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Bula do Alfainterferona 2B Fiocruz

Princípio Ativo: Alfassebelipase

Classe Terapêutica: Alfa-Interferonas

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 10 de Julho de 2024.

Alfainterferona 2B Fiocruz, para o que é indicado e para o que serve?

Este medicamento é destinado ao tratamento de Hepatites B e C crônicas, infecções pelo papilomavírus humano (papilomatose respiratória recorrente e condiloma acuminado), neoplasias do tecido hematopoiético (leucemia mielóide crônica, tricoleucemia), AIDS, tumores sólidos (sarcoma de Kaposi, melanoma maligno, carcinoma renal).

Como o Alfainterferona 2B Fiocruz funciona?

Possui ação antiviral, diminui a produção de células proliferativas (antiproliferativa) e modula o sistema de defesa do organismo (imunomodulador).

Os níveis máximos de atividade antiviral no soro são alcançados 3-8 horas depois de uma injeção intramuscular ou subcutânea. Este nível é dose-dependente (entre 50 e 200 UI/ml quando se administram 6 milhões UI por essa via).

Quais as contraindicações do Alfainterferona 2B Fiocruz?

O produto é contra-indicado para pacientes com reconhecida hipersensibilidade a quaisquer componentes da formulação. Pacientes com alterações no sistema nervoso, como distúrbios epilépticos e desordens psiquiátricas graves, doenças cardíacas graves, doenças autoimunes, alterações do estado imunológico e de coagulação sanguínea, doenças renais e hepáticas graves, alterações da função da tireóide, diabetes não controlada e doenças pulmonares devem ter estrita avaliação médica do risco-benefício que o tratamento pode trazer.

Informe seu médico a ocorrência de gravidez ou lactação na vigência do tratamento.

Não está estabelecido o emprego seguro da Alfainterferona 2b durante a gravidez e a lactação e o médico deve fazer uma análise de risco versus benefício em cada caso antes de usá-lo.

Como usar o Alfainterferona 2B Fiocruz?

O pó liofilizado deverá ser reconstituído com a quantidade total de diluente da ampola (água para injeção-1mL). O diluente deve ser adicionado cuidadosamente sobre as paredes do frasco-ampola e a agitação deve ser suave para evitar a formação de espuma, totalizando volume final de 1 mL, com concentração de 3.000.000 UI/mL. Recomenda-se que o medicamento seja utilizado imediatamente após a reconstituição.

Em adultos a dose de alfainterferona 2b é de 3.000.000 a 6.000.000 UI. Em algumas situações particulares de pacientes com câncer podem usar-se doses maiores, levando-se em consideração que os efeitos secundários serão também mais intensos. Em crianças a dose usual é de 3.000.000 a 6.000.000 UI / m2 de superfície corporal. A freqüência de administração varia entre uma vez por dia e uma, duas ou três vezes por semana. As duas últimas opções são as mais usadas em esquemas prolongados de tratamento.

A via de administração é intramuscular ou subcutânea. As vias intravenosas, intratecal e intraperitoneal pressupõem a administração por profissional de saúde treinado.

Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento.

Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.

O que devo fazer quando me esquecer de usar o Alfainterferona 2B Fiocruz?

O esquecimento da administração do medicamento deve ser comunicado ao médico assistente. Não administrá-lo fora dos dias e horários preconizados ou concomitante à próxima dose, exceto em caso de orientação médica.

Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.

Quais cuidados devo ter ao usar o Alfainterferona 2B Fiocruz?

A alfainterferona 2b deve ser administrada com precaução em pacientes com antecedentes de doença cardíaca grave, alterações renais ou hepáticas graves, convulsões ou outra alteração funcional do sistema nervoso central e doenças autoimunes ou alérgicas.

Embora não se tenha demonstrado nenhum efeito cardiotóxico direto, é possível que algum dos efeitos secundários (por exemplo, febre, calafrios, mal-estar geral), freqüentemente associados com a administração de alfainterferona 2b, exacerbem uma alteração cardíaca anterior. Devido a que um dos efeitos tóxicos associados com o uso de alfainterferona 2b pode ser a leucopenia, deve-se ser muito cuidadoso ao administrá-lo a pacientes com mielossupressão (depressão da medula).

Como o rim é o sítio onde a alfainterferona é excretada, deve-se ter cuidado ao usá-la em pacientes com função renal comprometida, devendo-se considerar a possibilidade de redução de dose se necessário.

O uso de diferentes preparações de alfainterferona 2b tem sido associado a um aumento de manifestações alérgicas ou autoimunes, como broncoespasmo, lúpus eritematoso, psoríase, dermatite atópica ou tiroidite. Embora estes fenômenos tenham ocorrido com muito baixa freqüência com o uso de alfainterferona 2b, deve-se ser cuidadoso.

As reações adversas produzidas por alfainterferona 2b são reversíveis. No caso de ocorrerem deve-se reduzir a dose ou interromper o tratamento, conforme cada caso, e tomar-se às medidas apropriadas de acordo com a situação do paciente. Embora a experiência geral seja de que os efeitos colaterais diminuem à medida que a terapêutica com alfainterferona 2b prossiga, sua continuação ou reinício nestes casos deve ser monitorada cuidadosamente.

Não está estabelecido o emprego seguro da alfainterferona 2b durante a gravidez e a lactação e o médico deve fazer uma análise de risco versus benefício em cada caso antes de usá-lo. 

Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Alfainterferona 2B Fiocruz?

As reações adversas a alfainterferona 2b são dependentes da dose e reversíveis. Sua intensidade é geralmente leve (não requer tratamento) ou moderada (responde ao tratamento dos sintomas). Os pacientes que recebem doses de 6.000.000 UI ou maior podem apresentar reações adversas graves que requerem medidas adicionais, como suspensão do tratamento e hospitalização.

As reações adversas relatadas em estudo clínico envolvendo 141 pacientes estão relacionadas na Tabela 1.

  • As reações muito comuns (ocorrem em mais de 10% dos pacientes que utilizam este medicamento) foram: fadiga, cefaléia, mialgia, artralgias (dor nas articulações), dor nas pernas, dor nas costas, febre, calafrios, anorexia, pele seca, alopécia, secura nos olhos, diarréia, prurido, ressecamento nasal, disgeusia (distorção ou diminuição do senso do paladar), ageusia (ausência de paladar), sonolência, secura na boca, enjôo, náuseas vômitos, dor abdominal, diarréia, tosse, tontura, sonolência, irritabilidade, perda da memória, ansiedade, insônia, depressão, alteração da visão.
  • As reações comuns (ocorrem entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento) foram: fraqueza, dispnéia, mal estar geral, astenia, fraqueza muscular, síncope, constipação, aftas, dispepsia , flatulência, , perda da motivação, sede, aumento do apetite, dor de garganta, dor de ouvido, epistaxe transpiração excessiva, alergia, diminuição da libido, irritação ocular, choro anormal, dispepsia, dor óssea, cistite, atenção diminuída confusão mental, dormência, instabilidade emocional, enxaqueca, formigamento, tremor, melancolia, aumento da pressão arterial, distúrbios da bexiga, dor no peito, dor nos mamilos, eritema, dermatite instabilidade emocional, micose, pesadelos, taquicardia.
  • As reações incomuns (ocorrem entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento) foram: Abscesso, agitação, alterações no olfato, alucinações, amputação, ascite, asma, atraso mestrual, candidíase, coriza, dificuldade para conversar, dor ocular, dor testicular, eczema, edema, erupção cutânea, fotofobia, aumento da freqüência urinária, gastroenterite, hemorragia vaginal, hemorróidas, herpes simples, hipoglicemia, hiponatremia, hipotensão, hipotermia, impotência, intolerância a lactose, labirintite, laringite, neuropatia, petéquias, pneumonia, rubor súbito de pele, sangramento na gengiva, sangue na urina, sangue nas fezes, sinusite, vaginite, rompimento de varizes esofágicas, zunido nos ouvidos.
  • Também foram relatados casos muito raros (ocorrem em menos de 0,01% dos pacientes que utilizam este medicamento) de reações alérgicas leves (exantema, prurido), e toxicidade cardiovascular.

Tabela 1. Freqüência das principais reações adversas após o uso de Alfainterferona 2b em estudo clínico envolvendo 141 pacientes

Reação Adversa

Frequência (%) Reação Adversa Frequência (%) Reação Adversa

Frequência (%)

Fadiga

84,4 Secura na boca 45,4 Disgeusia

25,5

Cefaléia

79,4 Náuseas 42,6 Sonolência

24,8

Mialgia

75,2 Tontura 42,6 Vômitos

20,6

Febre

61,7 Calafrios 39,7 Dor abdominal

20,6

Irritabilidade

61 Insônia 36,9 Ageusia

19,9

Anorexia

53,2 Secura nos olhos 31,2 Dor nas costas

19,1

Pele seca

51,1 Depressão 29,1 Tosse

18,4

Artralgia

48,9 Diarréia 29,1 Enjôo

15,6

Alopécia

46,8 Prurido 28,4 Perda da memória

12,8

Dor nas pernas

45,4 Ressecamento nasal 26,2 Ansiedade

11,3

Fonte: Estudo de vigilância ativa de eventos adversos associados á alfainterferona 2b produzida por BioManguinhos /Fiocruz em pacientes com hepatite viral crônica C tratados em serviço da SES /RS - Relatório Final.

As reações adversas no local de aplicação estão relacionadas na Tabela 2 e as alterações laboratoriais relacionadas na Tabela 3.

Tabela 2. Freqüência das principais reações adversas no local de aplicação após o uso de Alfainterferona 2b em um total de 7658 aplicações

Reação Adversa

Frequência (%) Reação Adversa

Frequência (%)

Eritema

13,9 Hiperemia

0,3

Dor

4,6 Manchas

0,2

Prurido

1,3 Endurecimento

0,1

Ardência

2,2 Abscesso

0,03

Equimose

1,3 Microvascularização

0,01

Sangramento

0,5 --- ---

As reações adversas produzidas por alfainterferona 2b são reversíveis. No caso de ocorrerem, deve-se reduzir a dose pela metade ou interromper o tratamento, conforme cada caso, e tomar-se às medidas apropriadas de acordo com a situação do paciente. Embora a experiência geral seja de que os efeitos colaterais diminuem à medida que a terapêutica com alfainterferona 2b prossiga, sua continuação ou reinício nestes casos deve ser monitorado cuidadosamente.

Tabela 3. Incidência de alterações laboratoriais

Alteração Laboratorial

Frequência (%)

Anemia (>10,0 g/dL)

39,6

Neutropenia (>750/mm³)

3,7

Leucopenia (>1500/mm³)

4,4

Plaquetopenia (>50.000/mm³)

3,7

Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do medicamento.

Informe a empresa sobre o aparecimento de reações indesejáveis e problemas com este medicamento, entrando em contato através do Sistema de Atendimento ao Consumidor (SAC).

Atenção: este produto é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer reações adversas imprevisíveis ou desconhecidas. Nesse caso, informe seu médico ou cirurgião-dentista.

Apresentações do Alfainterferona 2B Fiocruz

Pó liófilo injetável + solução diluente

  • 1 Frasco-Ampola de vidro incolor de 3.000.000 UI, 5.000.000 UI ou 10.000.000 UI + 1 ampola com 1 mL de diluente.
  • 3 Frascos-Ampola de vidro incolor de 3.000.000 UI, 5.000.000 UI ou 10.000.000 UI + 3 ampolas com 1 mL de diluente.

Via de administração: uso intramuscular, intravenoso, subcutâneo, intraperitoneal e intratecal.

Uso adulto e pediátrico.

Qual a composição do Alfainterferona 2B Fiocruz?

Cada frasco-ampola com liofilizado contém:

3.000.000 UI, 5.000.000 UI ou 10.000.000 UI de Alfainterferona 2b.

Diluente: água para injeção estéril e apirogênica (1,0 mL).

Excipientes: albumina sérica humana, cloreto de sódio, fosfato de sódio dibásico, fosfato de sódio monobásico, manitol, dextrana.

Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Alfainterferona 2B Fiocruz maior do que a recomendada?

As reações adversas a alfainterferona 2b são dose-dependentes. Em doses acima de 10.000.000 UI/m2 de superfície corporal são induzidas as mesmas reações adversas, embora com maior intensidade. Foram descritos estados de fraqueza intensa e depressão em doses muito altas. Estes efeitos são reversíveis.

Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível.

Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações sobre como proceder.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Alfainterferona 2B Fiocruz com outros remédios?

Informe seu médico sobre qualquer medicamento que esteja tomando antes do início ou durante o tratamento.

A interação da alfainterferona 2b com outros fármacos não foi ainda completamente avaliada. Recomenda-se cautela na administração concomitante com outros medicamentos.

Pode-se usar o Paracetamol durante o tratamento com a alfainterferona 2b, pois além de combater os sintomas de febre e cefaléia, o seu mecanismo de ação não afeta os mecanismos específicos da alfainterferona 2b. Recomenda-se a administração de paracetamol, como terapia concomitante, em doses de 500mg a 1g, 30 minutos antes da aplicação de alfainterferona 2b. A dose máxima de paracetamol é de 1g, 4 vezes ao dia.

A alfainterferona 2b tem ação sinérgica com algumas drogas antitumorais quanto ao efeito antiproliferativo, o que se deve ter em conta ao aplicar a combinação no tratamento de algumas neoplasias, pois pode potencializar o efeito mielossupressor de ambos os medicamentos. Também tem ação sinérgica, tanto no efeito antiviral como no antiproliferativo, com o interferon gama.

Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento.

Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.

Qual a ação da substância do Alfainterferona 2B Fiocruz?

Resultados de Eficácia


Lactentes que apresentam deficiência de LAL

O LAL-CL03 foi um estudo multicêntrico, aberto e de braço único de Alfassebelipase em 9 pacientes com deficiência de LAL com falha no crescimento ou outros indícios de doença rapidamente progressiva antes dos 6 meses de idade. Os pacientes apresentavam também doença hepática rapidamente progressiva e hepatoesplenomegalia grave. A faixa etária para admissão no estudo era de 1-6 meses. Os pacientes receberam Alfassebelipase a 0,35 mg/kg uma vez por semana durante as primeiras 2 semanas e depois 1 mg/kg uma vez por semana. Com base na resposta clínica, o aumento progressivo da dose para 3 mg/kg uma vez por semana verificou-se logo ao fim de 1 mês e até 20 meses após o início do tratamento a 1 mg/kg. Foi permitido um aumento adicional progressivo da dose para 5 mg/kg uma vez por semana. A eficácia foi avaliada comparando a experiência de sobrevida de pacientes tratados com Alfassebelipase que sobreviveram por mais de 12 meses de idade no LAL-CL03 com um grupo histórico de lactentes não tratados que apresentavam deficiência de LAL com características clínicas semelhantes.

No LAL-CL03, 6 de 9 lactentes tratados com Alfassebelipase sobreviveram mais de 12 meses (67% de sobrevivência aos 12 meses, IC 95%: 30% a 93%). Com o tratamento continuado por mais de 12 meses de idade, 1 paciente adicional faleceu aos 15 meses de idade. No grupo histórico, 0 de 21 pacientes sobreviveu mais de 8 meses de idade (0% de sobrevivência aos 12 meses, IC 95%: 0% a 16%). Alfassebelipase em doses até 1 mg/kg uma vez por semana resultou em melhorias dos níveis de alanina aminotransferase (ALT) e aspartato aminotransferase (AST) e aumento de peso nas primeiras semanas de tratamento. Da linha basal até à semana 48, as reduções médias de ALT e AST foram -34,0 U/l e -44,5 U/l, respetivamente. O aumento progressivo da dose para 3 mg/kg uma vez por semana foi associado a melhorias adicionais no aumento de peso, linfadenopatia e albumina sérica. Da linha basal até à semana 48, o percentil de peso médio para a idade melhorou de 12,74% para 29,83% e os níveis médios de albumina sérica aumentaram de 26,7 g/l para 38,7 g/l. Um lactente foi tratado com 5 mg/kg uma vez por semana no LAL-CL03; não foram notificadas reações adversas novas com esta dose. Na ausência de mais dados clínicos, esta dose não é recomendada.

Crianças e adultos com deficiência de LAL

O LAL-CL02 foi um estudo multicêntrico, duplo cego e controlado por placebo em 66 crianças e adultos com deficiência de LAL. Os pacientes foram aleatorizados para receberem Alfassebelipase a uma dose de 1 mg/kg (n=36) ou placebo (n=30) uma vez de duas em duas semanas durante 20 semanas no período duplo cego. A faixa etária no momento da randomização era dos 4 aos 58 anos de idade (71% tinham < 18 anos de idade). Para a admissão no estudo, os pacientes tinham de apresentar níveis de ALT ≥1,5 vezes o limite superior do normal (LSN). A maioria dos pacientes (58%) tinha colesterol LDL > 190 mg/dl no momento da admissão no estudo e 24% dos pacientes com colesterol LDL > 190 mg/dl estavam tomando medicamentos para baixar os lípidos. Dos 32 pacientes que fizeram uma biópsia de fígado no momento da admissão no estudo, 100% tinham fibrose e 31% tinham cirrose. A faixa etária dos pacientes com indícios de cirrose na biópsia era dos 4 aos 21 anos de idade.

Foram avaliados os seguintes parâmetros de avaliação final:

Formalização da ALT, diminuição do colesterol LDL, diminuição do colesterol não HDL, normalização da AST, diminuição dos triglicérides, aumento do colesterol HDL, diminuição do teor de gordura no fígado avaliado por imagem por ressonância magnética - eco de gradiente multi-eco (MEGE-MRI) e melhoria da esteatose hepática medida por morfometria. Observou-se uma melhoria estatisticamente significativa em vários parâmetros de avaliação final no grupo tratado com Alfassebelipase em comparação com o grupo de placebo na conclusão do período de 20 semanas de duplo cego do estudo, como apresentado na Tabela 3. A redução absoluta do nível médio de ALT foi de - 57,9 U/l (-53%) no grupo tratado com Alfassebelipase e -6,7 U/l (-6%) no grupo de placebo.

Tabela 3: Parâmetros de avaliação final primários e secundários de eficácia no LALCL02

a Proporção de pacientes que atingiram a normalização definida como 34 ou 43 U/l, em função da idade e do sexo.
b Proporção de pacientes que atingiram a normalização definida como 34-59 U/l, em função da idade e do sexo. Avaliada em pacientes com valores anormais na linha basal (n=36 para o Alfassebelipase; n=29 para o placebo).
c Avaliado em pacientes com avaliações efetuadas por MEGE-MRI (n=32 para o Alfassebelipase; n=25 para o placebo).
d Os valores de P são do teste exato de Fisher para os parâmetros de avaliação final de normalização e do teste de soma de postos Wilcoxon para todos os outros parâmetros de avaliação final.

Estiveram disponíveis biópsias de fígado emparelhadas na linha basal e na semana 20 num subgrupo de pacientes (n=26). Dos pacientes com biópsias de fígado emparelhadas, 63% (10/16) dos pacientes tratados com Alfassebelipase melhoraram da esteatose hepática (pelo menos ≥ 5% de redução) medida por morfometria em comparação com 40% (4/10) dos pacientes a receber placebo. Esta diferença não foi estatisticamente significativa. Período aberto Sessenta e cinco de 66 pacientes entraram no período aberto (até 130 semanas) com uma dose de Alfassebelipase de 1 mg/kg uma vez de duas em duas semanas.

Nos pacientes que tinham recebido Alfassebelipase durante o período de duplo cego, as reduções dos níveis de ALT durante as primeiras 20 semanas de tratamento mantiveram-se e observaram-se melhorias adicionais nos parâmetros dos lípidos incluindo os níveis de colesterol LDL e de colesterol HDL. Quatro (4) de 65 pacientes no período aberto tiveram um aumento progressivo da dose para 3 mg/kg uma vez de duas em duas semanas com base na resposta clínica. Os pacientes que receberam placebo apresentaram níveis séricos persistentemente elevados de transaminases e níveis séricos anormais de lípidos durante o período de duplo cego. Consistente com o que foi observado nos pacientes tratados com Alfassebelipase durante o período de duplo cego, o início do tratamento com Alfassebelipase durante o período aberto produziu melhorias rápidas nos níveis de ALT e nos parâmetros dos lípidos incluindo os níveis de colesterol LDL e de colesterol HDL. Num estudo aberto separado (LAL-CL01/LAL-CL04) em pacientes adultos com deficiência de LAL, as melhorias nos níveis séricos de transaminases e lípidos foram sustentadas durante o período de tratamento de 104 semanas.

População pediátrica

Cinquenta e seis de 84 pacientes (67%) que receberam Alfassebelipase durante os estudos clínicos (LAL-CL01/LAL-CL04, LAL-CL02 e LAL-CL03) pertenciam à faixa etária pediátrica e adolescente (1 mês até 18 anos de idade).

Características Farmacológicas


Propriedades farmacodinâmicas

Grupo farmacoterapêutico: Outros produtos do trato alimentar e metabolismo, enzimas; código ATC: A16AB14.

Deficiência de lipase ácida lisossomal (LAL)

A deficiência de LAL é uma doença rara associada a morbidade e mortalidade significativas, que afeta indivíduos desde a infância até à idade adulta. A deficiência de LAL nos lactentes é uma emergência médica com rápida progressão da doença ao longo de um período de semanas, tipicamente fatal nos primeiros 6 meses de vida. A deficiência de LAL é uma doença autossômica recessiva de armazenamento lisossomal caracterizada por um defeito genético que resulta numa diminuição acentuada ou perda de atividade da enzima lipase ácida lisossomal (LAL). A atividade deficiente da enzima LAL resulta no acúmulo lisossomal de ésteres do colesterol e triglicérides.

No fígado, este acúmulo conduz a hepatomegalia, teor de gordura no fígado aumentado, elevação das transaminases indicativo de lesão crônica do fígado e progressão para fibrose, cirrose e complicações de doença hepática em fase terminal. No baço, a deficiência de LAL resulta em esplenomegalia, anemia e trombocitopenia. O acúmlo de lípidos na parede do intestino conduz a má absorção e falha no crescimento. A dislipidemia é frequente com o LDL e os triglicérides elevados e o HDL baixo, associados ao teor de gordura aumentado no fígado e às elevações das transaminases. Além da doença hepática, os pacientes com deficiência de LAL têm um risco aumentado de doença cardiovascular e aterosclerose acelerada.

Mecanismo de ação

A Alfassebelipase é uma lipase ácida lisossomal humana recombinante (rhLAL). A Alfassebelipase liga-se aos recetores da superfície celular através de glicanos expressos na proteína e é subsequentemente internalizada nos lisossomas. A Alfassebelipase catalisa a hidrólise lisossomal dos ésteres do colesterol e triglicérides para colesterol livre, glicerol e ácidos graxos livres. A substituição da atividade da enzima LAL conduz a reduções do teor de gordura no fígado e das transaminases, e ativa o metabolismo dos ésteres do colesterol e triglicérides no lisossoma, conduzindo a reduções do colesterol de lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e do colesterol de lipoproteínas não de alta densidade, triglicérides e aumentos do colesterol HDL. A melhoria do crescimento ocorre em resultado da redução de substratos no intestino.

Propriedades farmacocinéticas

Crianças e adultos

A farmacocinética da Alfassebelipase em crianças e adultos foi determinada utilizando uma análise farmacocinética da população de 65 pacientes com deficiência de LAL que receberam infusões intravenosas de Alfassebelipase a 1 mg/kg uma vez de duas em duas semanas no LAL-CL02. Vinte e quatro pacientes tinham idades compreendidas entre os 4 e os 11 anos, 23 tinham idades compreendidas entre os 12 e os 17 anos, e 18 tinham idade ≥ 18 anos (Tabela 4). Com base numa análise não compartimental de dados de adultos (LAL-CL01/LAL-CL-04), a farmacocinética da Alfassebelipase pareceu ser não linear com um aumento da exposição mais acentuado do que o proporcional à dose observado entre as doses de 1 e 3 mg/kg. Não se observou acúmulo a 1 mg/kg (uma vez por semana ou uma vez de duas em duas semanas) ou 3 mg/kg uma vez por semana.

Tabela 4: Parâmetros farmacocinéticos médios da população

* Semana 22 para os pacientes a receber placebo reinicializada para Semana 0, isto é, primeira semana de tratamento ativo.
AUCss = Área sob a curva de concentração plasmática-tempo em estado estacionário.
Cmax = Concentração máxima.
Tmax = Tempo até à concentração máxima.
CL = Depuração. 
Vc = Volume central de distribuição.
T½ = Semivida.

Lactentes (< 6 meses de idade)

No LAL-CL03, a Alfassebelipase foi eliminada da circulação sistêmica com um T½ mediana de 0,1 h (intervalo: 0,1-0,2) à dose de 3 mg/kg uma vez por semana (n = 4). A diferença em exposições à Alfassebelipase entre os grupos que receberam 0,35 mg/kg e 3 mg/kg uma vez por semana foi mais do que proporcional à dose, com um aumento de 8,6 vezes da dose, resultando num aumento de 9,6 vezes da exposição para a AUC e um aumento de 10,0 vezes para a Cmax.

Linearidade/não linearidade

Com base nestes dados, a farmacocinética da Alfassebelipase pareceu ser não linear com um aumento da exposição mais acentuado do que o proporcional à dose observado entre as doses de 1 e 3 mg/kg.

Populações especiais

Durante a análise de covariáveis do modelo de farmacocinética da população para a Alfassebelipase, constatou-se que a idade, o peso corporal e o sexo não tinham uma influência significativa na CL e no Vc da Alfassebelipase. A Alfassebelipase não foi investigada em pacientes com idades compreendidas entre os 2 e os 4 anos ou em pacientes com idade igual ou superior a 65 anos. As informações sobre a farmacocinética da Alfassebelipase em grupos étnicos não caucasianos são limitadas. A Alfassebelipase é uma proteína e prevê-se que seja metabolicamente degradada através de hidrólise péptica. Consequentemente, não se prevê que a função hepática comprometida afete a farmacocinética da Alfassebelipase.

Para os pacientes com comprometimento hepático grave existe falta de dados. A eliminação renal da Alfassebelipase é considerada uma via menor para a depuração. Para os pacientes com comprometimento renal existe falta de dados. As informações sobre o impacto de anticorpos antifármaco na farmacocinética da Alfassebelipase são limitadas.

Como devo armazenar o Alfainterferona 2B Fiocruz?

O biofármaco alfainterferona 2b deve ser conservado sob refrigeração entre 2ºC e 8ºC ao abrigo da luz e umidade.

O prazo de validade deste biofármaco é de 36 meses a partir da data de fabricação. Devem ser seguidos os devidos cuidados de armazenamento.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido.

Para sua segurança, mantenha o medicamento na embalagem original.

O pó liofilizado deverá ser reconstituído com a quantidade total de diluente da ampola. Recomenda-se que o medicamento seja utilizado imediatamente após a reconstituição.

Depois de aberto, este medicamento deve ser utilizado imediatamente.

Características do medicamento

O biofármaco alfainterferona 2b é uma pastilha compacta e branca. Após a reconstituição, a solução é transparente, estéril e livre de partículas visíveis.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso você observe alguma mudança no aspecto do medicamento que ainda esteja no prazo de validade, consulte o médico ou o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

Dizeres Legais do Alfainterferona 2B Fiocruz

Registro no M.S. nº 1.1063.0111

Responsável Técnico:
Maria da Luz F. Leal
CRF /RJ Nº 3726.

Fundação Oswaldo Cruz
Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos / Bio-Manguinhos
Av. Brasil, 4365 – Rio de Janeiro – RJ.
CEP: 21040-900
CNPJ: 33.781.055/0001-35
Indústria Brasileira.

SAC
0800 0210 310

Proibida a venda no comércio.

Dispensação sob prescrição médica.

Quer saber mais?

Consulta também a Bula do Alfassebelipase


O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 10 de Julho de 2024.

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 10 de Julho de 2024.

Alfainterferona 2B Fiocruz 10000000UI, 1 frasco-ampola com 1 dose de pó para solução de uso injetável + 1 ampola com diluente

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