gerais e reações no local de aplicação
Podem ocorrer reações graves de alergia (reações agudas e graves tais como fechamento dos brônquios, reação anafilática e urticária).
Foram observadas infecção e necrose (morte de tecido) no local da injeção em pacientes tratados com Betaferon® (betainterferona 1b).
A necrose no local da injeção pode ser extensa e pode envolver a capa dos músculos, assim como tecido gorduroso e, portanto, pode resultar em formação de cicatriz.
Ocasionalmente, é necessária limpeza cirúrgica do local e, menos frequentemente, enxerto de pele; o restabelecimento pode levar até 6 meses.
Consulte seu médico antes de continuar com as injeções de Betaferon® (betainterferona 1b) se apresentar qualquer ruptura na pele que possa estar associada com inchaço ou drenagem do líquido no local da injeção.
Caso haja lesões múltiplas, o seu médico deve orientá-lo a interromper o tratamento com Betaferon® (betainterferona 1b) até que o restabelecimento tenha ocorrido. Consulte seu médico para mais esclarecimentos.
Para minimizar o risco de necrose no local da injeção orienta-se a:
- Utilizar técnica asséptica de injeção;
- Alternar os locais de injeção a cada aplicação.
O procedimento de autoadministração deve ser revisto periodicamente pelo seu médico, especialmente se houver ocorrido reações no local da injeção.
Este medicamento contém menos que 1 mmol de sódio (23 mg) por mL, ou seja, é essencialmente livre de sódio.
Microangiopatia Trombótica e Anemia Hemolítica
Durante o tratamento pode ocorrer formação de coágulos em pequenos vasos sanguíneos.
Estes coágulos podem afetar seus rins. Isto pode ocorrer depois de semanas a anos após iniciar o uso de Betaferon® (betainterferona 1b). Se necessário, o médico poderá solicitar exames de sangue (contagem de plaquetas), da função dos seus rins e verificar sua pressão sanguínea. Caso você note sangramentos ou hematomas (manchas roxas), diminuição na quantidade de urina, inchaço nas pernas, ou desenvolvimento de pressão sanguínea alta, reporte imediatamente estes sintomas ao seu médico.
Informe o seu médico se notar palidez, pele amarelada ou urina de cor escura que pode ser acompanhada por tonturas incomuns, cansaço e dificuldade de respirar. Estes podem ser sintomas de um problema dos glóbulos vermelhos do sangue. Isso pode acontecer várias semanas a vários anos após o início com Betaferon® (betainterferona 1b). Informe o seu médico também sobre outros medicamentos que você está tomando.
Efeitos na capacidade de dirigir veículos ou operar máquinas
Os efeitos na capacidade de dirigir e operar máquinas não foram investigados.
Em pacientes suscetíveis, os efeitos adversos relacionados ao SNC (Sistema Nervoso Central) associados com o uso de Betaferon® (betainterferona 1b) podem influenciar a capacidade de dirigir e utilizar máquinas.
Fertilidade, gravidez e lactação
Gravidez
Os dados de registros de gravidez e experiência pós-comercialização sobre a utilização uso de Betaferon® (betainterferona 1b) em mulheres grávidas (exposições principalmente durante o primeiro trimestre) sugerem que as frequências de aborto espontâneo e anomalias congênitas nos seus filhos foram comparáveis com a experiência de risco estimado na população em geral. Em estudos clínicos controlados, foram observados abortamentos espontâneos em pacientes com Esclerose Múltipla com taxas de incidência não superiores às da população em geral.
Se você pretende engravidar ou ficar grávida durante o tratamento com Betaferon® (betainterferona 1b), o benefício e os riscos potenciais de continuar a terapia com Betaferon® (betainterferona 1b), a gravidade da doença individual e os efeitos prejudiciais potenciais (por exemplo, na atividade individual da doença) da descontinuação do medicamento devem ser discutidos com o seu médico.
Lactação
Não se sabe se a betainterferona 1b é excretada com o leite materno humano. Com base em informações limitadas, não foram relatados efeitos prejudiciais em lactentes (crianças sendo amamentadas) de mulheres tratadas com Betaferon® (betainterferona 1b). Deve ser tomada uma decisão sobre a descontinuação da amamentação ou o abandono do tratamento com Betaferon® (betainterferona 1b), levando em consideração o benefício da amamentação para a criança e o benefício do tratamento para a mulher.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista (Categoria B).
Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Betaferon?
Frequentemente foram observados sintomas semelhantes aos gripais (febre, calafrios, dores nas articulações, indisposição, suor excessivo, dor de cabeça ou dores musculares).
A incidência destes sintomas diminuiu com o passar do tempo.
É recomendado, de modo geral, um ajuste gradual da dose a ser tomada no início do tratamento, a fim de que o Betaferon® (betainterferona 1b) seja mais bem tolerado. Sintomas semelhantes aos gripais também podem ser reduzidos com a administração de um anti-inflamatório que não seja da classe dos corticosteroides.
Reações no local de injeção (p. ex.: vermelhidão, inchaço, alteração de cor, inflamação, dor, alergia, necrose e reações não específicas) ocorreram frequentemente após a administração de Betaferon® (betainterferona 1b).
De modo geral, a incidência de reações no local de injeção diminuiu com o passar do tempo. A incidência de reações no local de injeção pode ser reduzida com o uso de um autoinjetor.
As reações adversas mais sérias relatadas são microangiopatia trombótica (coágulos nos pequenos vasos sanguíneos, os quais podem afetar os seus rins) e anemia hemolítica (problema dos glóbulos vermelhos do sangue).
As frequências das reações adversas ao medicamento (RAMs)* reportadas com Betaferon® (betainterferona 1b) estão resumidas abaixo:
As frequências são classificadas como muito comum (> 10%) e comum (> 1% a < 10%).
As reações adversas identificadas somente durante a vigilância na pós-comercialização, e para as quais uma frequência não pode ser estimada, estão listadas a seguir em “frequência desconhecida”.
- Reação muito comum (ocorre em mais de 10% dos pacientes que utilizam este medicamento): contagem diminuída de linfócitos (um tipo de glóbulo branco) (< 1500/mm3 ) x , contagem diminuída de células brancas (< 3000/mm3 ) x , contagem absoluta diminuída de neutrófilos (um tipo de glóbulo branco) (< 1500/mm3 ) x , dor de cabeça, insônia, falta de coordenação, dor abdominal, aumento de alanina aminotransferase (enzima relacionada com a função do fígado - ALAT (TGP) > 5 vezes o valor basal)x , erupção cutânea, distúrbio na pele, dores musculares, contração muscular, perda involuntária de urina, reações no local de injeção (vários tiposo ), sintomas semelhantes aos gripais (complexo § ), dor, febre, calafrios, inchaço das extremidades, falta de ânimo.
- Reação comum (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento): aumento dos linfonodos (antigamente chamados gânglios), que também podem ser dolorosos, hipertensão, falta de ar, aumento de aspartato aminotransferase (enzima relacionada com a função do fígado - ASAT (TGO) > 5 vezes o valor basal)x, impotênciab, metrorragiaa (sangramento menstrual prolongado), necrose no local de injeção, dor no peito, indisposição.
- Reação de frequência desconhecida:anemia, diminuição das plaquetas, diminuição dos glóbulos brancos, microangiopatia trombótica** (coágulos nos pequenos vasos sanguíneos, os quais podem afetar os seus rins), anemia hemolítica** (problema dos glóbulos vermelhos do sangue), reações alérgicas (anafiláticas), síndrome do extravasamento capilar sistêmico em gamopatia monoclonal preexistente, distúrbios na tireoide, hipertireoidismo (excesso de funcionamento da tireoide), hipotireoidismo (diminuição da função da tireoide), aumento de triglicérides no sangue, perda grave de apetite levando a perda de peso (anorexia), redução de peso, aumento de peso, depressão, tentativa de suicídio, confusão, ansiedade, instabilidade emocional, convulsão, tontura, cardiomiopatia (doença do músculo cardíaco), aumento da frequência cardíaca, palpitação, dilatação dos vasos, broncoespasmo (fechamento dos brônquios), náusea, vômito, pancreatite, diarreia, aumento de bilirrubina no sangue, aumento da gamaglutamiltransferase, lesão no fígado (incluindo hepatite), falência do fígado, urticária, queda de cabelos, coceira, alteração de cor na pele, dor nas articulações, lúpus eritematoso induzido pelo medicamento, distúrbio menstrual, menstruação longa e intensa, suor excessivo.
* “Reações adversas ao medicamento” foram definidas baseadas em incidências comparativas: qualquer evento adverso que ocorreu em pacientes tratados com Betaferon® (betainterferona 1b) com uma frequência de pelo menos 2% acima do observado em pacientes tratados com placebo foi considerado possivelmente relacionado ao Betaferon® (betainterferona 1b), independente da causalidade originalmente associada nos relatórios de caso individuais.
** Foram relatados casos com risco para a vida e/ou casos fatais.
x Anormalidade laboratorial.
a Mulheres na pré-menopausa.
b Homens.
o “Reação no local de injeção (vários tipos)” compreende todos os eventos adversos que ocorrem no local de injeção (exceto necrose no local de injeção), p. ex. os seguintes termos: reação no local de injeção, hemorragia no local de injeção, reação alérgica no local de injeção, inflamação no local de injeção, intumescimento no local de injeção, dor no local de injeção, edema no local de injeção e atrofia no local de injeção.
§ “Complexo de sintomas semelhantes aos gripais” denota a síndrome gripal e/ou uma combinação de pelo menos duas reações adversas de febre, calafrios, dores musculares, indisposição e transpiração excessiva.
Investigações / Imunogenicidade
Como ocorre com todas as proteínas com finalidade terapêutica, o seu corpo pode produzir anticorpos neutralizantes contra o princípio ativo de Betaferon® (betainterferona 1b). Em estudos clínicos controlados, foram coletadas amostras de soro a cada 3 meses (no estudo com pacientes com um único evento clínico sugestivo de Esclerose Múltipla, a cada 6 meses) para monitorar o desenvolvimento de anticorpos contra o Betaferon® (betainterferona 1b), e isto precisa ser monitorado pelo seu médico.
Em diferentes estudos clínicos controlados, observou-se que entre 23% e 41% dos pacientes desenvolveram atividade neutralizante à betainterferona 1b do soro, confirmada ao menos por dois títulos positivos consecutivos; destes pacientes, entre 43% e 55% foram convertidos, de maneira estável, ao status negativo para anticorpo (baseado em dois títulos negativos consecutivos) durante o período de observação subsequente do respectivo estudo.
Em estudo com pacientes com um único evento clínico sugestivo de Esclerose Múltipla, a atividade neutralizante medida a cada 6 meses foi observada pelo menos uma vez em 32% (89 pacientes) dos pacientes imediatamente tratados com Betaferon® (betainterferona 1b); destes, 60% (53 pacientes) retornaram ao status negativo baseado na última análise disponível dentro do período de 5 anos. Dentro do período de estudo de 5 anos, o desenvolvimento da atividade neutralizante não foi associado com redução da eficácia clínica (no que diz respeito ao tempo para chegar a Esclerose Múltipla clinicamente definida – EMCD, tempo para a progressão confirmada da escala expandida do grau de incapacidade – EDSS e índice de remissão).
Não foi demonstrado qualquer efeito atenuador consistente nos resultados clínicos, relacionado à presença de anticorpos neutralizantes no decorrer dos estudos, parâmetros de eficácia, diferentes abordagens estatísticas e diversas definições de status positivo para o anticorpo neutralizante. Os eventos adversos não foram associados com o desenvolvimento da atividade neutralizante.
A decisão de continuar ou interromper o tratamento deve ser tomada pelo seu médico.
Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do medicamento. Informe também a empresa através do seu serviço de atendimento.
Apresentações do Betaferon
Pó liófilo injetável + solução diluente 8 milhões de UI/mL (250 µg/mL)
Cartucho com 15 cartuchos, cada um contendo 1 frasco-ampola com pó liofilizado para solução injetável com 0,3 mg (9,6 milhões de UI) de betainterferona 1b + 1 seringa preenchida com solução diluente + 1 adaptador com agulha + 2 envelopes com lenço.
Via de administração subcutânea.
Uso adulto.
Qual a composição do Betaferon?
Princípio ativo: Betainterferona 1b.
Excipientes: albumina humana e manitol.
Diluente: solução de cloreto de sódio 0,54%
Após a reconstituição, cada mL da solução contém 0,25 mg (8 milhões de UI) de betainterferona 1b recombinante.
Cada frasco-ampola com o liofilizado é formulado de maneira a conter 0,3 mg (9,6 milhões de UI) de betainterferona 1b recombinante mais os excipientes albumina humana e manitol.
Cada seringa preenchida com diluente contém 1,2 mL de solução de cloreto de sódio 0,54% para a reconstituição de Betaferon® (betainterferona 1b).
Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Betaferon maior do que a recomendada?
A betainterferona 1b foi administrada em pacientes adultos com câncer, em doses individuais de até 5,5 mg (176 milhões de UI), por via IV, 3 vezes por semana, sem que fossem observados eventos adversos graves que comprometessem as funções vitais.
Caso ocorra superdose acidental, deve-se consultar o médico.
Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Betaferon com outros remédios?
Não foram realizados estudos sistematizados de interação de Betaferon® (betainterferona 1b) com outros medicamentos.
Não se conhece o efeito de Betaferon® (betainterferona 1b) no metabolismo de medicamentos em pacientes com Esclerose Múltipla.
A terapêutica das recidivas com corticosteroides ou ACTH, por períodos de até 28 dias, tem sido bem tolerada no tratamento com Betaferon® (betainterferona 1b).
Não foi estudada a administração simultânea de Betaferon® (betainterferona 1b) com outros imunomoduladores além dos corticosteroides ou ACTH.
Deve-se ter cautela caso a betainterferona 1b seja administrada em combinação com outros medicamentos que dependem do metabolismo realizado por certo sistema enzimático do fígado (conhecido como sistema do citocromo P450). Converse com seu médico para mais esclarecimentos.
Deve-se ter cautela caso a betainterferona 1b seja administrada em combinação com medicamentos que tenham efeito sobre a produção de células do sangue.
Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento.
Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.
Qual a ação da substância do Betaferon?
Resultados de Eficácia
Lactentes que apresentam deficiência de LAL
O LAL-CL03 foi um estudo multicêntrico, aberto e de braço único de Alfassebelipase em 9 pacientes com deficiência de LAL com falha no crescimento ou outros indícios de doença rapidamente progressiva antes dos 6 meses de idade. Os pacientes apresentavam também doença hepática rapidamente progressiva e hepatoesplenomegalia grave. A faixa etária para admissão no estudo era de 1-6 meses. Os pacientes receberam Alfassebelipase a 0,35 mg/kg uma vez por semana durante as primeiras 2 semanas e depois 1 mg/kg uma vez por semana. Com base na resposta clínica, o aumento progressivo da dose para 3 mg/kg uma vez por semana verificou-se logo ao fim de 1 mês e até 20 meses após o início do tratamento a 1 mg/kg. Foi permitido um aumento adicional progressivo da dose para 5 mg/kg uma vez por semana. A eficácia foi avaliada comparando a experiência de sobrevida de pacientes tratados com Alfassebelipase que sobreviveram por mais de 12 meses de idade no LAL-CL03 com um grupo histórico de lactentes não tratados que apresentavam deficiência de LAL com características clínicas semelhantes.
No LAL-CL03, 6 de 9 lactentes tratados com Alfassebelipase sobreviveram mais de 12 meses (67% de sobrevivência aos 12 meses, IC 95%: 30% a 93%). Com o tratamento continuado por mais de 12 meses de idade, 1 paciente adicional faleceu aos 15 meses de idade. No grupo histórico, 0 de 21 pacientes sobreviveu mais de 8 meses de idade (0% de sobrevivência aos 12 meses, IC 95%: 0% a 16%). Alfassebelipase em doses até 1 mg/kg uma vez por semana resultou em melhorias dos níveis de alanina aminotransferase (ALT) e aspartato aminotransferase (AST) e aumento de peso nas primeiras semanas de tratamento. Da linha basal até à semana 48, as reduções médias de ALT e AST foram -34,0 U/l e -44,5 U/l, respetivamente. O aumento progressivo da dose para 3 mg/kg uma vez por semana foi associado a melhorias adicionais no aumento de peso, linfadenopatia e albumina sérica. Da linha basal até à semana 48, o percentil de peso médio para a idade melhorou de 12,74% para 29,83% e os níveis médios de albumina sérica aumentaram de 26,7 g/l para 38,7 g/l. Um lactente foi tratado com 5 mg/kg uma vez por semana no LAL-CL03; não foram notificadas reações adversas novas com esta dose. Na ausência de mais dados clínicos, esta dose não é recomendada.
Crianças e adultos com deficiência de LAL
O LAL-CL02 foi um estudo multicêntrico, duplo cego e controlado por placebo em 66 crianças e adultos com deficiência de LAL. Os pacientes foram aleatorizados para receberem Alfassebelipase a uma dose de 1 mg/kg (n=36) ou placebo (n=30) uma vez de duas em duas semanas durante 20 semanas no período duplo cego. A faixa etária no momento da randomização era dos 4 aos 58 anos de idade (71% tinham < 18 anos de idade). Para a admissão no estudo, os pacientes tinham de apresentar níveis de ALT ≥1,5 vezes o limite superior do normal (LSN). A maioria dos pacientes (58%) tinha colesterol LDL > 190 mg/dl no momento da admissão no estudo e 24% dos pacientes com colesterol LDL > 190 mg/dl estavam tomando medicamentos para baixar os lípidos. Dos 32 pacientes que fizeram uma biópsia de fígado no momento da admissão no estudo, 100% tinham fibrose e 31% tinham cirrose. A faixa etária dos pacientes com indícios de cirrose na biópsia era dos 4 aos 21 anos de idade.
Foram avaliados os seguintes parâmetros de avaliação final:
Formalização da ALT, diminuição do colesterol LDL, diminuição do colesterol não HDL, normalização da AST, diminuição dos triglicérides, aumento do colesterol HDL, diminuição do teor de gordura no fígado avaliado por imagem por ressonância magnética - eco de gradiente multi-eco (MEGE-MRI) e melhoria da esteatose hepática medida por morfometria. Observou-se uma melhoria estatisticamente significativa em vários parâmetros de avaliação final no grupo tratado com Alfassebelipase em comparação com o grupo de placebo na conclusão do período de 20 semanas de duplo cego do estudo, como apresentado na Tabela 3. A redução absoluta do nível médio de ALT foi de - 57,9 U/l (-53%) no grupo tratado com Alfassebelipase e -6,7 U/l (-6%) no grupo de placebo.
Tabela 3: Parâmetros de avaliação final primários e secundários de eficácia no LALCL02
a Proporção de pacientes que atingiram a normalização definida como 34 ou 43 U/l, em função da idade e do sexo.
b Proporção de pacientes que atingiram a normalização definida como 34-59 U/l, em função da idade e do sexo. Avaliada em pacientes com valores anormais na linha basal (n=36 para o Alfassebelipase; n=29 para o placebo).
c Avaliado em pacientes com avaliações efetuadas por MEGE-MRI (n=32 para o Alfassebelipase; n=25 para o placebo).
d Os valores de P são do teste exato de Fisher para os parâmetros de avaliação final de normalização e do teste de soma de postos Wilcoxon para todos os outros parâmetros de avaliação final.
Estiveram disponíveis biópsias de fígado emparelhadas na linha basal e na semana 20 num subgrupo de pacientes (n=26). Dos pacientes com biópsias de fígado emparelhadas, 63% (10/16) dos pacientes tratados com Alfassebelipase melhoraram da esteatose hepática (pelo menos ≥ 5% de redução) medida por morfometria em comparação com 40% (4/10) dos pacientes a receber placebo. Esta diferença não foi estatisticamente significativa. Período aberto Sessenta e cinco de 66 pacientes entraram no período aberto (até 130 semanas) com uma dose de Alfassebelipase de 1 mg/kg uma vez de duas em duas semanas.
Nos pacientes que tinham recebido Alfassebelipase durante o período de duplo cego, as reduções dos níveis de ALT durante as primeiras 20 semanas de tratamento mantiveram-se e observaram-se melhorias adicionais nos parâmetros dos lípidos incluindo os níveis de colesterol LDL e de colesterol HDL. Quatro (4) de 65 pacientes no período aberto tiveram um aumento progressivo da dose para 3 mg/kg uma vez de duas em duas semanas com base na resposta clínica. Os pacientes que receberam placebo apresentaram níveis séricos persistentemente elevados de transaminases e níveis séricos anormais de lípidos durante o período de duplo cego. Consistente com o que foi observado nos pacientes tratados com Alfassebelipase durante o período de duplo cego, o início do tratamento com Alfassebelipase durante o período aberto produziu melhorias rápidas nos níveis de ALT e nos parâmetros dos lípidos incluindo os níveis de colesterol LDL e de colesterol HDL. Num estudo aberto separado (LAL-CL01/LAL-CL04) em pacientes adultos com deficiência de LAL, as melhorias nos níveis séricos de transaminases e lípidos foram sustentadas durante o período de tratamento de 104 semanas.
População pediátrica
Cinquenta e seis de 84 pacientes (67%) que receberam Alfassebelipase durante os estudos clínicos (LAL-CL01/LAL-CL04, LAL-CL02 e LAL-CL03) pertenciam à faixa etária pediátrica e adolescente (1 mês até 18 anos de idade).
Características Farmacológicas
Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: Outros produtos do trato alimentar e metabolismo, enzimas; código ATC: A16AB14.
Deficiência de lipase ácida lisossomal (LAL)
A deficiência de LAL é uma doença rara associada a morbidade e mortalidade significativas, que afeta indivíduos desde a infância até à idade adulta. A deficiência de LAL nos lactentes é uma emergência médica com rápida progressão da doença ao longo de um período de semanas, tipicamente fatal nos primeiros 6 meses de vida. A deficiência de LAL é uma doença autossômica recessiva de armazenamento lisossomal caracterizada por um defeito genético que resulta numa diminuição acentuada ou perda de atividade da enzima lipase ácida lisossomal (LAL). A atividade deficiente da enzima LAL resulta no acúmulo lisossomal de ésteres do colesterol e triglicérides.
No fígado, este acúmulo conduz a hepatomegalia, teor de gordura no fígado aumentado, elevação das transaminases indicativo de lesão crônica do fígado e progressão para fibrose, cirrose e complicações de doença hepática em fase terminal. No baço, a deficiência de LAL resulta em esplenomegalia, anemia e trombocitopenia. O acúmlo de lípidos na parede do intestino conduz a má absorção e falha no crescimento. A dislipidemia é frequente com o LDL e os triglicérides elevados e o HDL baixo, associados ao teor de gordura aumentado no fígado e às elevações das transaminases. Além da doença hepática, os pacientes com deficiência de LAL têm um risco aumentado de doença cardiovascular e aterosclerose acelerada.
Mecanismo de ação
A Alfassebelipase é uma lipase ácida lisossomal humana recombinante (rhLAL). A Alfassebelipase liga-se aos recetores da superfície celular através de glicanos expressos na proteína e é subsequentemente internalizada nos lisossomas. A Alfassebelipase catalisa a hidrólise lisossomal dos ésteres do colesterol e triglicérides para colesterol livre, glicerol e ácidos graxos livres. A substituição da atividade da enzima LAL conduz a reduções do teor de gordura no fígado e das transaminases, e ativa o metabolismo dos ésteres do colesterol e triglicérides no lisossoma, conduzindo a reduções do colesterol de lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e do colesterol de lipoproteínas não de alta densidade, triglicérides e aumentos do colesterol HDL. A melhoria do crescimento ocorre em resultado da redução de substratos no intestino.
Propriedades farmacocinéticas
Crianças e adultos
A farmacocinética da Alfassebelipase em crianças e adultos foi determinada utilizando uma análise farmacocinética da população de 65 pacientes com deficiência de LAL que receberam infusões intravenosas de Alfassebelipase a 1 mg/kg uma vez de duas em duas semanas no LAL-CL02. Vinte e quatro pacientes tinham idades compreendidas entre os 4 e os 11 anos, 23 tinham idades compreendidas entre os 12 e os 17 anos, e 18 tinham idade ≥ 18 anos (Tabela 4). Com base numa análise não compartimental de dados de adultos (LAL-CL01/LAL-CL-04), a farmacocinética da Alfassebelipase pareceu ser não linear com um aumento da exposição mais acentuado do que o proporcional à dose observado entre as doses de 1 e 3 mg/kg. Não se observou acúmulo a 1 mg/kg (uma vez por semana ou uma vez de duas em duas semanas) ou 3 mg/kg uma vez por semana.
Tabela 4: Parâmetros farmacocinéticos médios da população
* Semana 22 para os pacientes a receber placebo reinicializada para Semana 0, isto é, primeira semana de tratamento ativo.
AUCss = Área sob a curva de concentração plasmática-tempo em estado estacionário.
Cmax = Concentração máxima.
Tmax = Tempo até à concentração máxima.
CL = Depuração.
Vc = Volume central de distribuição.
T½ = Semivida.
Lactentes (< 6 meses de idade)
No LAL-CL03, a Alfassebelipase foi eliminada da circulação sistêmica com um T½ mediana de 0,1 h (intervalo: 0,1-0,2) à dose de 3 mg/kg uma vez por semana (n = 4). A diferença em exposições à Alfassebelipase entre os grupos que receberam 0,35 mg/kg e 3 mg/kg uma vez por semana foi mais do que proporcional à dose, com um aumento de 8,6 vezes da dose, resultando num aumento de 9,6 vezes da exposição para a AUC e um aumento de 10,0 vezes para a Cmax.
Linearidade/não linearidade
Com base nestes dados, a farmacocinética da Alfassebelipase pareceu ser não linear com um aumento da exposição mais acentuado do que o proporcional à dose observado entre as doses de 1 e 3 mg/kg.
Populações especiais
Durante a análise de covariáveis do modelo de farmacocinética da população para a Alfassebelipase, constatou-se que a idade, o peso corporal e o sexo não tinham uma influência significativa na CL e no Vc da Alfassebelipase. A Alfassebelipase não foi investigada em pacientes com idades compreendidas entre os 2 e os 4 anos ou em pacientes com idade igual ou superior a 65 anos. As informações sobre a farmacocinética da Alfassebelipase em grupos étnicos não caucasianos são limitadas. A Alfassebelipase é uma proteína e prevê-se que seja metabolicamente degradada através de hidrólise péptica. Consequentemente, não se prevê que a função hepática comprometida afete a farmacocinética da Alfassebelipase.
Para os pacientes com comprometimento hepático grave existe falta de dados. A eliminação renal da Alfassebelipase é considerada uma via menor para a depuração. Para os pacientes com comprometimento renal existe falta de dados. As informações sobre o impacto de anticorpos antifármaco na farmacocinética da Alfassebelipase são limitadas.
Como devo armazenar o Betaferon?
O medicamento, antes de ser reconstituído, deve ser guardado em sua embalagem original e mantido em temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C). Variações na temperatura de armazenagem, que estejam dentro do intervalo de 2°C a 30°C também são permitidas, o que pode facilitar a utilização pelo paciente quando for necessário, como por exemplo, para transportar o medicamento, pois o produto é estável em temperatura de até 30°C durante seu prazo de validade (24 meses).
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Se após a reconstituição Betaferon® (betainterferona 1b) não for injetado imediatamente, a solução reconstituída pode ser guardada em refrigerador (não congelar) por até 3 horas.
Características organolépticas
Betaferon® (betainterferona 1b) é formulado como um liofilizado, branco a quase branco, estéril. O diluente é composto por um líquido límpido e incolor.
Não utilize Betaferon® (betainterferona 1b) se houver presença de material particulado ou alteração de cor após reconstituição.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Mensagens de Alerta do Betaferon
Antes de iniciar o uso de um medicamento, é importante ler as informações contidas na bula, verificar o prazo de validade e a integridade da embalagem. Mantenha a bula do produto sempre em mãos para qualquer consulta que se faça necessária.
Dizeres Legais do Betaferon
MS-1.7056.0053
Farm. Resp.:
Dra. Dirce Eiko Mimura
CRF-SP nº 16532
Fabricado por:
Boehringer Ingelheim Pharma GmbH & Co. KG
Biberach An Der Riss – Alemanha
Embalado por:
Embalagem primária:
Boehringer Ingelheim Pharma GmbH & Co. KG
Biberach An Der Riss – Alemanha
Embalagem secundária:
Bayer AG
Berlim – Alemanha
Diluente fabricado por:
Bayer AG
Berlim - Alemanha
Importado por:
Bayer S.A.
Rua Domingos Jorge, 1100
04779-900 – Socorro – São Paulo – SP
C.N.P.J. no 18.459.628/0001-15
SAC
0800 7021241
sac@bayer.com
Uso sob prescrição médica.
Venda proibida ao comércio.
Quer saber mais?
Consulta também a Bula do Alfassebelipase
O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 12 de Junho de 2024.
Betaferon 9,6mUI, caixa com 15 frascos-ampolas com pó para solução de uso subcutâneo + 1 seringa com 1,2mL de diluente + agulha
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