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Bula do Arovit Vita

Princípio Ativo: Palmitato de Retinol

Classe Terapêutica: Vitamina A Pura

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 13 de Março de 2023.

Arovit Vita, para o que é indicado e para o que serve?

Arovit® Vita está indicado nos casso de hipovitaminosa A (deficiência de vitamina A).

A hipovitaminosa A é caracterizada por lesões oculares próprias da deficiência desta vitamina, que se caracterizam como:

Cegueira noturna, xeroftalmia (ressecamento dos olhos), ceratomalácia (amolecimento da córnea, que se torna seca e opaca), manchas de Bitot (manchas oculares branco-acinzentadas), além de ressecamento da pele e deficiência de crescimento.

Como o Arovit Vita funciona?


A vitamina A é uma importante vitamina lipossolúvel (solúvel em óleo) e sua deficiência, ainda hoje, é considerada um problema de saúde pública. A vitamina A é essencial para a visão, pois atua na manutenção do processo visual. A adaptação à escuridão é um fenômeno f´sico-química ligado à presença de pgimentos derivados da vitamina A dentro da retina.

A vitamina A também é essencial no amadurecimento das células e no adequado funcionamento da pele, mucosa e vasos. Quando ocorre excesso de vitamina A (hipervitaminosa) observa-se diminuição da umidade das mucosas e da formação das camadas protetores mais superficiais da pele. Os derivados da vitamina A atuam de maneira importante em numerosos processos fisioógicos como crescimento e diferenciação dos tecidos epiteliais e dos ossos, reprodução e desenvolviemtno embrionário, além de atuar no sistema imunológico.

A vitamina A, além de atuar como enzima e diversso processos, também possui atividades antioxidantes.

Quais as contraindicações do Arovit Vita?

Arovit® Vita é contrainicado nas seguintes situações:

  • Hipervitaminosa A (excesso dessa vitamina);
  • Hipersensibilidade (alergia) conhecida a vitamina A ou a qualquer um dos componentes no medicamento;
  • Em mulheres grávidas ou que possam vir a engravidar.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas ou que possam ficar grávidas durante o tratamento.

Como usar o Arovit Vita?

Gotas

Uso adulto e pediátrico.

As gotas podem ser tomadas com água, suco ou ainda de acordo com orientação médica.

Posicione o frasco na vertical com o gotejador voltado para baixo e bata levemente no fundo para iniciar o gotejamento.

Dosagem

- Tratamento dos sintomas de carência Tratamento da cegueira noturna
Crianças menores de 1 ano ou com peso inferior a 8 kg 5.000 — 10.000UI (1 a 2 gotas por dia) 100.000UI (20 gotas) no 1o dia, repetir após 24h e após 4 semanas
Criançãs maiores de 1 ano 5.000 — 10.000UI (1 a 3 gotas por dia) 200.000UI (40 gotas) no 1o dia, repetir após 24h e após 4 semanas
Crianças maiores de 8 anos 50.000 — 10.000UI (10 a 20 gotas por dia) 200.oooUI (40 gotas) no 1o dia, repetir após 24h e após 4 semanas
Adulto 30.000 — 50.000UI (6 a 10 gotas por dia) 200.000UI (40 gotas) no 1o dia, repetir após 24h e após 4 semanas

Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento.

Não interrompe o tratamento sem o conhecimento do seu médico.

Injetável

Uso adulto.

As ampolas devem ser administradas por via intramuscular profunda.

Para facilitar a abertura da ampola, segure no corpo da mesma e pressione no ponto indicado.

Dosagem

Nos casso de distúrbios acentuados de absorção intestinal ou durante alimentação parenteral exclusiva, 1 a 2 ampolas por semana ou a critério médico.

Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento.

Não interrompe o tratamento sem o conhecimento do seu médico.

Quais cuidados devo ter ao usar o Arovit Vita?

Arovit® Vita deve ser utilziado com cautela nas seguintes situações:

  • Mulhers que podam engravidar durante o tratamento com Arovit® Vita, devem ser assegurar que não estejam grávidas quando o tratamento for iniciado (teste negativo de gravidez); sejam utilizadas medidas contracptivas efetivas sem nenhuma interrupção durante e, até pelo menos 1 mês após o tratamento;
  • Doenças e problemas no fígado (cirrose, alterações no fluxo de sangue no fígado, fibrose hepática e hepatotoxicidade) têm sido associados com o tratamento por período prolongado com vitamina A. Há um risco maior de desenvolvimento ou piora das condições do fígado em pacientes que já tenham doenças neste órgão, devido à capacidade reduzida de produzir proteínas de ligação ao retinol (vitamina A);
  • Alimentos, suplementos vitamínicos ou medicamentos que contenham vitamina A, isotretinoína, etretinato e beta-caroteno além de outros medicamentos usados simultaneamente devem ser informados ao médico antes do inicio do tratamento;
  • Pacientes em uso contínuo de altes doses de vitamina A (mais de 2.500 UI/kg de peso corópero ao dia) por período prolongado, devem ser monitorados para sinais e sintomas de hipervitaminose A;
  • Osteoporse e osteosclerose (doenças ósseas) têm sido associadas a altas doses de vitamina A;
  • A dose máxima diária de 5.00 UI/kg nao deve ser excedida.

Não foram realizados estudos relacionados com a capacidade de dirigir veículos e oparar máquinas. Portanto, pacientes devem estar atentos quanto aos seus reflexos antes de dirigir veículos ou operar máquinas.

Os potenciais riscos e benefícios do medicamento devem ser cuidadosamente avaliados antes do início do tratamento em mulheres que estejam amamentando, uma vez que as evidência disponíveis não são conclusivas ou adequadas para determinar o risco ao lactente (criança) quando utilizado neste período.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas ou que possam ficar grávidas durante o tratamento.

Exclusivo Gotas: Não há restrições relativas a faixas etárias, para apresentação de Arovit® Vita gotas.

Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Arovit Vita?

Distúrbios visuais

Alterações da visão.

Distúrbios gastrointestinais

Dor na barriga e no estômgado (dor abdominal e gastrintestinal), náusea, vômito e diarréia.

Distúrbios hepato-biliares

Icterícia, aumento do tamanho do fígado (hepatomegalia), acúmulo de gordura no fígado (esteatose hepática). Cirrose, fibrose hepática e toxicidade para o fígado (hepatotoxicidade) têm sido associadas ao tratamento per período prolongado com vitamina A.

Distúrbios do sistema imunológico

Reações alérgicas, reação anafilática e choque anafilático. Alergia (reações de hipersensibilidade) com suas respectivas manifestações clínicas e laboratoriais como reações leves a moderadas afetando potencialmente a pele, o trato respiratório, o trato gastrintestinal e o sistema cardiovasculas, incluindo sintomas como erupção cutânea, urticária, edema alérgico, coceira (prurido), dificuldade para respirar (insuficiência respiratória) e, muito raramente, reações graves incluindo choque anafilático foram descritas.

Alterações laboratoriais

Prova de função hepática alterada, elevação de aspartato a minotransferase e alanina aminotransferase, aumento de triglicérides no sangue.

Distúrbios nutricionais e do metabolismo

Hipercalcemia (aumento de cálcio no sangue) e alterações no metabolismo de lipídios (gorduras).

Distúrbios músculo-esquelético e do tecido conjuntivo

Osteoporse e dor nos ossos. O aumento da ingestão de vitamina A seja na dieta ou na suplementação tem sido associado ao aumento de osteoporose e do risco de fraturas de quadril.

Distúrbios do sistema nervoso

Dor de cabeça. Dor de cabeça de início súbito pode ser sintoma de pseudotumo cerebral.

Distúrbios da pele e do tecido subcutâneo

Coceira, urticária, erupção na pele, pele seca, dermatite esfoliativa, queda de cabelos (alopecia), dermatite, eczema, vermelhidão (eritema), alteração da cor da pele (descoloração da pele), alteração da textura do cabelo e dos pelos, diminuição dos pelos (hipotricose), mucosas secas fragilidade da pele e inflamção dos lábios (queilite) têm sido associadas ao uso crônico de vitamina A. Alterações da pele estão frequentemente entre os primeiros sinaisi de hipervitaminose A.

Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista o aparecimento de reações indesejáveis.

Exclusivo Injetável

Distúrbios gerais e relacionados ao local de aplicação

Reações no local da injeção ou infusão.

Qual a composição do Arovit Vita?

Gotas

Cada 1mL (30 gotas) contém:

Palmitato de retinol (vitamina A): 150.000UI (correspondente a 82mg de palmitato de retinol em solução coloidal hidromiscível).

Excipientes: ácido acético glacial, benzoato de sódio, polioxil óleo castor, essência de laranja tetraroma, glicerol, isofitol, sacarina sódica e água purificada.

Tabela demonstrativa de % da IDR em relação à posologia máximo para as faixas etárias de 0 à 10 anos:

Dose 2 gotas (10.000UI) 3 gotas (15.000UI) 20 gotas (100.000UI)
Idade 0-6 meses 7-11 meses 1-3 anos 4-6 anos 7-10 anos
IDR 1.250 1.333 1.333 1.500 1.666
(*)%IDR 12.000

11.253

11.253 10.000 9.003

Tabela demonstrativa de % da IDR em relação à posologia máxima para adultos:

Dose 10 gotas (50.000UI)
Idade Adultos
IDR 2.000
(*)%IDR 7.500

*Teor percentual do componente na posologia máxima indicada na bula relativo à Ingestão Diária Recomendada.

Injetável

Cada ampola de 1mL contém:

Palmitato de retinol (vitamina A): 300.000UI (correspondente à cerca de 165mg de palmitato de retinol).

Excipientes: racealfatocoferol e óleo de amendoim.

Apresentação do Arovit Vita


Gotas

Solução oral. Embalagem com 1 frasco com 20mL.

Uso oral.

Uso adulto e pediátrico.

Injetável

Solução injetável. Embalagem com 25 ampolas de 1mL.

Uso instramuscular profundo.

Uso adulto.

Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Arovit Vita maior do que a recomendada?

Hipervitaminose A aguda

A toxicidade aguda por vitamina A pode ocorrer por ingestão considerável de altas doses de retinol. Entre os fatores que influenciam as reações de toxicodade aguda estão à idade, o estado nutricional, a forma farmacêtica e a via de adminsitração do retinol. Entretanto, doenças (hiperlipoproteínemia), consume de álcool ou deficiência de vitamina C podem aumentar o risco.

A toxicidade aguda é caracterizada por dor de cabeça intensa, tontura, aumento do tamanho do fígado (hepatomegalia), vômitos, irritabilidade, sonolência e alterações visuais (papiloedema). Descamação generalizada da pele pode ocorrer após 24 horas.

As reaões na pele associadas à toxicdade do retinol incluem inflamção dos lábios (queilites), erupção cutânea na face (dermatite facial), dermatite esfoliativa, mucosas secas, alteração da textura dos cabelos e pelos, pelos finos, queda dos cabelos e pelos (alopecia areata, alopecia universal), erupção cutânea, coceira e fragilidade da pele.

Outros sintomas de uma única dose incluem sintomas gastrintestinais (dor abdominal, náusea e vômitos) e pseudotumor cerebral (aumento da pressão intracraniana com sintomas como dor de cabeça, tontura, apatia (letargia), paniledema), e em crianças, pode ocorrer também abaulamento transitório da fontanela (moleira) seguido por uma descamação genralizada da pele.

Geralmente os sinais e sintomas de toxidade de vitamina A se resolvem rapidamente após a interrupção do tratamento.

Hipervitaminosa A crônica

A ingestão crônica de vitamina A em níveis até 10 a 20 vezes maiores que a dose diária recomendada pode levar a hipervitaminosa A. A dose tóxica efetiva depende da idade, dose e duração do tratamento. Em adultos a inestão crônica de mais de 30 mg por dia de retinol frequenteente leva a hipervitaminosa A, entretanto, sintomas leves podem aparecer com a ingestão crônica, em níveis baixos como 10 mg por dia. A intoxicação pode ocorrer em crianças com doses ainda mais baixas de retinol.

Os sintomas de intoxicação crônica por vitamina A são diversos e variáveis e incluem dor de cabeça, náuseas e vômitos (devido ao aumento da pressão intracraniada), dor nos ossos, sinais e sintomas da mucosa e na pele (mucocutâneos), aumento do tamanho do fígado (hepatomealia), aumento dos níveis de cálcio no sangue (hipercalcemia) e alterações no sangue (hematológicas).

Pode também ocorrer ressecamento da pele com prurido, vermelhidão (dermatite eritematosa), fissuros nos lábios, falta de apetite (anorexia), edema, hemorragia, irritabilidade e fadiga.

Outros sintomas incluem aumento do suor à noite (sudorese noturna), desconforto abdominal, retardo do crescimento, fechamento prematuro das extremidades dos ossos longos onde ocorre o crescimento (epífise), vertigem, perda de pelos e cabelos (alopecia), descamação da pele, aumento da pigmentação, inflamção da língua, lábios e gengiva.

Reações hepatotóxicas (tóxicas para o fígado) estão presentes em cerca de metade dos casos de hipervitaminosa A crônica. Além dos sinais clínicos como aumento de tamanho do fígado e baço (hepatoesplenomegalia), sinais na pele em forma de aranha (nevus telangectásicos), manchas brancas nas unhas (leuconíquia), coloração vermelho-viva das palmas das mãos eritrose palmar) e icterícia, hà aumento das transaminases hepáticas (as enzimas aspartato e alanina aminotransferases).

Elevação da fosfatase alcalina e dos níveis de bilirrubina no sangue, co colestase podem estar presentes. Pode ocorrer uma síndrome reversível com hipertensão portal (aumento da pressão na veia porta) e acúmulo de líquido no abdome (ascite).

Entre outros achados microscópicos pode ocorrer diminuição do tamanho das células do ígado (atrofia dos hepatócitos) e cirrose. Outros achados podem incluir hepatite e esteatose. O risco pode aumentar com doenças hepáticas ou renais, baixo peso corpóreo, desnutrição protéica, hiperlipoproteínemia, consumo de álcool e deficiência de vitamina C.

O único diagnóstico laboratorial encontrado é a elevação dos níveis de retinol (vitamina A) no sangue. Geralmente os sinais e sintomas de intoxicação por vitamina A se resolvem rapidamente após a interrupção do tratamento. O prognóstico é geralmente favorável em pacientes com comprometimento da função e com aumento do tamanho do fígado (hepatomegalia). Entretando, a síndrome pode persistir se houver acúmulo de líquido no abdome (ascite) e hipertensão portal (aumento da pressão da veia porta).

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Arovit Vita com outros remédios?

Os anticoncepcionais orais podem elevar os níveis de vitamina A no sangue.

Outros medicamentos, como antiácidos contendo alumínio, colestiramina, colestipol e neomicina, assim como óleo de parafina, podem diminuir a absorção de vitamina A. Portanto, deve se manter um intervalo de 1 a 2 horas entre a ingestão de Arovit® Vita e qualquer um destes medicamentos.

A minociclina pode aumentar o risco de pseudotumor cerebral (aumento da pressão intracraniada, com vômitos, irritabilidade e que pode estar associada a intoxicação por vitamina A).

Os anticoagulantes, trombolíticos e outros inibidores da agregação plaquetária podem aumentar o risco de sangramento.

A administração concomitante de altes doses de vitamina A e medicamentos como, por exemplo, varfarina ou clopidrogel pode provocar um aumento do efeito anticoagulante.

Os análogos da vitamina A podem aumentar o risco de toxicidade por vitamina A.

Informa ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento.

Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.

Interação Alimentícia: posso usar o Arovit Vita com alimentos?

Alimentos, suplementos vitamínicos ou medicamentos que contenham vitamina A, isotretinoína, etretinato e beta-caroteno além de outros medicamentos usados simultaneamente devem ser informados ao médico antes do início do tratamento.

Qual a ação da substância do Arovit Vita?

Resultados de Eficácia


A deficiência prolongada de vitamina A pode causar uma grave doença carencial, a hipovitaminose A, que pode, por sua vez, acarretar xeroftalmia e cegueira. Embora possa ser prevenida, a hipovitaminose A ainda é um problema de saúde pública em vários países em desenvolvimento. Os autores apresentaram neste estudo uma visão geral da deficiência da vitamina A no mundo, especialmente no Brasil.

A suplementação de vitamina A tem sido exaustivamente estudada em termos de saúde e impacto nutricional. A suplementação tem sido amplamente implementada por ser relativamente simples e de baixo custo. David Ross relatou a importância da suplementação da vitamina A, dado que a deficiência de vitamina A é um importante problema de saúde pública. O tratamento com doses baixas de vitamina A é recomendado para mulheres com cegueira noturna e/ou manchas de Bitot. Dada a evidencia de custo-benefício da suplementação de vitamina A é essencial que programas eficazes de suplementação desta vitamina estejam disponíveis para toda a população onde a deficiência de vitamina A é um importante problema de saúde pública.

Referências Bibliográficas

1 - A deficiência de vitamina A no Brasil: um panorama. De Souza, W. A.; Da Costa; Vilas Boas, O. M.: Rev. Panam. Salud Publica, 2002, Sep.; 12 (3):173-9.
2 - David A. Ross. Recommendations for Vitamin A supplementation. The American Society for Nutritional Sciences, J. Nutr., 2002, Sep.: 132:2902-2906.

Características Farmacológicas


Propriedades Farmacodinâmicas

Vitamina A e a visão

A função mais bem definida da vitamina A é o seu papel na visão.

Na retina, a vitamina A constitui o grupo prostético das proteínas carotenoides que fornecem a base molecular da excitação visual.

O branqueamento fotoquímico da rodopsina nos vertebrados resulta na isomerização cis-trans da base de Schiff 11-cis-retinal- protonada. A hidrólise desta base leva a formação de opsina e all-trans-retinal. Para que o processo da visão continue, deve ocorrer a isomerização enzimática trans-a-cis do retinoide. A rota de isomerização deve ser definida uma vez que existem nove rotas potenciais diferentes e a fonte de energia deve ser identificada uma vez que os 11- cis-retinoides são mais energéticos do que seus isômeros alltrans.

A energia para esta isomerização é fornecida por um processo mínimo de duas etapas envolvendo fosfolipídiosde membranas como fonte de energia.

Primeiramente, o all-trans-Palmitato de Retinol (vitamina A) é esterificado no epitélio pigmentado da retina pela lecitina Palmitato de Retinol aciltransferase (LRAT) para produzir um ester all-trans-retinil.

Depois, este éster é diretamente transformado em 11-cis-Palmitato de Retinol por uma enzima isômero-hidrolase, em um processo que acopla a energia negativa livre da hidrólise do éster acil para a formação do 11- cis- retinoide pigmentado.

Vitamina A, crescimento e desenvolvimento

Diversos estudos com animais demonstraram que a vitamina A é necessária para o desenvolvimento e crescimento normal. Em muitas espécies animais a deficiência manifesta-se como perda do apetite, seguida por rápida perda de peso e retardo do crescimento.

O ácido retinóico, que não pode ser convertido novamente em retinal, mantém o crescimento normal e a diferenciação dos tecidos.

A vitamina A desempenha um papel relevante na diferenciação celular. A falta de vitamina A provoca a queratinização do epitélio ciliado mucossecretor e outras alterações epiteliais.

Geralmente, alterações histopatológicas características no sistema respiratório precedem outras consequências da deficiência de vitamina A no trato geniturinário, olhos e pele. Estas alterações incluem perda das secreções normais, perda da homeostase hídrica normal através do epitélio, perda do transporte mucociliar, tendo como consequência infecções recorrentes das vias aéreas, estreitamento do lúmen e perda da elasticidade provocando aumento da resistência das vias aéreas e do esforço respiratório. Todas estas alterações são reversíveis com a restauração dos níveis normais de vitamina A.

Tem-se especulado, entretanto, que a displasia pulmonar crônica ocorre se tal deficiência grave de vitamina A for simultânea à lesão das vias pulmonares.

Uma vez que a vitamina A exerce um papel primário na síntese de glicoproteínas, a importância das glicoproteínas para cada célula sugere que esta seja uma função igualmente importante da vitamina.

Propriedades Farmacocinéticas

Absorção

Essencialmente todos os ésteres de retinila são convertidos em Palmitato de Retinol no lúmen intestinal. Nos enterócitos, o Palmitato de Retinol é ligado a uma proteína celular específica de ligação ao Palmitato de Retinol (cellular Palmitato de Retinol-binding protein, CRBP II), então é esterificado a ácidos graxos de cadeia longa pela lecitina Palmitato de Retinol aciltransferase (LRAT) para formar ésteres de retinila (principalmente palmitato de retinila), antes da incorporação aos quilomícrons.

Os quilomícrons são as principais lipoproteínas intestinais. Estas grandes lipoproteínas (100 – 2000 nm de diâmetro) consistem em agregados de milhares de moléculas de triacilglicerol e fosfolipídios unidas a ésteres de retinila e outras vitaminas lipossolúveis, ésteres colesteril e algumas poucas apolipoproteínas específicas, de modo característico.

Distribuição

Os quilomícrons atingem então a circulação geral via linfa intestinal e quilomícrons remanescentes são formados como resultado da hidrólise do triacilglicerol e da troca de apolipoproteinas nos vasos capilares. Durante esta conversão, quase todos os ésteres de retinila permanecem com quilomícrons remanescentes.

Os quilomícrons remanescentes são removidos principalmente pelo fígado, mas sua captação extra-hepática é importante na distribuição do Palmitato de Retinol para os tecidos com intensa proliferação e diferenciação celular, tais como medula óssea e baço. Tem sido demonstrado que os leucócitos periféricos obtêm ésteres de retinila desta fonte, e sido sugerido que as células pulmonares também obtêm ésteres de retinila através dela.

Exceto no estado pós-prandial, quase toda vitamina A plasmática está ligada a uma proteína plasmática específica de ligação ao Palmitato de Retinol (PLR), conhecida desde 1968.

A PLR é bem caracterizada como uma única cadeia polipeptídica, com peso molecular de aproximadamente 21kDa (quilodaltons), que tridimensionalmente consiste em uma cavidade hidrofóbica muito especializada designada para ligar-se e proteger a vitamina A lipossolúvel, Palmitato de Retinol.

A PLR pertence à superfamília das lipocalinas, que abrangem um número de proteínas ligantes para moléculas lipossolúveis como o colesterol.

Muitos tecidos sintetizam a PLR.

Grande parte da PLR secretada pelo fígado contém Palmitato de Retinol numa proporção molar 1:1. O Palmitato de Retinol ligado a PLR é necessário para secreção normal de PLR (holo- PLR).

Aproximadamente 95% da PLR plasmática está associada à transtirretina (TTR) 1:1 mol/mol.

Este complexo reduz a filtração glomerular do Palmitato de Retinol.

O fluido lacrimal também contém Palmitato de Retinol ligado a PLR, o qual é provavelmente a fonte de vitamina A do epitélio ocular absolutamente dependente.

Finalmente, uma proteína interfotoreceptora ligada ao retinoide (interphotoreceptor retinoid-binding protein IRBP) tem sido identificada no espaço extracelular entre o epitélio e as células fotoreceptoras. Esta IRBP liga-se não só ao Palmitato de Retinol, mas também ao retinal, vitamina E, ácidos graxos e colesterol.

As diferentes moléculas de transporte da vitamina A estão listadas na tabela abaixo:

Moléculas de transporte extracelular para compostos de vitamina A

Principais ligantes

Moléculas de transporte Peso molecular (kDa)

Função

Ésteres de retinila

Quilomícrons e CMR 20.000-200.000

Transporte da vitamina A recém-absorvida na linfa e plasma

Palmitato de Retinol 

PLR 21

Transporte no plasma e líquido intersticial

Palmitato de Retinol, retinal

IRBP 140

Transporte intercelular no ciclo visual

Metabolismo

Está estabelecido agora que o Palmitato de Retinol se recicla no plasma, fígado e tecidos extra–hepáticos. Esta grande reciclagem do Palmitato de Retinol é parte importante de sua homeostase corpórea. Entretanto, 50 a 80% do total corpóreo de vitamina A são armazenados no fígado ou como Palmitato de Retinol ou como ésteres de retinila. Noventa a 95% dos ésteres de retinila são armazenados nas células estreladas e apenas 5 a 10% nos hepatócitos, dos quais o Palmitato de Retinol pode ser rapidamente mobilizado (holo-PLR).

O mecanismo homeostático regula a concentração plasmática de Palmitato de Retinol em torno de 400 a 800 µg/l (1,4 µmol/l/1,4µmol/l -2,8 µmol/l).

O comprometimento da adaptação visual noturna e a hiperqueratose folicular tornam-se evidente apenas quando os níveis plasmáticos da vitamina A caem para 300 µg/l (1,05 µmol/l).

A cegueira noturna e a xeroftalmia manifestam-se com concentrações plasmáticas de aproximadamente 100 µg/l (0,35 µmol/l).

A hipervitaminose A, não está associada a altos valores plasmáticos de Palmitato de Retinol, mas ao grande aumento das concentrações plasmáticas dos ésteres de retinila, em até 10 – 100 vezes os valores normais (cerca de 50 µg/l).

Além do Palmitato de Retinol e dos ésteres de retinila, alguns retinoides estão presentes no plasma em concentrações nano molares. Entre eles, o ácido all-trans retinoico, o ácido 13-cis retinoico, o ácido 13-cis-oxoretinoico e o β-glucoronida all-trans Palmitato de Retinol. O nível da maioria destes retinoides é dependente do aporte de vitamina A, elevando-se em cerca de 2-4 vezes após a ingestão de uma grande quantidade desta vitamina.

As proteínas celulares de ligação do Palmitato de Retinol direcionam o Palmitato de Retinol para enzimas específicas.

In vivo, a maior parte do Palmitato de Retinol intracelular está ligada às proteínas celulares de ligação que podem estar envolvidas no direcionamento do Palmitato de Retinol para as enzimas apropriadas. Por exemplo, a síntese de retinal é mais sustentada mais diretamente pela CRBPI Palmitato de Retinol do que pelo Palmitato de Retinol livre.

Foram isoladas e clonadas duas proteínas citoplasmáticas de ligação específica ao Palmitato de Retinol (R).

  • Proteína celular de ligação ao Palmitato de Retinol tipo I (CRBPI) é a proteína intracelular de ligação ao Palmitato de Retinol predominante na maioria dos tecidos. Há maior concentração de CRBPI está mais concentrada no fígado, pulmões, rins e epidídimo.
  • Proteína celular de ligação ao Palmitato de Retinol tipo II (CRBPII): apresenta um alto grau de homologia com a proteína anterior e também com algumas outras. Sua distribuição nos tecidos, entretanto, é muito mais restrita: enterócitos para CRBPII.

Finalmente, a última proteína intracelular de ligação aos retinoides a proteína intracelular de ligação ao retinal (CRALBP) que não possui homologia com as outras, foi detectada na retina neural, no epitélio pigmentado da retina e na glândula pineal e em nenhum outro tecido analisado.

A tabela abaixo mostra várias proteínas celulares de ligação e sua relação com o metabolismo dos compostos de vitamina A.

Proteínas intracelulares de ligação aos retinoides

Principais ligantes

Moléculas de transporte Peso molecular (kDa)

Função

Palmitato de Retinol

CRBP (I) 16

Doador para reações de LRAT e enzimas oxidativas Regula a hidrólise dos ésteres de retinila

Palmitato de Retinol

CRBP (II) 16

Doador para reações de LRAT

Palmitato de Retinol

CRALBP 36

Ciclo visual

Exceto para visão, onde de modo geral presume-se que o 11-cis-retinal é o retinoide ativo, os outros retinoides fisiologicamente ativos são ainda objeto de debate, mesmo que se tenha atribuído como retinoides ativos o ácido all-trans retinoico e o ácido 9-cis-retinoico na regulação da transcrição.

Mais que isso, foi sugerido que o RA não pode substituir todos os efeitos do R (Palmitato de Retinol). Na regulação do crescimento, R (Palmitato de Retinol) é metabolizado por muitas células a 14-hidroxi-4, 14- retro-Palmitato de Retinol o qual seria o mediador.

Eliminação

Embora o catabolismo do Palmitato de Retinol e do ácido retinoico tenham sido minuciosamente investigados, ainda não foi bem compreendida a contribuição quantitativa destas duas vias, dos intermediários, assim como, das enzimas envolvidas.

A maior parte do catabolismo do Palmitato de Retinol envolve a produção de ácido retinoico como um intermediário que não pode ser reconvertido ao Palmitato de Retinol ou retinal.

Alguns metabólitos mais polares também são formados a partir do Palmitato de Retinol e parte deles foi identificada.

O citocromo P450 parece estar envolvido nesta conversão.

Glucuronideos também são formados a partir do Palmitato de Retinol para excreção biliar e solubilização para excreção urinária.

Dados de segurança pré-clínicos

Não foram realizadas investigações especiais com Palmitato de Palmitato de Retinol, pois o perfil de segurança da vitamina A em animais é bem conhecido.

Como devo armazenar o Arovit Vita?

Gotas

Conservar em temperatura inferior a 25ºC.

Injetável

Conservar em temeratura ambiente (15ºC - 30ºC).

Aspecto físico/características organolépticas

Gotas

Solução amarela a amarela-esverdeada com odor e sabor de laranja.

Injetável

Solução oleosa límpida de cor amarela, com odor fraco a inodoro.

Todas as apresentações devem ser mantidas em suas embalaens originais.

Não use o medicamento com o prazo de validade vencido.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

Dizeres Legais do Arovit Vita

Reg. MS 1.7056.0093

Farm. Resp.:
Dra. Dirce Eiko Mimura
CRF-SP 16532

Fabricado por:
Produtos Roche Químicos e Farmacêuticos S.A.
Rio de Janeiro - RJ

Registrado por:
Bayer S.A.
Rua Domingos Jorge, 1100
CEP: 04779-900 - Socorro
São Paulo - SP
CNPJ 18.459.628/0001-15
Indústria brasileira

SAC:
0800 7231010
sac@bayerhealthcare.com

Venda sob prescrição médica.

Referências:

Schwartsman, S. Vitaminas e Minerais In: Medicamentos em Pediatria. Savier 3a Ed. P.173-81.1988. Federal Register. Departament of Health Education, and Walfare. Foods and Drug Administration. Vitamin and Mineral Drug products for Over-the-counter Human Use. Friday, march 16,1979.Part II. Scaramuzzi D.R. & Zuccolotto S.M.C. Disvitaminoses in: Sucupira, ACSL. Pediatria em Consultório. Savier 4a Ed. P.241-248. Oliveira,RG. Black Book - Manual de Referência de Pediatria. 2a Ed.2002 p.161-5.

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Consulta também a Bula do Palmitato de Retinol


O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 13 de Março de 2023.

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 13 de Março de 2023.

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